terça-feira, 30 de outubro de 2012

CRISTALIZAÇÃO DO EGO (Trechos Budistas)

O ego, escreve o filósofo budista Han de Wit, “é também uma reação afetiva ao nosso campo de experiência, um movimento mental de recuo baseado no medo”. Por medo do mundo e dos outros, por receio de sofrer, por angústia sobre o viver e o morrer, imaginamos que ao nos escondermos dentro de uma bolha — o ego — estaremos protegidos. Criamos, assim, a ilusão de estarmos separados do mundo, acreditando que dessa forma evitaremos o sofrimento. Na realidade, o que acontece nesse caso é justamente o contrário, uma vez que o apego ao ego e à auto-importância são os melhores ímãs para atrair o sofrimento.

O genuíno destemor surge com a confiança de que seremos capazes de reunir os recursos interiores necessários para lidar com qualquer situação que surja à nossa frente. Isso é totalmente diferente de retirar-se na auto-absorção, uma reação de medo que perpetua profundos sentimentos de insegurança.

Cada um de nós é, de fato, uma pessoa única, e está certo reconhecermos e apreciarmos quem somos. Mas ao reforçarmos a identidade separada do ego, perdemos a sintonia com a realidade. A verdade é que somos fundamentalmente interdependentes das outras pessoas e do ambiente. Nossa experiência é o conteúdo do fluxo mental, do continuum da consciência, e não há justificativa para ver o ego como uma entidade distinta desse fluxo.

Imagine uma onda que se propaga, influencia o ambiente e é influenciada por ele, sem que por isso se transforme no meio de veiculação ou transmissão de qualquer entidade particular.

Porém estamos tão acostumados a fixar o rótulo de “eu” a esse fluxo mental, que chegamos a nos identificar com este último e temer o seu desaparecimento. Segue-se daí um poderoso apego ao ego e à noção de “meu” — meu corpo, meu nome, minha mente, minhas posses, meus amigos, e assim por diante — que leva ao desejo de possuir ou ao sentimento de repulsa pelo “outro”.

É assim que os conceitos de “eu” e “outro” se cristalizam na nossa mente. Ficamos com a impressão errada de que existe uma dualidade irredutível e inevitável, criando assim a base para todas as nossas aflições mentais, como o desejo alienante, o ódio, o ciúme, o orgulho e o egoísmo.

Nesse ponto percebemos o mundo através do espelho deformante das nossas ilusões e permanecemos em desarmonia com a verdadeira natureza das coisas, o que leva à frustração e ao sofrimento. 

Matthieu Ricard

Fonte: "Felicidade", cap. 7
http://darma.info/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O VERME DENTRO DO RABANETE

Imagine um verme que nasceu dentro de um rabanete. O verme, lá dentro, acha que o mundo é um lugar amargo, escuro e pequeno, como o rabanete em que nasceu, mas quando consegue furar a casca da hortaliça, fica maravilhado. “Eu achava que o mundo fosse como o rabanete em que nasci, mas agora vejo um lugar iluminado e encantador.”

Da mesma maneira que este verme, encontram-se aqueles de nós que estão submersos em bloqueios emocionais e espirituais. Devemos nos lembrar que devemos seguir trabalhando para perfurar esta casca dura e confiar que há algo melhor para nós no lado de fora, sempre.

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.yehudaberg.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

VONTADE

Quem te fala? Não intentes saber. Se tens, realmente, sede beberás a água cristalina e fresca, seja em copo de barro, de cristal ou de ouro. Escuta a minha voz que anseia guiar-te. Minha voz é para todos e para ninguém. Escuta-a se te parece proveitosa. Neste caso, recebe a minha dadiva de amor. Irmão, sejas quem fores. Minha pessoa não te deve interessar, pois pertence ao reino de Maya e tu sabes muito bem que Maya é ilusão. Recebe, apenas, o que ela possui de mais puro.

Sei que isto que vou dizer ser-te-á útil como será a todos que desejam converter-se num centro de amor, para salvar o AMOR do Mundo. Sei que esta semente não se perde e, oportunamente, frutificará. Não importa que eu a veja frutificar nem que tu satisfaças a tua curiosidade. Por outro lado, os ensinamentos que recebas, através dela, não são meus, porque, nada possuo. São teus e de todos os seres, porque, em todos, existe a Sagrada Centelha.

Desejo dar-te uma serie de sugestões. Esta é a primeira, irmão; tu que te consideras Rosa-Cruz, Gnóstico, hás de saber que não pertences a uma das muitas sociedades, mais ou menos idealistas, mais ou menos filantrópicas e bem assim a uma Ecclesia, a uma Instituição, a uma Ordem, a mais. Não, ASPIRAS FAZER PARTE DE UMA FRATERNIDADE INICIÁTICA UNIVERSAL: A FRATERNIDADE ROSA-CRUZ ANTIGA.

E, para ingressar nela, de fato, deves desejá-lo intensamente e o móvel do teu intenso e único anelo há de ser um só: SERVIÇO , isto é, amar aos outros de tal maneira que sacrifiques a tua personalidade na ara do SERVIÇO À HUMANIDADE.

Porém, antes de servir, efetivamente, à humanidade, de acordo com o PLANO DIVINO , precisas preparar-te para ele. Antes de socorrer um Irmão, um companheiro de AULA, um ser qualquer, hás de ser puro, afim de tornar-te um PERFEITO AUXILIAR DO MESTRE.

E, para ser puro, hás de vencer a tua personalidade e para vencer a tua personalidade terás que empunhar, com decisão, a lança da tua VONTADE..

Este é o teu primeiro passo : VONTADE.

Dela necessitas para a purificação da matéria e para torná-la serva obediente do teu EGO. Porque teu EGO está nos outros e os ama. O que impede a manifestação deste AMOR EGÓICO é a tua personalidade. A tua personalidade densa e impura. É a muralha que te separa do SERVIÇO. O Rosa-Cruz carece eliminar todos os seus vícios, por mais inofensivos que pareçam.

Cuidado, com quem procura desviar-te da retidão deste caminho!

Com VONTADE purifica a tua personalidade, porque só assim poderás ser um discípulo digno das sublimes lições do MESTRE.

Irmão, não procures passar o teu tempo na ociosidade. Repara que o trigal é amplo, porém, os ceifeiros são poucos. Lembra-te de que a humanidade precisa de ti. Não esqueçamos nunca este sagrado apelo. Acolhe-o e responde, sempre, com a tua VONTADE.

Daí o prêmio do esforço a teu Senhor, a teu Deus e que tua vida flua neste único sulco: SERVIÇO.

Liberta-te do marasmo da tua indolência; afugenta os vícios da tua personalidade e trabalha. Toma a lança do CONQUISTADOR DO GRAAL e procura marchar na vanguarda dos teus Irmãos, mas, antes de tudo, purifica-te e desperta a força invencível da tua VONTADE.

O Rosa-Cruz nada poderá fazer sem a Vontade e consequentemente o nosso lema é THELEMA: a Vontade Divina.

Precisas da vontade para purificar-te das máculas e impurezas que conspurcam a tua personalidade. Precisas de uma vontade firme e decidida e ser destemido até ao heroísmo, para libertar-te da tua personalidade martirizada, porque, o Rosa-Cruz que não tem ânimo para corrigir-se de um vício, o mais insignificante, não pode aspirar o batismo da verdadeira Iniciação. Precisas de vontade para o cumprimento exato do trabalho que se exige de ti, porque, deves saber que o trabalho Rosa-Cruz assenta no estrito cumprimento do mandato que exerce e do dever que lhe assiste. E se não tens essa vontade, irmão, como pretendes que os Mestres te confiem qualquer missão em beneficio da Humanidade, ainda, tateando nas trevas?

Assim, este será o teu primeiro passo: VONTADE. De ti, exclusivamente de ti, depende o impulso que te permitirá avançar neste caminho. Ninguém o fará por ti. Posso, apenas, ajudar-te a vislumbrar a senda, porém, segui-la é função da tua iniciativa. A senda é dura e cheia de espinhos. Para caminhares por essa senda do serviço necessitas ser homem de vontade, porque, uma vez em trânsito, sentir-te-ás angustiado; os pés sangrarão e o corpo desfalecerá.

Se tiveres, porém, VONTADE, todas essas penas e dores desaparecerão Sê, pois, franco e nobre contigo mesmo, eu te rogo. Não te enganes, os Mestres nunca se enganam com os que se propõem palmilhar a senda, antes de adquirir a necessária vontade.

Se teu desejo é sincero, começa desde já; não te julgues só. É uma das muitas ilusões das que Maya se utiliza para esconder a Realidade. Quando a tua vibração atingir a verdadeira tonalidade, compreenderás que nunca estiveste só. Que isto te sirva de alento e estímulo. Não dês ouvidos às críticas e às mistificações. Sê corajoso.

Se convives com outros Irmãos, se tens condiscípulos, procura dar-lhes os melhores exemplos. Não critiques, nem difames a ninguém, deves ser benévolo. Aquece com o ardor do teu entusiasmo a frieza dos outros, mas sem ofendê-los. Que a tua divisa seja esta: primeiro obediência e, depois, trabalho. Primeiro os outros e depois tu. O Rosa-Cruz deve pensar mais nos outros do que na sua própria pessoa.

Porém, antes de terminar, quero falar-te da prece e dos proveitos que permite a quem, de fato, sabe orar. Deves orar sempre, constantemente, porque, só deste modo entras em contato com os SERES SUPERIORES que se servem destes momentos para instilar em tua alma a coragem e a fé e te auxiliam para que possas levar VERDADE E LUZ a outros corações sedentos de redenção. Os resultados são maravilhosos, eu te prometo.

Quando, por acaso, fores assaltado pela inércia ou pela indiferença, concentra e pede a teu Deus; VEM SANTO QUERER DIVINA ENERGIA VOLITIVA E TRANSMUTA A MINHA VONTADE, FAZENDO-A UNA COM A TUA.

O homem, por mais senhor da sua vontade, sente-a fraquejar tão frequentemente, que chega a julgá-la inexistente ou anulada. Deves portanto, irmão, forjar uma vontade forte e enérgica como as tuas próprias crenças.

Para isto, principia, agora mesmo, por traçar um horário de verdadeiro trabalho que procurarás cumprir desde que te levantes até que te deites. Uma vez no teu leito, farás um exame dos teus pensamentos, palavras e atos praticados durante o dia e, por um duplo esforço de concentração da vontade, procurarás corrigir as faltas em que caíste e evitarás cair daí para frente.

Terás tão pouca energia que te julgarás incapaz deste primeiro passo?



Edélio R+

Fonte: Revista "Gnose" – out/1936 –
FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA
http://www.famafra.com/2012/10/vontade.html#more
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O PROPÓSITO DA SABEDORIA NA CABALA

Os alunos sempre me perguntam: “Se eu venho estudando Kabbalah durante anos, isto quer dizer que estou conectado?” E minha resposta é: “Só porque você entra numa academia, isto não significa necessariamente que você esteja malhando”. Isso porque estar conectado não é só assistir aulas ou ler livros. É um compromisso com o crescimento espiritual e com a transformação.

Conhecimento é definitivamente uma ferramenta importante para manter um relacionamento com a Luz; porque sem isso é menos provável que compreendamos o que significa tomar decisões proativas todos os dias. No entanto, tome cuidado, porque o intelecto pode ser uma grande armadilha em qualquer caminho espiritual. Isso porque o intelecto não é o verdadeiro propósito da sabedoria. O motivo porque a sabedoria nos é dada em primeiro lugar é para fazer algo com ela!

Algumas pessoas podem estudar muito, para ficar no campo da falação! Mas se não estiverem escolhendo aplicar a consciência em suas vidas, em cada ação (o que demanda trabalho e esforço árduo), elas podem notar pouca melhora ao seu redor.

Temos que ser honestos conosco e perguntar quanta importância damos às palavras em contraposição às ações. Será que só queremos ficar escutando ideias agradáveis? Ou estamos realmente investindo em nos tornar a melhor versão de nós mesmos e em obter plenitude?

Podemos usar palavras de sabedoria e mudar o mundo.

Mas isso só acontece quando começamos a fazer o trabalho em nós próprios.
 
Dedique-se a aplicar aquilo que você tem aprendido recentemente. Faça a milha extra! Faça o esforço extra em direção à sua transformação pessoal – e você vai começar a descobrir uma incrível e nova realidade...

Uma versão incrivelmente nova de você mesmo. 

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.yehudaberg.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

HIERARQUIA DE PODERES ENTRE OS ESPÍRITOS

O Livro dos Espíritos - Questões 274 a 277

274. Da existência de diferentes ordens de Espíritos, resulta para estes alguma hierarquia de poderes? Há entre eles subordinação e autoridade?

"Muito grande. Os Espíritos têm uns sobre os outros a autoridade correspondente ao grau de superioridade que hajam alcançado, autoridade que eles exercem por um ascendente moral irresistível."

274a. Podem os Espíritos inferiores subtrair-se à autoridade dos que lhes são superiores?

"Eu disse: irresistível."

275. O poder e a consideração de que um homem gozou na Terra lhe dão supremacia no mundo dos Espíritos?

"Não; pois que os pequenos serão elevados e os grandes rebaixados. Lê os salmos."

275a. Como devemos entender essa elevação e esse rebaixamento?

"Não sabes que os Espíritos são de diferentes ordens, conforme seus méritos? Pois bem! O maior da Terra pode pertencer à última categoria entre os Espíritos, ao passo que o seu servo pode estar na primeira. Compreendes isto? Não disse Jesus: aquele que se humilhar será exalçado e aquele que se exalçar será humilhado?"

276. Aquele que foi grande na Terra e que, como Espírito, vem a achar-se entre os de ordem inferior, experimenta com isso alguma humilhação?

"As vezes bem grande, mormente se era orgulhoso e invejoso."

277. O soldado que depois da batalha se encontra com o seu general, no mundo dos Espíritos, ainda o tem por seu superior?

"O título nada vale, a superioridade real é que tem valor."

Allan Kardec

Fonte: "O Livro dos Espíritos"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A CABALA E O MISTICISMO MAÇÔNICO

A palavra Cabala tem origem no vocábulo hebraico kibbel, significando lição, tradição, ensino. A Cabala é a tradição esotérica e o conjunto das doutrinas secretas do judaísmo. Esta ciência oculta foi recolhida nas Escrituras e devia ser transmitida oralmente e nunca ser escrita, visando evitar que o texto caísse sob as vistas dos profanos.

Os cabalistas datam as concepções primordiais da Cabala de tempos primitivos - que remetem a Moisés e até Abraão e Adão. Quanto aos verdadeiros fundadores da Cabala, entretanto, são mencionados três talmudistas: Rabino Ismael ben Ehsa (cerca de 130 d.C.); Rabino Nechunjah ben Hakana (cerca de 75 d.C.) e, sobretudo, Simeon ben Yohai (cerca de 150 d.C.), sendo este último apontado como autor do famoso Zohar.

Acredita-se que os ensinamentos da Cabala começaram de forma oral, que foi transmitida por Enoque aos seus descendentes, sendo que, posteriormente, Moisés, para evitar que seus ensinamentos se perdessem, comunicou-os aos setenta anciãos escolhidos, e daí para frente de forma escrita. Mas, ao serem escritos os ensinamentos cabalísticos, foi utilizada a maneira mais simbólica possível, com o intuito da não compreensão profana, mas tão somente dos iniciados. Dois são os livros fundamentais da Cabala: o Sefer Yetsirah, ou Livro da Criação, e o Zohar, ou Livro dos Esplendores.

A Cabala apareceu, na sua forma atual, por volta do século XII, repetindo, continuando e completando o ensino esotérico do Talmude. Na Bíblia temos os livros cabalísticos de Ezequiel e do Apocalipse, que foram escritos de forma velada, simbólica. A chave do seu ocultismo repousa, como a do Talmude, sobre o valor dos números, a combinação das 22 letras do alfabeto hebraico e a força oculta do Tetragrama.

O ensino da Cabala esmera-se em dar com precisão a definição da divindade vulgarmente denominada Deus, em fixar-lhe os atributos e em estabelecer o processo das manifestações do seu poder. A particularidade da Cabala é de repudiar toda idéia de antropoformismo na definição da divindade, de afastar toda possibilidade de figuração de Deus que é Infinito, inacessível, incompreensível... O Ser por excelência, o Verbo eterno conjugando-se, simultaneamente ao presente, ao passado, ao futuro: Jeová/Jave/, Aquele que foi, que é, que será, Aquele cujo nome nunca deve ser pronunciado porque o profano não compreenderia que o Deus Todo-Poderoso, o Deus dos Exércitos não pudesse ter nenhum outro nome a não ser o verbo Ser.

A Cabala descobre todos os mistérios da criação neste simples nome, ao estudar o simbolismo representado pelas quatro letras formando este nome assim dividido: IOD, HE, VAV, HE (IHVH). Este nome é aquele que encontramos no cume de todas as iniciações, aquele que irradia no centro do triângulo flamejante da Maçonaria.

A primeira letra, o IOD, figurada por uma vírgula ou um ponto, representa o princípio original das coisas, o ponto de partida da criação. Esta letra que ocupa o décimo lugar no alfabeto hebraico, é representada pelo número 10, ele mesmo composto do número um, unidade, princípio, e do zero, representando o nada, por seu significado e o Todo por sua forma. No IOD ou número 10, a unidade, origem do Todo, alia-se ao Nada para formar o princípio inicial da Criação, princípio gerador, princípio masculino.

A segunda letra, o HE, quinta letra do alfabeto hebraico, representa o número 5, equivalente à metade do valor da primeira letra, 10. E o princípio inicial IOD ou 10 que se fraciona em dois, e que se desdobra. Tal é a origem do binário: masculino-feminino, ativo-passivo, positivo-negativo, homem-mulher. A energia criadora masculina junta-se à matéria fecunda feminina.

A terceira letra, VAV, ocupa o sexto lugar no alfabeto. Resulta da ação geradora do IOD sobre o HE, ao princípio masculino sobre o princípio feminino. E o filho, a resultante: um mais cinco igual a seis.

A quarta letra representa um segundo HE, novo elemento feminino, indispensável ao filho para possuir a faculdade de se reproduzir e de perpetuar o Ser. É o grão que contém em potência a geração futura e a possibilidade de garantir a Eternidade.

JEHOVA/JAVE (IHVH), portanto, não é um nome, mas o símbolo da Criação e da Eternidade, do SER PERFEITO. Este nome não pode ser pronunciado a não ser uma vez por ano, e soletrado letra por letra no Santo dos Santos, pelo Sumo Sacerdote, Grão-Mestre da Arte Sacerdotal, no meio do ruído das preces do povo profano.

Diz-nos Elifas Levi: Todas as religiões dogmáticas saíram da Cabala e para ela voltam. Tudo quanto existe de científico e de grandioso nos sonhos religiosos de todos os iluminados é tirado da Cabala. Todas as associações maçônicas lhe devem os seus segredos e os seus símbolos.

Paul Naudon assim escreveu: Nada permite de resto de situar, no tempo, a adoção, pela Maçonaria dos sinais e símbolos que a Cabala utiliza. A instituição não foi uma criação espontânea; deriva em grande parte das associações arquitetônicas que a precederam ou inspiraram, como os colégios romanos, as associações monásticas, as guildas etc. Sofreu, igualmente, largas influências dos maçons aceitos cujo papel tornou-se progressivamente primordial com o declínio do elemento profissional.

As preocupações filosóficas desses maçons especulativos alquimistas, hermetistas, cabalistas, rosa-cruzes e seus subsídios esotéricos vieram juntar-se e completar os da Maçonaria. O fundamento de suas doutrinas repousava sobre o mesmo princípio da Maçonaria: o da imanência divina. O papel desses hermetistas foi importante na transição entre a Maçonaria operativa e a Maçonaria especulativa moderna. Mas a sua contribuição com um simbolismo egípcio, hebraico e siríaco não era mais que uma síntese que vinha integrar-se em um meio amplamente preparado pelos mais eminentes pensadores da Idade Média e da Renascença.

O programa do grau de Aprendiz compreende os números um, dois, três e quatro, donde os conceitos de unidade, de binário, de ternário e de quaternário. O do grau de Companheiro compreende quatro, cinco, seis e sete (tétrada sagrada, quintessência, rosa mística, hexagrama, setenário). O grau de Mestre estuda os números sete, oito, nove e dez (tri-unidade setenária, ogdóada solar, enéada ou árvore dos Sefirot). Os dez Sefirot são dez emanações do Deus único: dez reconduz a um...

Assim, a Cabala passa à Maçonaria seus ensinamentos mais expressivos.

José Geraldo da Silva .'.

Fonte: http://www.solbrilhando.com.br/Sociedade/Maconaria/Artigos/A_Cabala_e_o_misticismo_maconico.htm
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

VIVENDO COM MEDO

Embora frequentemente vejamos o ego como algo ruim, na verdade é para ser utilizado como um motor impulsionando nosso crescimento espiritual. A chave é aprender como utilizá-lo.

Por exemplo, vamos pensar no medo. Na maioria dos casos, paralisa as pessoas. Mas se o utilizarmos de outra forma, ele pode ser uma poderosa força motivadora. Isso requer uma mudança de paradigma em nossa consciência: em vez de ficar girando o dia inteiro em torno de “não tenho recursos suficientes” podemos dizer “ e daí se não tenho recursos suficientes. Vou tentar assim mesmo.”

Os Tzadikim - homens e mulheres íntegros que dominam seu ego - sempre vivem com medo. Seu medo é não estar fazendo o suficiente para revelar a sabedoria, ajudar aos outros e ao mundo. É esse medo saudável que os impulsiona.

Não sabe como começar? À medida que damos pequenos passos para agir, a Luz começa a se revelar, e o que precisamos fazer se torna mais claro.

“Abra para mim um abertura que não precisa ser maior do que o buraco de uma agulha, e eu abrirei para você os portões celestiais” – O Zohar

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A VERDADEIRA ENTREGA

Muitos, frequentemente, acreditam e declaram, em espírito de rendição: "Ofereço-Lhe meu corpo, minha mente, meus bens, meu tudo". Isso é incorreto e é um sinal de ignorância. Admite que você e Deus são entidades distintas. Deus não é separado de você, pois Ele está em tudo, em todos os lugares, em todos os momentos (Ishwarassarva-bhoothaanaam). Como podem, então, você ou Deus estarem separados? Ver Deus em tudo, em todos os lugares, em todos os momentos é a verdadeira entrega (Sharanaagathi). Repetição de mantras (fórmulas sagradas) e discursos de palanque sobre os textos sagrados, por si só, não são verdadeira devoção. O verdadeiro devoto é aquele cujas ações estão em conformidade com as palavras de conselho que proferem. Devoção não pode tolerar um devoto com o menor traço de inveja ou ciúme. Torne sua vida diária santa e pura. Faça sua vida valer a pena por meio do serviço ao homem e serviço à sociedade. Esse é o aspecto mais importante de entregar a si mesmo.

Sathya Sai Baba

Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CRESCENDO SEMPRE (sabedoria da cabala)

O rio seguia, confiante, seu caminho. Olhou para trás, para toda a sua jornada, orgulhoso por ter vencido todas as dificuldades: as altas montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas e as difíceis curvas através dos povoados.

De repente, o rio viu à sua frente o oceano se aproximando. Era tão vasto, imenso, parecia que entrar nele seria desaparecer para sempre.

Mas o rio entendeu que não havia outra opção. O rio não podia voltar, apenas podia seguir em frente. O rio tomou coragem, se arriscou e foi, confiante, em direção ao oceano.

E foi somente quando o rio entrou no oceano que o medo realmente desapareceu, pois ele entendeu que não se tratava de desaparecer no oceano, mas sim de tornar-se parte do oceano. Por um lado era uma anulação, mas por outro lado era um renascimento.

Assim somos nós. Voltar é impossível na nossa limitada existência neste mundo. Precisamos seguir em frente sempre, arriscar e ter a coragem de tornar-se, um dia, parte do oceano.

Rav Efraim Birbojm

Fonte: http://ravefraim.blogspot.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MENTE EM AÇÃO


Mais graves que as viroses habituais são aquelas que têm procedência no psiquismo desvairado.

Por ser agente da vida organizada, a mente sadia propicia o desenvolvimento das micropartículas que sustentam com equilíbrio a organização somática, assim como, através de descargas vigorosas, bombardeia os seus centros de atividade, dando curso a desarmonias inumeráveis.

Mentes viciosas e pessimistas geram vírus que se alojam no núcleo das células, e as destruindo se espalham pela corrente sanguínea, dando surgimento a enfermidades soezes.

Além desta funesta realização, interferem na organização imunológica e, afetando-a, facultam a agressão de outros agentes destruidores, que desenvolvem síndromes cruéis e degenerativas.

Além dos vícios que entorpecem os sentimentos relevantes do homem, perturbando-lhe a existência, o tédio e o ciúme, a violência e a queixa, entre outros hábitos perniciosos, são responsáveis pela desestruturação física e emocional da criatura.

O tédio é resultado da ociosidade costumeira da mente acomodada e preguiçosa.

Matriz de muitos infortúnios, responde por neuroses estranhas e depressivas, culminando com o suicídio injustificável e covarde.

Entregue ao tédio, o paciente transfere responsabilidades e ações para os outros, deixando-se sucumbir na amargura, quando não se envenena pela revolta contra todos e tudo.

A mente, entregue ao ciúme, fomenta acontecimentos que gostaria se realizassem, afim de atormentar-se e atormentar, aprisionando ou perseguindo a sua vítima.

Por sua vez, desconecta os centros de equilíbrio, passando à condição de vapor dissolvente da confiança e do amor.

A violência é distúrbio emocional, que remanesce do primitivismo das origens, facultando o combustível do ódio, que se inflama em incêndio infeliz, a devorar o ser que o proporciona.

Quando isto não ocorre, dispara dardos certeiros nas usinas da emoção, que se destrambelha, gerando vírus perigosos que se instalam no organismo desarticulado e o vencem.

A queixa ressuma como desrespeito ao trabalho e aos valores alheios, sempre pronta a censurar e a fiscalizar os outros, lamentando-se, enquanto vapores tóxicos inutilizam os núcleos da ação, que se enferrujam e perdem a finalidade.

Há todo um complexo de hábitos mentais e vícios morais, prejudiciais, que agridem a vida e a desnaturam.

É indispensável que o homem se resolva por utilizar do admirável arsenal de recursos que possui, aplicando os valores edificantes a serviço da sua felicidade.

Vives consoante pensas e almejas. consciente ou inconscientemente.

Conforme dirijas a mente, recolherás os resultados.

Possuis todos os recursos ao alcance da vontade.

Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença.

Tem em mente, no entanto, que o teu destino é programado pela tua mente e pelos teus atos, dependendo de ti a direção que lhe concedas.


Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "Momentos de Felicidade"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

TENDÊNCIAS - TOMAR CONSCIÊNCIA



À medida que avançais na existência, tomais consciência de que sois habitados por diferentes tendências das quais umas são melhores do que as outras. Mas tomar consciência não basta, também deveis admitir a necessidade de fazer uma triagem entre todas essas tendências, para vos concentrardes naquelas que sentis serem mais nobres, mais construtivas. Deste modo, descobrireis pouco a pouco a presença em vós de algo luminoso, poderoso, que antes não conhecíeis. Essa presença é a do Princípio Divino que habita em vós e que aguarda que vos coloqueis ao seu serviço. Pôr-se ao serviço do Princípio Divino é encontrar em cada dia os valores morais, espirituais, a que se deve dar primazia.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A PORTA PARA A TRANSFORMAÇÃO ESTÁ SEMPRE ABERTA

A porta para a transformação está sempre aberta. Até mesmo no momento final da vida. Nunca é tarde para mudar. 

Resignação ao nosso destino não tem lugar nos ensinamentos kabalísticos. 

A voz que nos diz para desistir da esperança nunca é a voz da sabedoria. É apenas a inclinação para o mal (auto-sabotagem) fazendo sua transmissão em uma frequência alternativa.

Isso não significa que devemos esquecer o passado, mas é um incentivo para nos concentrarmos no futuro. 

Não devemos ignorar o mal que possa ter sido feito, mas focar nossa atenção no bem que ainda podemos fazer.

Rav Yehuda Berg

Fonte: www.yehudaberg.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MORALIDADE

Bodhidharma... transcende em muito os moralistas, os puritanos, as assim chamadas "boas pessoas", os "fazedores do bem".

Ele chegou à verdadeira raiz do problema. A menos que a consciência desperte em você, toda a sua moralidade é falsa, toda a sua cultura é apenas uma camada muito fina que pode ser destruída por qualquer um.

Mas, uma vez que a sua moralidade seja fruto da sua consciência, não de uma certa disciplina, então, é coisa inteiramente diferente.

Nessa condição, você responderá a cada situação a partir da sua consciência. E o que quer que você faça será bom.

A consciência não é capaz de fazer nada que seja ruim. Esta é a beleza suprema da consciência: qualquer coisa que surja dela é simplesmente bela, simplesmente correta, e isso sem nenhum esforço, sem nenhum treinamento.

Assim, em vez de podar folhas e galhos, corte a raiz. E para cortar a raiz, não existe caminho alternativo além de um único método: o método de manter-se alerta, de estar percebendo o que acontece, de estar consciente. 
 
Osho

Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A REENCARNAÇÃO DO PONTO DE VISTA CABALÍSTICO

“Ninguém poderá jamais alcançar um estágio completo de correção... a não ser que venha a conhecer as raízes dos processos psicológicos inconscientes e também tenha conhecimento sobre suas vidas anteriores.” (O Ari, Os Portões da Reencarnação)

A maioria das pessoas pensa em reencarnação de forma muito limitada, como um assunto interessante para uma conversa (“na minha vida passada eu fui rainha”, “eu fui uma cantora famosa”, “você foi minha alma gêmea numa outra encarnação”). Tudo bem, talvez você tenha sido uma rainha, uma cantora famosa ou tenha se casado com sua alma gêmea, mas como isso pode ajudá-lo a ter uma vida mais feliz agora?

Do ponto de vista kabalístico, o estudo da reencarnação (gilgul neshamot, em hebraico, que significa literalmente “rodas da alma”) está diretamente relacionado ao motivo de estarmos aqui. Tudo o que está acontecendo na sua vida agora - as alegrias e as tristezas - é resultado das ações que você fez - ou deixou de fazer - em algum momento bem lá atrás no passado. Neste curso, você aprenderá a enxergar sua vida num contexto maior, e verá repentinamente os motivos de seu caos pessoal com total clareza.

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Para aprofundamento: livro "Reencarnação - As Rodas da Alma", do Rabino Philip S. Berg
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

NOSSOS DESTINOS



Nossos destinos são idênticos.

Não há privilegiados nem deserdados.

Todos percorrem a mesma vasta carreira e, através de mil obstáculos, todos são chamados a realizar os mesmos fins.

Somos livres, é verdade, livres para acelerar ou para afrouxar a nossa marcha, livres para mergulhar em gozos grosseiros, para nos retardarmos durante vidas inteiras nas regiões inferiores; mas, cedo ou tarde, acorda o sentimento do dever, vem a dor sacudir-nos a apatia, e, forçosamente, prosseguiremos a jornada.


Leon Denis



Fonte: do livro "Depois da Morte"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DEUS NA VISÃO DA CABALA


O Deus da Cabala é mais um ser de gênero neutro do que "ele". É o "Infinito" (En-Sof, ou Ain Soph: as transliterações do hebraico variam). É uma divindade oculta, desconhecida e inexplicável. Não se pode dizer que seja "boa", ou "misericordiosa", ou "justa", ou mesmo que seja "real" ou "viva", como tampouco se pode dizer que não seja tudo isso.

Pode ser chamado de "NADA" (Ayin ou Ain), pois não se pode atribuir-lhe nenhuma qualidade, mas é igualmente "TUDO". Também pode ser chamado de "Luz Infinita" (En-Sof ou Ain Soph Aur), uma ilimitada radiação divina. O processo pelo qual a divindade desconhecida se faz conhecida começa com a radiação divina emanando alguma coisa de si mesma - muitas vezes descrita como a luz de um raio - e dessa se originam outras emanações, ou luzes, até formarem dez ao todo. Essas emanações são chamadas Sefiroth e, na típica linguagem paradoxal, o Zohar explica o seguinte: "O Velho dos Velhos", o Desconhecido dos Desconhecidos, tem forma mas não tem forma.
 
Tem uma forma pela qual o universo é preservado, mas não tem forma porque não pode ser compreendido. Quando assumiu pela primeira vez a forma (da primeira emanação), fez com que emanassem dela nove luzes esplêndidas, que, brilhando através dela, difundiram uma luz brilhante em todas as direções. Assim é o "Santo Velho" uma luz absoluta mas em si mesmo oculto e incompreensível. Só podemos abrangê-lo através dessas emanações luminosas, que também são em parte visíveis e em parte ocultas. Essas constituem o "sagrado nome de Deus".


Marcos Moura



Fonte: http://pt.scribd.com/doc/57792875/Cabala-a-Divindade-E-a-Arvore-Da-...
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DEDICAÇÃO


O termo Yajna significa "qualquer atividade dedicada à glória de Deus". Essa atividade pode ser feita em todas as localidades, em todas as esferas e por todas as raças. A chave do sucesso é "Dedicação". Sem ela, inevitavelmente surgirá ansiedade, medo e divergência. Toda atividade no mundo é dirigida a Deus, quer você saiba disso ou não. Se Deus não é o inspirador e o motivador, como pode o Universo se mover em harmonia, girando de forma tão suave, sem caos e anarquia? Aqueles que estão conscientes desse fato e o aceitam, experimentam emoção e alegria em testemunhá-lo! Qualquer pessoa que vive na presença constante de Deus e realiza todos os atos dedicados a Ele está continuamente empenhado em Yajna.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 27 de outubro de 2012

EU SOU A PRESENÇA DO RAIO CRÍSTICO NO MUNDO, NA MENTE, NO CORAÇÃO E NO LAR


EU SOU O QUE O CRIADOR É. LOGO:
EU SOU A PRESENÇA DO RAIO CRÍSTICO NO MUNDO, NA MENTE, NO CORAÇÃO E NO LAR.

Muito limitado é o número de pessoas que compreende o que significa Cristo e o raio Crístico. 

Quase todos crêem que Cristo é um homem que morreu há dois mil anos, e nunca se lhes ensinaram que Cristo é um atributo da Divindade que mora em cada ser e em cada homem, e, que por este atributo tudo o que foi feito está feito. 

Para que o Cristo se expresse em nós como se manifestou em Jesus, devemos seguir, os ensinamentos secretos de Jesus e abrir avidamente nosso coração, mente e templo a — EU SOU — para que atue livremente.


Dr. Jorge Adoum .'.
Fraternitas Rosacruciana Antiqua - www.fra.org.br



Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/magojefa
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PRÓXIMO !

Quando realizamos algo, seja vencer um de nossos medos ou até mesmo cometer um erro, devemos utilizar uma simples palavra: "Próximo!".

A ferramenta mais poderosa para combater a voz do Ego, seja quando ela nos diz que somos o máximo, seja quando nos diz que somos a pior pessoa do planeta, é seguir em frente. 

Sem dúvida, devemos nos sentir felizes com o que realizamos de bom ou estarmos conscientes de que precisamos mudar nossa negatividade. 

Entretanto, também temos que ter em mente que sempre poderíamos estar fazendo mais e que se ficarmos empacados pensando no que essa voz nos diz, não conseguiremos realizar o que estamos destinados a fazer.

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PASSE PELO ESTÁGIO DE OCULTAÇÃO RAPIDAMENTE

Um novato é propenso a lutar contra os obstáculos e tentar tirá-los do caminho. Ele é incapaz de se conectar com o Criador através desses obstáculos e ainda não consegue ver que tudo o que está acontecendo em sua vida vem Dele.

É por isso que ele empurra os obstáculos do caminho, com seu egoísmo e fica com raiva dos outros, enquanto deseja ter uma vida fácil e boa para si mesmo, como é costume entre todos os povos no mundo que ainda não sentem a conexão com o Criador. Estes são os primeiros passos no nosso trabalho.

Mas, depois que uma pessoa tem se esforçado para entrar no grupo e conectar-se com o professor e os livros, a Luz começa a afetar-lhe mais forte. E mesmo que ela não sinta, ela vê como se muda internamente. Na verdade, ela começa a perceber a sua ligação com a força dominante, a causa de tudo o que está acontecendo ao seu redor, a força que existe em algum lugar na natureza, dentro dela, e evoca os seus desejos e pensamentos.

Existe algum fator interno que rege nela , e uma pessoa começa a estabelecer uma conexão com ele, enquanto tenta entender por que Ela está fazendo tudo isso, para quê, e como ele deve responder a isso? Uma pessoa vive por um longo tempo até que chega a sensação de que tudo ao seu redor é desencadeado por algumas causas internas instiladas pelo Criador. E então, ela entende que deve colocar um grande esforço para a disseminação, o grupo, o estudo, a fim de passar por essa fase de ocultação mais rápido.

E quando ela não se esquece de que tudo vem da força interna que desperta e o orienta através do seu trabalho, ela se torna mais consciente, precisa e prática. Desse modo, ela acumula gradualmente o desejo necessário para revelá-Lo, que organiza o mundo que nos rodeia, para que esta conexão oculta seja finalmente revelada.

Mas ainda há mais trabalho depois disto, que continua até o fim da correção por meio de obstáculos. A única questão será: Quão rápido uma pessoa começa a reconhecer e usá-lo como ajuda para conseguir uma conexão, de adesão, com o Criador?

Afinal, a Luz ilumina o nosso desejo não corrigido, revelando a sua mais profunda camada interna com cada novo nível. Esta é a única coisa que nos faz sentir dor. Mas a dor é o sintoma de uma doença, o egoísmo, o desdobramento, a corrupção!

Só então é que vamos receber uma oportunidade de corrigir e sentenciar a nós mesmos e o mundo a uma escala de mérito.

Portanto, é necessário trabalhar sobre si mesmo a fim de justificar todos os estados que começamos a sentir mais profundamente, mais forte e mais irritante. Quanto mais uma pessoa avança, mais obstáculos maiores são apresentados a ela, e mais poderosos os golpes são. Mas, ao mesmo tempo, ela começa a entender o que está acontecendo, mesmo que o justo caia também e torna-se um “pecador”, assim ele pode aumentar e se tornar justo, mais uma vez. 

Rav Dr. Michael Laitman

A partir da primeira parte da Lição Diária de Cabalá de 06/05/2011, Escritos do Rabash.

Fonte: http://laitman.com.br/2011/05/passe-pelo-estagio-de-ocultacao-rapid...
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MAIS SAGRADO, MENOS SEGREDO

Com o recém-lançado "O Sagrado", o rabino Nilton Bonder bate de frente com os conselhos miraculosos da auto-ajuda e diz que encontrar “o segredo” ou qualquer outra mágica para a vida não dá conta das angústias. Para ele, o que vale é a Lei da Tração em vez da Lei da Atração. E saber que não, você não é especial. Leia a entrevista dada a Laila Abou Mahmoud.

Formado em engenharia mecânica pela Universidade de Columbia e doutor em literatura hebraica pelo Jewish Theological Seminary, Nilton Bonder é rabino e escritor prolífico. Autor de dezesseis livros, entre eles A Alma Imoral, que foi sucesso de público em sua adaptação ao teatro, em peça estrelada por Clarice Niskier. Nesta, ele propunha discussões sobre traição, pecado e dinheiro de forma provocadora.

Agora, em O Sagrado, Bonder bate de frente com as fórmulas fáceis da auto-ajuda e rebate conceitos popularizados em um dos maiores sucessos recentes do gênero, o livro O Segredo. A “Lei de Atração” de O Segredo vira “Lei de Tração” e o lema “seja especial” vira “saiba que você não é especial”. Não querer acumular cada vez mais, ter menos desejos e se sentir parte de um projeto maior são outras das principais diretrizes que sugere em seu livro.

ÉPOCA conversou com esse rabino que não tem medo de ser popular - ele celebrou neste ano o casamento ecumênico de Carolina Dieckmann com o diretor de teatro Thiago Worckman - nem de ultrapassar os terrenos de uma sinagoga.

ÉPOCA - Onde está o “segredo” da vida?

Nilton Bonder - O segredo é a chave mágica que as pessoas querem para dar conta de suas angústias e desafios. É uma fantasia que poderia até ser lúdica, como um conto de fadas para adultos. O preocupante - e a razão de ter escrito este livro - é que a magia e a mágica no mundo infantil podem ser misturadas. No mundo adulto, no entanto, misturá-las é um problema. O que para um estimula a imaginação, para o outro pode ser um fetiche, um truque para não viver a sua vida.

ÉPOCA - Procurar um “segredo” é uma fonte de problemas para a vida?

Bonder - Se o segredo for a chave para contemplar o meu desejo infantil, de consumo imediato, sim. Porque ele pode estar reforçando a mesma causa de tantas de nossas angústias e vazios. O bem-estar não é o resultado do atendimento de minhas vontades diante de um universo que funciona como um gênio da lâmpada. O bem-estar é fruto de se estar no lugar certo, na condição certa em relação a nossa vida. A formiga tem bem-estar quando é formiga, o cavalo tem bem estar quando é cavalo. O ser humano tem que buscar bem-estar em ser a si mesmo.

ÉPOCA - E o “segredo do segredo”?

Bonder - Vivemos num mundo de grande competitividade e solidão e as pessoas estão ávidas por encontrar um sentido em suas vidas que as tornem relevantes entre bilhões de criaturas num universo de dimensões telescópicas. Daí o sucesso de livros que basicamente dizem que você é especial e que o universo está a seu serviço. O “segredo do segredo” é que você é especial, mas não porque o universo está a seu serviço. Ao contrário: é porque você está a serviço do universo. Essa inversão faz toda a diferença, mesmo que a proposta inicial seja a mesma.

ÉPOCA - Como é possível atingir esse “segredo do segredo”?

Bonder - Eu uso esta expressão “segredo do segredo” como uma metáfora. Não estou propondo um outro segredo (o meu). Há um conhecimento milenar que trafega entre Oriente e Ocidente, nos mais diferentes temperos e matizes, e que nos auxilia na percepção mais fidedigna da realidade, distante de nossas ilusões e delírios. Mas ela não é uma mágica, um manual de como fazer. Ela nos inicia à magia deste universo e nos aponta caminhos. O caminho certamente não é o de que o universo conspira para mim, o epicentro da realidade; mas, ao contrário, eu é que conspiro para o universo. É quando estou neste lugar e me sinto bem e usufruo de bem-estar e bem-ser.

ÉPOCA - O senhor acredita que as religiões fazem parte dessa busca pelo bem-viver?

Bonder - A espiritualidade é uma condição humana. Buscar formas de celebrar e ritualizar a vida nos ajudam a perceber que somos parte de um projeto, de que não somos o fim, mas um meio. Deus, o Criador e Mantenedor do universo, tem como função maior desbancar o meu ego do centro da realidade. Por isso, Deus na medida correta (não uma idolatria, onde o meu Deus simplesmente é o meu ego dissimulado de crença em mim mesmo) é saudável e próximo da realidade. Digo próximo porque todos tendemos a distorcer o que seria Deus, por conta de nosso ego. Mas se a espiritualidade vira um produto, o que muitas vezes as religiões fazem, tal como “O Segredo”, querendo vender privilégios neste ou noutro mundo, perde por completo este potencial sagrado.

ÉPOCA - O senhor afirma que a capacidade de auto-engano do ser humano é espantosa. O que o senhor acha sobre a literatura de auto-ajuda, de uma forma geral?

Bonder - Muito da auto-ajuda é baseada no auto-engano. Vende. Mas isso não quer dizer que o esforço milenar do ser humano, de tribos e tradições, para ensinar seus descendentes sobre o sagrado da vida não seja importante. Eu me dedico a esses ensinamentos e eles são profundamente belos. Eles não resolvem ou servem como um manual de como ser feliz e como dar certo. Quando declaramos que o objetivo não é ficar “mais”, mas ser parte, as coisas mudam de eixo e qualidade. Tudo que promete no título tem grande chance de fazer parte do mercado de auto-engano.

ÉPOCA - Os livros de auto-ajuda ensinam regras para ser feliz e bem-sucedido. Contudo, a religião também estabelece regras. Onde estaria a diferença entre os sistemas de regras da auto-ajuda e da religião?

Bonder - Como disse, dependendo da maneira como a religião apresenta sua mensagem, ela não se diferencia em nada. Mas há uma diferença quando as práticas não são de suborno: eu faço isso e ganho aquilo. A verdadeira tradição é aquela que leva à humildade, a encontrar seu lugar, seu cantinho do universo. Não precisa ser com vista para o mar, mas o meu cantinho que me é próprio. Deste lugar que é meu, sou grande, sou especial, porque faço parte de um projeto fantástico que não está baseado na minha biografia, mas no meu pertencimento à vida, à Arvore da Vida.

ÉPOCA - O senhor é autor de 16 livros, parte deles best-sellers. O senhor não tem receio de também ser considerado um escritor de auto-ajuda?

Bonder - Meus livros são uma extensão de meu trabalho como rabino. Estou constantemente falando para as pessoas, pregando. Mas para não me perder achando que sou fonte de qualquer sabedoria, falo sempre para mim. As pessoas às vezes me dizem, quando falo algo que as toca, que eu fiz isso para elas. Não, não fiz. Fiz para mim. O dedo em riste é sempre para mim. Quanto mais verdadeira for a percepção de minhas limitações e dificuldades, mais real será o que digo. Sim, meu lugar é bastante estranho. Mas como não falo do lugar do saber, e sim de um lugar do viver, e como uso de uma tradição de sagrado, me percebo íntegro. E aí está tudo bem.

ÉPOCA - O que o senhor acha da “Lei de Atração”, popularizada em livros como “O segredo”? Em que ela difere da “Lei da Tração”, que o senhor propõe no livro?

Bonder - No livro digo que há uma lei da Tração, e não da Atração. Para o livro O Segredo, você pode pedir ao universo que ele lhe atenderá. Portanto, você pode atrair tudo. O que há na realidade é o desejo humano de tração, de arrastar tudo para si. Esse é o caminho contrário do sagrado, que é feito de servir, e não de controlar.

ÉPOCA - O senhor fala em modificar o mundo e se aproximar da magia sem recorrer à mágica. De que forma isso é possível?

Bonder - Aí é que entra o sagrado. Sagrado é o caminho que nos leva a querer ser parte. O sagrado acontece em comunidade, em pertencimento. O sagrado acontece nas raízes, sejam ancestrais ou de descendentes. O sagrado acontece na comunhão com a natureza e com o tempo. Nestes caminhos há a descoberta de algo muito especial em mim, mas que não é pessoal, que não é o meu ego. Estamos diante de um maravilhamento radical, totalmente mágico sem ter que recorrer a mágicas e truques. Está em nós, como diz o texto bíblico: nem além mar, nem nas alturas, mas aqui bem perto, no próprio ser.

ÉPOCA - O senhor afirma também que é preciso ter menos desejos. Por quê? Eles não podem ser positivos?

Bonder - Desejo é tudo de bom, é como a fragrância de uma flor ou o gosto de um fruto. Mas o desejo é um artifício da vida para cumprir uma função que não é o próprio desejo. Não estamos aqui para saciar desejos por cem anos e morrer. Essa construção de nossa civilização nos leva a um beco sem saída. A vida é boa e vão tirá-la de nós. A juventude é prazerosa e irão roubá-la de nós. O “ser” na condição humana, na qual temos a faculdade da consciência, é a administração desses desejos para que eles cumpram sua função. Não para que nós sejamos uma função dele. Sexo é uma manifestação sagrada da vida, mas se eu persigo o sexo como um segredo para dar conta de ansiedades e temores, para resolver minha existência, facilmente ele se tornará pornografia. Todos nós do século XXI conhecemos isso. E todos que já viveram conheceram isso. Faça do seu desejo um produto, algo que você persegue de forma utilitária, para obter controle sobre satisfação e sofrimento, e o sagrado se fará pior do que profano e mesmo o mais belo e singelo se fará sujo e perverso.

ÉPOCA - O senhor conta a experiência do desconcerto quando foi chamado por um colega rabino de “o melhor judeu do Brasil”. As pessoas, na sua concepção, não deveriam tentar ser as melhores no que fazem? O que pode ter de errado em querer ser “o melhor” ou ser “especial”?

Bonder - O melhor é uma miragem. Parece que só existe lugar para um. Há melhores e primeiros que não se sentem felizes e décimos quintos ou milionésimos que vivem em serenidade. A integridade é que deveria nos levar a fazer tudo com qualidade, com a maior qualidade possível. Mas isso é feito porque não existe razão de não fazer desta maneira. A natureza se esmera em fazer o melhor, mas não para subir no pódio e se ver em comparação ao outro. Acho que o melhor é uma forma de controlar a morte, a finitude. Se sou melhor que o outro ou que todos, talvez eu me faça entre os humanos um deus. A intenção modifica totalmente a qualidade de uma conduta. Ser especial por integridade é sagrado, ser especial como forma superlativa é um segredo.

ÉPOCA - O senhor afirma que não há nada pior que perder seu Deus. Não há como manter a esperança e a crença em valores bons e éticos mesmo fora de um sistema religioso específico?

Bonder - Perder Deus para mim não tem a ver com religião. Perder Deus é perder uma conversa interna. Deus é uma referência interna distinta do meu eu. É o contraponto, a crítica, o olhar sobre mim mesmo que a consciência me permite. Esse Deus em mim, imanente, em algum lugar se conecta com o Deus epicentro da realidade total. Perder Deus é sucumbir a si como o centro de tudo, de que somos nós mesmo o projeto. Aí nossos dons, nossa sensibilidade e nossas faculdades se tornam distorcidas. E a lucidez da consciência se faz uma miragem. A realidade se reflete em tantos espelhos que passamos a viver de reflexos. E nada mais triste do que alguém que é um reflexo.

ÉPOCA - O que o senhor acha desse fenômeno de livros como o de Christopher Hitchens (Deus não é Grande), que pregam a inexistência de Deus?

Bonder - O sagrado pode ser profanado, não há dúvida. Deus pode e foi usado para as maiores aberrações e crueldades. Mas quem não é grande sou eu e o Christopher. O ser humano não é grande. E isso não é um problema. Só é um problema para quem quer ser grande. O ser humano, dos primeiros capítulos de Gênesis até hoje, tem em si o conflito entre a Árvore da Sabedoria e a Árvore da Vida. O saber não dá conta da vida. Faz ver a vida, distinguir a vida. Deve ser usado para o maravilhamento e não para o controle. Maravilhar-se é sagrado, controlar é o segredo.

ÉPOCA - O que lhe permite fazer projetos é se sentir parte de um projeto maior, o senhor diz em seu livro. Perdemos essa dimensão, que o senhor chama “transpessoal”?

Bonder - Sim, perdemos muito da vida comunitária. O individualismo tem suas recompensas, mas não somos indivíduos. Somos parte de uma espécie e esta, parte de um projeto da vida. Podemos nos vestir de doutor, cobrir nossa pele com terno e gravata para esconder o primata em nós. Mas não dá para viver a vida sem estar nessa pele. Então, não somos tão pessoais quanto achamos que somos. Parte da solidão da vida moderna é que vemos a vida como minha. Sou eu que vivo a minha vida, e quando eu morrer, sou eu que morro. Mas essa não é a realidade em si. A vida é vivida através de mim e, quando eu morro, cumpri uma função em vida que está para além de minha pessoa. Sem entender isso, sem fazer disso parte de nossa existência, o caminho é de confusão e desesperança.

ÉPOCA - Como resgatar essa dimensão transpessoal?

Bonder - Acho que temos que reencontrar caminhos ao sagrado. Fazer sem buscar recompensas, estudar sem querer sapiência, existir sem ser só para mim mesmo, mas sem esquecer de viver por mim, estes são os caminhos.

O segredo do segredo é que você é especial, mas não porque o universo está a seu serviço. Ao contrário: é porque você está a serviço do universo. Essa inversão faz toda a diferença mesmo que a proposta inicial seja a mesma.

O sagrado pode ser profanado, não há dúvida. Deus pode e foi usado para as maiores aberrações e crueldades. Mas quem não é grande sou eu e o Christopher (Hitchens).

Neste mundo saturado de produtos, talvez alguém que não consuma seja um ser mais elevado. Esse consumo tem impactos graves na perda de nosso sagrado.

Rabino Nilton Bonder

Fonte: Revista Época – Ed 501 (21/12/2007
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

IDEAIS

Sempre que ensinam grandes ideais às pessoas, elas começam a se sentir sujas e culpadas, porque esses ideais são tolos e impossíveis; ninguém pode satisfazê-los.

Com ideais, não importa o que você faça, você nunca consegue, você sempre fracassa, porque o ideal é impossível, é desumano. Eles o chamam de “super-humano” – ele é desumano!

Mas ele se torna uma autotortura, e tudo o que você fizer estará errado. É isso que pode criar problemas para você.

Assim, abandone os ideais e apenas seja você mesmo.

Torne-se realista. Uma vez realista, tudo parecerá ser belo e perfeito. Quando você não tiver nenhum ideal de perfeição, tudo é perfeito, porque nada existe com o que comparar e condenar.

Não vejo o que condenar. Mas, por séculos, a mente foi condicionada a condenar. Essa é uma grande estratégia nas mãos dos políticos e dos sacerdotes – eles criam a culpa em você e assim podem manipulá-lo.

E manipular um ser humano é o maior crime que alguém pode cometer.

Osho, em "Osho Todos os dias"

Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CUIDADO COM OS IDEAIS


Alimentar um ideal de vida espiritual não pode transformar-vos em alguns meses ou mesmo em alguns anos. E não é por terdes tomado esta ou aquela resolução acertada que as coisas sucederão exatamente como vós decidis. Infelizmente, não é assim tão fácil fazer os instintos obedecerem à vossa vontade, fazer triunfar em vós a sabedoria e a razão. Por quê? Porque é precisamente nesse momento que outras forças despertam também em vós para se oporem à realização dos vossos bons projetos.
 
E, então, o que é que pode suceder? Quando virdes que não conseguistes aquilo que esperáveis e no prazo que tínheis definido, ireis desanimar, ficar amargurados e importunar os outros com as vossas desilusões. Não podeis tomar melhor decisão do que a de seguir o caminho da luz, do autodomínio. Mas ficai a saber quais são as dificuldades inerentes a isso, senão os resultados poderão ser piores do que se continuardes a viver uma vida vulgar.


Omraam Mikhaël Aïvanhov 



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

LIBERTE-SE

É da natureza humana permanecer no mesmo lugar, continuar fazendo o que estamos acostumados ou seguir amigos e familiares – seja ao frequentar os mesmos restaurantes ao invés de tentar algo novo ou indo a uma festa só porque todo mundo vai... Esse espaço é nossa zona de conforto.

Nossa zona de conforto pode até mesmo se aplicar à espiritualidade. Podemos escolher um caminho espiritual porque é popular – uma espécie de moda seguida por nossos amigos. Mas espiritualidade não significa nos adaptarmos ao que todo mundo está fazendo para nos sentirmos aceitos.


Embarcar num estilo de vida espiritual é embarcar num caminho de mudança interna, um trajeto que requer de nós experimentar o desconforto, para podermos nos conectar com nosso maior potencial e com a Luz que resulta dessa escolha.


Libertar-se da vida com a qual estamos familiarizados é muito difícil, e superar essa dificuldade é exatamente o motivo pelo qual tanta Luz pode ser revelada. É claro que não podemos esperar nos tornar uma pessoa inteiramente diferente em apenas um dia, mas podemos ter consciência da necessidade de dar passos diários em direção à mudança.


Experimente coisas novas. Aproxime-se de um estranho na situação em que pensar ser menos provável iniciar uma amizade, e tente se conectar a essa pessoa.


Como meu pai, o Rav, ensinou, e como ensinamos no Kabbalah Centre: no exato momento em que uma pessoa escolhe sair da sua zona de conforto, a Luz do Criador se conecta a ela.

Quando nos libertamos da nossa zona de conforto, nos libertamos das nossas limitações e entramos na esfera de Luz e de possibilidades ilimitadas.

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AS TRÊS COLUNAS (SABEDORIA - FORÇA - BELEZA)

Os Pilares Sabedoria, Força e Beleza

A lição imediata que o Iniciado Maçom recebe é da existência das três colunas mitológicas, a da Sabedoria, a da Força e a da Beleza. Colunas essas que representam também os três graus maçônicos, determinados na Constituição de Anderson.

Iniciando pelo Oriente, o Ven. M. está relacionado ao planeta Júpiter, visto que representa a Sabedoria. Júpiter rege a visão, a prosperidade, a  misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o mestrado e a felicidade. A sua função lhe confere prestígio, característica principal de Júpiter.

De forma óbvia, o 1º Vig. e o 2º Vig. são regidos, respectivamente, por Marte e Vênus, planetas da força e da beleza, simbologia das Colunas onde têm seus tronos. Marte rege o início, a coragem, o pioneirismo e o impulso. Vênus rege a harmonia, o prazer, a alegria, e a beleza como reflexo da manifestação do GADU (Grande Arquiteto do Universo).

O GADU trabalha a todo instante construindo o Templo Perfeito. Quando os maçons trabalham simbolicamente em Loja, para construir um Templo com "Colunas", com três "Pilares", simbolizando a Tríplice Natureza do Grande Arquiteto - Sabedoria, Força e Beleza - os dois reinos do espírito e matéria se unem, e a Grande Loja Eterna envia suas forças espiritualizantes para a Loja aqui em "baixo". É por isso que toda Loja Maçônica, ao encerrar sua reunião, distribui suas forças para o mundo. Tal como se dá com um reservatório que haja lentamente captado água de muitas pequenas correntes e por fim transborda, irrigando os campos, assim se dá com uma Loja Maçônica. Os maçons trabalham como instrumentos da "Grande Loja Eterna", pela qual são distribuídas forças para auxiliar os homens.


Segundo assinala René Guénon, nos antigos rituais operativos se necessitava a reunião ou o concurso de três mestres para que uma Loja pudesse trabalhar regularmente, representando cada um deles um determinado arquétipo espiritual ou Nome Divino Criador. Essa simbólica permaneceu na Maçonaria atual e esses três Mestres não são outros que o Venerável e os dois Vigilantes, cujas funções respectivas se vinculam com um Atributo, Aspecto ou Nome de Deus. Sabedoria, Força e Beleza são os nomes que recebem os três pilares ou três "pequenas luzes" situadas no centro da Loja, dispostas em forma de esquadro. Esses três pilares são chamados também de estrelas (alusão direta à sua simbólica celeste), as quais são feitas "visíveis" e presentes na Loja graças à invocação dos Nomes Divinos. O rito de acender estes pilares, acompanhado pela invocação dos Nomes Divinos, assinala o momento preciso em que a Loja, até então em sombras, torna-se plenamente iluminada, produzindo-se um passo das "trevas à luz". É, pois, um rito essencialmente cosmogônico, análogo ao "Fiat Lux" do Verbo criando a ordem cósmica ao fecundar o Caos Primordial, quer dizer o conjunto de todas as possibilidades de manifestação que se atualizam graças a essa ação do Demiurgo. 

Portanto a abertura da Loja descreveria de maneira simbólica um processo análogo ao da criação do mundo. Por outro lado o termo Loja procede de "Logos", a Palavra, ou Verbo, e também de termos linguísticos que designam a luz, como o grego "liké". De fato, o templo maçônico (como qualquer recinto sagrado) é uma imagem simbólica do cosmos, que por sua vez é o Templo Universal e a obra direta do Criador.

E assim como este "tudo disposto em número, peso e medida", a Loja se edifica com Sabedoria, Força e Beleza, ou com Fé, Esperança e Caridade, as três altas virtudes que se correspondem respectivamente com cada um dos três pilares. Na tripla invocação se apela à Sabedoria de Deus como verdadeiro artífice da obra de criação a que preside; a sua Força como a vontade que sustém e a regenera perenemente; e a sua Beleza como a energia que a adorna ao imprimir-lhe as medidas exatas e harmônicas que conformam sua ordem interna e externa, reveladas fundamentalmente através das estruturas geométricas e simbólicas.

Com as invocações desses atributos divinos também se está recordando, ou reiterando na memória dos presentes, aquilo que se diz nos Salmos: "Se o Eterno não edifica a casa, em vão trabalham os que a edificam". Só depois dessas invocações e graças ao influxo espiritual que nelas se contém, o espaço da Loja (do Templo Universal), previamente "enquadrado" pelas "circunavegações" dos Vigilantes, fica iluminado ou ordenado em toda a extensão do mesmo.

É a partir desse momento que se procede a abertura do Livro da Lei e a dispor sobre ele o compasso e o esquadro, o qual leva a cabo o Orador da Loja, Oficial ao qual se considera como o "guardião" do rito. O Livro e os dois instrumentos constituem as "Três Grandes Luzes" da Maçonaria situadas em cima do Altar dos Juramentos, quer dizer, no ponto geométrico de onde simbolicamente se efetua a união do céu e da terra, da vertical ao horizontal.

Essa união está representada pela posição em forma de estrela de Davi, ou selo de Salomão, do compasso e do esquadro, ambos símbolos respectivos do céu e da terra. A Loja parece, assim, como o lugar de onde se manifesta a conjunção céu-terra e por conseguinte a comunicação entre o mundo superior e o mundo inferior. Nesse sentido, recordaremos que na rica iconografia descrita nos quadros da Loja Maçônica em ocasiões aparece uma escada (símbolo do eixo) apoiando sua parte inferior no altar com as três grandes luzes, enquanto sua parte superior toca os céus. Ao integrante da Loja se lhe indica assim qual há de ser o caminho que deve seguir em seu processo interno, um caminho vertical, para o "alto", sem esquecer, que essa ascensão só é possível graças à compreensão da doutrina tradicional. Esta se articula e se expressa através do ensinamento veiculado pelo Livro da Lei (que recolhe as revelações ou teofanias transmitidas aos componentes da "cadeia tradicional") e o compasso e o esquadro (instrumentos que servem para trazer as medidas prototípicas do céu e da terra aplicada à construção mediante o uso da geometria sagrada).



Gostaria de chamar a atenção sobre uma atividade concreta, levada a cabo durante todo o dia, que resulta especialmente susceptível de ritualizar-se e que pode ajudar mui discretamente a preparar os estados de Sabedoria, Força (ou Perfeita Solidão ou Silêncio) e Beleza, com o uso adequado da linguagem e o cultivo do silêncio. 

O uso da palavra, sendo algo cotidiano, no marco dos Ritos Atemporais toma, a sua vez, uma importância capital. Aludiremos aqui, a modo de exemplo, a uma invocação concreta pela qual, recitando de uma determinada maneira as palavras sagradas: Sabedoria, Força e Beleza é possível fechar a Cadeia de União.

Estes três atributos representados por três Pilares Sagrados, segundo o Vedanta (para quem segue o hinduísmo), correspondem a outras tantas funções do Sannyasi (grau espiritual correspondente àquele que cumpriu a realização perfeita) as quais são: Balya, Panditya y Mauna. Funções que, a sua vez, correspondem a três shaktis da Trimurti.

Balya, correspondendo-se com Lakshmi (shakti de Vishnu) equivale à Beleza. Estado de não expansão, onde todas as potências do Ser estão concentradas em um ponto, realizando em virtude de sua unificação uma simplicidade embrionária. É o retorno ao estado primordial, estado comparável a de um menino.

Panditya, correspondendo-se com Saraswati (shakti de Brahma) equivale à Sabedoria. Atributo relacionado com a função de ensinamento, ou qualificação para despertar em outros as possibilidades correspondentes. Supõe a perfeição do conhecimento teórico.

Mauna, correspondendo-se com Parvati (shakti de Shiva) equivale à Força. Último grau, que representa o estado de Muní, do silêncio ou solidão, única condição na qual pode se realizar verdadeiramente a União.

Esses 3 atributos invocados ritualmente encontram também suas equivalentes na tradição extremo-oriental na teoria das "Quatro Felicidades". Assim, a Beleza, ou restauração do estado primordial, corresponde às duas primeiras felicidades: Longevidade (perpetuidade da existência individual) e Posteridade (prolongação indefinida do indivíduo através de todas as modalidades). A Sabedoria encontra sua homóloga no Grande Saber. E a Força na Perfeita Solidão. A respeito do cultivo do silêncio é sobejamente conhecida sua implantação em toda Ordem Iniciática Tradicional.

Podemos fazer, ainda, alusão dos três pilares aos Arcanos do Tarô:
 
A Sabedoria corresponde ao Arcano II, a Sacerdotisa, ou Ísis mãe dos Iniciados. A ciência iniciática que é preciso saber descobrir por si mesmo. Ísis não confia a chave dos mistérios à não ser aos seus filhos. Os Filhos da Viúva, dignos de conhecer seus segredos.
 
A Força é por si só o arcano XI. É o Oficial que se fez forte por si dominando-se a si mesmo. A prova de fogo exterioriza a fogosidade interna. O Iniciado que por ela experimenta em si um vazio atraente para o agente dinâmico exterior. Por esse fato se aproxima da coluna Booz, da qual extrai a Força que executa.
 
A Beleza corresponde ao Arcano X, a Roda da Fortuna. No centro de si mesmo ao Iniciado percebe o ardente calor que corresponde à Coluna Jakin. Seu salário de aprendiz se expressa em uma energia de origem interior que o leva a empreender a tarefa com audácia, mas jamais inoportunamente, porque o maçom inicia a obra quando chegou a hora de começar os trabalhos.

Os três pilares também se ligam às Sephiroth da Árvore da Vida na Kabbalah:
 
A Sabedoria corresponde à 2ª Sephirah: Chochmah, que é a própria Sabedoria. É ligada ao número 2, à dualidade. É uma potência masculina ativa, refletida desde Kether (a 1ª Sephirah). Ela é representada pelo nome divino Yah (Essência de Ti Mesmo), e tem como hóspedes angélicos os Ophanim, ou Rodas que são aquelas rodas que Ezequiel teve em sua visão do Trono de Deus. A classe angélica dos Ophanim é a dos Cherubim, que ordenam e desimpedem o Caos Primordial. Eles dão ao homem a luz do pensamento, a força da Sabedoria, os altos ideais.
 
A Força corresponde á 5ª Sephirah: Gevurah. É ligada ao número 5, que emana da potência passiva feminina da própria Força. Corresponde ao Tribunal de Deus, ao cinto, ao braço esquerdo de Deus. É representada pelo nome divino Elohim Gibor (Deus Forte) e tem como hóspedes angélicos os Seraphim ou Potências. A classe angélica dos Seraphim é a das Potências que produzem os quatro elementos sutis: Fogo, Ar, Água, Terra. Dão ao homem seu apoio contra os inimigos exteriores.
 
A Beleza corresponde à 6ª Sephirah: Tiphereth, que é a própria Beleza. É ligada ao número 6. É representada pelo Nome Divino Eloah Va-Daath (Deus de Minha Sabedoria) e tem como hóspedes angélicos os Malikim ou Reis. A classe angélica dos Malikim é a das Virtudes, que produzem o reino mineral. Dão ao homem a força necessária para vencer as potências da mentira, e lhe dão a recompensa.

Mas, quiçá, o rito mais significativo e importante da clausura maçônica é a CADEIA DE UNIÃO, constituída por todos os membros da Oficina "enlaçados" uns com os outros ao redor dos três pilares: Sabedoria, Força e Beleza e do quadro da Loja, quer dizer, no centro do Templo. Certamente, e como se diz no ritual, esta cadeia é o símbolo da fraternidade maçônica, sem embargo poderíamos nos perguntar em base a que deve sua existência essa dita fraternidade e por que se manifesta através da Cadeia de União, pois sem dúvida alguma ela expressa outra coisa bem distinta a qualquer tipo de camaradagem ou coisa equivalente.

Talvez a resposta esteja nas palavras e gestos que realiza o Venerável Mestre momentos antes de se formar a Cadeia de União: "Irmãos, seguindo o antigo costume não resta mais nada do que cerrar nossos segredos em lugar seguro e sagrado", e ato contínuo leva sua mão direita ao coração, como indicando que é aqui, no coração, no lugar mais puro e central do Ser e onde este se comunica com sua verdadeira essência, onde os segredos hão de guardar-se e cerrar-se. E já se sabe que o coração é o tabernáculo do Verdadeiro Templo, aquele que segundo as Escrituras "não é feito pela mão do homem", pois nada de individual ou particular pode penetrar nele. Portanto esses segredos não são só os que se referem especificamente aos da Ordem Maçônica e à Loja (e que devem ser salvaguardados dos "olhares indiscretos dos profanos"), senão também e poderíamos dizer, que ante tudo, a essência (ou quintaessência) mesma do que se recebeu do ensinamento tradicional veiculada pelos símbolos e os ritos, daquilo que verdadeiramente se compreendeu e assimilou no mais interno de si mesmo, em definitivo, da efetiva e íntima vinculação que cada ser mantém com seu Princípio Uno eterno. Isto seria, pois, o que enlaça ou une os Irmãos entre si, e por isso eles formam a cadeia de união, que é a união com a Unidade de Si mesmos.

Mas, não queríamos terminar sem oferecer um texto das Leituras do Rito de Emulação que resume vivamente o que até agora falamos sobre o Templo Maçônico:

"Permita-me atrair vossa atenção sobre a forma da Loja, a qual é um paralelepípedo que se estende do Leste para o Oeste, de Este a Oeste, em largura entre o Norte e o Sul e em altura desde a superfície da terra até seu centro e, inclusive a tanta altura como os céus".

"Uma Loja de maçons se descreve assim para mostrar a universalidade da Ciência e ensinamos que a caridade de um maçom não deve conhecer mais limites que os da prudência."

"Nossas Lojas devem estar orientadas de Leste a Oeste por que todos os Templos dedicados à adoração divina, como as Lojas dos maçons, estão ou devem estar assim orientadas."

"O Universo é o Templo do Deus que servimos. A Sabedoria, a Força e a Beleza sustêm seu Trono como pilares de Sua Obra, porque Sua Sabedoria é Infinita, Sua Força onipotente e Sua Beleza resplandecem na ordem e na simetria do Conjunto da Criação. Ele estendeu os céus ao infinito, como um vasto dossel; dispôs a terra como um estrado, coroou Seu Templo com as estrelas como uma diadema e de Sua Mão irradiam a Potência e a Glória. O Sol e a Lua são os mensageiros de Sua Vontade e toda Sua lei é o Amor."




AHMAD



Bibliografia

A Astrologia na Maçonaria, de Juarez de Fausto Prestupa;

Os Ideais da Maçonaria, de C. Jinarajadasa;

La Obra del Cabalista, de Z'ev ben Shimon Halevi;

El Tarot de los Imagineros de la Edad Media, de Oswald Wirth;

Manual del Aprendiz, de Aldo Lavagnini;

La Kabbale Pratique, de Robert Ambelain;

La Kabbalah Desnudata, de Knorr de Rosenroth;

Rito de Emulação;

Alcorão Sagrado;

Bíblia Sagrada.


(desconheço a fonte do texto)
Fonte da Gravura do topo: http://llvj.blogspot.com.br/2011/12/altar-dos-juramentos-as-tres-grandes.html
Fonte da Gravura do corpo: http://focoartereal.blogspot.com.br/2011/10/as-tres-grandes-colunas-da-loja.html