quinta-feira, 11 de outubro de 2012

AS 10 DIMENSÕES DA CABALÁ



A Cabalá Contemplativa não é uma tradição meramente intelectual. Toda a literatura disponível sobre os mistérios da Cabalá não terá qualquer valor se este conhecimento não for aplicado em nossas vidas. O correto entendimento dos códigos presentes na Torá oferece todas as ferramentas espirituais que necessitamos para que nos tornemos melhores através do despertar de nossa consciência adâmica.

E o que pretendemos com isso? Num primeiro momento, todos têm em mente a possibilidade de mudar a realidade ao seu redor, não sendo uma coincidência que muitos busquem a espiritualidade exatamente quando a vida lhes parece menos generosa. Porém, tudo o que percebemos fora nada mais é do que um reflexo do que se passa dentro de cada um de nós, e todos nós optamos, de forma consciente ou não, por viver em uma das 10 dimensões identificadas pela Cabalá.

Em qual dimensão você está vivendo?

A primeira delas (a mais baixa), é chamada de Estado de Gueinon ("inferno"): vive-se aqui totalmente no escuro e escravo da contra inteligência (a força de oposição à Luz). A angústia e o medo são constantes e não há perspectiva alguma de melhora.

A segunda dimensão também é usada pela contra inteligência, o Estado de Fome: sua principal característica é o puro desejo de receber para si mesmo e a sensação constante de insaciabilidade. A pessoa é escrava de suas próprias necessidades e a angústia de não ter (ou não ter o suficiente) é avassaladora.

O Estado da Reatividade é a terceira dimensão: aqui a pessoa resolve que as coisas vão mudar. É perigosa na medida em que existe uma medida certa, mas existe sempre o risco de se empolgar com os resultados e a pessoa julgar que a reatividade é a solução para todos os seus problemas.

A quarta dimensão é o Estado da Ira: esta é a dimensão da pessoa que se identifica como o "Homem de D-us". Ele está tão reativo que se torna insensível e duro, mas forte, o que é um problema. O "Homem de D-us" não precisa de ninguém que lhe diga o que fazer; ele desconhece a humildade. Pode-se, aparentemente, até prosperar e se tornar espiritualmente poderoso, mas, ainda assim, estará apenas fazendo o jogo da contra inteligência.

A partir da quinta dimensão, a pessoa começa a entrar no caminho da Luz. O Estado da Tranquilidade corresponde ao momento em que se consegue aquietar a mente e o coração, o que resulta na controle da ansiedade. O indivíduo encontra aqui o seu caminho, a sua missão. O risco de se sentir "confortável" é a comodidade e a estagnação, cuidado.

Na sexta dimensão é a que faz a Luz descer sobre o indivíduo, o Estado da Alegria: a Shechiná (Presença Divina) só se manifesta através da alegria. Tudo que é muito sério tende a pesar, a petrificar. Não devemos confundir, contudo, alegria com euforia. Podemos viver permanentemente num estado de alegria, mas a euforia é sempre passageira.

O Estado de Erudição é a sétima dimensão: a conciliação de sabedoria e entendimento sem perder a tranquilidade e a alegria, pois é comum o erudito se fechar em seu próprio mundo.

O Estado da Absorção, a oitava dimensão, vai além da mente e do coração. Você absorve. É um estado de receptividade. Aqui se almeja o Estado de Tsadik.

O Estado de Tsadik é a nona dimensão: o iluminado vê justiça em tudo. Aqui a vida é totalmente clara e é possível se compreender a lógica do universo.

A última dimensão é o Estado de Mashiach: neste estágio a pessoa se sente responsável pela sustentação do universo. De fato, ela não mais vê diferença entre ela e o universo, e o menor de seus gestos afeta todo o resto. O Estado de Mashiach corresponde a estar fundido ao Eterno. Qualquer pessoa deve almejar o Estado de Mashiach. Não se trata de algo reservado para "escolhidos".

O despertar da consciência adâmica é o resgate da unidade original - a missão de todos os seres humanos. Não podemos esquecer nunca que todos nós e o Eterno somos Um e que esse é o grande sonho do Criador para a Sua Criação.




Rav Mario Meir



Fonte: Academia de Cabala
www.academiadecabala.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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