terça-feira, 2 de outubro de 2012

SEMEADURA

"Mas, tendo sido semeado, cresce." - Jesus. (MARCOS, capítulo 4, versículo 32.)

É razoável que todos os homens procurem compreender a substância dos atos que praticam nas atividades diárias. Ainda que estejam obedecendo a certos regulamentos do mundo, que os compelem a determinadas atitudes, é imprescindível examinar a qualidade de sua contribuição pessoal no mecanismo das circunstâncias, porquanto é da lei de Deus que toda semeadura se desenvolva.

O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação.

Muitos Espíritos, de corpo em corpo, permanecem na Terra com as mesmas recapitulações durante milênios. A semeadura prejudicial condicionou-os à chamada "morte no pecado".

Atravessam os dias, resgatando débitos escabrosos e caindo de novo pela renovação da sementeira indesejável. A existência deles constitui largo círculo vicioso, porque o mal os enraiza ao solo ardente e árido das paixões ingratas.

Somente o bem pode conferir o galardão da liberdade suprema, representando a chave única suscetível de abrir as portas sagradas do Infinito à alma ansiosa.

Haja, pois, suficiente cuidado em nós, cada dia, porquanto o bem ou o mal, tendo sido semeados, crescerão junto de nós, de conformidade com as leis que regem a vida.



Francisco Cândido Xavier / Emmanuel





Fonte: do livro "Caminho, Verdade e Vida"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CRISTIANISMO ESOTÉRICO

Uma das maneiras de se compreender o Cristianismo Esotérico baseia-se na percepção que a humanidade vem tendo do Cristo ao longo dos séculos. Há três formas do Cristo ser percebido pelo homem:

- O Cristo Histórico — que segue o fio da história dos acontecimentos físicos da vida do Mestre;

- O Cristo Mítico — que segue o fio legendário;

- O Cristo Místico — que segue o caminho mais interno.

As três formas contribuem para a compreensão da figura grandiosa do Salvador, mas a terceira, isto é, o Cristo Místico é a mais ligada ao Cristianismo Esotérico e diz muito sobre a evolução de cada um de nós.

O CRISTO HISTÓRICO

É a vida de Jesus na Terra, a sua vida na carne.

É o Jesus Curador e Instrutor que nasceu de uma família pobre; foi instruído nas escrituras hebraicas; revelou extraordinária inteligência ante os doutores da Lei, em Jerusalém; pelo seu fervor religioso foi enviado para ser educado na comunidade essênia; teve contato com sábios da Pérsia e das Índias; esteve no Egito onde leu, na Biblioteca de Alexandria, obras da Escola Transhimalaia.

Viveu durante 29 anos uma existência mortal, crescendo em graça, pureza e fervor religioso excepcionais, tornando-se um discípulo digno de servir de templo a uma Presença Grandiosa que daria um novo impulso evolutivo à humanidade; foi o Instrutor Supremo, cheio de graça e verdade (Cartas de João I, 14), o Verbo feito carne e uma fonte de vida.

A partir do Batismo, quando sobre ele desceu o raio do espírito sob a forma de uma pomba branca, inicia sua vida messiânica, ensinando as multidões por parábolas, e, pela força do espírito puro curava pela palavra e pelo contato magnético de seu corpo cheio de energia divina.

O Cristo histórico é, portanto, um Ser glorioso pertencente à Hierarquia Espiritual que dirige a evolução da humanidade. Foi morto por blasfêmia, por ter ensinado que a divindade habitava nele como em todos os seres humanos.

O CRISTO MÍTICO

Em torno da gloriosa figura de Jesus estão os mitos que o ligam a seus predecessores; estes mitos ensinam, em forma alegórica, a trajetória de seres semelhantes a Jesus, pois simbolizam a ação do Logos no Universo e a evolução superior da alma humana.

Alice Bailey define mito como uma crença sintetizada e um conhecimento do passado, transmitido com o fim de guiar-nos e estabelecer os fundamentos de uma revelação mais nova, formando os degraus que conduzem à verdade seguinte. Os mitos nos trazem, portanto, a continuidade da revelação.

Neste sentido, o cristianismo tem inúmeros pontos de contato com religiões mais antigas e as festividades comemorativas de acontecimentos da vida de Jesus recordam outros instrutores.

O mito pode ser visto como uma alegoria que traduz verdades internas. O Cristo Mítico é o Cristo dos mitos ou lendas solares que deram ao mundo verdades profundas demonstrando que “O que está em cima é como o que está embaixo”.

O Mito Solar é uma narração onde aparece, em primeiro lugar, a atividade do Logos ou Verbo no Cosmos e, a seguir, os fatos da vida de um Ser que é a encarnação do Logos. O Ensinamento nos diz que no princípio era o Verbo, a palavra criadora, e que nosso Sistema Solar foi edificado, segundo princípios admiráveis, e certos seres personificam esses princípios, ensinando-nos pelas suas ações as Leis do universo e do homem.

O herói do mito é geralmente um Deus ou semideus que tem sua carreira guiada pelo curso do Sol que é a representação do Logos. O herói nasce no solstício do inverno, à meia-noite do dia 24 de dezembro — a noite mais longa do ano, quando o signo de Virgem se eleva no firmamento — e morre no equinócio da primavera — quando os dias são mais longos e as noites mais curtas.

Estas datas são um símbolo — o Salvador vem na maior noite do ano quando a humanidade está envolta nas trevas, nas crises e dificuldades como naquela época estava o povo hebreu e atualmente a humanidade o que nos leva a invocar o Cristo na certeza que Ele virá. O Salvador sempre traz a luz nas épocas de treva “Sempre que houver um debilitamento da lei, Eu volto a nascer, idade após idade”.

O Salvador faz a sua passagem para o Mundo Divino no equinócio da primavera, estando o signo de Áries, o Cordeiro, ligado à crucificação. O Mestre Jesus foi crucificado na ocasião da Quaresma que é seguida da Páscoa quando os dias são mais longos, estando a Terra mais iluminada não só fisicamente, mas também espiritualmente graças ao jorro de luz enviado pelo Cristo na ascensão.

Os livros esotéricos dão uma infinidade de coincidências de acontecimentos da vida de Jesus e de outros seres iluminados, como por exemplo: O nascimento de Jesus apresenta fatos análogos ao de Mitras e de Horus; a Isis egípcia tem semelhança com Maria, de Belém, sendo ambas conhecidas como Nossa Senhora Imaculada, a Mãe de Deus e, em certos desenhos antigos, a Virgem do Zodíaco era representada por uma mulher amamentando uma criança, tipo característico de todas as Madonas.

Os mitos solares se repetem através das idades com nomes diferentes, mas sempre simbolizando o ser divino. No caso da vida de Jesus, as narrações se referem em termos profundos, ao Cristo Universal — o homem simbolizando o Ser Divino (a cruz dentro do círculo). Jesus era o Filho do Homem e o Cristo do Mito Solar era o Filho de Deus, o Cristo dos Mistérios e, no Cristo mítico encontra-se o segredo do Cristo místico.

O CRISTO MÍSTICO

Este é o sentido mais profundo da história do Cristo e diz respeito a como o homem realiza em si mesmo o mistério do Cristo Mítico. O Logos (o organizador) desce ao seio da matéria e por isso o seu símbolo é o Deus-Sol. O Sol físico é o seu corpo e Deus é muitas vezes chamado o que habita o Sol. As filosofias e religiões derivam-se do culto ao Sol e das idéias deste culto sobre a vida, o amor e a existência. Todas se organizam no culto à força sustentadora do universo, entretanto, além de cultuá–La, cabe ao homem desenvolver esta força dentro de si mesmo para que a conheça e possa fazer uso dela.

Assim como no universo ou macrocosmo, o Cristo dos Mistérios representa o Logos, ou a 2ª pessoa da Trindade, no homem, Ele representa o segundo aspecto do Espírito Divino, chamado o “Cristo”, o ungido, o consagrado, o Salvador.

O Cristo Místico é, portanto duplo: o Logos que desce à matéria e lhe dá forma pela Palavra ou Verbo: “No princípio era o Verbo... Todas as coisas foram feitas por Ele e nada foi feito sem Ele”. Temos também o Amor ou o 2º aspecto do Espírito Divino evoluindo no homem. O primeiro representa os processos cósmicos, o outro o processo que se passa no indivíduo, sendo a última fase de sua evolução e, ao ultrapassá-la, o ser humano torna-se um Mestre de Sabedoria.

Este ato é a Cristificação ou Cristianização que os dicionários dizem ser o efeito de cristianizar ou cristianizar-se — prefiro este último, o verbo com a partícula reflexiva “se” indicativa de algo que não pode ser imposto. Cada qual realiza a própria Cristificação desenvolvendo sua vontade e trabalhando em espírito. Gradualmente o homem aprende a conhecer a mente e sabe que esta gera poder e tem força criadora. Aprende que ele é o mecânico que tem o dínamo (a mente) a seu cargo. Concentra sua mente na construção do templo da alma e a edifica dia após dia, pensamento após pensamento. Este templo é criado com os pensamentos puros, e os pensamentos são criadores do caráter e modificam nossa conduta pessoal.

Com a prática de pensar e viver corretamente, o estudante vai se ajustando ao ponto de vista espiritual. A prática aumenta o conhecimento de como obter o fluxo de vida, luz e poder que lhe vem do Alto, ganhando poder espiritual; usa esse saber na vida do dia-a-dia e aprende que é um ser divino como os demais companheiros de jornada e, portanto, portador dos poderes do Pai. Morya diz “A recepção de um pensamento vindo do Infinito é uma afirmação do homem como um Ser espiritualizado, um mensageiro, um guardião da luz. Eu afirmo que o pensamento flui do Infinito de forma compreensível”.

Nossas práticas de meditação dizem que devemos manter a mente aberta às impressões vindas do Mundo Superior e, uma vez recebidas devemos deixá-las impressionar a substância mental inferior e formular pensamentos-forma práticos que serão usados no mundo e na nossa vida. Isso é uma forma de Serviço advinda do Cristianismo Esotérico. Em Morya lemos “O pensamento circulando no amplificador do Infinito, purifica-se e assim exaltado retorna aos mundos manifestados e pode ser observado pela sensibilidade humana: às vezes como uma teia de aranha sobre a face, às vezes sente-se um toque ou um chamado inaudível a outros. São inúmeras as formas de percepção. O homem deve habituar-se aos novos níveis de consciência e de percepção que o conduzem a mais vastos campos de serviço”.

O apóstolo João começa seu evangelho falando sobre o Verbo (ou a Palavra) e o Dr. Clymer em seu livro Cristificação diz que “o Verbo é um fogo do céu. Vem do Pai. É Vida. É luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo-carne-corpo. Se não aceita essa luz ele fracassa no mundo espiritual e no físico. O verdadeiro êxito depende sempre destes dois planos e a verdadeira religião pertence aos dois planos, cabendo ao homem realizar a Vontade de Deus aqui na Terra”.

Alice Bailey afirma que o homem, o ser auto-consciente, difere dos demais reinos da natureza por poder avançar na onda da vida de Deus em plena consciência. Lança uma ponte entre o reino em que se encontra e o novo horizonte, pela construção do anthakarana. Os seres humanos são cidadãos de ambos os reinos — o humano e o espiritual — e o Cristo demonstrou essa dupla cidadania pois era o Filho do Homem e o Filho de Deus. Que benefícios tem um homem com dupla cidadania: por exemplo, brasileira e portuguesa? Ele goza de todos os direitos de transitar e viver nos dois países, sem restrição alguma. O mesmo ocorre quando aprendemos a gozar nossa cidadania divina: Agimos com a mesma desenvoltura no mundo material e no espiritual.

Agora é um tempo de crise em que todos os seres humanos são necessários. Cabe ao estudante dar um impulso mental na direção da clareza de pensamento que o transformará de aspirante bem intencionado em discípulo de clara visão, animado por um espírito de amor e boa vontade para com todos os homens, sem restrições de raça, credo ou cor.

Atualmente muito se fala sobre o Reaparecimento do Cristo e isto depende da Cristificação quando se emprega a Vontade para o desenvolvimento do Amor expressando-se nas virtudes cristãs ou qualidades ardentes que juntamente com a Inteligência Ativa ou Adaptabilidade permitem ao homem permanecer no Centro da Tríade Espiritual.

Nossa concentração nestes três aspectos divinos — Vontade, Amor e Adaptabilidade — permite a iluminação da alma e a regeneração do corpo. O estudante sabe que o verdadeiro desenvolvimento é triplo: Os corpos e a mente se alinham e obedecem ao comando da alma.

Lembremos sempre que a verdadeira regeneração da vida é o resultado do desenvolvimento espiritual, por isso o Mestre ensinou: “Busca primeiro o reino de Deus e sua justiça e tudo o mais lhe será dado por acréscimo”.

Esse trabalho de construção do indivíduo é o Cristianismo Esotérico.



Prof. Tânia Gonçalves de Araújo




Fonte: http://www.encontroespiritual.org/bartigos/bartigos_esoterico.html
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal



BIBLIOGRAFIA:
Cristificacion – Dr. Clymer
Cristianismo Esotérico – Anne Besant
De Belém ao Calvário – Alice A. Bailey
AUM – Helena Roerich (§ 14 e 17)

SWAMI VIVEKANANDA


A tendencia natural da mente de Vivekanada, assim como a de seu mestre, Ramakrishna, foi de elevar-se acima do mundo e esquecer de si mesmo em contemplação do Absoluto. Mas outra parte de seu ser sangra, com a igual visão do sofrimento humano no Oriente e no Ocidente. Esta característica de sua mente, raramente encontra um ponto de descanso, em sua oscilação entre contemplação de Deus e serviço ao homem. Ele escolheu ser desta forma, em obediência a uma alto chamado, servir ao homem é a sua missão na terra.

No curso de uma pequena vida de trinta e nove anos (1863-1902), na qual apenas dez foram devotados a atividade publica e nestes, dois, em agudo sofrimento físico(diabetes), ele deixou para a posteridade seus quatro clássicos: Jnana-Yoga, Bakti-Yoga, Karma-Yoga, e Raja-Yoga, todos os quais são tratados excepcionais de filosofia Indu. É importante ressaltar que Yoga significa reunir, no sentido de reintegrar o homem a Deus, ou para os Indus Brama. Assim Vivekananda nos especifica, dentre os diversos caminhos para esta reintegração a Divindade, quatro fundamentais; o do estudo, Jnana, o da devoção, Bakti, o da ação, Karma, e o da meditação, Raja.

Adicionalmente a estes ensinamentos, ele proferiu inúmeras palestras, escreveu cartas inspiradas a seus muitos amigos e discípulos, compôs numerosos poemas, e atuou como guia espiritual para muitos buscadores, que vieram a ele afim de obter instrução. Ele também organizou a Ordem Ramakrishna de monges, a qual é a mais excepcional organização religiosa da Índia Moderna. Ela é devotada a propagação da cultura espiritual Indu, não apenas na terra natal do Swami, mas também na América e em outras partes do mundo.

Mas antes de fazer o seu voto de total renuncia, o voto de sannyasa, e tornar-se um monge, isto é um Swami, adotando o nome Vivekanada, ele se chamava Narendranath Datta, sendo mais intimamente chamado de Narendra ou Naren. Ele possuía, então, um forte racionalismo e uma obstinada vontade de conhecer a verdade. Sendo que, inicialmente, o seu lado racional o levou a se decretar agnóstico.

A propósito desta época o primeiro encontro, em Dakshineswar, entre o Mestre e Narendra foram momentos de grande importância. Sri Ramakrishna reconheceu instantaneamente seu futuro mensageiro. Narendra descuidado de suas roupas e aparência em geral, era muito diferente dos outros jovens que o acompanharam ao templo. Seus olhos eram impressionantes, parcialmente introspectivos, indicando uma meditação muda. Ele cantou algumas músicas com uma fluidez fora do comum, que vinha de toda a sua alma.

Quando a cantoria parou, Sri Ramakrishna inesperadamente agarrou a mão de Narendra e levou-o ao portal norte. Para o total assombro de Narendra, o Mestre falou com lagrimas escorrendo por seu rosto. “Ah! Você veio tão tarde. Como você pode manter-me esperando por tanto tempo. Ah! Como você pode vir tão tarde! Meus ouvidos foram quase queimados escutando a conversa barata de pessoas mundanas. Oh, como eu estive ansioso por aquele que vai entender o meu pensamento.” Então com as mãos entrelaçadas ele disse: “Senhor! Eu sei que você é o antigo sábio Nara, a encarnação de Narayana, nascido na terra para remover a miséria humana”. O Naren racionalista prestou atenção a estas palavras, mas como algo sem sentido, ou o jargão de uma pessoa insana. Ele estava quase desmaiado quando Sri Ramacrishna trouxe do seu quarto alguns doces e alimentou-o com suas próprias mãos. O Mestre, todavia, extraiu dele a promessa de visitar Dakshineswar novamente.

Eles voltaram para o quarto e Naren perguntou ao Mestre: “Senhor, você já viu Deus?” Depois de momentos de hesitação, a resposta foi dada: “Sim, eu vi Deus. Eu vi ele assim como vejo você aqui, e o vi apenas mais claramente. Deus pode ser visto. Qualquer um pode falar com Ele. Mas quem se importa com Deus? As pessoas derramam torrentes de lagrimas por suas esposas, filhos, riquezas, e propriedade. Mas quem chora por Deus? Se alguém Chorar sinceramente por Deus, este pode vê-lo.”

O nome Vivekananda vem do sânscrito, e divide-se em duas partes, a primeira, Viveka, que significa discernimento, mais propriamente o discernimento da verdadeira realidade ou da realidade Divina, em detrimento a realidade ilusória dos sentidos. A segunda, Ananda, significa felicidade absoluta, ou a paz obtida por meio da Iluminação. Do que compreende-se; a Iluminação Interior a partir do Discernimento do Divino.

A personalidade inspiradora de Swami Vivekanada, foi bem conhecida tanto na Índia quanto na América, durante a última década do século dezenove e a primeira década do vinte. O desconhecido monge da Índia, de repente, saltou para a fama no Parlamento das Religiões, realizado em Chicago em 1893, no qual ele representou o Induísmo. O seu vasto conhecimento sobre a cultura Oriental e Ocidental, como o seu profundo discernimento espiritual, eloquência fervente, conversação brilhante, grande simpatia humana, personalidade vivaz, e sua bela figura produziu um irresistível apelo para muitos Americanos que vieram encontrar com ele. Pessoas que viram ou ouviram Vivekananda apenas uma vez, apreciam sua lembrança depois de um lapso de mais de meio século.

Na América, a missão de Vivekanada foi a interpretação da cultura espiritual Indiana, especialmente quanto a Vedanta. Ele tentou um enriquecimento da consciência religiosa dos Americanos, através do ensinamento racional e humanista da filosofia Vedanta. Na América ele se tornou o embaixador espiritual da Índia e apelou constantemente por um melhor entendimento entre a Índia e o Novo Mundo, em prol de criar uma saudável síntese da religião e da ciência do Oriente e do Ocidente. Em suas próprias palavras:

“O Cristão não precisa tornar-se um Hindu ou um Budista, nem um Hindu ou Budista se tornar um Cristão. Mas cada um deve assimilar o espirito do outro e ainda preservar sua individualidade e crescer de acordo com sua própria lei. Se o Parlamento das Religiões mostrou alguma coisa para o mundo, foi o seguinte: Ele provou para o mundo que santidade, pureza, e caridade não são posse exclusiva de nenhuma igreja no mundo, e que todo sistema produziu homens e mulheres de caráter elevado. Em face desta evidencia, se alguém sonha com a sobrevivência exclusiva da sua própria religião e a destruição das outras, Eu tenho pena dele do fundo do meu coração, e aponto para fora dele sobre a bandeira de toda religião, onde será escrito brevemente com ressentimento da resistência: “Ajuda e não Luta”, “Assimilação e não Destruição”, “Harmonia e Paz, e não Dissenção”.”

Inspiremo-nos nos ensinamentos de Vivekanada, para que possamos reunirmo-nos a divindade, isto é realizar a Yoga, através do estudo, Jnana, da devoção, Bakti, da ação, Karma, e da meditação, Raja.


Este artigo foi baseado no livro: "Vivekananda A Biography", by Swami Nikhilananda. Que pode ser encontrado no site: www.ramakrishnavivekananda.info



Fonte do Texto: http://tattwa.org.br/vivekananda.html
Fonte da Gravura: https://national.janamtv.com/swami-vivekananda-the-eternal-light-of-knowledge-and-spirituality-17462/

EXISTE UMA ORDEM


Já aconteceu de você ter tido um dia de incrível proatividade ou talvez uma semana em que realmente se esforçou para fazer seu trabalho espiritual e para compartilhar com o máximo de pessoas possível, mas só encontrou caos e negatividade no dia seguinte?

Se nossas ações são como um bumerangue e quando fazemos o bem, ele volta para nós... o que acontece então?

Os kabalistas ensinam que, em essência, nossa vida não acontece de forma cronológica. Está tudo fora de ordem, e assim, nem sempre enxergamos as verdadeiras conexões entre nossas ações e os resultados. 

Se encontrarmos nossa alma gêmea ou conseguirmos o emprego dos nossos sonhos hoje, a probabilidade é de que isso não tenha nada a ver com o que fizemos ontem ou na semana passada. Muito provavelmente, será o resultado de uma semente que plantamos há muito tempo; o fruto nascido de uma ação radicalmente espiritual, que escolhemos realizar anos atrás ou em vidas passadas. Por outro lado, se recebemos negatividade, pode ser que seja fruto de um grande momento de desconexão que aconteceu há muito tempo e que dificilmente nos lembraremos.

O conceito de livre arbítrio seria deturpado se o presente fosse resultado de ações realizadas há cinco minutos ou, no mais tardar, ontem. Se nossa mão fosse cortada quando roubássemos, certamente nunca escolheríamos roubar. Se recebêssemos um milhão de dólares ao ajudar uma velhinha a atravessar a rua, estaríamos todos nos digladiando na tentativa de encontrar a senhora que estivesse mais próxima! O tempo e o espaço entre nossas ações, embora tornem difícil perceber a conexão entre causa e efeito, são os fatores que, afinal de contas, nos dão a opção de exercitar a natureza do compartilhar, ao invés da natureza egoísta. 

Por não termos a possibilidade de ver a verdadeira causa de nossas circunstâncias, os acontecimentos podem parecer aleatórios de nosso ponto de vista limitado. Mas nada acontece por acaso. 

Para permanecer no caminho espiritual, é importante lembrar que existe uma ordem em nossa realidade.

Esse entendimento deve nos inspirar a aproveitar todas as oportunidades que pudermos para realizar o maior número possível de boas ações – sem nos fixar em enxergar os resultados imediatos. 

Nunca vamos saber quando uma pequena ação de compartilhar vai semear exatamente aquela bênção de que precisaremos em cinco, dez ou vinte anos.






Rav Yehuda Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalahcentre.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O LIVRO DOS ESPÍRITOS (questões 237 a 243)


237. Uma vez de volta ao mundo dos Espíritos, conserva a alma as percepções que tinha na Terra? 

"Sim, além de outras de que aí não dispunha, porque o corpo, qual véu sobre elas lançado, as obscurecia. A inteligência é um atributo, que tanto mais livremente se manifesta no Espírito, quanto menos entraves tenha que vencer." 

238. São ilimitadas as percepções e os conhecimentos dos Espíritos? Numa palavra: eles sabem tudo? 

"Quanto mais se aproximam da perfeição, tanto mais sabem. Se são Espíritos superiores, sabem muito. Os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes acerca de tudo." 

239. Conhecem os Espíritos o princípio das coisas? 

"Conforme a elevação e a pureza que hajam atingido. Os de ordem inferior não sabem mais do que os homens." 

240. A duração, os Espíritos a compreendem como nós? 

"Não e daí vem que nem sempre nos compreendeis, quando se trata de determinar datas ou épocas." 

Os Espíritos vivem fora do tempo como o compreendemos. A duração, para eles, deixa, por assim dizer, de existir. Os séculos, para nós tão longos, não passam, aos olhos deles, de instantes que se movem na eternidade, do mesmo modo que os relevos do solo se apagam e desaparecem para quem se eleva no espaço. 

241. Os Espíritos fazem do presente mais precisa e exata idéia do que nós? 

"Do mesmo modo que aquele, que vê bem, faz mais exata idéia das coisas do que o cego. Os Espíritos vêem o que não vedes. Tudo apreciam, pois, diversamente do modo por que o fazeis. Mas, também isso depende da elevação deles." 

242. Como é que os Espíritos têm conhecimento do passado? E esse conhecimento lhes é ilimitado? 

"O passado, quando com ele nos ocupamos, é presente. Verifica-se então, precisamente, o que se passa contigo quando recordas qualquer coisa que te impressionou no curso do teu exílio. Simplesmente, como já nenhum véu material nos tolda a inteligência, lembramo-nos mesmo daquilo que se te apagou da memória. Mas, nem tudo os Espíritos sabem, a começar pela própria criação." 

243. E o futuro, os Espíritos o conhecem? 

"Ainda isto depende da elevação que tenham conquistado. Muitas vezes, apenas o entrevêem, porém nem sempre lhes é permitido revelá-lo. Quando o vêem, parece-lhes presente. À medida que se aproxima de Deus, o espírito vê o futuro mais claramente. Depois da morte, a alma vê e abarca de relance as suas migrações passadas, mas não pode ver o que Deus lhe prepara. Para isso é necessário que esteja integrada nele, depois de muitas existências.





Fonte: Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SINFONIA UNIVERSAL

Toda a criação – as montanhas, as árvores, os mares, a terra inteira, mas também os sóis, as estrelas... – não é outra coisa senão música. Certos poetas, certos filósofos como Pitágoras e Platão, chamaram a essa sinfonia de todo o universo “a harmonia das esferas”. Tudo o que existe emite sons, mas, evidentemente, não são sons no sentido em que geralmente compreendemos a palavra “sons”. A harmonia das esferas é a sínteses de todas as linguagens de que a criação se serve para se manifestar. Na natureza, nós distinguimos não só sons, mas também cores, movimentos, perfumes, formas, pois os nossos órgãos dos sentidos dão-nos uma percepção diferenciada das coisas. Mas, para além dos cinco sentidos físicos, nós possuímos outros órgãos que são capazes de fazer a síntese de todas essas percepções, e em certos momentos excecionais é possível apreender a criação simultaneamente como sons, cores, formas, movimentos, perfumes. Esta harmonia das esferas não diz respeito unicamente à sensibilidade. É também uma palavra de sabedoria que indica a direção a seguir, que inscreve a lei divina na alma daquele que teve o privilégio de a ouvir ao menos uma vez.



Omraam Mikhaël Aïvanhov 






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal