quarta-feira, 10 de outubro de 2012

AMOR INCONDICIONAL



Quando as pessoas nos mostram o que têm de melhor, é fácil amá-las. Mas e quando alguém está realmente de mau humor; esperneando, se comportando reativamente ou simplesmente nos aborrecendo? Quanta tolerância, aceitação e amor iremos lhe dar?

Quando for difícil demonstrar amor a uma pessoa, você terá uma enorme oportunidade de crescimento: a oportunidade de aprender a amar incondicionalmente.

Não se trata do quanto amamos alguém quando estamos amando-o. Trata-se do quanto amamos essa pessoa quando sentimos que a odiamos.




Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

COMO DAR VIDA ÀS NOSSAS VIDAS



As Transformações Começam Conosco

Há um antigo ditado japonês: "Se houver relacionamento, faço; se não houver relacionamento, saio". Um Mestre Zen, no final do século passado, fez a seguinte alteração: "Havendo relacionamento, faço; não havendo, crio relacionamento".

Essa mudança de paradigma é extremamente importante. Devemos também lembrar que criar um relacionamento não significa, necessariamente, obter resultados imediatos, embora muitas vezes estes ocorram.

Novos relacionamentos em padrões antigos perdem seu significado. Precisamos criar relacionamentos a partir de novas maneiras de nos relacionar, de ver o mundo, de ser, de inter ser. Essa nova maneira pode, inclusive, recarregar de energia positiva antigos relacionamentos.

Para descobrirmos novas maneiras precisamos, primeiramente desenvolver a capacidade de perceber como estão nossos relacionamentos atuais.

Observe e considere meticulosamente a si mesmo. Perceba como está se relacionando em casa, na rua, no trabalho, no lazer. Perceba como respira, como anda, como toca nos objetos, como usa sua voz, como são seus gestos e como são seus pensamentos e os não pensamentos. Esse observar não deve ser limitante, constrangedor, confinador. Apenas observe.

Como você se relaciona com o meio ambiente, biodiversidade, reciclagem, justiça social, melhor qualidade de vida, guerras, violência, terror, paz, harmonia, respeito, garantia dos Direitos Humanos? Como você e o seu logos se relacionam entre si e em relação aos projetos de sucesso, de lucro, de desenvolvimento e progresso de sua organização?

Como está se relacionando com o mais íntimo de si mesmo, com a essência da Vida, com o Sagrado?

Será que é capaz de ver, ouvir, sentir e perceber a rede de inter relacionamentos de que é feita a vida? Percebe e leva em consideração, na tomada de decisões, a interdependência?

Tanto individualmente, como no coletivo, nossa participação e compreensão como estão? Será que estamos conscientemente vivendo nossas vidas e direcionando nossos pensamentos, ações e palavras para o sentido de mudança que queremos e sonhamos? Mahatma Gandhi disse: "Temos de ser a transformação que queremos no mundo".

Geralmente pensamos no mundo como alguma coisa distante e separada de nós, mas nós somos a vida do universo em constante movimento. Podemos até dizer que o mundo somos nós. Nossa vida forma o mundo, é o mundo, não apenas está no mundo. Inclui todas as formas de vida e seus derivados e nos inclui neste instante, instante após instante. Há um monge chinês do século VII, Gensha Shibi, que dizia: "O Universo é uma jóia arredondada. Somos a vida desse universo em constante transformação. Nada vem de fora, nada sai para fora".

De momento a momento tudo está mudando, nós fazemos parte dessa mudança e podemos escolher, discernir qual o caminho que queremos dar a esse constante transformar. É por isso que digo que a transformação começa em nós. Na verdade vai além de apenas começar. É em nós. Nossa capacidade humana de inteligência e compreensão nos permite fazer escolhas. E o que estamos escolhendo?

Outra frase de Mahatma Gandhi: "Quando uma pessoa dá um passo em direção à Paz, toda a humanidade avança um passo em direção à Paz."

A minha decisão, a sua decisão pode transformar ou influenciar a direção da mudança.

Há um sutra budista que descreve o mundo como uma rede de inter relacionamentos. Como se fosse uma imensa teia de raios luminosos e em cada intersecção uma jóia capaz de receber essa luz e emitir raios em todas as direções. Qualquer pequena mudança afeta o todo. Cada ser que se transforme em um ser de paz, de harmonia, de ternura, carinho e respeito pela vida em todas as suas formas estará sendo uma mudança viva e influenciando tudo e todos.

Qual o primeiro passo? Conhecer a si mesmo. Conhecer nossos mecanismos.

O que nos afeta, nos incomoda? O que nos alegra? O que nos irrita? Como transformar a raiva em compaixão? Como transformar o desafio em competição leal, justa, empreendedora, enriquecedora? Sem nos preocuparmos com os créditos, se formos capazes de fazer o bem, não fazer o mal, fazer o bem aos outros estaremos transformando nossos lares, nossas amizades, nosso ambiente de trabalho, nossas organizações, nossas cidades, estados, países, nações, mundo... e a nós mesmos...no florescimento da Cultura da Paz.

"Estudar o Caminho de Buda é estudar a si mesmo. Estudar a si mesmo é esquecer-se de si mesmo. Esquecer-se de si mesmo é ser iluminado por tudo que existe. Transcender corpo e mente seu e dos outros. Nenhum traço de iluminação permanece e a Iluminação é colocada à disposição de todos os seres." (Mestre Zen Eihei Dogen - 1200-1253)

É importantíssimo que iniciemos este "estudar a si mesmo", já. Cada um de nós que perceber seu próprio mecanismo ficará em controle desse mecanismo e não mais à mercê de seus sentimentos e emoções, desejos e frustrações, puxado, empurrado, espremido e puxando, empurrando, espremendo - envenenados pela ganância, raiva e ignorância.

Imagine um mundo onde podemos brilhar uns para os outros, sem ódios, mas com carinhoso respeito e terna compreensão. Percebendo nossas diferenças, aceitando a diversidade da vida e juntando nossas capacidades tanto intelectuais como físicas na construção desse verdadeiro Céu, Paraíso, Terra Pura, Shambala de que falam as religiões, todas elas.

Cabe a nós, a cada um de nós criar esse relacionamento de carinho com a vida, de ternura com todos os seres, de compreensão, de sabedoria e compaixão para percebermos o Caminho Iluminado e o Nirvana permeando toda a existência. Isso é dar vida à nossa própria vida.



Monja Coen



Fonte: http://www.monjacoen.com.br/textos-budistas/textos-da-monja-coen/142-como-dar-vida-as-nossas-vidas
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PERMANENTES MUDANÇAS E PERMANÊNCIA


Uma nova descoberta da Física está chacoalhando os cientistas. Trata-se da constatação definitiva de que o neutrino [1] possui massa. Isso implicará numa completa revisão da teoria fundamental que descreve os tijolos básicos do Universo, o chamado Modelo Padrão. Além disso, essa constatação tem implicações importantíssimas em Cosmologia. A chamada matéria escura [2], que muito tem incomodado os cientistas, poderia ser explicada como sendo formada pela soma da massa de todos os neutrinos. A notícia foi publicada no caderno Folha Ciência do jornal Folha de São Paulo, edição de 12 de dezembro de 2002, p. A21 e o respectivo artigo científico foi publicado na conceituada revista “Physical Review Letters”(http://prl.aps.org).


Não é a toa que os espíritos, na questão 22 de O Livro dos Espíritos, disseram a Kardec que “... a matéria existe em estados que não conheceis. Ela pode ser, ..., tão etérea e sutil que não produza nenhuma impressão nos vossos sentidos: entretanto, será sempre matéria, ...”. Mencionamos isso pois, curiosamente, nosso organismo é atravessado, num único segundo, por 50 bilhões de neutrinos gerados pelas fontes radioativas do nosso planeta, mais 100 bilhões saídos de reatores nucleares e por mais de 100 trilhões vindos do sol [3]. Neste momento eu não senti nenhum neutrino me atravessado, o leitor sentiu? Mas a verdade é que eles existem e foram confirmados em laboratório, o que confere com a afirmativa dos espíritos. Porém, não é sobre essa afirmativa que desejamos falar. Aliás, ela já é do conhecimento do leitor estudioso e não é preciso maiores comentários a respeito dos resultados científicos que estão de acordo com ela. Desejamos sim destacar uma certa fragilidade das construções teóricas da ciência frente à realidade das coisas e os cuidados que o pesquisador espírita deve ter ao relacioná-las com o Espiritismo. 

Uma das questões mais fundamentais que a Doutrina Espírita trouxe é a definição do Fluido Universal. Um trecho do item 3 do capítulo VI de A Gênese esclarece o tema: “(...) podemos colocar, como princípio absoluto, que todas as substâncias, conhecidas e desconhecidas, por mais dessemelhantes que pareçam, seja sob o ponto de vista de sua constituição íntima, seja sob o aspecto de sua ação recíproca, não são, de fato, mais do que modos diversos sob os quais a matéria se apresenta; senão variedades, nas quais se transformam, sob direção das forças inumeráveis que a governam. (...)”.

O texto acima foi escrito em 1868. Impossível enumerar as conquistas da ciência desde o ano da publicação do citado livro até os dias atuais. No entanto, o que prevalece é que esse e os outros princípios fundamentais do Espiritismo permanecem inalterados mesmo diante de tantas revoluções no conhecimento científico como o surgimento da Física Moderna que abala qualquer um com suas visões da realidade. Aprendemos com os espíritos que o Fluido Universal, princípio elementar material emanado do Criador, possibilita todas as transformações da matéria em suas diversas manifestações (incluindo-se aí o neutrino!). 

O leitor poderia se perguntar: por que os fundamentos básicos do Espiritismo permanecem inalterados e atuais após quase 150 anos enquanto que o Modelo Padrão, comentado anteriormente, que possui alguns anos de vida, terá que passar por sérias revisões? Alguém poderá dizer que isso reflete a sabedoria dos espíritos superiores. Isso está correto, mas ainda não responde à questão. 

Quem elucida o assunto é o professor Silvio Chibeni no artigo da referência [4]. A característica que faz a diferença é o fato de que os princípios fundamentais do Espiritismo se encontram próximos do nível fenomênico, o que permite que a teoria espírita possa ser classificada como fenomenológica[4]. No caso do Modelo Padrão, o “grau de teoricidade” é muito maior devido à grande dificuldade em obter informações através de experiências diretas. Já com o Espiritismo, vemos que a maioria dos seus princípios fundamentais são constantemente verificados cotidianamente. Chibeni cita, como exemplo, a Termodinâmica, que é uma teoria física fenomenológica desenvolvida no século XIX que passou incólume por todas as descobertas revolucionárias do século passado. 

É preciso, portanto, enfatizar o cuidado que os estudiosos e pesquisadores espíritas devem ter ao buscarem nas ciências básicas confirmações para os princípios espíritas. O exemplo ocorrido com os neutrinos reflete, como dissemos, a fragilidade das teorias científicas, mormente, as da Física Moderna. Existem exemplos de enganos sérios na literatura espírita como o caso discutido pelo prof. Ademir Xavier Jr. na referência [5]. 

Agora, um exemplo que nos chamou a atenção pelo fato de ser conhecido de todos nós é o que está acontecendo com o famoso livro “O Tao da Física”[6]. A crítica a esse livro foi divulgada pelo filósofo Ken Wilber, no livro “Quantum Questions”[7]. Segundo Wilber, Capra baseou seu livro sobre os paralelos entre a física de partículas e o Budismo numa teoria em particular conhecida como a Teoria do Bootstrap. Essa teoria diz que não existem objetos irredutíveis e sim relações auto-consistentes entre eles. Porém, hoje em dia, a maioria dos físicos acredita nos objetos irredutíveis (quarks, leptons, bosons), e o Modelo Padrão é a teoria que os descrevem mais aceita na atualidade. Por melhor que tenha sido a intenção de Fritjof Capra, o conteúdo de “O Tao da Física” simplesmente não pode ser mais considerado um “Tao” de acordo com o significado da palavra [8]. 

Podemos concluir daí que a sabedoria dos espíritos e, também, a de Allan Kardec foi além do que imaginávamos. Kardec poderia ter desejado formular propostas teóricas para, por exemplo, explicar a natureza dos fluidos espirituais ou do perispírito e, ainda, os mecanismos da interação com a matéria. Porém, se limitou a discutir a necessidade da sua existência e importância na relação entre espírito e matéria. Se Kardec tivesse tentado formular uma teoria dessas, com base nos conhecimentos da época, provavelmente a Doutrina Espírita teria caído no esquecimento como tendo sido mais uma teoria sem comprovação prática que utilizou princípios teóricos ultrapassados. Porém, ao situar-se bem próximo aos fenômenos, ele selou o Espiritismo com a garantia de resistência a qualquer crítica futura. Como Kardec mesmo disse no item VII da Introdução do Livro dos Espíritos “Na ausência de fatos, a dúvida é a opinião do homem prudente.”[9]. Por isso, caros irmãos espíritas, cuidado na formulação de teorias desta ou daquela natureza! 

Concluindo, devemos ter cuidado ao utilizarmos as teorias modernas das várias ciências na tentativa de validar o Espiritismo porque enquanto a maioria delas ainda passa por permanentes mudanças algumas outras, incluindo-se o Espiritismo, possui um conjunto de princípios básicos permanentes, devido ao fato de estarem mais ligados aos fatos. A consequência direta dessa análise é o fortalecimento de nossa fé (com base nos raciocínios) nessa Doutrina que nos esclarece e orienta sobre a nossa verdadeira origem e o nosso verdadeiro destino.



Alexandre Fontes da Fonseca



Fonte: http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo79.html
REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO, ANO LXXVIII, N. 2, p.93, (2003).
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal



Referências e comentários

[1] Partícula elementar da família dos chamados leptons que não possui carga elétrica. Sua existência foi primeiro prevista por Wolfgang Pauli(1900-1958) em 1930, e foi confirmada, experimentalmente, nos anos 50. Ver referência (3).

[2] A matéria escura é uma matéria presente no universo que foi denominada dessa maneira por não emitir radiação detectável. Sua existência foi inferida através do efeito gravitacional sobre outros corpos celestes visíveis. Os estudos indicam que se o neutrino tiver massa, mesmo que bem pequena, os efeitos gravitacionais acima mencionados seriam perfeitamente explicados. Veja referência (3).

[3] Adriano A. Natale e Marcelo M. Guzzo, Ciência Hoje, vol. 25, n.147, p.32 (1999).

[4] Silvio S. Chibeni, Reformador, junho, p.176 (1994).

[5] Ademir L. Xavier Jr., Reformador, agosto, p.244 (1995).

[6] F. Capra, O Tao da Física, Editora Cultrix LTDA, 15a. Edição, (1993).

[7] K. Wilber, Quantum Questions, Shambhala Publications, Boston (2001).

[8] “TAO” significa “caminho”.

[9] Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Edições FEESP, 9a. Edição, (1997).

OS DESÍGNIOS DE DEUS


Em momento algum deixa de confiar nos desígnios de Deus.

Não te encontras à deriva, apesar de supores que o rumo para a felicidade perdeu-se em definitivo.

A ausência aparente de respostas diretas aos teus apelos e necessidades faz parte de uma programática para o teu bem.

Sem que o percebas, chegam-te os socorros imprescindíveis para o equilíbrio e êxito, sem os quais, certamente, não suportarás as provas a que te propuseste por impositivo da próprio evolução.

Muitas pessoas resvalam na loucura, porque deixaram de preservar os contatos com Deus.

Criaturas sem conta arrojaram-se ao suicídio ou foram a ele atiradas, por perderem a confiança em Deus.

Expressivo número de homens rebolca-se nas paixões inferiores, por duvidar do auxílio de Deus.

Parasitos emocionais, perturbados espirituais iníquos e perversos, são pessoas que se negaram à vinculação com Deus, deixando-se tresvariar nos abismos em que se comprazem, por estarem em rebelião também contra eles mesmos.

Deus nunca abandona!

O homem, porém, a si mesmo se abandona, vitimado pelo egoísmo e os seus sequazes que, nutridos pela invigilância de cada um, terminam por dominá-lo.

Interrogas-te, em silêncio, como determinadas pessoas suportam vicissitudes e abandonos, ruínas econômicas e aflições morais, ingratidões e violências como se nada lhes estivesse, aparentemente, acontecendo.

Não fosse uma observação mais acurada, não lhes descobririas os infortúnios ocultos.

Sucede, porém, que esses corações crucificados nos impositivos da redenção, ao invés de reagirem pela agressividade inútil, confiam e esperam em Deus com alegria e superação das dificuldades, a fim de se libertarem do mal e alcançarem a plenitude que Deus concede a todos aqueles que se Lhe entregam aos desígnios superiores.



Divaldo P. Franco / Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "Otimismo"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal