quinta-feira, 25 de outubro de 2012

LIBERTE-SE

É da natureza humana permanecer no mesmo lugar, continuar fazendo o que estamos acostumados ou seguir amigos e familiares – seja ao frequentar os mesmos restaurantes ao invés de tentar algo novo ou indo a uma festa só porque todo mundo vai... Esse espaço é nossa zona de conforto.

Nossa zona de conforto pode até mesmo se aplicar à espiritualidade. Podemos escolher um caminho espiritual porque é popular – uma espécie de moda seguida por nossos amigos. Mas espiritualidade não significa nos adaptarmos ao que todo mundo está fazendo para nos sentirmos aceitos.


Embarcar num estilo de vida espiritual é embarcar num caminho de mudança interna, um trajeto que requer de nós experimentar o desconforto, para podermos nos conectar com nosso maior potencial e com a Luz que resulta dessa escolha.


Libertar-se da vida com a qual estamos familiarizados é muito difícil, e superar essa dificuldade é exatamente o motivo pelo qual tanta Luz pode ser revelada. É claro que não podemos esperar nos tornar uma pessoa inteiramente diferente em apenas um dia, mas podemos ter consciência da necessidade de dar passos diários em direção à mudança.


Experimente coisas novas. Aproxime-se de um estranho na situação em que pensar ser menos provável iniciar uma amizade, e tente se conectar a essa pessoa.


Como meu pai, o Rav, ensinou, e como ensinamos no Kabbalah Centre: no exato momento em que uma pessoa escolhe sair da sua zona de conforto, a Luz do Criador se conecta a ela.

Quando nos libertamos da nossa zona de conforto, nos libertamos das nossas limitações e entramos na esfera de Luz e de possibilidades ilimitadas.

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AS TRÊS COLUNAS (SABEDORIA - FORÇA - BELEZA)

Os Pilares Sabedoria, Força e Beleza

A lição imediata que o Iniciado Maçom recebe é da existência das três colunas mitológicas, a da Sabedoria, a da Força e a da Beleza. Colunas essas que representam também os três graus maçônicos, determinados na Constituição de Anderson.

Iniciando pelo Oriente, o Ven. M. está relacionado ao planeta Júpiter, visto que representa a Sabedoria. Júpiter rege a visão, a prosperidade, a  misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o mestrado e a felicidade. A sua função lhe confere prestígio, característica principal de Júpiter.

De forma óbvia, o 1º Vig. e o 2º Vig. são regidos, respectivamente, por Marte e Vênus, planetas da força e da beleza, simbologia das Colunas onde têm seus tronos. Marte rege o início, a coragem, o pioneirismo e o impulso. Vênus rege a harmonia, o prazer, a alegria, e a beleza como reflexo da manifestação do GADU (Grande Arquiteto do Universo).

O GADU trabalha a todo instante construindo o Templo Perfeito. Quando os maçons trabalham simbolicamente em Loja, para construir um Templo com "Colunas", com três "Pilares", simbolizando a Tríplice Natureza do Grande Arquiteto - Sabedoria, Força e Beleza - os dois reinos do espírito e matéria se unem, e a Grande Loja Eterna envia suas forças espiritualizantes para a Loja aqui em "baixo". É por isso que toda Loja Maçônica, ao encerrar sua reunião, distribui suas forças para o mundo. Tal como se dá com um reservatório que haja lentamente captado água de muitas pequenas correntes e por fim transborda, irrigando os campos, assim se dá com uma Loja Maçônica. Os maçons trabalham como instrumentos da "Grande Loja Eterna", pela qual são distribuídas forças para auxiliar os homens.


Segundo assinala René Guénon, nos antigos rituais operativos se necessitava a reunião ou o concurso de três mestres para que uma Loja pudesse trabalhar regularmente, representando cada um deles um determinado arquétipo espiritual ou Nome Divino Criador. Essa simbólica permaneceu na Maçonaria atual e esses três Mestres não são outros que o Venerável e os dois Vigilantes, cujas funções respectivas se vinculam com um Atributo, Aspecto ou Nome de Deus. Sabedoria, Força e Beleza são os nomes que recebem os três pilares ou três "pequenas luzes" situadas no centro da Loja, dispostas em forma de esquadro. Esses três pilares são chamados também de estrelas (alusão direta à sua simbólica celeste), as quais são feitas "visíveis" e presentes na Loja graças à invocação dos Nomes Divinos. O rito de acender estes pilares, acompanhado pela invocação dos Nomes Divinos, assinala o momento preciso em que a Loja, até então em sombras, torna-se plenamente iluminada, produzindo-se um passo das "trevas à luz". É, pois, um rito essencialmente cosmogônico, análogo ao "Fiat Lux" do Verbo criando a ordem cósmica ao fecundar o Caos Primordial, quer dizer o conjunto de todas as possibilidades de manifestação que se atualizam graças a essa ação do Demiurgo. 

Portanto a abertura da Loja descreveria de maneira simbólica um processo análogo ao da criação do mundo. Por outro lado o termo Loja procede de "Logos", a Palavra, ou Verbo, e também de termos linguísticos que designam a luz, como o grego "liké". De fato, o templo maçônico (como qualquer recinto sagrado) é uma imagem simbólica do cosmos, que por sua vez é o Templo Universal e a obra direta do Criador.

E assim como este "tudo disposto em número, peso e medida", a Loja se edifica com Sabedoria, Força e Beleza, ou com Fé, Esperança e Caridade, as três altas virtudes que se correspondem respectivamente com cada um dos três pilares. Na tripla invocação se apela à Sabedoria de Deus como verdadeiro artífice da obra de criação a que preside; a sua Força como a vontade que sustém e a regenera perenemente; e a sua Beleza como a energia que a adorna ao imprimir-lhe as medidas exatas e harmônicas que conformam sua ordem interna e externa, reveladas fundamentalmente através das estruturas geométricas e simbólicas.

Com as invocações desses atributos divinos também se está recordando, ou reiterando na memória dos presentes, aquilo que se diz nos Salmos: "Se o Eterno não edifica a casa, em vão trabalham os que a edificam". Só depois dessas invocações e graças ao influxo espiritual que nelas se contém, o espaço da Loja (do Templo Universal), previamente "enquadrado" pelas "circunavegações" dos Vigilantes, fica iluminado ou ordenado em toda a extensão do mesmo.

É a partir desse momento que se procede a abertura do Livro da Lei e a dispor sobre ele o compasso e o esquadro, o qual leva a cabo o Orador da Loja, Oficial ao qual se considera como o "guardião" do rito. O Livro e os dois instrumentos constituem as "Três Grandes Luzes" da Maçonaria situadas em cima do Altar dos Juramentos, quer dizer, no ponto geométrico de onde simbolicamente se efetua a união do céu e da terra, da vertical ao horizontal.

Essa união está representada pela posição em forma de estrela de Davi, ou selo de Salomão, do compasso e do esquadro, ambos símbolos respectivos do céu e da terra. A Loja parece, assim, como o lugar de onde se manifesta a conjunção céu-terra e por conseguinte a comunicação entre o mundo superior e o mundo inferior. Nesse sentido, recordaremos que na rica iconografia descrita nos quadros da Loja Maçônica em ocasiões aparece uma escada (símbolo do eixo) apoiando sua parte inferior no altar com as três grandes luzes, enquanto sua parte superior toca os céus. Ao integrante da Loja se lhe indica assim qual há de ser o caminho que deve seguir em seu processo interno, um caminho vertical, para o "alto", sem esquecer, que essa ascensão só é possível graças à compreensão da doutrina tradicional. Esta se articula e se expressa através do ensinamento veiculado pelo Livro da Lei (que recolhe as revelações ou teofanias transmitidas aos componentes da "cadeia tradicional") e o compasso e o esquadro (instrumentos que servem para trazer as medidas prototípicas do céu e da terra aplicada à construção mediante o uso da geometria sagrada).



Gostaria de chamar a atenção sobre uma atividade concreta, levada a cabo durante todo o dia, que resulta especialmente susceptível de ritualizar-se e que pode ajudar mui discretamente a preparar os estados de Sabedoria, Força (ou Perfeita Solidão ou Silêncio) e Beleza, com o uso adequado da linguagem e o cultivo do silêncio. 

O uso da palavra, sendo algo cotidiano, no marco dos Ritos Atemporais toma, a sua vez, uma importância capital. Aludiremos aqui, a modo de exemplo, a uma invocação concreta pela qual, recitando de uma determinada maneira as palavras sagradas: Sabedoria, Força e Beleza é possível fechar a Cadeia de União.

Estes três atributos representados por três Pilares Sagrados, segundo o Vedanta (para quem segue o hinduísmo), correspondem a outras tantas funções do Sannyasi (grau espiritual correspondente àquele que cumpriu a realização perfeita) as quais são: Balya, Panditya y Mauna. Funções que, a sua vez, correspondem a três shaktis da Trimurti.

Balya, correspondendo-se com Lakshmi (shakti de Vishnu) equivale à Beleza. Estado de não expansão, onde todas as potências do Ser estão concentradas em um ponto, realizando em virtude de sua unificação uma simplicidade embrionária. É o retorno ao estado primordial, estado comparável a de um menino.

Panditya, correspondendo-se com Saraswati (shakti de Brahma) equivale à Sabedoria. Atributo relacionado com a função de ensinamento, ou qualificação para despertar em outros as possibilidades correspondentes. Supõe a perfeição do conhecimento teórico.

Mauna, correspondendo-se com Parvati (shakti de Shiva) equivale à Força. Último grau, que representa o estado de Muní, do silêncio ou solidão, única condição na qual pode se realizar verdadeiramente a União.

Esses 3 atributos invocados ritualmente encontram também suas equivalentes na tradição extremo-oriental na teoria das "Quatro Felicidades". Assim, a Beleza, ou restauração do estado primordial, corresponde às duas primeiras felicidades: Longevidade (perpetuidade da existência individual) e Posteridade (prolongação indefinida do indivíduo através de todas as modalidades). A Sabedoria encontra sua homóloga no Grande Saber. E a Força na Perfeita Solidão. A respeito do cultivo do silêncio é sobejamente conhecida sua implantação em toda Ordem Iniciática Tradicional.

Podemos fazer, ainda, alusão dos três pilares aos Arcanos do Tarô:
 
A Sabedoria corresponde ao Arcano II, a Sacerdotisa, ou Ísis mãe dos Iniciados. A ciência iniciática que é preciso saber descobrir por si mesmo. Ísis não confia a chave dos mistérios à não ser aos seus filhos. Os Filhos da Viúva, dignos de conhecer seus segredos.
 
A Força é por si só o arcano XI. É o Oficial que se fez forte por si dominando-se a si mesmo. A prova de fogo exterioriza a fogosidade interna. O Iniciado que por ela experimenta em si um vazio atraente para o agente dinâmico exterior. Por esse fato se aproxima da coluna Booz, da qual extrai a Força que executa.
 
A Beleza corresponde ao Arcano X, a Roda da Fortuna. No centro de si mesmo ao Iniciado percebe o ardente calor que corresponde à Coluna Jakin. Seu salário de aprendiz se expressa em uma energia de origem interior que o leva a empreender a tarefa com audácia, mas jamais inoportunamente, porque o maçom inicia a obra quando chegou a hora de começar os trabalhos.

Os três pilares também se ligam às Sephiroth da Árvore da Vida na Kabbalah:
 
A Sabedoria corresponde à 2ª Sephirah: Chochmah, que é a própria Sabedoria. É ligada ao número 2, à dualidade. É uma potência masculina ativa, refletida desde Kether (a 1ª Sephirah). Ela é representada pelo nome divino Yah (Essência de Ti Mesmo), e tem como hóspedes angélicos os Ophanim, ou Rodas que são aquelas rodas que Ezequiel teve em sua visão do Trono de Deus. A classe angélica dos Ophanim é a dos Cherubim, que ordenam e desimpedem o Caos Primordial. Eles dão ao homem a luz do pensamento, a força da Sabedoria, os altos ideais.
 
A Força corresponde á 5ª Sephirah: Gevurah. É ligada ao número 5, que emana da potência passiva feminina da própria Força. Corresponde ao Tribunal de Deus, ao cinto, ao braço esquerdo de Deus. É representada pelo nome divino Elohim Gibor (Deus Forte) e tem como hóspedes angélicos os Seraphim ou Potências. A classe angélica dos Seraphim é a das Potências que produzem os quatro elementos sutis: Fogo, Ar, Água, Terra. Dão ao homem seu apoio contra os inimigos exteriores.
 
A Beleza corresponde à 6ª Sephirah: Tiphereth, que é a própria Beleza. É ligada ao número 6. É representada pelo Nome Divino Eloah Va-Daath (Deus de Minha Sabedoria) e tem como hóspedes angélicos os Malikim ou Reis. A classe angélica dos Malikim é a das Virtudes, que produzem o reino mineral. Dão ao homem a força necessária para vencer as potências da mentira, e lhe dão a recompensa.

Mas, quiçá, o rito mais significativo e importante da clausura maçônica é a CADEIA DE UNIÃO, constituída por todos os membros da Oficina "enlaçados" uns com os outros ao redor dos três pilares: Sabedoria, Força e Beleza e do quadro da Loja, quer dizer, no centro do Templo. Certamente, e como se diz no ritual, esta cadeia é o símbolo da fraternidade maçônica, sem embargo poderíamos nos perguntar em base a que deve sua existência essa dita fraternidade e por que se manifesta através da Cadeia de União, pois sem dúvida alguma ela expressa outra coisa bem distinta a qualquer tipo de camaradagem ou coisa equivalente.

Talvez a resposta esteja nas palavras e gestos que realiza o Venerável Mestre momentos antes de se formar a Cadeia de União: "Irmãos, seguindo o antigo costume não resta mais nada do que cerrar nossos segredos em lugar seguro e sagrado", e ato contínuo leva sua mão direita ao coração, como indicando que é aqui, no coração, no lugar mais puro e central do Ser e onde este se comunica com sua verdadeira essência, onde os segredos hão de guardar-se e cerrar-se. E já se sabe que o coração é o tabernáculo do Verdadeiro Templo, aquele que segundo as Escrituras "não é feito pela mão do homem", pois nada de individual ou particular pode penetrar nele. Portanto esses segredos não são só os que se referem especificamente aos da Ordem Maçônica e à Loja (e que devem ser salvaguardados dos "olhares indiscretos dos profanos"), senão também e poderíamos dizer, que ante tudo, a essência (ou quintaessência) mesma do que se recebeu do ensinamento tradicional veiculada pelos símbolos e os ritos, daquilo que verdadeiramente se compreendeu e assimilou no mais interno de si mesmo, em definitivo, da efetiva e íntima vinculação que cada ser mantém com seu Princípio Uno eterno. Isto seria, pois, o que enlaça ou une os Irmãos entre si, e por isso eles formam a cadeia de união, que é a união com a Unidade de Si mesmos.

Mas, não queríamos terminar sem oferecer um texto das Leituras do Rito de Emulação que resume vivamente o que até agora falamos sobre o Templo Maçônico:

"Permita-me atrair vossa atenção sobre a forma da Loja, a qual é um paralelepípedo que se estende do Leste para o Oeste, de Este a Oeste, em largura entre o Norte e o Sul e em altura desde a superfície da terra até seu centro e, inclusive a tanta altura como os céus".

"Uma Loja de maçons se descreve assim para mostrar a universalidade da Ciência e ensinamos que a caridade de um maçom não deve conhecer mais limites que os da prudência."

"Nossas Lojas devem estar orientadas de Leste a Oeste por que todos os Templos dedicados à adoração divina, como as Lojas dos maçons, estão ou devem estar assim orientadas."

"O Universo é o Templo do Deus que servimos. A Sabedoria, a Força e a Beleza sustêm seu Trono como pilares de Sua Obra, porque Sua Sabedoria é Infinita, Sua Força onipotente e Sua Beleza resplandecem na ordem e na simetria do Conjunto da Criação. Ele estendeu os céus ao infinito, como um vasto dossel; dispôs a terra como um estrado, coroou Seu Templo com as estrelas como uma diadema e de Sua Mão irradiam a Potência e a Glória. O Sol e a Lua são os mensageiros de Sua Vontade e toda Sua lei é o Amor."




AHMAD



Bibliografia

A Astrologia na Maçonaria, de Juarez de Fausto Prestupa;

Os Ideais da Maçonaria, de C. Jinarajadasa;

La Obra del Cabalista, de Z'ev ben Shimon Halevi;

El Tarot de los Imagineros de la Edad Media, de Oswald Wirth;

Manual del Aprendiz, de Aldo Lavagnini;

La Kabbale Pratique, de Robert Ambelain;

La Kabbalah Desnudata, de Knorr de Rosenroth;

Rito de Emulação;

Alcorão Sagrado;

Bíblia Sagrada.


(desconheço a fonte do texto)
Fonte da Gravura do topo: http://llvj.blogspot.com.br/2011/12/altar-dos-juramentos-as-tres-grandes.html
Fonte da Gravura do corpo: http://focoartereal.blogspot.com.br/2011/10/as-tres-grandes-colunas-da-loja.html

DESGOSTO

Referimo-nos habitualmente aos desgostos da vida como se nada mais tivéssemos que pensar.

Tal ocorrência sobrevém, de vez em que, em nossas atuais condições evolutivas, somos ainda propensos a fixar o coração nos fenômenos do mal, extremamente desmemoriados quanto ao bem, à feição de pessoa que preferisse morar dentro de uma nuvem, à frente do sol.

Ligeiro mal-estar obscurece-nos a harmonia interior e adotamos regime de aflição que acaba por atrair-nos moléstia grave... Isso porque apagamos da lembrança os milhares de horas felizes que lhe antecederam o aparecimento, sem perceber que o incômodo diminuto é aviso da natureza a que retomemos posição de equilíbrio.

Breve desajuste no lar interrompe-nos a alegria e desvairamo-nos em revolta, instalando, às vezes, perigosos quistos de malquerença, no organismo familiar... Isso porque quase nunca relacionamos os tesouros de estabilidade e euforia com que somos favorecidos em casa, longe de observar que o problema imprevisto expressa bendita oportunidade de consolidarmos o amor e a tranquilidade no instituto doméstico.

Um companheiro nos deixa a convivência e deitamos longas teorias, acerca da ingratidão, estabelecendo complicações de profundidade... Isso porque olvidamos as afeições preciosas que nos enriquecem os dias, incompetentes que nos achamos para concluir que o amigo, tangido pelas forças espirituais com que se afina, terá buscado o tipo de experiência mais adequada aos próprios impulsos com vantagem para ele e proveito nosso.

Insignificante desentendimento reponta na esfera profissional e exageramos o acontecido, lançando perturbação ou incrementando a desordem... Isso porque muito dificilmente ligamos justa importância aos dotes inúmeros que recolhemos do nosso campo de trabalho, inábeis para reconhecer que o destempero havido é o ensejo de proteger e prestigiar a organização a que fomos chamados, em favor de nós mesmos.

Desgosto esta efetivamente para o coração, como a poda para a árvore.

Se dissabores nos visitam, recordemos que a vida está cortando o prejudicial e o supérfluo, em nossas plantas de ideal e realização, a fim de que possamos nos renovar e melhor produzir.

Francisco Cândido Xavier / Emmanuel

Fonte: do livro "Caminho Espírita", Lição nº 51, Página 113.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PODER DA CABALA


A sabedoria milenar da Cabala — inicialmente transmitida apenas de forma oral e a pouquíssimas pessoas — apresenta uma forma de interpretar as Sagradas Escrituras de forma a revelar conhecimentos ocultos nas palavras e que não podem ser compreendidos a partir de uma interpretação literal dos textos. Desta maneira, o Velho Testamento não é entendido simplesmente como um relato de acontecimentos ocorridos há milhares de anos, mas como uma das formas mais bem elaboradas e herméticas de transmissão de informações, que podem estar ao alcance daqueles que estudarem a decodificação dos símbolos.

Já houve épocas em que o estudo da Cabala era bastante restrito, o que está mudando um pouco nos tempos recentes. Para falar mais sobre esse conhecimento, a Sexto Sentido entrevistou o professor Shmuel Lemle, tradutor do livro O Poder da Cabala, e responsável pelo Centro de Cabala do Rio de Janeiro.

O senhor pode nos dizer o que é a Cabala?

A Cabala é uma antiga sabedoria espiritual baseada num livro chamado Zohar. A sabedoria do Zohar é universal — provê conhecimento e ferramentas para toda a humanidade, que são tão úteis hoje como eram há milhares de anos. Esse conhecimento e essas ferramentas podem ser aplicados por pessoas de todas as religiões e práticas espirituais. A Cabala proporciona a metodologia, instruções e ferramentas para ajudar as pessoas a alcançarem a auto-realização, a plenitude espiritual, e um fim para o sofrimento e o caos. O Zohar, escrito há 2 mil anos, explica os mistérios da vida e os códigos secretos da Bíblia.

Qual a relação — se é que existe — entre a Cabala, a religião judaica e as religiões que dela derivaram, como a católica?

O Zohar é um guia para a Bíblia que foi dada a Moisés no Monte Sinai, quando ele recebeu os Dez Mandamentos e a Torá. A Cabala explica os segredos e o verdadeiro significado das histórias da Bíblia, revelando sua sabedoria e espiritualidade, e sua intenção é ajudar a acabar com o caos que assola a humanidade. A Cabala era uma tradição oral originalmente estudada apenas por rabinos, mas seus ensinamentos, derivados do Zohar, eram para toda a humanidade, não importando a origem religiosa ou espiritual. Na verdade a Cabala nos ensina todos os porquês por trás da prática religiosa.

Como se chega ao estudo da Cabala? Como a pessoa se inicia?

O Centro de Cabala oferece cursos desde o nível iniciante até níveis mais avançados de estudo. O curso para iniciantes, chamado Introdução à Cabala 1, cobre assuntos como as origens do universo, o sentido da vida, e como transformar nossos hábitos negativos, reativos, em comportamento proativo. Os cursos mais avançados penetram nos estudos da vida após a morte, relacionamentos, desenvolvimento pessoal e crescimento espiritual. Outros cursos são dados sobre saúde e cura, como criar milagres na vida, oração e meditação, e a ciência da astrologia cabalística.

Antigamente se dizia que mulheres não podiam estudar a Cabala, e que quem estudasse antes dos 40 anos ficaria louco. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Se tentássemos explicar a uma pessoa que vivesse na Idade Média a ideia de um aparelho de fax, um telefone celular, ou mesmo da Internet, seriamos rotulados de místicos ou loucos. Hoje, todos nós temos acesso a esses avanços tecnológicos. As idéias da Cabala só podem ser transmitidas para todos agora, porque os avanços da ciência e da consciência nos proporcionam uma linguagem que torna os conceitos espirituais compreensíveis. Podemos falar de interconexão, porque a própria física quântica explica que todos os eventos estão interconectados. Antes não existia uma linguagem para falar sobre esses conceitos, por isso, a Cabala ficava limitada a poucos sábios por geração. Mas o próprio Rabi Isaac Luria, o Ari, que viveu há 500 anos, um dos maiores cabalistas que da História — a Cabala estudada hoje se chama Cabala Luriânica em sua homenagem — deixou este mundo com 38 anos. E no Zohar está escrito que na nossa época — a Era Messiânica, Era de Aquário, Nova Era, chame como quiser — até crianças de 6 anos devem aprender Cabala. Agora estamos prontos para receber a sabedoria cósmica do universo.

Existe mais de um tipo de Cabala, ou mais de um tipo de interpretação e aproximação à Cabala?

Existem algumas variações nas interpretações, mas basicamente toda Cabala estudada hoje vem do Ari, Rabi Isaac Luria, e se chama Cabala Luriânica. Existem também níveis de estudo da Cabala. O primeiro nível se chama Taamei Torá — o sabor da Torá — que é o que estudamos, e que pode e deve ser estudado até por crianças. O segundo nível é Sitrei Torá — a parte oculta. Para atingir esse nível o estudante precisa estar imbuído de um desejo tão grande de aprender que recebe uma revelação direta. Esse nível não pode ser ensinado diretamente, a pessoa tem que chegar no nível de receber a revelação.

Qual a relação entre Cabala e magia?

Algumas pessoas utilizam a Cabala como magia — isto se chama Cabala Maassit, Cabala prática. No Centro de Cabala não estudamos de jeito nenhum esse tipo de Cabala. É muito perigoso mexer com forças espirituais sem saber direito os efeitos colaterais que isso pode causar.

Como se desenvolve a compreensão do cabalista sobre Deus?

O cabalista fala na Luz Infinita. A Luz Infinita não é Deus, mas uma Energia Infinita que emana de Deus. O próprio Deus, segundo os cabalistas, nós não temos capacidade de compreender. A Luz é a Sua emanação, e é este nível que podemos atingir. Os diferentes nomes de Deus que aparecem na Bíblia, segundo os cabalistas, são denominações de diferentes níveis dessa emanação luminosa — as Sefirot. Cada nome está ligado a uma determinada Sefirá — ou um determinado nível de emanação da Luz. Quer dizer, os nomes não indicam o próprio Criador, que é totalmente inatingível, mas diferentes níveis de Suas emanações.

Existe alguma escritura sagrada da Cabala além das antigas escrituras? O estudo da Cabala é centrado em alguma escritura em particular ou em toda a Torá?

Como já dissemos, o principal livro de Cabala é o Zohar, escrito por Rabi Shimon Bar Yohai há 2 mil anos, decifrando os segredos e códigos da Torá. O Zohar foi escrito originalmente em aramaico, e o fundador do Centro de Cabala, Rabi Yehuda Ashlag, traduziu o Zohar por completo para hebraico moderno. Pela primeira vez, está sendo disponibilizada uma tradução completa do Zohar para o inglês. Em português ainda não existe uma versão do Zohar. Mas o primeiro livro de Cabala é ainda anterior à própria Torá. É o Livro da Formação — Sefer Yetzirá — de autoria do Patriarca Abraão. Em forma de código, este livro contém todos os segredos do universo e da Criação. Entre outras coisas, fala de astrologia e do poder energético das letras hebraicas.

O Zohar vai de acordo com a Torá e segue todo o Antigo Testamento, explicando o verdadeiro sentido de cada passagem. Mais tarde, há 500 anos, veio o Rabi Isaac Luria, o Ari, que trouxe uma metodologia mais compreensível para os ensinamentos do Zohar. Seus ensinamentos foram passados para a forma escrita por seu principal aluno, Rabi Chaim Vital, e pelo filho deste, Rabi Shmuel Vital, e se chama Kitvei Ari, os Escritos do Ari.

No século XX, o grande cabalista Rabi Yehuda Ashlag trouxe os ensinamentos do Ari para uma forma ainda mais próxima de nós, pessoas leigas, no Estudo das Dez Emanações Luminosas. Rabi Ashlag, fundador do Centro de Cabala, completou também uma tradução do Zohar do original em aramaico para hebraico moderno.

A Torá é o centro de todo o ensinamento. Mas o cabalista frisa o fato de que a Torá é um código. Não pode ser lida de forma literal, pois isto oferece uma compreensão completamente equivocada e contraditória. O trabalho do cabalista é decifrar o código por trás da Torá. O Zohar enfatiza uma crença fundamental da Cabala de que é uma obrigação analisar e questionar as histórias da Bíblia. Com a instrução do Zohar, os segredos dessas histórias são revelados e sua sabedoria pode ser usada para melhorar as vidas de todos.

Como o estudo da Cabala afeta o homem moderno?

Os estudantes aprendem respostas para como vencer o jogo da vida. Utilizando as ferramentas poderosas fornecidas pelo Zohar, o homem pode controlar o caos em sua vida e atingir a plenitude duradoura. Uma vez postos em prática os ensinamentos, os estudantes passam por mudanças positivas em suas vidas.

Qual a relação entre Cabala e ciência?

O cabalista Rav Berg, atual diretor do Centro de Cabala, costuma dizer que a ciência finalmente está alcançando a Cabala. De fato, é impressionante como os últimos avanços da física e da biologia se assemelham aos antigos ensinamentos dos cabalistas. Em busca de uma teoria que unifique a Relatividade de Einstein, que funciona para sistemas macroscópicos, e a Teoria Quântica, que se aplica ao mundo subatômico, a física moderna chegou à Teoria das Supercordas (Superstrings, em inglês). Sem entrar em detalhes, de acordo com essa teoria o universo tem dez dimensões, mas no momento do Big Bang seis delas se compactaram em uma, por isso, só percebemos quatro dimensões (três espaciais e o tempo). É exatamente o que ensina a antiga Cabala. Da mesma forma, a teoria genética, junto com a ideia do DNA, já era explicada de forma bem mais profunda pelos cabalistas. O Rav Berg costuma dizer que a Cabala é a ciência do século 25.

Qual o verdadeiro significado da Árvore da Vida segundo a Cabala?

A Cabala explica que há dois universos paralelos, duas realidades existindo lado a lado. A primeira é a realidade onde o caos predomina, onde existe a lei de Murphy, que diz “tudo que pode dar errado dará errado”. É o mundo dos altos e baixos, onde hoje está tudo bem, mas há completa incerteza quanto ao amanhã. Esta realidade é codificada na Bíblia como “A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal”. Hoje está bem, amanhã está mal, e assim por diante. A segunda realidade é a Árvore da Vida. Neste nível da realidade, o caos não existe, a própria morte foi cancelada. É a realidade da nossa alma, da Luz plena, da plenitude total, da satisfação completa, da imortalidade. O que determina com qual das duas realidades nos conectamos é a nossa consciência.

Dentro de um entendimento mais profundo da Árvore da Vida, compreendemos que para a Luz Infinita poder se revelar num mundo finito, nos proporcionando o livre arbítrio, era preciso que existissem diferentes níveis de ocultação da Luz, desde um nível em que a Luz está totalmente revelada até o nosso nível físico, em que a Luz está oculta. Existem então dez níveis de revelação ou ocultação da Luz, que são as Dez Sefirot, formando a estrutura conhecida como a Árvore da Vida.

Segundo a Cabala, quais as funções espirituais do homem e da mulher?

A energia masculina é a energia de compartilhar. A energia feminina é a energia de receber. Tudo no universo tem essas duas forças, dar e receber, Luz e receptor. Quando um professor dá uma aula, está compartilhando com os alunos seu conhecimento. Neste caso, o professor é a Luz e os alunos são o receptor. O professor representa a energia masculina e os alunos, a energia feminina. Quando falamos, estamos revelando nosso pensamento. A fala é o receptor para o pensamento. Sem a fala o pensamento não poderia se expressar. Neste caso, o pensamento é a Luz, a energia masculina, e a fala é o receptor, a energia feminina. Tanto homem quanto mulher são formados pelas duas energias, masculina e feminina. Mas o papel do homem é mais de compartilhar e o da mulher é mais de receber e manifestar a Luz. O homem planta a semente dentro da mulher, que a alimenta e guarda, para fazer a gestação de uma nova vida. As duas energias se complementam, uma precisa da outra. A semente não se manifesta sem a Mãe-Terra. E a Terra não pode cumprir sua função de gerar vida sem a semente. Nenhuma energia é melhor ou pior, superior ou inferior que a outra, mas certamente as energias são diferentes, bem como suas funções.

Aplicação Prática

Apesar do interesse mágico não constituir o centro dos estudos cabalísticos, a utilização da Cabala na magia despertou imenso interesse nos eruditos europeus, especialmente a partir do século XV. Nessa época surgiram muitas obras sobre o tema e também inúmeros cabalistas cristãos, como Pico della Mirandola, Johan Reuchlin, João Pistorius, Cornélio Agrippa e outros.

Muitos preferiram seguir pelo caminho da Cabala prática, a partir da concepção de que as letras e números em que estão escritos os textos sagrados não são apenas signos inventados pelo homem para registrar fatos e pensamentos, mas formas que contêm o poder divino — conforme explica o historiador Kurt Seligmann em seu livro A História da Magia. Assim, a compreensão da Cabala também se firmou como uma forma de exercer as artes mágicas, reconhecendo o poder das palavras.

Segundo Seligmann, o que ocorreu é que enquanto um bom número de eruditos cristãos se dedicavam à especulação metafísica, seguindo os passos dos letrados judeus, outros se sentiram mais atraídos pela aplicação prática dos conhecimentos apresentados nos livros cabalísticos.

É provável que o relato mais fantástico de uma aplicação prática esteja representado pela história do Golem, um ser artificial que teria sido criado em alguns momentos da história a partir do conhecimento cabalístico. A ideia básica é que, assim como Deus tinha criado através da palavra, também se poderia criar um ser artificial dessa maneira. No século XII, conta-se que a seita dos Chassidim elaborou 221 combinações diferentes utilizando as letras do alfabeto e, amassando uma quantidade de barro, tornou possível a criação de um homem, desde que a combinação exata de palavras fosse pronunciada. Para desfazer a criatura, bastava pronunciar as combinações invertidas. Um dos problemas do Golem era que ele crescia muito rapidamente, assumindo proporções de um gigante. Outra aproximação da lenda afirma que ele trazia a palavra emeth (verdade) escrita na testa, e para fazer com que a criatura deixasse de existir era só apagar a primeira letra, transformando a palavra em meth (morte).

As histórias também dizem que Elias de Chelm criou um Golem no século XVI, e que o ser começou a viver quando ele escreveu o nome secreto de deus em sua testa. Outro rabino, que também teria feito um Golem, foi Judah Löw bem Bezalel, de Praga, que o destruiu quando percebeu que ele não parava de crescer.

Algumas versões da lenda afirmam que o Golem era utilizado para realizar serviços domésticos; em outras, suas funções não eram tão superficiais, e o ser andava pelo mundo realizando façanhas e ajudando o povo judeu quando este se encontrava em dificuldades. A versão mais conhecida da lenda é a escrita em forma de ficção por Gustav Meyrink (O Golem, publicado no Brasil pela Ed. Hemus), mas ele também surge na obra de vários autores de literatura fantástica, como E.T.A. Hoffmann e Villiers de l’Isle-Adam, além de algumas adaptações para o cinema. 



Rabino Shmuel Lemle



Fonte: Revista Sexto Sentido nº 22, por Gilberto Schoereder
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OBSTÁCULOS OU TESTES?


Obstáculos que surgem no caminho são, muitas vezes, tratados com certo ressentimento pelos peregrinos no caminho espiritual. Mas esses testes devem ser tratados como um meio de garantir segurança. Você coloca um prego na parede para pendurar uma imagem, mas antes de pendurar a foto, você tenta sacudi-lo para verificar se ele está bem preso; quando está certo de que ele não se move mesmo quando toda sua força é usada, você tem confiança para pendurar a foto. Você deve acolher os testes porque eles lhe dão confiança e garantem elevação.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ESCOLHA DAS PROVAS PARA A NOVA EXISTÊNCIA CORPORAL

Livro dos Espíritos - Questão 258 - Escolha das Provas

258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?
 
"Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio."

a) - Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?
 
"Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ide agora perguntar por que decretou Ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito. Demais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus o permitiu."

Allan Kardec

Fonte: "O Livro dos Espíritos"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CABALA: UM CAMINHO PARA O ENCONTRO COM A CRIAÇÃO

Envolta em mistérios de acesso antigamente restrito apenas aos homens, o termo Cabala já teve má reputação na língua portuguesa, vinculado a conceitos de maquinação secreta e até à magia negra. Mas ela nada mais é do que uma corrente mística da religião judaica que busca levar o homem para mais perto de Deus.

A Cabala é uma das correntes místicas do judaísmo. O termo significa literalmente recepção e, por consequência, tradição. O primeiro cabalista seria o patriarca Abraham, que viu as maravilhas da existência humana, perguntou questões ao Criador e os mundos mais elevados foram revelados a ele. O conhecimento que ele adquiriu e o método que ele usou para aprende-lo foram passados para seus descendentes e a Cabala foi sendo transmitida oralmente durante séculos.

O primeiro trabalho sobre a Cabala, o Sefer Yetzirah, o Livro da Criação, é atribuído a Abraham. Este texto básico da Cabala explica os 32 caminhos da sabedoria que foram utilizados no processo da Criação. Estes caminhos estão incluídos nas dez Sefirot, as luzes divinas, que agem como canais criativos e conscientes da criação, e nas 22 letras do alfabeto hebraico. As letras são os alicerces, os vasos, e incluem todas as combinações e permutações através das quais Deus criou o mundo com palavras. A Cabala ensina que as palavras, combinações e permutações de letras são vasos através dos quais o processo criativo se realiza.

A Cabala procura essencialmente descobrir a origem de tudo o que existe: o mundo, o ser humano, a vida, a morte, e elevar o ser humano espiritualmente para ele poder entrar em contato com Deus", explica o rabino Yehuda Busquila, da Congregação Israelita Paulista.

Sete gerações depois de Abraham, no Monte Sinai, a Torá - nome pelos qual a Bíblia é chamada pelos judeus - foi entregue em duas dimensões a Moisés: a parte pública, que nós conhecemos, com o corpo de leis que expressam as vontades de Deus e que compõem o Pentateuco, e uma parte secreta, com a compreensão dos segredos da criação.

Desenvolvimento

Ao longo dos séculos a busca pela Cabala seguiu um movimento pendular, partindo de períodos de grande interesse e produção cabalística para períodos em que ela ficou totalmente restrita a pequenos círculos de estudo.

De acordo com a tradição, o primeiro grande período de sistematização deste conhecimento ocorreu durante o século III, quando o livro Zohar ("Livro do Esplendor") teria sido escrito pelo rabi Shimon Bar Yochai (150 D.C -230 D.C), o Rashbi, pupilo do rabi Akiva ( 40 D.C - 160 C.E). Bar Yochai e quatro outros foram os únicos a sobreviverem ao massacre de 24 mil discípulos de Rabi Akiva, sendo autorizado por ele e pelo rabi Yehuda Bem Baba a ensinar a Cabala às gerações futuras. Após a prisão de rabi Akiva, o Rashbi escapou com seu filho, Eliezer. Ambos ficaram escondidos em uma caverna por 13 anos, de onde saíram com o Zohar, livro escrito em forma de parábolas e em aramaico, língua que era falada nos tempos bíblicos e que seria o lado oculto do hebraico.

O Zohar explica que o desenvolvimento humano é dividido em 6000 anos, durante o qual as almas seguem um contínuo processo de desenvolvimento a cada geração. No fim do processo, todas as almas alcançam a posição chamada "o fim da correção", o mais alto nível de espiritualidade e completude.

Shimon Bar Yohai foi um dos grandes de sua geração. Ele escreveu e interpretou muitos temas cabalistas e é conhecidos até hoje. Entretanto, de acordo com a lenda, o Zohar desapareceu depois dele, sendo mantido escondido em uma caverna nas vizinhanças de Safed em Israel. Achado depois pelos árabes que residiam na área, o Zohar foi reconhecido por um cabalista de Safed, que havia comprado um peixe embrulhado naquele papel de incalculável valor no mercado. Depois de comprar o resto daquela páginas preciosas, ele as reuniu em um volume. Somente no século XIII é que estes escritos vieram à luz, publicados pelo Rabino Moisés de Leon, de Castela, durante o florescimento da Cabala na Penísula Ibérica. Até então o estudo do Zohar vinha sendo conduzido secretamente por pequenos grupos. Hoje em dia, estudos mais acadêmicos, como o de Gershom Sholem, apontam que o autor de fato do Zohar teria sido o próprio De Leon.

Outro grande momento da Cabala foi o período de Ari, o rabi Yitzhak Luria. Nascido em Jerusalém, mas criado no Egito, ele trabalhava com comércio, mas devotou grande parte de seu tempo ao estudo da Cabala. Uma lenda conta que ele passou sete anos isolado na ilha da Roda no Nilo, onde além do Zohar estudou livros dos primeiros cabalistas e escritos de outro grande sábio de sua geração, o Rabi Moshe Cordovero, o Ramak.

Em 1570 ele foi para Safed, em Israel. Bastaram somente dois anos, já que ele morreu em 1572, aos 38, para que Luria tivesse sua grandiosidade reconhecida a ponto de todos os estudiosos de Safed terem ido estudar com ele. Exemplos de seus escritos famosos são "A Árvore da Vida", "O Portal das Intenções", "O Portal da Reencarnação". Em seus estudos, Ari desenvolveu o primeiro mito cabalista conhecido, que compreende o primeiro auto-desenvolvimento de Deus, a criação do universo e da humanidade, as origens do mal e, o mais importante, um método para reparar o mal (tikkun) e restaurar a unidade original de Deus e da criação. No fim, ele instituiu um sistema elaborado de meditação e práticas rituais para conectar a humanidade com o divino. Alguns dos hinos e práticas da escola de Luria são usados até hoje. Através da larga publicação do trabalho de seus discípulos, a Cabala de Ari se espalhou por todo o mundo judaico, tornando-se não somente a forma mais aceita da Cabala, mas de todo o Judaísmo, na medida em que isso é possível.

"A religião judaica incorporou muito da parte mística", explica o rabino Adrian Godfrid, da Comunidade Shalom, de São Paulo. Segundo ele, o serviço de sexta-feira à noite, realizado em todas as sinagogas do mundo, o chamado Kabbalah Shabat, foi instituído pelos místicos de Safed. Até mesmo um dos hinos mais conhecidos deste ritual, o Leha Dodi, foi concebido por Shlomo Alevi, um destes místicos, durante um transe.

No século XIII, foi a vez do movimento Hassídico inspirar nova vida no misticismo judaico, tornando-o acessível para uma larga audiência. O Hassidismo vem da palavra hebraica hasid, que quer dizer pio, e é baseado nos ensinamentos do curandeiro judeu polonês Israel Bem Eliezer (1700-1760), conhecido como Baal Shem Tov. Ele ganhou o respeito dos judeus pobres e oprimidos socialmente por insistir que a melhor maneira de alcançar Deus não era através do estudo avançado do Talmud ou das complicadas fórmulas de meditação de Luria, mas pela prática simples e sincera da devoção na reza, associada a alegres canções, danças e histórias. Embora ele não fosse rabino, Shem Tov conseguiu atrair muitos rabinos para seu círculo. Após duas gerações, centenas de rabinos elaboraram os ensinamentos de Shem Tov, atraindo mais discípulos e fundando "dinastias" de sucessão, assim promovendo o nascimento do movimento hassídico. Na época do auge deste movimento, quase todo grande rabino era um cabalista. Com o passar dos anos, o hassidismo foi se tornado exatamente o contrário, esquecendo-se de sua fonte original e tornando-se praticamente indistinguível do judaísmo tradicional. Junto a esta descaracterização da essência do hassidismo, a crescente secularização do judaísmo contribuiu novamente para isolar o misticismo judaico, cujo interesse veio a renascer novamente no final do século XX.

Quem pode estudar

Antigamente, havia o conceito de que as pessoas não poderiam estudar a Cabala, de que era um segredo perigoso, e de que ela só poderia ser estudada a partir dos 40 anos.

"A mística tem a ver com aspectos muito profundos da personalidade e esta tradição de estudar a partir dos 40 anos existe porque teoricamente a pessoa estará mais estruturada psicologicamente para poder entender outras coisas, um pouco mais ocultas", explica o rabino Adrian Godfrid. O fundamental, entretanto, para os estudiosos judeus, é que o interessado na Cabala tenha passado por todos os outros níveis de leitura da Torá e todos os outros clássicos do judaísmo como o Talmud. "Se subentende que a pessoa nesta idade já passou muitos anos estudando os outros níveis, pois se você não passou por isso, você não entende nada".

Para o rabino Yehuda Busquila, a Cabala deve ser estudada por todos aqueles que tiverem condições de estudá-la. "Seus ensinamentos deveriam ser abertos a todo mundo, porque eles encerram coisas que a gente não sabe e nos trazem respostas que a gente não encontra no mundo lógico, no mundo da razão, pois a Cabala é especulativa, não é normativa". Para ele, até se chegar à Cabala o interessado também deve passar por algumas etapas. "É como dar alimento para uma criança. Primeiro você dá a mama, depois mamadeira, sopinha, um purezinho. Até ele mastigar um bife vai levar algum tempo. É a mesma coisa com o estudo da Cabala".

Palavras e Números

Um interpretador cristão da Cabala, o português D. Francisco Manoel de Mello, escreveu em seu "Tratado da Ciência da Cabala" que a língua hebraica é de origem celeste, pois nela falou Deus aos Patriarcas e ela serviu de instrumento aos divinos oráculos da antiguidade. Daí se infere que as palavras, letras e números representativos dessa linguagem contêm virtudes intrínsecas, próprias exclusivamente dela.

Na Cabala hebraica realmente promove-se a linguagem, de simples meio de comunicação entre os homens, em instrumento essencial da cosmogonia: "Disse Deus: haja luz - e houve luz", escreve o Gênesis. A criação, pois, efetivou-se através do poder místico da palavra.

De acordo com o rabino Yehuda Busquila, para os cabalistas todos nós somos números, já que todas as letras judaicas têm um correspondente numérico

"As letras do alfabeto hebraico têm um valor numérico e todos nós temos um nome que é composto com estas letras. Somos números e o nome que nos é atribuído, quando nascemos, tem alguma coisa da essência divina, já que todas as letras fazem parte do nome de Deus", diz Busquila. A numerologia da Cabala é baseada na interpretação do significados dos nomes e como todas as criaturas têm nome, e portanto são números, ela pode tratar de todos os fenômenos que existem no universo.

Cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico possui um valor numérico que varia de 1 a 400. O cálculo da equivalência numérica das letras, palavras e frases propicia a descoberta de inter-relações de diferentes conceitos e exploração de inter-relacionamento entre palavras e idéias. Para a Cabala, as equivalências numéricas não são coincidências. Desde que o mundo foi criado através da "palavra" divina, cada letra representa uma diferente força criativa. Portanto, a equivalência numérica de duas palavras revela uma conexão interna entre o potencial criativo de cada uma.

Para o rabino Adrian Godfrid, a numerologia é um tipo de interpretação, "uma ferramenta hermenêutica". Para ele, ela não é o centro e não pode ser vista isolada do contexto judaico. "Faz sentido entender que o valor numérico das letras fala alguma coisa no contexto judaico, mas quando você faz isso para ver que número vai dar na Sena, aí você está fazendo um negócio que não tem nada a ver com isso. O contexto foi violentado".

Sefirot - atributos, virtudes, qualidades divinas

A Cabala trata dos nomes de Deus e da força inserida nas letras que o compõem. Seu objetivo é elevar o ser humano espiritualmente para ele poder entrar em conexão com Deus, e para isso ele deve ultrapassar algumas etapas, as Sefirot, um diagrama que representa os atributos, as virtudes e qualidades divinas e que pode ser entendido como um canal para o divino. De acordo com Gershom Sholem, no "Livro da Criação", do qual foi originalmente tomado, Sefirot simplesmente significava números, mas com o gradual desenvolvimento da terminologia mística passou a ser traduzido aproximadamente por "esferas" ou "regiões", mudando sua acepção até que passou a significar a emergência de poderes, virtudes e emanações divinas.

Na Cabala, Deus é chamado de Ayin, que significa "Nada", em hebraico. Por estar além da existência, Deus é o infinito, pois incorpora tudo que existe e que existirá. Tudo que importa vem de Ayin Sof e volta no fim para ele que é o nada absoluto. Apesar de Ayin Sof em si mesmo ser além de qualquer compreensão, ele se faz conhecer através das dez Sefirot.

O ato divino é visualizado simbolicamente com a idéia de que do Ayin Sof, ou da Luz Infinita que envolve o vazio, emana um feixe de luz que penetra da periferia em direção ao centro. Este feixe de vontade divina se manifesta em dez etapas de emanação. Desde a Idade Média, estes dez estágios são chamados de Sefirot e expressam os atributos divinos.

A estrutura do diagrama da Sefirot, que algumas interpretações chamam de Árvore da Vida, contém todas as leis que governam a existência, porque revela o processo universal de equilíbrio entre o alto e o baixo, os princípios ativos (direita) e os passivos (esquerda). O influxo divino pode ser traçado em detalhes ao longo dos caminhos entre as Sefirot (designados pelas 22 letras do alfabeto judaico) e através das tríades que os ligam uns aos outros. As cores aqui distinguem entre as tríades funcionais ou laterais (vermelho ativo e azul passivo) e as tríades centrais, que denotam níveis de consciência e vontade (verde, violeta, e amarelo).

Os quatro grandes círculos representam os níveis dentro de uma única Árvore, que corresponde às quatro dimensões da realidade ou simbolicamente à raiz, tronco, galhos e frutos ou às quatro letras do mais especial nome de Deus, YHVH. Estes círculos também foram vistos como níveis ou degraus. O primeiro, associado com o fogo, está perto da Coroa (Keter) e é visto como pura Vontade (chamado de Deus). O segundo, associado com o ar, simboliza o Intelecto (a criação Divina). O terceiro nível, associado com a água, é visto como uma expressão da Emoção (a formação Divina). O quarto e último, associado com a Terra, fala da ação, das implementações práticas de tudo que houve antes (ação Divina). Apesar de ser altamente complexa, a Árvore da Vida é uma imagem da Unidade Divina.

Para a Cabala, o fluxo divino através das Sefirot para os quatro mundos da humanidade não é o único caminho. Ou seja, não são somente as ações divinas que têm impacto sobre nós; nossas ações individuais também repercutem cosmicamente e ajudam na reparação do Universo, pois Deus precisa do universo e da humanidade para ser verdadeiramente Deus, para alcançar todo seu potencial divino. Se Deus não tivesse necessidade do universo, porque ele o teria criado? - perguntam os cabalistas.

DÉBORA LERRER

Fonte: http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/cabala.htm
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

QUEM É O MESSIAS?

Muitas interpretações religiosas do Messias têm se tecido entre as principais tradições espirituais do mundo. A religião Judaica, por exemplo, tem mantido que Messias se refere a um indivíduo que um dia, quando Deus achar adequado, irá aparecer em um burro branco, e irá acabar com a miséria, a dor e o sofrimento. Por milênios os Judeus têm rezado para que isso aconteça, com o objetivo de trazer um final feliz para a humanidade. Mas até hoje, isso parece não ter funcionado, já que o Messias ainda não veio.

Por razões que permanecem misteriosas, Deus não mostra compaixão e empatia com Seu povo, e não manda o Messias imediatamente. Estará o Senhor lá no céu, sem se importar com o caos que Ele observa entre as pessoas do mundo? Pois não há dúvidas que Deus Todo Poderoso e Onipotente poderia por um fim a este caos quando Ele bem escolhesse - então por quê Ele não o faz? A resposta religiosa é simplesmente resignação e submissão: "Deus, em Suas misteriosas maneiras, sabe o que está fazendo".

Esse conceito de Messias é completamente isolado da vida diária daqueles que continuam a aderir a ele. Podemos deixar tudo como está; quando o Messias chegar, resolverá tudo para nós. Como resultado, é um conceito que não requer muita atenção para a qualidade espiritual da vida no dia-a-dia. Se o Messias chegar, bom, ótimo, e se não chegar, a vida vai continuar como continuou no passado.

Essa versão do Messias requer uma mínima mudança sequer na maneira como essas pessoas que nela acreditam vivem suas vidas? Esse conceito do Messias altera seus estilos de vida em qualquer medida? Infelizmente, a resposta é não. Simplesmente nos é dito para termos fé, para nunca abandonarmos a expectativa de Sua chegada - um dia Ele vai aparecer.

A impressionante revelação da Kabbalah é que toda e cada pessoa é na verdade o Messias. A remoção do caos requer a consciência coletiva, e Messias é a iniciativa de todos os seres humanos. Quando cada um de nós preencher os requisitos de consciência e comportamento - e nos tornarmos Messias em nosso interior - então e somente então poderemos trazer e nos tornar parte de um Messias coletivo. Quando todas as pessoas atingirem a comunhão com a sua consciência individual de Messias, iremos então experimentar a presença do Messias. A incrível Luz de Deus será então revelada em todo seu esplendor - e o caos simplesmente se esvairá, já que a escuridão não pode coexistir com a Luz.





Rabino Joseph Saltoun





Fontes: http://www.crisboog.com.br/messias.htm
www.josephsaltoun.com.br/
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

A FÓRMULA DO CRIADOR

Em nosso trabalho espiritual, nós não podemos fazer nada, porque não sabemos como identificar a força unificada e relacioná-la a muitas situações na nossa vida. Com o que nós devemos sintonizar? Simplesmente dizer que o Criador está em toda parte não ajuda.

É por isso que nos é dado o grupo, e se nos unirmos, descobriremos entre nós esta força unificada chamada “Não há outro além Dele”. O Criador dividiu intencionalmente a criatura que Ele tinha criado em uma infinidade de partes para que elas pudessem se reunir de novo em um único pensamento, um único desejo. Então, neste desejo comum, elas revelarão a força unificada que só existe na conexão que elas formaram, na unidade e na adesão entre si.

Ao nos unir em um único desejo, não alcançamos esta força fora de nós, mas revelamos a nós mesmos e esta força juntos, como um todo. Na verdade, não há Luz sem vaso (Kli), não há Criador sem criatura. Quanto mais nos unirmos mais revelaremos o Criador dentro de nossa união.

Em outras palavras, a nossa união é o Criador. Assim era no início da criação; depois, nós nos dispersamos e descemos a este mundo na forma de pequenas criaturas egoístas.

Portanto, ao nos unir estamos construindo o Criador. Nós estamos criando-O de forma independente. É por isso que Ele é chamado de Criador (em hebraico, Bo-Reh, ou “venha e veja”). Não há outro lugar onde possamos construí-Lo, discerní-Lo, unir e alcançar a adesão com Ele, exceto dentro de nossa união no grupo. Toda a humanidade precisará se conectar da mesma maneira.


Rav Dr. Michael Laitman, PhD.

Da Lição 8, Convenção NÓS! 03/04/11
Bnei Baruch - A Sabedoria da Cabala

Fonte: http://laitman.com.br/2011/05/a-formula-do-criador/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

RECIPROCIDADE


Um solista que dá um concerto oferece ao público o seu talento, a sua inspiração, o fruto de um longo trabalho. Mas o público não tem qualquer consciência desse trabalho; se ele faz barulho ou não está atento, o músico sente isso e, mesmo que se trate do maior virtuoso do mundo, não pode dar tudo aquilo de que seria capaz, pois as trocas não se fazem corretamente. Mas também pode acontecer que, virando-se para a sala, ele descubra um único olhar maravilhado, deslumbrado. Então, começa a tocar para esse olhar – que ele talvez nem se tenha apercebido se é de um homem ou de uma mulher –, para aquela luz que brilha lá ao fundo, na escuridão, e torna-se genial.
 
O ser humano tem necessidade de sentir, seja de que maneira for, um eco dos seus atos, das suas palavras. Se não existe reciprocidade, nenhuma troca é possível. Ora, a troca é a lei da vida.


Omraam Mikhaël Aïvanhov 



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: AI(IA)

SINTONIA FINA COM A FREQUÊNCIA ELUSIVA DA FELICIDADE


Do que depende a nossa sensibilidade para despertar, que é ativada pelo Alto?
 
Nós somos constantemente despertados pelo Alto, e se vocês soubessem com o que intensidade! Mas essa manipulação é feita numa frequência que não sentimos, como a radiação ultravioleta ou infravermelha.

A fim de sentir este comprimento de onda, eu preciso calibrar minha audição através do grupo. Caso contrário, eu não ouvirei nada. Se eu organizo corretamente o grupo, graças a isso, eu recebo a oportunidade de ouvir, de sentir a influência superior.

Tudo depende de como eu desperto e apoio os amigos, como eu os trato e me preocupo que eles recebam a revelação espiritual. Nós também precisamos ajudar no nível corporal, mas, principalmente, elevar seus ânimos, inspirá-los sobre a importância da meta e do Criador. Se eu gentilmente me preocupo que tudo será para o outro, eu mesmo sou impressionado por eles e avanço com eles.

Não há outra maneira de avançar, apenas através do "desvio", da rota alternativa do grupo e não diretamente.



Rav Dr. Michael Laitman, PhD.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/10/12, Shamati # 47


Fonte: http://laitman.com.br/2012/10/sintonia-fina-com-a-frequencia-elusiva-da-felicidade/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal