terça-feira, 30 de outubro de 2012

CRISTALIZAÇÃO DO EGO (Trechos Budistas)

O ego, escreve o filósofo budista Han de Wit, “é também uma reação afetiva ao nosso campo de experiência, um movimento mental de recuo baseado no medo”. Por medo do mundo e dos outros, por receio de sofrer, por angústia sobre o viver e o morrer, imaginamos que ao nos escondermos dentro de uma bolha — o ego — estaremos protegidos. Criamos, assim, a ilusão de estarmos separados do mundo, acreditando que dessa forma evitaremos o sofrimento. Na realidade, o que acontece nesse caso é justamente o contrário, uma vez que o apego ao ego e à auto-importância são os melhores ímãs para atrair o sofrimento.

O genuíno destemor surge com a confiança de que seremos capazes de reunir os recursos interiores necessários para lidar com qualquer situação que surja à nossa frente. Isso é totalmente diferente de retirar-se na auto-absorção, uma reação de medo que perpetua profundos sentimentos de insegurança.

Cada um de nós é, de fato, uma pessoa única, e está certo reconhecermos e apreciarmos quem somos. Mas ao reforçarmos a identidade separada do ego, perdemos a sintonia com a realidade. A verdade é que somos fundamentalmente interdependentes das outras pessoas e do ambiente. Nossa experiência é o conteúdo do fluxo mental, do continuum da consciência, e não há justificativa para ver o ego como uma entidade distinta desse fluxo.

Imagine uma onda que se propaga, influencia o ambiente e é influenciada por ele, sem que por isso se transforme no meio de veiculação ou transmissão de qualquer entidade particular.

Porém estamos tão acostumados a fixar o rótulo de “eu” a esse fluxo mental, que chegamos a nos identificar com este último e temer o seu desaparecimento. Segue-se daí um poderoso apego ao ego e à noção de “meu” — meu corpo, meu nome, minha mente, minhas posses, meus amigos, e assim por diante — que leva ao desejo de possuir ou ao sentimento de repulsa pelo “outro”.

É assim que os conceitos de “eu” e “outro” se cristalizam na nossa mente. Ficamos com a impressão errada de que existe uma dualidade irredutível e inevitável, criando assim a base para todas as nossas aflições mentais, como o desejo alienante, o ódio, o ciúme, o orgulho e o egoísmo.

Nesse ponto percebemos o mundo através do espelho deformante das nossas ilusões e permanecemos em desarmonia com a verdadeira natureza das coisas, o que leva à frustração e ao sofrimento. 

Matthieu Ricard

Fonte: "Felicidade", cap. 7
http://darma.info/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O VERME DENTRO DO RABANETE

Imagine um verme que nasceu dentro de um rabanete. O verme, lá dentro, acha que o mundo é um lugar amargo, escuro e pequeno, como o rabanete em que nasceu, mas quando consegue furar a casca da hortaliça, fica maravilhado. “Eu achava que o mundo fosse como o rabanete em que nasci, mas agora vejo um lugar iluminado e encantador.”

Da mesma maneira que este verme, encontram-se aqueles de nós que estão submersos em bloqueios emocionais e espirituais. Devemos nos lembrar que devemos seguir trabalhando para perfurar esta casca dura e confiar que há algo melhor para nós no lado de fora, sempre.

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.yehudaberg.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

VONTADE

Quem te fala? Não intentes saber. Se tens, realmente, sede beberás a água cristalina e fresca, seja em copo de barro, de cristal ou de ouro. Escuta a minha voz que anseia guiar-te. Minha voz é para todos e para ninguém. Escuta-a se te parece proveitosa. Neste caso, recebe a minha dadiva de amor. Irmão, sejas quem fores. Minha pessoa não te deve interessar, pois pertence ao reino de Maya e tu sabes muito bem que Maya é ilusão. Recebe, apenas, o que ela possui de mais puro.

Sei que isto que vou dizer ser-te-á útil como será a todos que desejam converter-se num centro de amor, para salvar o AMOR do Mundo. Sei que esta semente não se perde e, oportunamente, frutificará. Não importa que eu a veja frutificar nem que tu satisfaças a tua curiosidade. Por outro lado, os ensinamentos que recebas, através dela, não são meus, porque, nada possuo. São teus e de todos os seres, porque, em todos, existe a Sagrada Centelha.

Desejo dar-te uma serie de sugestões. Esta é a primeira, irmão; tu que te consideras Rosa-Cruz, Gnóstico, hás de saber que não pertences a uma das muitas sociedades, mais ou menos idealistas, mais ou menos filantrópicas e bem assim a uma Ecclesia, a uma Instituição, a uma Ordem, a mais. Não, ASPIRAS FAZER PARTE DE UMA FRATERNIDADE INICIÁTICA UNIVERSAL: A FRATERNIDADE ROSA-CRUZ ANTIGA.

E, para ingressar nela, de fato, deves desejá-lo intensamente e o móvel do teu intenso e único anelo há de ser um só: SERVIÇO , isto é, amar aos outros de tal maneira que sacrifiques a tua personalidade na ara do SERVIÇO À HUMANIDADE.

Porém, antes de servir, efetivamente, à humanidade, de acordo com o PLANO DIVINO , precisas preparar-te para ele. Antes de socorrer um Irmão, um companheiro de AULA, um ser qualquer, hás de ser puro, afim de tornar-te um PERFEITO AUXILIAR DO MESTRE.

E, para ser puro, hás de vencer a tua personalidade e para vencer a tua personalidade terás que empunhar, com decisão, a lança da tua VONTADE..

Este é o teu primeiro passo : VONTADE.

Dela necessitas para a purificação da matéria e para torná-la serva obediente do teu EGO. Porque teu EGO está nos outros e os ama. O que impede a manifestação deste AMOR EGÓICO é a tua personalidade. A tua personalidade densa e impura. É a muralha que te separa do SERVIÇO. O Rosa-Cruz carece eliminar todos os seus vícios, por mais inofensivos que pareçam.

Cuidado, com quem procura desviar-te da retidão deste caminho!

Com VONTADE purifica a tua personalidade, porque só assim poderás ser um discípulo digno das sublimes lições do MESTRE.

Irmão, não procures passar o teu tempo na ociosidade. Repara que o trigal é amplo, porém, os ceifeiros são poucos. Lembra-te de que a humanidade precisa de ti. Não esqueçamos nunca este sagrado apelo. Acolhe-o e responde, sempre, com a tua VONTADE.

Daí o prêmio do esforço a teu Senhor, a teu Deus e que tua vida flua neste único sulco: SERVIÇO.

Liberta-te do marasmo da tua indolência; afugenta os vícios da tua personalidade e trabalha. Toma a lança do CONQUISTADOR DO GRAAL e procura marchar na vanguarda dos teus Irmãos, mas, antes de tudo, purifica-te e desperta a força invencível da tua VONTADE.

O Rosa-Cruz nada poderá fazer sem a Vontade e consequentemente o nosso lema é THELEMA: a Vontade Divina.

Precisas da vontade para purificar-te das máculas e impurezas que conspurcam a tua personalidade. Precisas de uma vontade firme e decidida e ser destemido até ao heroísmo, para libertar-te da tua personalidade martirizada, porque, o Rosa-Cruz que não tem ânimo para corrigir-se de um vício, o mais insignificante, não pode aspirar o batismo da verdadeira Iniciação. Precisas de vontade para o cumprimento exato do trabalho que se exige de ti, porque, deves saber que o trabalho Rosa-Cruz assenta no estrito cumprimento do mandato que exerce e do dever que lhe assiste. E se não tens essa vontade, irmão, como pretendes que os Mestres te confiem qualquer missão em beneficio da Humanidade, ainda, tateando nas trevas?

Assim, este será o teu primeiro passo: VONTADE. De ti, exclusivamente de ti, depende o impulso que te permitirá avançar neste caminho. Ninguém o fará por ti. Posso, apenas, ajudar-te a vislumbrar a senda, porém, segui-la é função da tua iniciativa. A senda é dura e cheia de espinhos. Para caminhares por essa senda do serviço necessitas ser homem de vontade, porque, uma vez em trânsito, sentir-te-ás angustiado; os pés sangrarão e o corpo desfalecerá.

Se tiveres, porém, VONTADE, todas essas penas e dores desaparecerão Sê, pois, franco e nobre contigo mesmo, eu te rogo. Não te enganes, os Mestres nunca se enganam com os que se propõem palmilhar a senda, antes de adquirir a necessária vontade.

Se teu desejo é sincero, começa desde já; não te julgues só. É uma das muitas ilusões das que Maya se utiliza para esconder a Realidade. Quando a tua vibração atingir a verdadeira tonalidade, compreenderás que nunca estiveste só. Que isto te sirva de alento e estímulo. Não dês ouvidos às críticas e às mistificações. Sê corajoso.

Se convives com outros Irmãos, se tens condiscípulos, procura dar-lhes os melhores exemplos. Não critiques, nem difames a ninguém, deves ser benévolo. Aquece com o ardor do teu entusiasmo a frieza dos outros, mas sem ofendê-los. Que a tua divisa seja esta: primeiro obediência e, depois, trabalho. Primeiro os outros e depois tu. O Rosa-Cruz deve pensar mais nos outros do que na sua própria pessoa.

Porém, antes de terminar, quero falar-te da prece e dos proveitos que permite a quem, de fato, sabe orar. Deves orar sempre, constantemente, porque, só deste modo entras em contato com os SERES SUPERIORES que se servem destes momentos para instilar em tua alma a coragem e a fé e te auxiliam para que possas levar VERDADE E LUZ a outros corações sedentos de redenção. Os resultados são maravilhosos, eu te prometo.

Quando, por acaso, fores assaltado pela inércia ou pela indiferença, concentra e pede a teu Deus; VEM SANTO QUERER DIVINA ENERGIA VOLITIVA E TRANSMUTA A MINHA VONTADE, FAZENDO-A UNA COM A TUA.

O homem, por mais senhor da sua vontade, sente-a fraquejar tão frequentemente, que chega a julgá-la inexistente ou anulada. Deves portanto, irmão, forjar uma vontade forte e enérgica como as tuas próprias crenças.

Para isto, principia, agora mesmo, por traçar um horário de verdadeiro trabalho que procurarás cumprir desde que te levantes até que te deites. Uma vez no teu leito, farás um exame dos teus pensamentos, palavras e atos praticados durante o dia e, por um duplo esforço de concentração da vontade, procurarás corrigir as faltas em que caíste e evitarás cair daí para frente.

Terás tão pouca energia que te julgarás incapaz deste primeiro passo?



Edélio R+

Fonte: Revista "Gnose" – out/1936 –
FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA
http://www.famafra.com/2012/10/vontade.html#more
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O PROPÓSITO DA SABEDORIA NA CABALA

Os alunos sempre me perguntam: “Se eu venho estudando Kabbalah durante anos, isto quer dizer que estou conectado?” E minha resposta é: “Só porque você entra numa academia, isto não significa necessariamente que você esteja malhando”. Isso porque estar conectado não é só assistir aulas ou ler livros. É um compromisso com o crescimento espiritual e com a transformação.

Conhecimento é definitivamente uma ferramenta importante para manter um relacionamento com a Luz; porque sem isso é menos provável que compreendamos o que significa tomar decisões proativas todos os dias. No entanto, tome cuidado, porque o intelecto pode ser uma grande armadilha em qualquer caminho espiritual. Isso porque o intelecto não é o verdadeiro propósito da sabedoria. O motivo porque a sabedoria nos é dada em primeiro lugar é para fazer algo com ela!

Algumas pessoas podem estudar muito, para ficar no campo da falação! Mas se não estiverem escolhendo aplicar a consciência em suas vidas, em cada ação (o que demanda trabalho e esforço árduo), elas podem notar pouca melhora ao seu redor.

Temos que ser honestos conosco e perguntar quanta importância damos às palavras em contraposição às ações. Será que só queremos ficar escutando ideias agradáveis? Ou estamos realmente investindo em nos tornar a melhor versão de nós mesmos e em obter plenitude?

Podemos usar palavras de sabedoria e mudar o mundo.

Mas isso só acontece quando começamos a fazer o trabalho em nós próprios.
 
Dedique-se a aplicar aquilo que você tem aprendido recentemente. Faça a milha extra! Faça o esforço extra em direção à sua transformação pessoal – e você vai começar a descobrir uma incrível e nova realidade...

Uma versão incrivelmente nova de você mesmo. 

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.yehudaberg.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

HIERARQUIA DE PODERES ENTRE OS ESPÍRITOS

O Livro dos Espíritos - Questões 274 a 277

274. Da existência de diferentes ordens de Espíritos, resulta para estes alguma hierarquia de poderes? Há entre eles subordinação e autoridade?

"Muito grande. Os Espíritos têm uns sobre os outros a autoridade correspondente ao grau de superioridade que hajam alcançado, autoridade que eles exercem por um ascendente moral irresistível."

274a. Podem os Espíritos inferiores subtrair-se à autoridade dos que lhes são superiores?

"Eu disse: irresistível."

275. O poder e a consideração de que um homem gozou na Terra lhe dão supremacia no mundo dos Espíritos?

"Não; pois que os pequenos serão elevados e os grandes rebaixados. Lê os salmos."

275a. Como devemos entender essa elevação e esse rebaixamento?

"Não sabes que os Espíritos são de diferentes ordens, conforme seus méritos? Pois bem! O maior da Terra pode pertencer à última categoria entre os Espíritos, ao passo que o seu servo pode estar na primeira. Compreendes isto? Não disse Jesus: aquele que se humilhar será exalçado e aquele que se exalçar será humilhado?"

276. Aquele que foi grande na Terra e que, como Espírito, vem a achar-se entre os de ordem inferior, experimenta com isso alguma humilhação?

"As vezes bem grande, mormente se era orgulhoso e invejoso."

277. O soldado que depois da batalha se encontra com o seu general, no mundo dos Espíritos, ainda o tem por seu superior?

"O título nada vale, a superioridade real é que tem valor."

Allan Kardec

Fonte: "O Livro dos Espíritos"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A CABALA E O MISTICISMO MAÇÔNICO

A palavra Cabala tem origem no vocábulo hebraico kibbel, significando lição, tradição, ensino. A Cabala é a tradição esotérica e o conjunto das doutrinas secretas do judaísmo. Esta ciência oculta foi recolhida nas Escrituras e devia ser transmitida oralmente e nunca ser escrita, visando evitar que o texto caísse sob as vistas dos profanos.

Os cabalistas datam as concepções primordiais da Cabala de tempos primitivos - que remetem a Moisés e até Abraão e Adão. Quanto aos verdadeiros fundadores da Cabala, entretanto, são mencionados três talmudistas: Rabino Ismael ben Ehsa (cerca de 130 d.C.); Rabino Nechunjah ben Hakana (cerca de 75 d.C.) e, sobretudo, Simeon ben Yohai (cerca de 150 d.C.), sendo este último apontado como autor do famoso Zohar.

Acredita-se que os ensinamentos da Cabala começaram de forma oral, que foi transmitida por Enoque aos seus descendentes, sendo que, posteriormente, Moisés, para evitar que seus ensinamentos se perdessem, comunicou-os aos setenta anciãos escolhidos, e daí para frente de forma escrita. Mas, ao serem escritos os ensinamentos cabalísticos, foi utilizada a maneira mais simbólica possível, com o intuito da não compreensão profana, mas tão somente dos iniciados. Dois são os livros fundamentais da Cabala: o Sefer Yetsirah, ou Livro da Criação, e o Zohar, ou Livro dos Esplendores.

A Cabala apareceu, na sua forma atual, por volta do século XII, repetindo, continuando e completando o ensino esotérico do Talmude. Na Bíblia temos os livros cabalísticos de Ezequiel e do Apocalipse, que foram escritos de forma velada, simbólica. A chave do seu ocultismo repousa, como a do Talmude, sobre o valor dos números, a combinação das 22 letras do alfabeto hebraico e a força oculta do Tetragrama.

O ensino da Cabala esmera-se em dar com precisão a definição da divindade vulgarmente denominada Deus, em fixar-lhe os atributos e em estabelecer o processo das manifestações do seu poder. A particularidade da Cabala é de repudiar toda idéia de antropoformismo na definição da divindade, de afastar toda possibilidade de figuração de Deus que é Infinito, inacessível, incompreensível... O Ser por excelência, o Verbo eterno conjugando-se, simultaneamente ao presente, ao passado, ao futuro: Jeová/Jave/, Aquele que foi, que é, que será, Aquele cujo nome nunca deve ser pronunciado porque o profano não compreenderia que o Deus Todo-Poderoso, o Deus dos Exércitos não pudesse ter nenhum outro nome a não ser o verbo Ser.

A Cabala descobre todos os mistérios da criação neste simples nome, ao estudar o simbolismo representado pelas quatro letras formando este nome assim dividido: IOD, HE, VAV, HE (IHVH). Este nome é aquele que encontramos no cume de todas as iniciações, aquele que irradia no centro do triângulo flamejante da Maçonaria.

A primeira letra, o IOD, figurada por uma vírgula ou um ponto, representa o princípio original das coisas, o ponto de partida da criação. Esta letra que ocupa o décimo lugar no alfabeto hebraico, é representada pelo número 10, ele mesmo composto do número um, unidade, princípio, e do zero, representando o nada, por seu significado e o Todo por sua forma. No IOD ou número 10, a unidade, origem do Todo, alia-se ao Nada para formar o princípio inicial da Criação, princípio gerador, princípio masculino.

A segunda letra, o HE, quinta letra do alfabeto hebraico, representa o número 5, equivalente à metade do valor da primeira letra, 10. E o princípio inicial IOD ou 10 que se fraciona em dois, e que se desdobra. Tal é a origem do binário: masculino-feminino, ativo-passivo, positivo-negativo, homem-mulher. A energia criadora masculina junta-se à matéria fecunda feminina.

A terceira letra, VAV, ocupa o sexto lugar no alfabeto. Resulta da ação geradora do IOD sobre o HE, ao princípio masculino sobre o princípio feminino. E o filho, a resultante: um mais cinco igual a seis.

A quarta letra representa um segundo HE, novo elemento feminino, indispensável ao filho para possuir a faculdade de se reproduzir e de perpetuar o Ser. É o grão que contém em potência a geração futura e a possibilidade de garantir a Eternidade.

JEHOVA/JAVE (IHVH), portanto, não é um nome, mas o símbolo da Criação e da Eternidade, do SER PERFEITO. Este nome não pode ser pronunciado a não ser uma vez por ano, e soletrado letra por letra no Santo dos Santos, pelo Sumo Sacerdote, Grão-Mestre da Arte Sacerdotal, no meio do ruído das preces do povo profano.

Diz-nos Elifas Levi: Todas as religiões dogmáticas saíram da Cabala e para ela voltam. Tudo quanto existe de científico e de grandioso nos sonhos religiosos de todos os iluminados é tirado da Cabala. Todas as associações maçônicas lhe devem os seus segredos e os seus símbolos.

Paul Naudon assim escreveu: Nada permite de resto de situar, no tempo, a adoção, pela Maçonaria dos sinais e símbolos que a Cabala utiliza. A instituição não foi uma criação espontânea; deriva em grande parte das associações arquitetônicas que a precederam ou inspiraram, como os colégios romanos, as associações monásticas, as guildas etc. Sofreu, igualmente, largas influências dos maçons aceitos cujo papel tornou-se progressivamente primordial com o declínio do elemento profissional.

As preocupações filosóficas desses maçons especulativos alquimistas, hermetistas, cabalistas, rosa-cruzes e seus subsídios esotéricos vieram juntar-se e completar os da Maçonaria. O fundamento de suas doutrinas repousava sobre o mesmo princípio da Maçonaria: o da imanência divina. O papel desses hermetistas foi importante na transição entre a Maçonaria operativa e a Maçonaria especulativa moderna. Mas a sua contribuição com um simbolismo egípcio, hebraico e siríaco não era mais que uma síntese que vinha integrar-se em um meio amplamente preparado pelos mais eminentes pensadores da Idade Média e da Renascença.

O programa do grau de Aprendiz compreende os números um, dois, três e quatro, donde os conceitos de unidade, de binário, de ternário e de quaternário. O do grau de Companheiro compreende quatro, cinco, seis e sete (tétrada sagrada, quintessência, rosa mística, hexagrama, setenário). O grau de Mestre estuda os números sete, oito, nove e dez (tri-unidade setenária, ogdóada solar, enéada ou árvore dos Sefirot). Os dez Sefirot são dez emanações do Deus único: dez reconduz a um...

Assim, a Cabala passa à Maçonaria seus ensinamentos mais expressivos.

José Geraldo da Silva .'.

Fonte: http://www.solbrilhando.com.br/Sociedade/Maconaria/Artigos/A_Cabala_e_o_misticismo_maconico.htm
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

VIVENDO COM MEDO

Embora frequentemente vejamos o ego como algo ruim, na verdade é para ser utilizado como um motor impulsionando nosso crescimento espiritual. A chave é aprender como utilizá-lo.

Por exemplo, vamos pensar no medo. Na maioria dos casos, paralisa as pessoas. Mas se o utilizarmos de outra forma, ele pode ser uma poderosa força motivadora. Isso requer uma mudança de paradigma em nossa consciência: em vez de ficar girando o dia inteiro em torno de “não tenho recursos suficientes” podemos dizer “ e daí se não tenho recursos suficientes. Vou tentar assim mesmo.”

Os Tzadikim - homens e mulheres íntegros que dominam seu ego - sempre vivem com medo. Seu medo é não estar fazendo o suficiente para revelar a sabedoria, ajudar aos outros e ao mundo. É esse medo saudável que os impulsiona.

Não sabe como começar? À medida que damos pequenos passos para agir, a Luz começa a se revelar, e o que precisamos fazer se torna mais claro.

“Abra para mim um abertura que não precisa ser maior do que o buraco de uma agulha, e eu abrirei para você os portões celestiais” – O Zohar

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A VERDADEIRA ENTREGA

Muitos, frequentemente, acreditam e declaram, em espírito de rendição: "Ofereço-Lhe meu corpo, minha mente, meus bens, meu tudo". Isso é incorreto e é um sinal de ignorância. Admite que você e Deus são entidades distintas. Deus não é separado de você, pois Ele está em tudo, em todos os lugares, em todos os momentos (Ishwarassarva-bhoothaanaam). Como podem, então, você ou Deus estarem separados? Ver Deus em tudo, em todos os lugares, em todos os momentos é a verdadeira entrega (Sharanaagathi). Repetição de mantras (fórmulas sagradas) e discursos de palanque sobre os textos sagrados, por si só, não são verdadeira devoção. O verdadeiro devoto é aquele cujas ações estão em conformidade com as palavras de conselho que proferem. Devoção não pode tolerar um devoto com o menor traço de inveja ou ciúme. Torne sua vida diária santa e pura. Faça sua vida valer a pena por meio do serviço ao homem e serviço à sociedade. Esse é o aspecto mais importante de entregar a si mesmo.

Sathya Sai Baba

Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CRESCENDO SEMPRE (sabedoria da cabala)

O rio seguia, confiante, seu caminho. Olhou para trás, para toda a sua jornada, orgulhoso por ter vencido todas as dificuldades: as altas montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas e as difíceis curvas através dos povoados.

De repente, o rio viu à sua frente o oceano se aproximando. Era tão vasto, imenso, parecia que entrar nele seria desaparecer para sempre.

Mas o rio entendeu que não havia outra opção. O rio não podia voltar, apenas podia seguir em frente. O rio tomou coragem, se arriscou e foi, confiante, em direção ao oceano.

E foi somente quando o rio entrou no oceano que o medo realmente desapareceu, pois ele entendeu que não se tratava de desaparecer no oceano, mas sim de tornar-se parte do oceano. Por um lado era uma anulação, mas por outro lado era um renascimento.

Assim somos nós. Voltar é impossível na nossa limitada existência neste mundo. Precisamos seguir em frente sempre, arriscar e ter a coragem de tornar-se, um dia, parte do oceano.

Rav Efraim Birbojm

Fonte: http://ravefraim.blogspot.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MENTE EM AÇÃO


Mais graves que as viroses habituais são aquelas que têm procedência no psiquismo desvairado.

Por ser agente da vida organizada, a mente sadia propicia o desenvolvimento das micropartículas que sustentam com equilíbrio a organização somática, assim como, através de descargas vigorosas, bombardeia os seus centros de atividade, dando curso a desarmonias inumeráveis.

Mentes viciosas e pessimistas geram vírus que se alojam no núcleo das células, e as destruindo se espalham pela corrente sanguínea, dando surgimento a enfermidades soezes.

Além desta funesta realização, interferem na organização imunológica e, afetando-a, facultam a agressão de outros agentes destruidores, que desenvolvem síndromes cruéis e degenerativas.

Além dos vícios que entorpecem os sentimentos relevantes do homem, perturbando-lhe a existência, o tédio e o ciúme, a violência e a queixa, entre outros hábitos perniciosos, são responsáveis pela desestruturação física e emocional da criatura.

O tédio é resultado da ociosidade costumeira da mente acomodada e preguiçosa.

Matriz de muitos infortúnios, responde por neuroses estranhas e depressivas, culminando com o suicídio injustificável e covarde.

Entregue ao tédio, o paciente transfere responsabilidades e ações para os outros, deixando-se sucumbir na amargura, quando não se envenena pela revolta contra todos e tudo.

A mente, entregue ao ciúme, fomenta acontecimentos que gostaria se realizassem, afim de atormentar-se e atormentar, aprisionando ou perseguindo a sua vítima.

Por sua vez, desconecta os centros de equilíbrio, passando à condição de vapor dissolvente da confiança e do amor.

A violência é distúrbio emocional, que remanesce do primitivismo das origens, facultando o combustível do ódio, que se inflama em incêndio infeliz, a devorar o ser que o proporciona.

Quando isto não ocorre, dispara dardos certeiros nas usinas da emoção, que se destrambelha, gerando vírus perigosos que se instalam no organismo desarticulado e o vencem.

A queixa ressuma como desrespeito ao trabalho e aos valores alheios, sempre pronta a censurar e a fiscalizar os outros, lamentando-se, enquanto vapores tóxicos inutilizam os núcleos da ação, que se enferrujam e perdem a finalidade.

Há todo um complexo de hábitos mentais e vícios morais, prejudiciais, que agridem a vida e a desnaturam.

É indispensável que o homem se resolva por utilizar do admirável arsenal de recursos que possui, aplicando os valores edificantes a serviço da sua felicidade.

Vives consoante pensas e almejas. consciente ou inconscientemente.

Conforme dirijas a mente, recolherás os resultados.

Possuis todos os recursos ao alcance da vontade.

Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença.

Tem em mente, no entanto, que o teu destino é programado pela tua mente e pelos teus atos, dependendo de ti a direção que lhe concedas.


Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "Momentos de Felicidade"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

TENDÊNCIAS - TOMAR CONSCIÊNCIA



À medida que avançais na existência, tomais consciência de que sois habitados por diferentes tendências das quais umas são melhores do que as outras. Mas tomar consciência não basta, também deveis admitir a necessidade de fazer uma triagem entre todas essas tendências, para vos concentrardes naquelas que sentis serem mais nobres, mais construtivas. Deste modo, descobrireis pouco a pouco a presença em vós de algo luminoso, poderoso, que antes não conhecíeis. Essa presença é a do Princípio Divino que habita em vós e que aguarda que vos coloqueis ao seu serviço. Pôr-se ao serviço do Princípio Divino é encontrar em cada dia os valores morais, espirituais, a que se deve dar primazia.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A PORTA PARA A TRANSFORMAÇÃO ESTÁ SEMPRE ABERTA

A porta para a transformação está sempre aberta. Até mesmo no momento final da vida. Nunca é tarde para mudar. 

Resignação ao nosso destino não tem lugar nos ensinamentos kabalísticos. 

A voz que nos diz para desistir da esperança nunca é a voz da sabedoria. É apenas a inclinação para o mal (auto-sabotagem) fazendo sua transmissão em uma frequência alternativa.

Isso não significa que devemos esquecer o passado, mas é um incentivo para nos concentrarmos no futuro. 

Não devemos ignorar o mal que possa ter sido feito, mas focar nossa atenção no bem que ainda podemos fazer.

Rav Yehuda Berg

Fonte: www.yehudaberg.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MORALIDADE

Bodhidharma... transcende em muito os moralistas, os puritanos, as assim chamadas "boas pessoas", os "fazedores do bem".

Ele chegou à verdadeira raiz do problema. A menos que a consciência desperte em você, toda a sua moralidade é falsa, toda a sua cultura é apenas uma camada muito fina que pode ser destruída por qualquer um.

Mas, uma vez que a sua moralidade seja fruto da sua consciência, não de uma certa disciplina, então, é coisa inteiramente diferente.

Nessa condição, você responderá a cada situação a partir da sua consciência. E o que quer que você faça será bom.

A consciência não é capaz de fazer nada que seja ruim. Esta é a beleza suprema da consciência: qualquer coisa que surja dela é simplesmente bela, simplesmente correta, e isso sem nenhum esforço, sem nenhum treinamento.

Assim, em vez de podar folhas e galhos, corte a raiz. E para cortar a raiz, não existe caminho alternativo além de um único método: o método de manter-se alerta, de estar percebendo o que acontece, de estar consciente. 
 
Osho

Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A REENCARNAÇÃO DO PONTO DE VISTA CABALÍSTICO

“Ninguém poderá jamais alcançar um estágio completo de correção... a não ser que venha a conhecer as raízes dos processos psicológicos inconscientes e também tenha conhecimento sobre suas vidas anteriores.” (O Ari, Os Portões da Reencarnação)

A maioria das pessoas pensa em reencarnação de forma muito limitada, como um assunto interessante para uma conversa (“na minha vida passada eu fui rainha”, “eu fui uma cantora famosa”, “você foi minha alma gêmea numa outra encarnação”). Tudo bem, talvez você tenha sido uma rainha, uma cantora famosa ou tenha se casado com sua alma gêmea, mas como isso pode ajudá-lo a ter uma vida mais feliz agora?

Do ponto de vista kabalístico, o estudo da reencarnação (gilgul neshamot, em hebraico, que significa literalmente “rodas da alma”) está diretamente relacionado ao motivo de estarmos aqui. Tudo o que está acontecendo na sua vida agora - as alegrias e as tristezas - é resultado das ações que você fez - ou deixou de fazer - em algum momento bem lá atrás no passado. Neste curso, você aprenderá a enxergar sua vida num contexto maior, e verá repentinamente os motivos de seu caos pessoal com total clareza.

Rav Yehuda Berg

Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Para aprofundamento: livro "Reencarnação - As Rodas da Alma", do Rabino Philip S. Berg
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

NOSSOS DESTINOS



Nossos destinos são idênticos.

Não há privilegiados nem deserdados.

Todos percorrem a mesma vasta carreira e, através de mil obstáculos, todos são chamados a realizar os mesmos fins.

Somos livres, é verdade, livres para acelerar ou para afrouxar a nossa marcha, livres para mergulhar em gozos grosseiros, para nos retardarmos durante vidas inteiras nas regiões inferiores; mas, cedo ou tarde, acorda o sentimento do dever, vem a dor sacudir-nos a apatia, e, forçosamente, prosseguiremos a jornada.


Leon Denis



Fonte: do livro "Depois da Morte"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DEUS NA VISÃO DA CABALA


O Deus da Cabala é mais um ser de gênero neutro do que "ele". É o "Infinito" (En-Sof, ou Ain Soph: as transliterações do hebraico variam). É uma divindade oculta, desconhecida e inexplicável. Não se pode dizer que seja "boa", ou "misericordiosa", ou "justa", ou mesmo que seja "real" ou "viva", como tampouco se pode dizer que não seja tudo isso.

Pode ser chamado de "NADA" (Ayin ou Ain), pois não se pode atribuir-lhe nenhuma qualidade, mas é igualmente "TUDO". Também pode ser chamado de "Luz Infinita" (En-Sof ou Ain Soph Aur), uma ilimitada radiação divina. O processo pelo qual a divindade desconhecida se faz conhecida começa com a radiação divina emanando alguma coisa de si mesma - muitas vezes descrita como a luz de um raio - e dessa se originam outras emanações, ou luzes, até formarem dez ao todo. Essas emanações são chamadas Sefiroth e, na típica linguagem paradoxal, o Zohar explica o seguinte: "O Velho dos Velhos", o Desconhecido dos Desconhecidos, tem forma mas não tem forma.
 
Tem uma forma pela qual o universo é preservado, mas não tem forma porque não pode ser compreendido. Quando assumiu pela primeira vez a forma (da primeira emanação), fez com que emanassem dela nove luzes esplêndidas, que, brilhando através dela, difundiram uma luz brilhante em todas as direções. Assim é o "Santo Velho" uma luz absoluta mas em si mesmo oculto e incompreensível. Só podemos abrangê-lo através dessas emanações luminosas, que também são em parte visíveis e em parte ocultas. Essas constituem o "sagrado nome de Deus".


Marcos Moura



Fonte: http://pt.scribd.com/doc/57792875/Cabala-a-Divindade-E-a-Arvore-Da-...
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DEDICAÇÃO


O termo Yajna significa "qualquer atividade dedicada à glória de Deus". Essa atividade pode ser feita em todas as localidades, em todas as esferas e por todas as raças. A chave do sucesso é "Dedicação". Sem ela, inevitavelmente surgirá ansiedade, medo e divergência. Toda atividade no mundo é dirigida a Deus, quer você saiba disso ou não. Se Deus não é o inspirador e o motivador, como pode o Universo se mover em harmonia, girando de forma tão suave, sem caos e anarquia? Aqueles que estão conscientes desse fato e o aceitam, experimentam emoção e alegria em testemunhá-lo! Qualquer pessoa que vive na presença constante de Deus e realiza todos os atos dedicados a Ele está continuamente empenhado em Yajna.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal