sábado, 8 de dezembro de 2012

UM VELHO PINHEIRO

Um dia, diante da velha árvore torta, um pinheiro todo vergado pelo tempo, o sábio da aldeia ofereceu a sua própria casa para aquele discípulo que “conseguisse ver o pinheiro na posição correta”.

Todos se aproximaram e ficaram pensando na possibilidade de ganhar a casa e o prestígio, mas como seria “enxergar o pinheiro na posição correta”? O mesmo era tão torto que a pessoa candidata ao prêmio teria que ser no mínimo contorcionista. 

Ninguém ganhou o prêmio e o velho sábio explicou ao povo ansioso que, ver aquela árvore em sua posição correta, era “vê-la como uma árvore torta”. Só isso!

Nós temos, em nós, esse jeito, essa mania de querer “consertar as coisas, as pessoas, e tudo o mais” de acordo com a nossa visão pessoal. Quando olhamos para uma árvore torta, é extremamente importante enxergá-la como árvore torta, sem querer endireitá-la, pois é assim que ela é. Se você tentar “endireitar” a velha árvore torta, ela vai rachar e morrer, por isso é fundamental aceitá-la como ela é.

Nos relacionamentos, é comum um criar no outro expectativas próprias, esperar que o outro faça aquilo que ele “sonha” e não o que o outro pode oferecer.

Sofremos antecipadamente por criarmos expectativas que não estão alcance dos outros. Porque temos essa visão de “consertar” o que achamos errado. Se tentássemos enxergar as coisas como elas realmente são, muito sofrimento seria poupado. Os pais sofreriam menos com os seus filhos, pois, conhecendo-os, não colocariam expectativas, que são suas, na vida dos mesmos, gerando crianças doentes, frustradas, rebeldes e até vazias. 

Tente, pelo menos tente, ver as pessoas como elas realmente são, pare de imaginar como elas deveriam ser, ou tentar consertá-las da maneira que você acha melhor.

O torto pode ser a melhor forma de uma árvore crescer.

Não crie mais dificuldades no seu relacionamento, se vemos as coisas como elas são, muitos dos nossos problemas deixam de existir, sem mágoas, sem brigas, sem ressentimentos.

E, para terminar, olhe para você mesmo com os “olhos de ver” e enxergue as possibilidades, as coisas que você ainda pode fazer e não fez. Pode ser que a sua árvore seja torta aos olhos das outras pessoas, mas pode ser a mais frutífera, a mais bonita, a mais perfumada da região, e, isso, não depende de mais ninguém para acontecer, depende só de você.

Paulo Roberto Gaefke


Fonte do texto e da gravura: http://mensagensdiarias.com.br/um-velho-pinheiro/

ESCADA PARA O ILIMITADO

Nosso trabalho espiritual é como uma escada para alcançar nosso eu aperfeiçoado. 

Mesmo que tenhamos subido um degrau, sempre existirá mais um. 

Um novo desafio. 

Mais transformação.

Contentar-se com o que já foi realizado trará apenas estagnação em nosso crescimento espiritual. 

Ao percorrermos nosso caminho espiritual, é saudável termos uma consciência de urgência, sempre nos perguntando: 

"O que mais eu poderia estar fazendo?"

Rav Yehuda Berg


Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MENTE DE RENÚNCIA


Por eu facilmente ficar chateado e agitado, isso mostra que não tenho a mente de renúncia. A mente de renúncia de certo modo é bem simples. Temos mente de renúncia quando compreendemos que tudo isso não é grande coisa. Alguém pisa em seu dedão, qual a grande coisa aí? Quanto mais nos acostumarmos com essa ideia, mais temos mente de renúncia. Pelo menos, tento ver por que transformo tudo em uma coisa tão grande. Estou meramente dando a você um modelo de como invocar a mente de renúncia.

É um pouco como esse exemplo. Estamos andando nesse deserto por tanto tempo, e tudo que jorra, que é aquoso, é tão importante para nós. Mesmo se vermos uma miragem, nosso único desejo é se aproximar da água sem jamais compreender que é só uma miragem. Se você não sabe que é uma miragem e vai até lá, tudo que você obtém é um grande desapontamento. Então, saber que é só uma miragem é a mente de renúncia. [...]

A renúncia de algum modo tem essa conotação de abrir mão de algo. Mas é como o exemplo da miragem. Você não pode abrir mão da água porque não há nenhuma água; é só uma miragem. Além disso, você não precisa abrir mão de uma miragem porque qual é o sentido de abrir mão de uma miragem? A pessoa simplesmente só precisa saber que é uma miragem. Tal compreensão é uma grande renúncia. No momento que você sabe que é uma miragem, o mais provável é que você nem vá até lá porque sabe que é falso; ou mesmo que vá, não há desapontamento, porque você já sabia o que havia ali. No mínimo, você terá só um pequeno desapontamento. É por isso que Jamgon Kongtrul disse que a mente de renúncia é como uma fundação. [...]

A mente de renúncia não tem nada a ver com sacrifício. Como já mencionei, quando falamos sobre renúncia, de algum modo ficamos todos assustados porque pensamos que temos que abrir mão de alguns bens, algo valioso, algumas coisas importantes. Mas não há nada que é importante; não há nada que solidamente exista. Tudo que você está abrindo mão é, na verdade, uma vaga identidade. Você compreende que isso não é verdadeiro, não é absoluto; é esse o modo e o porquê de desenvolver renúncia.




Fonte: http://darma.info/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal