sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

FÉ RELIGIOSA

Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais (pontos fundamentais de doutrina), que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob este aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro, também o é à luz meridiana. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade: preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão.

Estas palavras são de Kardec e encontram-se no item 6 do capítulo XIX de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Prossegue o Codificador:

Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta muita gente alegar que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la.

Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardarias. As primeiras já creram e compreenderam; trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm que aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra.

Continua Kardec:

A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele, do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século, tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número de incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre arbítrio. É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo e dela é que se pode com verdade dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis porque se dobra. Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interessada.

Equivocados, alguns intelectuais europeus buscam combater a fé religiosa. Christopher Hitchens, com seu livro “Deus não é grande”, e Richard Dawkins, com seu DVD “Raiz de todo mal?” e seu livro “Deus – um delírio”, com mais de um milhão de cópias vendidas, são os principais, atualmente. O filósofo Anthony Crayling lhes faz companhia nessa cruzada contra a religião.

A missão do homem inteligente na Terra (Eva, VII-08) é desenvolver sua inteligência para o bem de todos, conduzindo a Deus as inteligências retardatárias.

A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada.

Reflitamos a respeito.


Formatação e pesquisa: MILTER - 09-12-2012
Revista Internacional de Espiritismo – Janeiro 2008.

Fonte: www.adde.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal




O ELIXIR QUE REMOVE O VÉU DOS OLHOS

Se uma pessoa vem à sabedoria da Cabala e estuda-a o tempo todo para si, mas não para alcançar a maior qualidade, então isso fecha tudo para ela. Ela não entenderá nada do que acontece dentro de si se ela não ajustar-se à ligação com o grupo, se ela não procurar corrigir-se, mudar a si mesma através da Luz superior, e se ela não tem necessidade urgente de mudar a si mesma.

E em primeiro lugar, ela executa todas as ações de forma completamente artificial, e só gradualmente sob a influência da luz superior isso torna-se um requisito necessário. Mas se ela não tem direção certa e não quer participar neste momento mesmo artificialmente, como uma criança em um jogo, então a cabala torna-se veneno em vez do "elixir da vida."

Por quê? Porque ela se torna ainda mais egoísta. Ela quer ganhar dinheiro com a ajuda da Cabala. Ela acha que já se tornou importante e grande e ela não precisa de mais nada. Essas pessoas geralmente se afastam ou abrem seus próprios grupos. Mas é bom. Tudo se tornará claro.

Rav Dr. Michael Laitman, PhD.



Fonte: A partir de uma Lição Virtual 18/11/12
Bnei Baruch - A Sabedoria da Cabala
http://laitman.com.br/2012/12/o-elixir-queremove-o-veu-dos-olhos/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

EU SOU UNO COM O PAI - EU SOU ELE - ELE É EU

EU SOU O QUE O CRIADOR É. LOGO:
EU SOU UNO COM O PAI. EU SOU ELE. ELE É EU.

Onde está a Presença do — EU SOU — não pode haver egoísmo ou amor próprio na direção e na atividade externa da sorte. Por este motivo, não se deve ter medo em usá-la para abençoar, curar, fazer prosperar e iluminar a nossos semelhantes. 

Jesus dizia: "Quando levantais ao alto o Filho do Homem, então, conhecereis que — EU SOU — e não faço nada de mim mesmo, senão que, segundo me ensinou o Pai, assim falo. Quem me enviou está comigo; não me deixou só, porque eu faço sempre o que é de seu agrado." 

Este é o único caminho de cada discípulo que: EU SOU A PRESENÇA DE DEUS EM AÇÃO EM CADA SER.


Dr. Jorge Adoum .'.
Fraternitas Rosicruciana Antiqua


Fonte do texto e da gravura: http://br.groups.yahoo.com/group/magojefa

OS GUIAS DO MUNDO


As multidões estão sempre à espera de chefes, de modeladores, de condutores em qualquer campo, para saberem o que devem fazer. Necessitam e procuram um modelo para imitar, um legislador que estabeleça a norma que devem seguir na vida, pois bem poucos sabem agir sozinhos. Por isso, sempre ideal, sua bandeira e ídolo sobre o qual projetam e concentram as suas aspirações, que a vida faz nascer em seu instinto naquela hora, com o seu fim de obter progresso. Forma-se então desse homem, a lenda, o mito, a divinização, em que permanece o essencial dele, o valor biológico, o impulso vital. Morre o homem, mas fica sua imagem, até que tenha cumprido a sua função biológica. E desse homem permanece um símbolo uma bandeira, a ideia, ativos até sua completa atuação na vida dos povos.

Explica-se assim o fascínio de tantos seres superiores, diante de um mundo que, de início, os julgou loucos, que julgaria louco qualquer um que tornasse a imitá-los. Mas resta o fato de que é necessidade absoluta da vida o renovar-se para evolver. Só a evolução pode explicar-nos como podem esses seres de exceção ser aceitos pela multidões absolutamente incapazes de compreendê-los. A admiração delas não pode explicar-se apenas como concordância passiva para imitar os mais cotados, que primeiramente entoaram o hino da exaltação. A concordância das multidões é própria delas e nasce por um instinto que lhes está no âmago e que faz falar dessa maneira. Além disso, ninguém saberia explicar claramente o porquê dessa admiração. Mas de fato ela existe. E no entanto parece estranho ver como um São Francisco possa exercer um fascínio sobre o tipo normal, que está muito longe de pensar que um santo desses possa jamais ser verdadeiramente imitado por ele. Como é que podem as virtudes de renúncia desse santo, tão antivitais no plano comum biológico, tão nos antípodas dos instintos normais de conquista, egoísmo e agressividade, como podem fascinar tantas criaturas, num mundo em que perder é morrer e diante de princípios da vida tão ferreamente utilitários? Só pode explicar-se tudo isso, pensando na função biológica que a santidade tem em relação ao progresso religioso, moral e espiritual, que é sem dúvida, um aspecto importantíssimo do progresso social, sobre o qual ele tem grande influência. Mesmo na santidade há uma função biológica, e onde é função, é também fascínio, isto é, atração, um apelo ao instinto, ou seja, um convite a aderir, para que se cumpra a evolução. (...)

O ideal é loucura, e o mundo o sabe. Entretanto, tendo que evolver, o mundo tem fome do que é novo, e para conquistá-lo tem necessidade de tentar também o absurdo. As grandes conquistas da civilização foram vitórias conseguidas constrangendo o absurdo a tornar-se lógico e atual, pelas condições de vida que se mudaram. Se não houvera razão biológica, jamais o subconsciente das massas tributaria homenagens ao gênio, ao herói, ao santo, homenagem que continua mesmo quando tenha morrido o homem, e dele se não possa tirar mais vantagem alguma. Não basta o interesse de um grupos de sequazes, para explicar sua sobrevivência ideal, que é uma corrente coletiva e não um produto de grupo. E não deixe de se pensar que aquele ideal que as multidões venerem, se representa um guia, significa também uma censura contínua e uma condenação à sua conduta. E no entanto a veneração permanece. Então, o instinto das massas sente por intuição a superioridade do super-homem, mesmo se não sabe compreender pela análise, sente que ali está assinalada uma meta, para seu porvir. Sabe que ela está longe, tanto que não sabe realizá-la hoje e lhe parece utopia. Mas ali está o farol luminoso, e aquela luz o atrai, porque, ainda que hoje pareça irrealizável utopia, representa todavia a única esperança do futuro. 

Sabem todos muito bem que na vida prática não se consegue imitar um São Francisco, e bem poucos pensam em fazê-lo. E no entanto sua figura nos enche a alma de saudade por algo de belo, de grande e de longínquo, enche-nos a mente com a imagem de um paraíso de alegrias espirituais, e nesse sonho se aquieta nossa alma cansada. É tão dura a realidade cotidiana, é tão amarga a luta pela vida, tão triste é o mundo cheio de maldades e dor, que se torna alegria evadir-se em sonho e, ao menos nele, ver realizada uma beleza irreal. Por mais que tudo isso nos pareça absurdo e entre no terreno do irracional – e o homem, que conhece o real, o saiba – no entanto ele não sabe resistir à alegria de poder repousar da vista sufocante das baixezas humanas, refugiando-se mais alto, num mundo melhor. Vistas da profundeza da miséria cotidiana de uma vida monótona e plana, por gente que se arrasta na estrada de destinos cinzentos e insignificantes, essas figuras, superiores em qualquer campo, aparecem como luzes ofuscantes que reanimam, provando que o progresso não é vão utopia e que o ideal é uma força que verdadeiramente impulsiona e sustém a vida. Se tão grande parte de nós, é representada pelo subconsciente, em que persistem e de que ressurgem os atávicos instintos animais, outra parte de nós é sem dúvida representada pelo superconsciente, em que desponta, por intuição, o pressentimento da ascensão e dos melhoramentos num plano mais elevado. 

Tudo isso parece sonho e fantasia. E no entanto são estas evasões do mundo positivo da realidade concreta os momentos mais criadores da vida. Quando a alma parece perder-se no irreal e no irracional, afastando do que parece única verdade segura, então afigura-se-nos que algo do melhor de nós desperte de um longo sono e se lança a obra de romper os limites do passado e transpor os velhos horizontes. Realmente são esses estranhos impulsos do desejo ainda inexpresso, que lançam o mundo nas novas estradas da evolução e que permitem realizar-se o milagre que sempre se repete, pelo qual, da utopia de hoje se extrai a realidade de amanhã. Se é verdade que estamos imersos nas necessidades férreas do contingente, é também verdade que, no fundo da alma humana, há um irrefreável e insaciável anseio de subida. Daí nasce a contínua náusea do passado e um constante e desesperado esforço para subir. Há uma luta na qual a luz quer vencer as trevas. Ainda que vagamente, as multidões sentem a beleza do homem superior, mas sabem que há muito cansaço e dificuldade em segui-lo. Apegam-se então à sua memória, veneram suas relíquias, esfregam-se às pedras do seu túmulo, cantam-lhe hinos, para assim desafogar como podem essa vaga saudade de superação que existe em cada ser humano, este anseio de infinito que nos arrasta a todos. 

Tudo isto é um sonho, sabemos. Mas sonhar é pensar e desejar. E o pensamento e o desejo têm poder criador. Quando fortemente e durante muito tempo pensamos em alguma coisa e cremos nela, no fim ela passa a existir. Assim aqueles modelos ideais, que a humanidade forma com seus elementos mais evoluídos, servem-lhe para criar correntes psicológicas, que depois pela longa repetição, cada vez mais são assimiladas e fixadas nas qualidades da estirpe. O que plasma a vida é a ideia, a qual precede e antecipa suas formas futuras. Lança-se assim o pensamento no ignoto futuro e nele se agarra como utopia, que é sem dúvida também esperança; assim o espera, o saboreia, o antecipa e finalmente nele se fixa como realização concreta. Mediante esse processo gradual de conquista, lentamente os ideais tornam-se realidade. 

Morto o super-homem, permanece o seu modelo. Iniciada depois a corrente de psicologia coletiva, pelo consenso público das pessoas mais destacadas, reforçada pela adesão dos grupos dos sequazes e pela concordância instintiva de muitos, ela cresce por si, porque a imitação, meio pelo qual funcionam as multidões, se incumbe de fazer o resto. As coletividades pensam e agem por sintonia, por correntes. Vemos que cada indivíduo olha mais ou menos em redor de si, para ver como os outros fazem, porque acha que a verdade é decidida pelo que a maioria pensa e faz e que erra aquele que não age como a maioria. Cada indivíduo, mais ou menos, tem em grande monta a opinião pública, torna-se escravo do julgamento do próximo, tende sempre a mimetizar-se com a cor dominante e a seguir a correnteza, pois apenas nela se sente aprovado e seguro. Bem poucos tem autonomia de julgamento. As massas funcionam com a psicologia do rebanho.


Prof. Pietro Ubaldi



Fonte: do livro "Problemas Atuais"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal