segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

BEM-AVENTURANÇAS e PSICANÁLISE JUNGIANA


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Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, foi muito feliz quando fez um paralelo entre os ensinamentos de Jesus e a psicologia. Vejamos o que ele nos traz, na interpretação das Bem-aventuranças (Mateus 5:3-10).

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes aqueles que têm consciência de sua pobreza espiritual e que buscam humildemente aquilo que necessitam.

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Os que choram se encontram envolvidos num processo de crescimento. Eles serão consolados quando o valor projetado, perdido, for recuperado no interior do psique.

Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Essa mansidão está relacionada ao Ego, que precisa ser trabalhado, essa atitude é afortunada, pois o ego está pronto para receber ensinamentos e aberto às novas considerações que podem levar a uma rica herança. Herdar a terra significa adquirir uma consciência em saber se relacionar ao todo ou de ter uma participação pessoal no todo.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Trata-se de um principio orientador interior, de caráter objetivo, que traz um sentimento de realizações do Ego que o busca com fome. A justiça de estar vivendo de acordo com a verdadeira e real necessidade interior.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Se o Ego é misericordioso, ele receberá misericórdia do íntimo.

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. A pureza ou a limpeza podem significar um estado do Ego, livre da contaminação de conteúdo ou motivações do inconsciente. Aquele que é consciente é puro, porque é consciente de que seu erro abre uma porta para experimentar a sua própria essência.

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados de filhos de Deus. O papel apropriado do Ego é mediar entre as partes oponentes aos conflitos intra-psíquicos internos.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. O Ego precisa suportar a dor e o sofrimento, sem sucumbir ao amargor e ao ressentimento, para relacionar-se à lei interna objetiva.

Jung nos mostra através dessa correlação entre os ensinamentos de Jesus e a psique humana que o principal ponto das Bem-aventuranças entendidas psicologicamente é a exaltação do Ego não inflado, um Ego humilde.

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por Centro Espírita Celeiro de Luz



Fonte: www.espirito.com.br
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/jesus-serm%C3%A3o-na-montanha-multid%C3%A3o-8358183/

A CIÊNCIA DO FUTURO

Com raras exceções, até hoje a ciência tem julgado o espírito como sendo propriedade das religiões e, por isso, não tem cogitado sobre sua existência. Até quando esse “dogma” científico poderá sobreviver em discussão?

Não há dúvida de que a evolução caminha em progressão geométrica, o que dá ideia de que o progresso vem sob forma vertiginosa. De fato, desde que o século XX teve início, o conhecimento das coisas no campo científico tornou-se avassalador. Até o ano de 1900 não se sabia que a molécula se dividia em átomos e estes em partículas. Hoje, as sub-partículas já são do conhecimento do passado. 

A primeira pá de cal no materialismo tradicional foi dada por Einstein, quando idealizou sua primeira Teoria da Relatividade Generalizada e equacionou o estado físico material da energia e que, como tal, não passava de uma forma transitória; as pesquisas com os aceleradores Fermi de partículas radicalizaram ainda mais, quando mostraram que a energia cósmica, por si só, não poderia se alterar e que, como tal, até a sub-elementar partícula teria um agente estruturador, ou seja, um princípio equivalente à alma. 

Com isso, além dos materialistas, as seitas religiosas que garantem que a alma é meramente um princípio (ou privilégio) humano, foram envolvidas no mesmo roldão; e se a Ciência tem sido o grande entrave para o estudo religioso, agora, passará a ser o marco de definição: ou estas abandonam seus dogmas em detrimento da infalibilidade de seus princípios, ou serão gradativamente aniquiladas pela voracidade da Ciência do Futuro que implacavelmente vai descortinando novos conhecimentos incompatíveis com os preceitos de infalibilidade; e quem não a acompanhar estará fadado ao descrédito. 

E como fica o Espiritismo em toda essa conjuntura! 

Apesar de sofrer com muitos de seus prováveis adeptos, que têm tentado transformá-lo em mais uma seita bíblica, num retrocesso evolutivo, ele continua resistindo ao processo de degradação desses embates e prossegue tendo a Ciência como escopo ou fundamento de sua conclusões, "malgré lui". Erra redondamente quem pensa que a fase experimental doutrinária já tenha passado: ela nem começou! 

Os novos aparelhos estão aí para permitir-nos uma pesquisa mais segura, onde a fraude não mais terá vez porque pode ser detectada por eles, imparciais em seus registros e seguros nos seus resultados insofismáveis. É o fim do empirismo. Ninguém mais poderá pregar um princípio sem a prova, nem mesmo serão aceitas mensagens mediúnicas que não encontrem respaldo nas experiências; o homem começa a entender que a vida na Terra é de encarnados e eles é que têm que descobrir as verdades que faltam para seu melhor conhecimento e evolução, independente das ajudas que a Espiritualidade (de onde viemos e para onde voltaremos) nos possa trazer. Caso contrário, não justificaria termos nascido. 

Está na hora, portanto, de reformularmos nosso posicionamento reacionário para não ficarmos detidos no tempo e termos que integrar o grupo dos atrasados, enquanto o conhecimento avança; está na hora, pois, de caminharmos com ele para a verdade das coisas. 

E o pior de tudo é que, enquanto os cientistas vão desvendando um mundo novo, pelo lado espiritual - o domínio das formas - alguns dos que se dizem espíritas é que se tornam verdadeiros entraves ao progresso doutrinário. Estamos a um passo de saber o que seja o espírito pois os osciloscópios já podem detectar sua presença, ou seja, o "campo" a ele correspondente, o que comprova que, além de existir, tem algo em comum com a matéria, senão, evidentemente, não poderia agir sobre ela, dotando-a de vida, desde a forma a mais elementar, que é a da sub-partícula atômica, até a animal superior (do homem), mostrando que a escala evolutiva dos seres materiais obedece a uma lei de formação espiritual. 

Enfim, até na vida, a matéria é transitória. 


Carlos de Brito Imbassahy
(Físico)

Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/ciencia/a-ciencia-do-futuro.html
http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal