quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A CHAVE PARA O ENIGMA DA PRÓPRIA REALIDADE

Você tem imensas capacidades latentes em você, esperando para serem acessadas e utilizadas. Você tem muitos talentos que precisam ser trazidos à luz. Você sente o desejo de amar todos os seres, e compartilhar de sua alegria e tristeza com seus semelhantes; saber mais e satisfazer a curiosidade de seu intelecto, espiar por trás do respeito e admiração que a Natureza desperta em você. Você é capaz de reunir informações sobre todos os tipos de coisas de todos os cantos do mundo, mas você não tem conhecimento do que acontece nos cantos de sua própria mente. Você sabe quem é quem entre todos os outros, mas você não sabe a resposta para a simples pergunta: "Quem sou eu?" Sem saber isso, as pessoas julgam precipitadamente, rotulam e até difamam os outros! Cada um deve perguntar a si mesmo e buscar a chave para o enigma da própria realidade.





Sathya Sai Baba




Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

UM CASO DE AMOR COM O TODO


Meditar significa tornar-se ninguém. Significa dissolver-se no todo: não se manter separado, não resistir, mas dissolver-se...

É um caso de amor com o todo, uma unidade orgástica com o todo. É claro que, diante do todo, somos nada – pequenos como gotas de orvalho diante do oceano.

E, no momento em que você sabe que não é nada comparado com o todo, você aceita o todo com alegria - não em resignação, mas em júbilo, porque com o ego desaparecem todas as ansiedades, todos os medos.

Até o medo da morte desaparece quando você abandona o ego, porque só o ego morre. A realidade que você tem é eterna.

Quando todas as ansiedades e as preocupações desaparecem, você fica em descanso total.

A ausência do ego é o começo da meditação, e o descanso é a realização. Quando você se encontra em descanso tão profundo que nada pode perturbá-lo, é porque você achou sua casa... o que no Oriente se chama "satchitanand": verdade, consciência, bem-aventurança - as três faces de Deus, a verdadeira trindade.

No momento em que você está totalmente em paz, em silêncio, todas essas três faces são suas - você se torna divino. 

Na verdade, você sempre foi divino, mas só agora está descobrindo.




Osho, em "Meditações Para a Noite"




Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ONDE NOSSO TRABALHO ESPIRITUAL ACONTECE


Nossa tendência é viver no passado ou no futuro.

Há pessoas que vivem no passado, focadas em realizações anteriores ou atendo-se a traumas de infância – tanto, que sentem-se como se ainda estivessem vivenciando isso.

Outros vivem no futuro, uma existência em um tipo de terra dos sonhos, dizendo a todos o quanto serão grandiosos um dia, ou que realizações incríveis irão concretizar.

Os dois estados, passado e futuro, são simplesmente formas de escapar das responsabilidades do presente.

Não podemos nos tornar as pessoas que realmente precisamos ser se vivermos no passado ou no futuro, porque nosso trabalho espiritual acontece aqui neste exato instante.




Rav Yehuda Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

QUEM ÉS?


"Há só um Legislador e um Juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?" - (TIAGO, capítulo 4, versículo 12.)

Deveria existir, por parte do homem, grande cautela em emitir opiniões relativamente à incorreção alheia.

Um parecer inconsciente ou leviano pode gerar desastres muito maiores que o erro dos outros, convertido em objeto de exame.

Naturalmente existem determinadas responsabilidades que exigem observações acuradas e pacientes daqueles a quem foram conferidas. Um administrador necessita analisar os elementos de composição humana que lhe integram a máquina de serviços. Um magistrado, pago pelas economias do povo, é obrigado a examinar os problemas da paz ou da saúde sociais, deliberando com serenidade e justiça na defesa do bem coletivo. Entretanto, importa compreender que homens, como esses, entendendo a extensão e a delicadeza dos seus encargos espirituais, muito sofrem, quando compelidos ao serviço de regeneração das peças vivas, desviadas ou enfermiças, en caminhadas à sua responsabilidade.

Na estrada comum, no entanto, verifica-se grande excesso de pessoas viciadas na precipitação e na leviandade.

Cremos seja útil a cada discípulo, quando assediado pelas considerações insensatas, lembrar o papel exato que está representando no campo da vida presente, interrogando a si próprio, antes de responder às indagações tentadoras: "Será este assunto de meu interesse? Quem sou? Estarei, de fato, em condições de julgar alguém?"



Francisco Cândido Xavier/Emmanuel



Fonte: do livro "Caminho, Verdade e Vida", 28º ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 46.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

QUEM É DEUS?


Todos falam sobre Deus nestes dias. Este se converteu no tema de enérgicas, quando não acaloradas, discussões. Sem dúvida, ao falar sobre Deus, realmente sabemos sobre quem estamos falando? Sendo assim, significa que a pessoa que sustenta pontos de vista distintos dos meus não sabe o que diz? Por que devo assumir que tenho uma melhor ideia sobre algo que nem eu e nem meus interlocutores podemos perceber claramente?

Um célebre enigma Zen diz: “Se uma árvore cai e não há ninguém que testemunhe, de todas as maneiras há um som?”. De igual forma, até que experimentes pessoalmente ao Criador, não podes dar testemunho de Sua existência, nem falar do que quer de ti.

A Cabala explica que nossa percepção do mundo que nos rodeia é um acúmulo de impressões que recebem nossos cinco sentidos, as quais são interpretadas por nosso cérebro conforme as recordações passadas e paradigmas que se encontram dentro dele. É por esta razão que diferentes pessoas interpretam o mesmo fato de maneira distinta. Para alguém, uma cena num bom restaurante acompanhada de música suave pode ser o ápice do prazer; sem dúvida, para outra, pode ser o cúmulo do aborrecimento. Qual das duas tem razão?

A Sabedoria da Cabala nos oferece uma solução original ao incessante debate sobre Deus: “Prova e verás”, ou como os Cabalistas o expressam: “Prova e verás que o Senhor é bom”. Esta afirmação quer dizer que não devemos aceitar cegamente que Ele é bom. Pelo contrário, significa que devemos “provar” por nós mesmos e “ver”. Os Cabalistas que “provaram” afirmam, por experiência própria: “É BOM”.

Tal como nossa percepção do mundo físico é totalmente subjetiva, nossas percepções da espiritualidade em geral – e do Criador em particular – são subjetivas e indescritíveis. Por isso é que os Cabalistas nos recomendam ver por nós mesmos, ou seja, prova e vê. Para alimentar esta questão, nos oferecem suas impressões - baseadas em suas próprias experiências de Deus - de que Ele é bom e faz o bem a Suas criaturas. De fato, nos dizem que Ele é tão bom que deseja darnos tudo o que Ele possui, a Si Mesmo, ou seja, que nós sejamos como Ele quer, sejamos como Ele.

Os Cabalistas se referem a Deus como o Criador. Em hebraico, a linguagem da Cabala, a palavra para Deus é ELOHIM. Compõe-se de duas palavras: MI (que significa “quem”) e ELEH (que significa “isto”); que, por sua vez, provém do verso de Isaías 40:26 “Quem criou tudo isto?” Portanto, ainda que o Criador funcione, em certo sentido, como verbo e Deus, como o nome próprio, ambos os termos se referem à mesma entidade.

A solução que proporciona a Cabala às discussões que surgem com respeito à essência de Deus é única, no sentido que não nos dá resposta alguma, senão que nos entrega um “modus operandi” para desenvolvermos uma percepção pessoal. Em outras palavras, esta nos promete, que se alguém é constante, poderá descobrir e experimentar o Criador mais claramente inclusive do que percebemos este mundo.

Está escrito no Livro do Zohar, a obra original da Cabala, que todos os mundos, de cima e de baixo, se encontram dentro do homem e que toda a realidade se formou só para o homem, criada para suas necessidades. O mesmo se aplica a nossa percepção do Criador. Ele se encontra dentro de nós. Não temos nem ideia de como Ele é fora de nós, nem sequer de que Ele exista em nosso exterior, posto que “todos os mundos, de cima e abaixo, se encontram dentro do homem”.

Se nos apegamos a esta linha de pensamento, discutir acerca de Deus é um absurdo porque tudo o que podemos conhecer Dele é a maneira subjetiva em que o percebemos. Será correto impor nossa percepção subjetiva aos demais? O máximo que podemos fazer é sugerir o caminho que nós pensamos ser o correto, porém a escolha deste caminho deverá ser uma decisão individual e o que alcançarem, será pessoal.

A Cabala nos oferece um caminho específico mediante o qual, ao estudar certos livros e escutar as explicações corretas, poderemos descobrir o Criador. Sem dúvida, sendo o mesmo caminho, as experiências são totalmente subjetivas: se eu digo que o sangue é vermelho, praticamente todo o mundo estará de acordo. Mas isto quer dizer que todos percebem o sangue do mesmo modo ou que o experimentam da mesma maneira? A conclusão mais óbvia é que podemos falar o mesmo idioma, ter as mesmas experiências e, ao mesmo tempo, levar vidas muito individuais.

E nossas relações com Deus ou a Natureza (que tem o mesmo valor numérico em hebraico, a linguagem da Cabala), não são exceção a regra. Ou seja, para alcançar a Meta da Criação, a razão pela qual Ele nos criou, todos nós teremos que chegar, ao final, a ser semelhantes a Ele.




Rav Dr. Michael Laitman, PhD




Fonte: Bnei Baruch
Do livro "A Voz da Cabala"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DESENCARNAÇÕES COLETIVAS


Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?

(Pergunta endereçada a Emmanuel por algumas dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 23-2-1972, em Uberaba, Minas).

Resposta: Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.

Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.

É assim que, muitas vezes, renascemos no planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.

Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontros marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.

Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.

Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.

Corsários que ateávamos fogo à embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.

Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.

Lamentemos sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos.

Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.


Francisco Cândido Xavier / Emmanuel



Fonte: do livro “Chico Xavier pede licença” - Autores diversos
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SEM DESCULPAS


Um dos grandes presentes que recebo por poder viajar ao redor do mundo disseminando essa sabedoria é me conectar com muitas pessoas. Geralmente, converso com aqueles que assistem a uma aula introdutória e dizem que foram inspirados e que adorariam saber mais sobre Kabbalah, mas não têm tempo. Até daqueles que recebem as Sintonias, escuto com frequência que usar a sabedoria os auxilia em suas vidas, e que, embora tivessem muita vontade de frequentar as aulas ou ter um professor e realmente se comprometer com um caminho de mudança, estão muito ocupados com o trabalho naquele momento – talvez no próximo mês. É claro que quando passa o mês seguinte, geralmente tem alguma outra coisa que os mantém ocupados. 

Quase todas as formas de espiritualidade defendem a ideia de que o propósito real das nossas vidas é reforçar nossa conexão com o Criador. Por que, então, até mesmo aqueles de nós que acreditam que isso seja verdade, investem tanto tempo de suas vidas fazendo tudo, menos aquilo que vieram fazer neste mundo?

A resposta está na seguinte história: era uma vez um rei que estava muito doente. Ele disse que quem conseguisse curá-lo seria agraciado com duas horas dentro do tesouro real, de onde poderia levar todo o ouro, diamantes e rubis que pudesse recolher. Logo depois, um dos conselheiros do rei o curou e obteve acesso ao tesouro. Após ser curado, o rei se preocupou em ceder tanta riqueza do seu tesouro. Então, esquematizou um plano para distrair o conselheiro. O rei sabia que esse conselheiro em particular tinha uma grande paixão por música, e assim contratou cem dos melhores músicos para tocarem as canções mais belas dentro do tesouro, enquanto ele juntasse sua fortuna durante as duas horas.

Toda vez que o conselheiro começava a recolher as joias, a música se tornava mais alta e o distraía. Às vezes, um novo instrumento era adicionado e ele se via compelido a largar tudo e ir assistir, encantado. Depois de algum tempo, ele se deu conta de que suas sacolas estavam vazias e que era melhor começar a recolher o tesouro. Mas aí já era tarde demais. Seu tempo havia se esgotado. 

Somos como o conselheiro: nos distraímos. Quando começamos a focar no verdadeiro propósito das nossas vidas, o Oponente, ou Lado Negativo, sempre desvia nossa atenção. Uma boa forma de derrotar essa voz é não lhe dar espaço, para começo de conversa. Quando ocupamos nossos pensamentos e nossa agenda com nosso trabalho espiritual, compartilhando, estando com os outros, nos conectando com a Luz – não há espaço para distrações!

Viver um caminho espiritual é difícil quando nossas conexões são intermitentes. A Luz é consistente, e quando somos consistentes na nossa espiritualidade, atraímos a Luz para as nossas vidas de forma consistente também. 

Haverá sempre uma razão para não estudar, não compartilhar, não se comprometer – porque essa é a forma do Oponente atuar!

Até um dia, em que é tarde demais para receber todos os tesouros que a Luz tem a intenção de nos dar. 

Quando paramos de dar desculpas e realmente nos comprometemos com o caminho da mudança, começamos a viver o propósito da nossa vida. 


Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

domingo, 27 de janeiro de 2013

A TAREFA DE CADA UM

Há um momento em nossas vidas em que todos nós nos rendemos ao inevitável apelo para o autoconhecimento. Enquanto isto não acontece, passamos pela vida como que anestesiados e insensíveis à realidade de nós mesmos, agindo e reagindo ao sabor dos ditames impostos pela sociedade em que vivemos. 

A partir do ponto em que nos rendemos ao clamor íntimo do auto descobrimento,  iniciamos uma verdadeira cruzada na tentativa de obter respostas às questões relacionadas com o velho dilema do "Conhece-te a ti mesmo". Começamos então a questionar a nossa própria realidade existencial, a origem da vida, a razão de estarmos aqui nesta existência, o porquê das experiências ou relacionamentos a que somos expostos, e até alvoramo-nos no direito de questionar o acerto da decisão Daquele que nos criou e nos colocou nessas circunstâncias. 

No extraordinário livro Memórias do Padre Germano encontramos um ilustrativo exemplo desse dilema que ainda é uma característica da avassaladora maioria dos espíritos encarnados no planeta terra, haja visto o baixo nível evolutivo dos seus habitantes. Através da maravilhosa obra de Amalia Domingo Soler, o padre Germano nos relata o dilema que viveu em uma das suas encarnações aqui em nosso orbe, na qual experimentou, como membro da igreja de Roma, a permanente e asfixiante sensação de viver se sentindo com um peixe fora d’água, especialmente ao desempenhar a espinhosa função eclesiástica de confessor. Em momento de inquietação angustiante, ele assim se manifesta:

"Amado Deus, por que tive eu que nascer nas fileiras desta ordem religiosa?Por que Você me obrigou a ser guia dessas pobres ovelhas, meus paroquianos, se eu não posso tão pouco guiar a mim mesmo? Senhor, deve haver outras moradas no espaço, porque aqui neste planeta uma alma capaz de pensar fica asfixiada ao presenciar tanta miséria e hipocrisia. Eu desejo seguir o caminho certo, mas ao longo da jornada eu vejo tantas armadilhas!"

O exemplo é mesmo bem ilustrativo, mas cabe ressaltar que ao folhearmos as páginas deste excepcional livrinho, temos a convicção de que o padre Germano era um espírito em estágio evolutivo bem acima da maioria de todos nós e que cumpriu a sua missão naquela existência de forma exemplar, podendo mesmo servir de guia e modelo para todos nós que aspiramos passar pelos embates da vida e cumprirmos com a nossas tarefas onde quer que a vida nos coloque. 

A Doutrina dos Espíritos veio para nos dar as respostas àquelas questões existencias e acima de tudo para nos mostrar com uma clareza insofismável, as razões e os porquês de estarmos aqui e expostos às experiências e aos relacionamentos que temos vivenciado nesta encarnação. É bem verdade que ela só nos dá as respostas de que necessitamos para cumprirmos com a nossa tarefa de espíritos encarnados e galgar alguns degraus a mais na nossa escala evolutiva rumo a felicidade. Mas o que é mais importante e digno da atenção de todos nós que aspiramos sincera e honestamente por um mundo de Paz e Harmonia, enfim, um mundo regenerado, é que além das respostas que obtemos através da mensagem dos espíritos, existe nesta mesma mensagem um apelo claro ao nosso senso de responsabilidade perante a Lei de Causa e Efeito. A esta sim, teremos que nos curvar, pois somente o respeito e a adesão incondicional às suas diretrizes propiciarão o advento de um mundo de Paz e Harmonia para todos nós. 

Assim, que tenhamos ouvidos para ouvir e olhos para enxergar e adotemos em nossas vidas a máxima insculpida na Doutrina dos Espíritos que nos diz: "Fora da caridade não há salvação".


Antonio Leite


Fonte: Editorial do Boletim GEAE - Grupo de Estudos Avançados Espíritas - Ano 13 - Número 493 - 2005
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

FAVOR DIVINO

Não te queixes de Deus porque dificuldades te povoem a vida.

Certamente Deus conhece todos os programas de ação que te estruturam a existência.

O parente difícil, a casa em provas, as tarefas árduas, a conquista de simpatia, o relacionamento espinhoso...

Tudo isso poderia Deus suprimir num momento.

Entretanto, sem os familiares incompreensivos, não conhecerias o amor; fora dos obstáculos domésticos, não adquiririas responsabilidade; fugindo aos encargos de sacrifício, não terias experiência; longe da procura de apoio, não praticarias fraternidade e desertando das lutas de equipe, acabarias desconhecendo o valor da cooperação.

Convence-te de que Deus pode sanar qualquer preocupação, mas deixa-nos a cada um a bênção do trabalho, de modo a que consigamos sair da ingenuidade e da inércia, para sermos, um dia, colaboradores conscientes da Divina Sabedoria que sustenta a Criação.



Francisco Cândido Xavier / Meimei




Fonte: do livro "Amizade" - Ed. IDEAL
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 26 de janeiro de 2013

NOSSO EU SUPERIOR

Ninguém é perfeito. Todos nós fazemos o que não deveríamos e nosso carma provavelmente não é dos melhores. Todos nós temos que enfrentar pelo menos um pouquinho de caos de vez em quando.

Os kabalistas ensinam que cada um de nós é dois seres. Um deles é imperfeito, reage, tem dúvidas e faz coisas negativas. Infelizmente, é assim que a maioria de nós age na maior parte do tempo. Mas existe também o nosso segundo ser, que se tornou perfeito, tem consciência das leis espirituais do Universo e age de acordo com elas para que possa chover sobre nós o máximo de plenitude e sucesso.

Um segredo incrível sobre esse segundo ser é que, sendo perfeito, nunca fez nenhuma das coisas negativas que fizemos nesta vida ou em vidas passadas. Nosso ser perfeito, nosso Eu Superior, nunca feriu ninguém, nunca perdeu uma oportunidade e nunca tomou uma decisão errada.

Quanto mais decidirmos, ao fazermos nossas escolhas diárias, nos conectarmos com nosso Eu Superior, mais conseguiremos corrigir nosso carma e nos protegermos do caos.

Simplesmente estarmos cientes da existência de nosso Eu Superior, pode nos inspirar a nos conectarmos com ele cada vez mais todos os dias.



Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O SIGNIFICADO DA PAZ


Estava conversando com um amigo outro dia, e durante a conversa reparei que ele estava muito cansado. Ele não conseguia parar de bocejar. Quando perguntei se estava precisando dormir, ele respondeu: “O mais esquisito é que ontem à noite dormi mais do que a semana inteira!”

Isso me lembrou das pessoas que voltam das férias dizendo: “Foi tão bom, mas estou exausto! Agora preciso tirar férias das férias”. 

Os grandes kabalistas ensinam que para receber grande Luz, temos que alcançar uma grande paz interior – ou, descanso. Mas o verdadeiro significado do descanso sobre o qual falam os kabalistas é muito maior do que apenas descanso e conforto físico. Pelo contrário, essa paz interior é alcançada ao superarmos o desejo do nosso corpo de evitar o desconforto.

Um corpo em movimento quer permanecer em movimento. Um corpo em descanso busca mais descanso. Quando nos treinamos para estar cada vez mais em movimento, em atitude de compartilhar, fora da nossa zona de conforto e fazendo o esforço extra, realmente se torna mais fácil continuar seguindo adiante, fazendo cada vez mais!

Nunca encontraremos paz – descanso verdadeiro – vivendo como se estivéssemos de férias.

Ironicamente, podemos correr atrás do descanso físico durante toda a nossa vida sem nunca nos sentirmos mais relaxados ou menos estressados.

É um paradoxo que você realmente não consegue sentir até experimentar, mas a paz é encontrada quando estamos continuamente nos empenhando para fazer mais.

Expandir nossa tolerância ao desconforto é expandir nossa capacidade de obter paz interior. 


Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

TEMPLOS ESOTÉRICOS


Atualmente, a finalidade dos Templos deve ser proporcionar-nos um meio ambiente artificial que sirva de estímulo e fortaleça nossas habilidades espirituais. 

A finalidade dos Templos é criar condições favoráveis para estabelecer uma comunicação com as inteligências interiores, e não recordar-nos de um passado primitivo. Os Templos devem estar baseados em princípios modelares que podem ser copiados e adaptados como programa próprio, de forma que este modelo se converta em um elemento real, integrante da psique. Dito de outro modo, um Templo deveria chegar a ser um símbolo ambiental do ideal humano individual. Qualquer Templo que não se ajuste a este objetivo tem muito pouco valor, ou melhor, nenhum, do ponto de  vista esotérico. Desta maneira, a ideia de colocar as pessoas em um meio ambiente saudável e harmonioso, com a esperança de que ele lhes estimule finalmente a refletir este meio ambiente em seu próprio caráter, não é muito diferente.

Isto quer dizer que um Templo deve conter símbolos práticos para a auto construção e a conservação da alma humana. Evidentemente, isso inclui a indumentária pessoal e qualquer tipo de  adorno.

Não só é preciso que cada objeto tenha um significado próprio especial como este significado deve ser muito bem compreendido por todo aquele que use ditos objetos. Não basta a explicação do uso, a simbologia deve ter sido realmente experimentada (e assimilada) por aqueles que utilizem o Templo para seu aperfeiçoamento espiritual. Isto é, todas as impressões sensoriais da simbologia do Templo precisam ser traduzidas de acordo com as respostas que produzem. A menos que as pessoas estejam realmente conscientes dos motivos pelos quais tudo o que está relacionado com o Templo é o que é e está onde está, assim como  o que ocorre com isso, não terá nenhuma utilidade e poderia não estar presente. Portanto, a primeira instrução que o aspirante aos Mistérios Sagrados precisa receber, poderia muito bem ser: conheça teu templo.

O único tipo de simbologia de que nenhum esoterista pode prescindir é o próximo. Mesmo que existam poucos humanos que se consideram parte integrante da simbologia de um templo, isso é exatamente o que são e que, na medida do possível, deveriam se esforçar para chegar a ser. Realmente, as pessoas são os símbolos mais importantes, porque são símbolos vivos do Poder com o que estão entrando em contato, e deveriam fazer as vezes de mediadoras para transmitir uns aos outros esse Poder de forma que todos compartilhem sua influência. Pode acontecer que cada um deles tenha que desempenhar um papel diferente ou tenha que cumprir certa função específica no psicodrama mútuo, mas se não colaboram de forma ordenada, fazendo circular as correntes de energia como deveriam, nada realmente efetivo poderá resultar de sua associação. Não deve haver “público” observando o desenvolvimento de nenhuma cerimônia esotérica. TODOS tem de participar ativamente ainda que não movam um só músculo durante todo o tempo. Todos os presentes devem se concentrar, e harmonizar suas consciências de modo preciso, segundo o objetivo da prática que esteja sendo executada. Todas as habilidades internas e toda a atenção deverá estar enfocada naquilo que esteja sendo dirigido pelas dimensões espirituais. Se alguém não pode ou não quer fazê-lo, não deveria estar presente, pois somente o que poderá fazer é entorpecer o processo. 

Na linguagem esotérica, “construir um Templo” significa criar um espaço livre na consciência, de onde haja um mínimo de contaminação, para que seja possível entrar em  contato com energias puramente espirituais e fazê-lo com a maior plenitude e liberdade possível. A construção de um Templo pode ser considerado um processo quádruplo. Em primeiro lugar como auto estrutura, em segundo lugar a nível familiar, em terceiro lugar a nível sectário e em quarto lugar está o esperado acordo esotérico ecumênico entre todos os setores da humanidade. Este movimento tem de começar no indivíduo e expandir-se para fora, em lugar de ser controlado por um consórcio externo e forçado para dentro, exigindo uma conformidade de todos os indivíduos sem que estes o desejem. Dito de outro modo, as almas individuais devem preparar-se para estar em condições de trabalhar com grupos que só buscam expandir-se, e incluir outros para a consecução de um fim último universal de união fraternal com o Cosmos.

As pessoas não se dão conta, perfeitamente, das diferenças que existem entre uma experiência sintética e real. Só a participação em um Templo “vivo” pode transformar uma experiência sintética em uma real. O processo real é controlado por meio da vontade e de acordo com a intenção. Assim se converte numa disciplina definida por direito próprio, e merece ser tida muito em conta pelos que estudam a sério os procedimentos espirituais. Da mesma maneira que os lugares onde se organizam desfiles e os campos de manobras são umas zonas específicas em que se treinam e formam os soldados, os Templos são os lugares adequados para preparar a consciência dos seres humanos, a fim de que sigam umas diretrizes espirituais que ajudem o desenvolvimento de determinadas características internas. Estas, muito provavelmente, conduzirão à instrução em todos os níveis. Em ambos os casos, a constante repetição dos exercícios práticos, exige um grande esforço. Este treinamento básico conduz à especialização dentro de um determinado campo de ação. É impossível formar um bom esotérico longe do Templo da experiência, mesmo que o Templo se limite ao corpo físico do praticante.

Não é que os assuntos esotéricos sejam necessariamente melhores, nem que resultem mais vantajosos, mas, geralmente se entrarmos em mais detalhes haverá também uma melhor especialização. Não interessam os métodos de produção em massa, que são mais adequados para as coletividades humanas do tipo médio, mas sim as que se centram na evolução do indivíduo e no desenvolvimento de certas características especiais. A finalidade dos métodos é servir espiritualmente ao conceito de Divindade, a que estejam dedicados. Ainda que tais sistemas geralmente operam nos Templos onde se reúnem as congregações,  todos os membros devem ser preparados a fim de converterem-se em Templos, de forma que toda a sua vida passe a ser uma celebração constante dos diversos serviços que há que levar a cabo simbolicamente, de uma maneira psicodramática. Em outras palavras, todas as operações que se realizam no Templo são,  ou deveriam ser, modelos de vida conectados com os poderes espirituais e os princípios reais, fundamento de nossa existência como pessoas que tem um objetivo concreto. Ao fixar estes modelos em nossas mentes, como base de apoio para a prática nos Templos, conseqüentemente nos modificamos e produzimos uma impressão significativa nas correntes da Consciência Cósmica  que circulam através de nosso ser. Esta é uma resposta recíproca que segue a dupla direção das relações entre o homem e a Divindade.

Nos tempos antigos, os membros das congregações esotéricas não estavam autorizados a participar de trabalhos coletivos (que então se denominavam teúrgicos ou “trabalho de Deus”) até que tivessem realizado a aprendizagem, sob as ordens de um tutor, e finalmente pudessem “passar os portais”. Estes portais eram, literalmente, etapas que marcavam a disposição metafórica da pessoa para o trabalho de grupo. Isto acontecia  quando uma alma, do tipo médio, havia estudado e praticado até alcançar o grau de preparação que o tutor considerava satisfatório para o trabalho em grupo. Esta era uma prática normal em todas as chamadas religiões dos mistérios e nos sistemas espirituais esotéricos. Com o passar do tempo, as igrejas cristãs o deixaram cair em desuso e, atualmente não são muito exigentes no que concerne à formação de seus membros. Em geral, cada vez aceitam níveis mais baixos de aptidão espiritual. Só um número relativamente pequeno de grupos esotéricos seguem insistindo na necessidade de uma formação inicial adequada, ainda que muitos sejam susceptíveis de ser excessivamente rígidos e intolerantes, confundindo a intelectualidade com qualidades genuinamente espirituais.

Para aquelas almas responsáveis que preferem se encarregar da sua própria formação, guiadas diretamente pelo tipo superior espiritual que podem contatar por seus próprios meios, a melhor maneira de começar seria aclimatar-se à simbologia básica. As cerimônias mais complicadas e elaboradas, realizadas em qualquer Templo esotérico deste mundo, são simplesmente ampliações dos mesmos fundamentos. A celebração mecânica destas cerimônias não serve absolutamente de nada por si só. Todas as liberações de energia que produzem algum efeito, são ativadas pela consciência condicionada que é aplicada intencionalmente pelas mentes preparadas dos presentes.

Em todo o ser humano, há um estado de ego, que poderia denominar-se campo de forças psíquicas, muito semelhante ao campo magnético que existe dentro e ao redor de um ímã. Todavia, um imã não está vivo, no sentido que para nós tem essa palavra. O estado de ego é uma situação energética derivada de uma Fonte de Vida separada e distribuída por um grande número de canais. É a relação de cada indivíduo com A VIDA e a vida, para marcar as diferenças existentes entre as situações importantes e as que carecem de transcendência. Ou seja, é o que nós somos em um dado momento e portanto é de suprema importância para todos os que estão sobre a terra dado que é o “Eu Sou o que Sou” de todos nós. Sem dúvida, o que somos troca muito facilmente pela ação de muitas coisas distintas, em alguns casos o impacto procede de fontes externas e em outras de fontes internas. Assim pois, o estado médio do ego resulta do equilíbrio existente entre ambas as fontes...

Os aficcionados ambiciosos não parecem ter em conta que o melhor que podem fazer é começar modestamente, e trabalhar as técnicas mais comuns que são desenvolvidas no Templo, em lugar de passar diretamente ao luxo máximo e pedir que a própria Divindade se manifeste diretamente com todos os seus adornos. Caso isso não ocorresse, talvez ficassem satisfeitos com a aparição de uma série de arcanjos. Raramente lhes ocorre pensar que as graças do Templo podem desenvolver significativamente suas qualidades internas e seu caráter, e que o Templo deve cumprir sua autêntica função, e fazer a Divindade se manifestar neles mesmos. Só aqueles que percebem com clareza esta importante questão e estão dispostos a trabalhar com paciência e constância para obtê-la, tirarão algum proveito dos Templos Esotéricos...


(desconheço o autor)


Fonte: Ordem Rosacruz - AMORC
Fonte da Gravura: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBZvi2Gw-RRqx4p-jDcJNGoKv9O-TnJaa21C80OqfXNdMNPmMr1aTsDesuibLdnJtIcF0VQirMoQz4HnG0WJM0m4BydMdJN_Gr4puwr15otw_TUuN_1n67wVAmE8z1f4ruQmk65bLaUps/s1600/399063_314974918571771_1509015543_n.jpg



REPERCUSSÕES


Nenhuma das vossas boas ações ou das vossas boas palavras se perde. Por quê? Porque nada se perde, a mínima das vossas manifestações tem repercussões algures. Vós não acreditais que é assim porque não vedes nada acontecer diante dos vossos olhos. Mas isso não é argumento: vós ignorais os efeitos que os vossos atos e as vossas palavras provocarão necessariamente e, por vezes, muito longe de vós.

Quando vos tornais melhores, muitas outras pessoas também se melhoram. E, do mesmo modo, se vós não progredis entravais a evolução de uma quantidade de outros seres, impedi-los de encontrar o caminho da luz. 

Se, por uma vez, a Providência vos desse a possibilidade de ver as ligações subtis que se tecem entre cada um de vós e todos os seres da Terra e mesmo para além dela, ficaríeis estupefactos. 

Todos os dias vós teceis laços desta natureza. Por isso, é importante que vos esforceis constantemente para vencer as vossas fraquezas e despertar as virtudes que, muitas vezes, deixais ficar adormecidas em vós.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

PERDÃO E LIBERDADE


Aprendamos a perdoar, conquistando a liberdade de servir.

E imprescindível esquecer o mal para que o bem se efetue.

Onde trabalhas, exercita a tolerância construtiva para que a tarefa não se escravize a perturbações...

Em casa, guarda o entendimento fraterno, a fim de que a sombra não te algeme o espírito ao desespero...

Onde estiveres e onde fores, lembra-te do perdão incondicional, para que o auxílio dos outros te assegure paz à vida.

É indispensável que a compreensão reine hoje entre nós, para que amanhã não estejamos encarcerados na rede das trevas.

A morte não é libertação pura e simples.

Desencarnar-se a alma do corpo não é exonerar-se dos sentimentos que lhe são próprios.

Muitos conduzem consigo, além-túmulo, uma taça de fel envenenado com que aniquilam os melhores sonhos dos que ficaram na Terra, e muitos dos que ficam na Terra conservam consigo no coração um vaso de fogo vivo com que destroem as melhores esperanças dos que demandam o cinzento portal do túmulo.

Não procures para tua alma o inferno invisível do ódio.

Acomoda-te com o adversário ainda hoje, procurando entendê-lo e servi-lo, para que amanhã não te matricules em aflitivas contendas com forças ocultas.

Transferir a reconciliação para o caminho da morte é atormentar o caminho da própria vida.

Desculpa sempre, reconhecendo que não prescindimos da paciência alheia.

Nem sempre somos nós a vítima real, de vez que, por atitudes imanifestas, induzimos o próximo a agir contra nós convertendo-nos, ante os tribunais da Justiça Divina, em autores, intelectuais dos delitos que passamos a lamentar indebitamente diante dos outros.

Toda intolerância é violência.

Toda dureza espiritual é crueldade.

Quase sempre, a crítica é corrosivo do bem, tanto quanto a acusação habitualmente, é um chicote de brasas.

E sabendo que encontraremos na estrada a projeção de nós mesmos, conservemos o perdão por defensor de nossa liberdade, ajudando agora para que não sejamos desajudados depois.


Francisco Cândido Xavier / Emmanuel



Fonte: do livro "Trevo de Ideias" - Ed. GEEM
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O VAZIO É UMA DÁDIVA


Quando sentimos um vazio, tentamos preencher-nos com prazeres temporários como comida, drogas, sexo ou compras. Ou tentamos resolver tudo fugindo para outro lugar! Vazio em um casamento? Encontramos outro esposo (a). Problemas no trabalho? Encontramos outro emprego.

Mas, como sabemos, picos de prazer acabam passando e nos deixam esgotados, e nossos problemas continuam a perseguir-nos de cônjuge em cônjuge, de emprego em emprego.

Existe uma única maneira de remover o vazio: mudando.

Quando nos deparamos com um vazio ou um problema, essa é a hora de começarmos a nos questionar: O que não tenho estado disposto a fazer para criar a vida que quero ter? Onde posso ser o culpado por essa situação? O que eu poderia estar fazendo de outra maneira?

O vazio é uma dádiva do Universo, dizendo-nos: "Acorde! Você está em um caminho de destruição. Você não está fazendo o trabalho necessário para mudar."



Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PRESENÇA DIVINA


O lótus em seu coração anseia pelo Sol, o esplendor do Senhor Amoroso. Alcançá-lO requer esforço. Somente a remoção de todo o apego ao mundo e o cultivo do Amor Divino pode conquistá-lO. 

Deus é a entidade mais próxima e querida, mas a ignorância O esconde longe dos olhos. As estrelas parecem pontos de luz, pois estão a grandes distâncias de nós. Assim como as estrelas, Deus parece insignificante ou ineficaz para muitos, pois eles estão mantendo-se muito longe Dele. Se alguns acreditam que Deus não está presente ou visível, isso apenas significa que eles estão a uma distância muito grande para estar cientes Dele. 

O amor que Deus tem por cada um é inigualável.



Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

BÊNÇÃOS PARA NÓS E PARA O MUNDO


Recentemente, falei sobre um experimento no qual cinco macacos foram colocados em uma jaula que tinha uma banana pendurada no meio do teto e uma escada que subia até ela. De início, os macacos tentaram, um por um, subir a escada para pegar a banana. Mas cada vez que um deles começava a subir, o pesquisador jogava um forte jato de água fria nele e nos outros quatro macacos.

Logo, os macacos aprenderam que se um deles subisse a escada, todos sofriam, e assim todos desistiram de subir definitivamente.

Nesse ponto, o pesquisador substituiu um dos macacos por um “novo macaco”, que não tinha tido a experiência da água. É lógico que assim que ele viu a banana pendurada no teto, correu para subir a escada. Antes que o pesquisador fosse capaz de jogar a água, os outros quatro macacos correram para aquele macaco e o puxaram para o chão. 

A mesma coisa aconteceu quando eles substituíram outro dos macacos originais por um novo, até que eventualmente todos os macacos na jaula eram “novos”. Embora nenhum deles tivesse tido a experiência do jato de água fria, sempre que um novo macaco entrava na jaula e tentava subir a escada, os outros lhe batiam e jogavam no chão sem sequer saber a razão. Até onde sabiam, eles não subiam a escada porque assim era feito.

Por que estou compartilhando esse experimento com vocês? Bem, porque basicamente é uma ilustração poderosa do pensamento de que todos nós podemos cair no percurso de nosso trabalho espiritual. Por exemplo, no início, quando nos aproximamos da espiritualidade, dizemos: “Uau, isso é incrível!”. Empolgados e inspirados, aprendemos, fazemos perguntas e saímos contando aos nossos amigos e familiares sobre nosso novo entendimento. No começo, sentimos essa energia revigorante.

No entanto, depois que passa algum tempo, perdemos um pouco desse desejo. Não procuramos mais as bananas. E por não enxergarmos o cenário completo, aceitamos cegamente o que está à nossa frente e paramos de buscar. Apenas aceitamos que não precisamos correr atrás das bananas. Fazemos as coisas porque “é assim que são feitas” ou apenas seguimos o fluxo. 

Infelizmente ou felizmente, precisamos entender que se realmente queremos algo nesse mundo, primeiro temos que ter desejo por aquilo. Se quisermos estar bem, largar algum vício, mudar alguma coisa em nossa vida, seja grande ou pequena, temos que desejar realmente aquilo. Tudo começa com um desejo.

Vocês sabem que dentro de nós existem duas forças. Existe aquela Luzinha dentro de nós que cutuca e diz: “Não faça isso”, “ajude seu amigo” ou “saia da sua zona de conforto para fazer aquela ligação”. E também existe aquela outra voz, mais alta, o Desejo de Receber Somente para Si Mesmo, que diz: “É só uma vez. Não vai fazer mal. Pegue mais um pouco. Engane seu sócio, ele nem vai saber. Quem vai ver você fazendo isso?” A questão é: que lado estamos escutando? 

É sempre uma oportunidade perfeita nos perguntarmos: Do que isso se trata? Dos poucos momentos de prazer ou vencer esse prazer? Qual é nossa tarefa neste mundo? Estamos fazendo as coisas que trarão Luz para nós e para os outros? Estamos correndo atrás das bananas ou estamos nos resignando a escutar aquela voz forte em nossa mente que diz: “Não é importante”? 

Cada um de nós tem uma pequena Luz que brilhará durante 20, 30, 50 ou quantos forem os anos. Que todos nós possamos desenvolver um verdadeiro desejo que resulte em bênçãos para cada um de nós e para o mundo.



Karen Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A LENDA MAÇÔNICA


Um verdadeiro movimento místico tem sua lenda, que narra em linguagem simbólica sua condição na ordem cósmica e o ideal que procura realizar.

Do Velho Testamento, que contém ensinamentos do Mistério Atlante, aprendemos que a humanidade foi criada macho-fêmea, bissexual, e que cada um era capaz de propagar sua espécie sem a cooperação de outro, como hoje é o caso de algumas plantas. Mais tarde, Jeová removeu um pólo da força criadora de Adão, a humanidade primitiva, e daí resultaram dois sexos. O ensinamento esotérico complementa essa informação declarando que a finalidade dessa mudança foi utilizar um pólo da força criadora para a construção de um cérebro e de uma laringe, por meio dos quais a humanidade pudesse adquirir conhecimento e expressar-se em palavras. A conexão íntima entre o cérebro, laringe e genitais é evidente a qualquer um, após um ligeiro exame dos fatos. A mudança de voz do menino na puberdade, a deficiência mental resultante da indulgência com a natureza passional, a fala inarticulada do deficiente mental e muitos outros fatos que poderiam ser citados, provam esta afirmação.

Segundo a Bíblia, nossos primeiros pais foram proibidos de comer da Árvore do conhecimento, mas Eva, seduzida pela serpente, comeu, induzindo depois o homem a seguir seu exemplo. Quem são as serpentes e o que é a Arvore do Conhecimento, pode ser entendido em certas passagens na Bíblia. Foi-nos dito, por exemplo, que Cristo exortou Seus discípulos a serem "sábios como serpentes e inofensivos como pombas". A chamada maldição, proferida sobre Eva após sua confissão, declara que ela deve dar à luz com aflição e dor, e que a raça morrerá. Foi sempre um grande obstáculo para os comentaristas da Bíblia descobrir a ligação que poderia existir entre o comer uma maçã, a morte e o parto doloroso; mas, quando temos conhecimento das castas expressões da Bíblia, que designam o ato criador por passagens tais como "Adão conheceu Eva, e ela concebeu Caim"; "Adão conheceu Eva, e ela concebeu Abel", "Como posso dar à luz uma criança, se não conheço um homem?" etc., fica muito claro que a Árvore do conhecimento é uma expressão simbólica para o ato criador. Assim, fica evidente que as serpentes ensinaram Eva como efetuar o ato criador e que Eva instruiu Adão. Portanto, Cristo designou as serpentes como nocivas, embora admitindo sua sabedoria. Para compreender a identidade das serpentes é necessário recorrer ao ensinamento esotérico, que as aponta como espíritos do marcial Lúcifer, regentes do signo serpentino de Scorpius. Seus Iniciados, mesmo tão atrasados como a Dinastia Egípcia, ostentavam na fronte o Uraeus ou símbolo da serpente, como um sinal da fonte de sua sabedoria.

Em consequência do uso desautorizado da força criadora, a humanidade deixou de ser etérea e cristalizou-se em um revestimento de pele ou corpo físico, que agora oculta dela os deuses que habitam os reinos invisíveis; e grande foi sua tristeza por esta perda.

Geração foi originariamente estabelecida pelos Anjos, sob Jeová. Era efetuada nos grandes templos debaixo de favoráveis condições planetárias e o parto era indolor, como ainda o é hoje entre os animais selvagens, que não abusam da função criadora para gratificar os sentidos.

Degeneração resultou do abuso ignorante e desautorizado do ato gerador, iniciado pelos Espíritos de Lúcifer.

Regeneração deve ser empreendida com a finalidade de restituir ao homem a sua perdida condição de ser espiritual, e libertá-lo deste corpo de morte aonde está agora aprisionado. A Morte deve ser absorvida na Imortalidade.

Para alcançar este objetivo, um acordo foi feito com a humanidade, quando ela foi expulsa do jardim de Deus para vagar no deserto do mundo. De acordo com aquele plano, construiu-se um Tabernáculo consoante um modelo planejado por Deus, Jeová, e uma arca, simbolizando o espírito humano, foi nele colocada. Suas hastes nunca eram tiradas de seu lugar, para mostrar que o homem é um peregrino sobre a terra, e que nunca poderá descansar até que alcance sua meta. Havia dentro dela um vaso dourado com "maná" (man - homem) "caído do céu", juntamente com a tábua das leis divinas que o homem precisa aprender em sua peregrinação pelo deserto da matéria. Esta arca simbólica continha também um bastão mágico, um emblema do poder espiritual, chamado vara de Arão, o qual acha-se agora latente em todos, no caminho que leva para o céu do repouso - o templo místico de Salomão. O Velho Testamento conta também como a humanidade foi milagrosamente guiada e sustentada, como depois da luta com o mundo foi-lhe dada a paz e a prosperidade pelo Rei Salomão. Em suma, sem rebuscamentos, a história relata os fatos mais salientes da descida do homem do céu, suas principais transformações, sua transgressão às leis do Deus Jeová, como foi guiado no passado e como Jeová deseja guiá-lo no futuro até alcançar o Reino do Céu - a terra da paz - para seguir de novo, docilmente, a orientação do Regente Divino.

A lenda Maçônica tem pontos de desacordo, como também de acordo, com a história da Bíblia. Relata que Jeová criou Eva, que o Espírito Lucífero Samael uniu-se a ela, mas que foi expulso por Jeová e forçado a deixá-la antes do nascimento do seu filho Caim, que ficou sendo assim o filho de uma viúva. Então, Jeová criou Adão, para ser marido de Eva, e dessa união nasceu Abel. Por conseguinte, desde o princípio, tem havido dois tipos de pessoas no mundo. Um, gerado pelo espírito de Lúcifer, Samael e possuidor de uma natureza semi-divina, imbuído com a dinâmica energia marcial herdada de seu divino antecessor, é agressivo, progressista e possuidor de grande iniciativa, mas impaciente à repressão ou autoridade, tanto humana como divina. Esta classe é relutante em aceitar idéias pela fé e inclina-se a provar tudo à luz da razão. Estas pessoas acreditam nas obras mais do que na fé, e, pela sua coragem e energia infatigáveis, transformaram a aridez dos desertos do mundo num jardim cheio de vida e beleza, realmente tão encantador que os Filhos de Caim esqueceram o Jardim de Deus, o Reino do Céu, de onde foram expulsos pelo decreto do Deus lunar, Jeová. Rebelaram-se constantemente contra Ele, porque Ele os prendeu pelo "cordão" umbilical. Perderam sua visão espiritual e estão aprisionados no corpo, na fronte, onde se diz que Caim foi marcado. Eles precisam vagar como filhos pródigos na relativa escuridão do mundo material, esquecidos do seu alto e nobre estado até encontrarem a porta do templo, e aí pedirem e receberem Luz. Então, como "Phree Messen" ou filhos de luz, serão instruídos de como construir um novo templo sem ruído de martelo, e, quando tiverem aprendido isto, poderão "viajar por países estrangeiros" para aprenderem mais do ofício. Em outras palavras, quando o espírito percebe que está longe de seu lar celestial, um filho pródigo, alimentando-se das insatisfatórias migalhas do mundo material quando separado do Pai está "pobre, nu e cego"; quando bate à porta de um templo místico como o dos Rosacruzes e pede luz; quando recebe a desejada instrução, depois de ter merecidamente construído um corpo-alma etérico, um templo ou casa eterna nos céus, não feita com mãos e sem ruído de martelo; quando sua nudez é vestida por aquela casa (ver Cor. 5:1), então, o neófito recebe a "palavra", o "abre-te sésamo" dos mundos internos e aprende a viajar em lugares estrangeiros nos mundos invisíveis. Aí, realiza vôos da alma em regiões celestiais e qualifica-se para graus mais elevados, sob a instrução direta de O Grande Arquiteto do Universo, que criou o Céu e a Terra.

Tal é o temperamento dos filhos da viúva, herdado do seu divino progenitor Samael, e dado por ele ao seu antepassado Caim. Sua história é uma luta contra condições adversas, seu progresso é a vitória sobre todas as forças contrárias, e isto deve-se à sua indômita coragem e ao seu esforço persistente, nunca desanimando por uma derrota temporária.

Por outro lado, enquanto Caim, regido pela ambição divina, labutava e cultivava o solo para fazer crescer duas folhas de grama onde só crescia uma, Abel, o descendente humano de pais humanos, não desejava nada, nem se inquietava. Sendo ele próprio uma criatura de Jeová, por meio de Adão e Eva, ele estava satisfeito em conduzir os rebanhos também criados por Deus, e aceitar o seu modo de vida, cônscio de sua descendência divina, gerada sem esforço ou iniciativa própria. Essa atitude dócil era o que mais agradava o Deus Jeová, que era extremamente ciumento de Sua prerrogativa como Criador. Portanto, Ele aceitou cordialmente as oferendas de Abel obtidas sem esforço ou iniciativa, mas desprezou as oferendas de Caim, porque derivavam do seu próprio instinto criativo divino, análogo ao de Jeová. Então, Caim matou Abel, mas não exterminou outras criaturas de Jeová, porque, como foi-nos dito, Adão conheceu Eva novamente e ela deu à luz Seth. Seth tinha as mesmas características de Abel, e transmitiu-as aos seus descendentes, que até hoje continuam a confiar inteiramente no Senhor e vivem pela fé e não pelo trabalho. Por árdua e enérgica diligencia nos trabalhos do mundo, os Filhos de Caim adquiriram a sabedoria mundana e o poder temporal. Foram capitães de indústria e mestres na arte da política, enquanto os Filhos de Seth, tomando o Senhor por guia, tornaram-se canais para a sabedoria divina e espiritual. Eles constituem o sacerdócio. A animosidade entre Caim e Abel perpetuou-se de geração a geração entre seus respectivos descendentes. Nem podia ser de outro modo, porque uma classe, como governantes temporais, aspira elevar o bem-estar físico da humanidade através da conquista do mundo material, enquanto o Sacerdócio, no seu papel de guia espiritual, estimula seus seguidores a abandonar o mundo perverso, o vale de lágrimas, e a buscar consolo em Deus. Uma escola visa formar mestres trabalhadores, peritos no uso de ferramentas com as quais possam tirar seu sustento da terra, que foi amaldiçoada por seu adversário divino, Jeová. A outra produz mestres mágicos, hábeis no uso da palavra para fazer invocações e, dessa forma, ganham aqui o apoio daqueles que trabalham e rezam para que eles alcancem o céu.

Quanto ao futuro reservado para os Filhos de Caim e seus seguidores, a lenda do templo é também muito eloquente. Relata que de Caim descenderam Matusalém, que inventou a escrita, Tubal Caim, artífice hábil em metais, e Jubal, que originou a música. Em resumo, os Filhos de Caim foram os que originaram as artes e ofícios. Assim, quando Jeová escolheu Salomão, descendente da raça de Seth, para construir uma casa com seu nome, a espiritualidade sublime de uma longa linha de ancestrais, divinamente guiados, floresceu na concepção do magnífico templo, chamado Templo de Salomão, embora Salomão fosse apenas o instrumento de realização do plano divino revelado a Davi por Jeová. Mas, Salomão era incapaz de executar o projeto divino em forma concreta. Por isso, precisou apelar para o Rei Hiram de Tyro, descendente de Caim, que escolheu Hiram Abiff, o filho de uma viúva (como eram chamados todos os Franco-Maçons, em virtude da relação do seu divino progenitor com Eva). Hiram Abiff tornou-se, então, o Grande Mestre de todos que trabalhavam na construção. Nele floresciam as artes e ofícios de todos os Filhos de Caim que o precederam. Era mais habilidoso que qualquer outro no trabalho do mundo, sem o que o plano de Jeová teria permanecido para sempre um sonho divino, e nunca poderia ter-se tornado uma realidade concreta. A argúcia mundana dos Filhos de Caim era tão necessária ao acabamento desse templo, como o era a concepção espiritual dos Filhos de Seth e, portanto, durante o período de construção, as duas classes uniram forças, ocultando a inimizade latente sob uma superficial demonstração de amizade. Essa foi de fato a primeira tentativa de uni-los, e, se isso tivesse sido conseguido, a história do mundo teria sido provavelmente alterada em uma maneira substancial.

Os Filhos de Caim, descendentes dos espíritos ígneos de Lúcifer, eram naturalmente peritos no uso do fogo. Por isso, os metais acumulados por Salomão e seus ancestrais foram fundidos em altares, lavabos e vasos de vários tipos. Sob a direção de Hiram Abiff, os operários ergueram pilares e arcos que se apoiavam neles. O grande edifício estava perto de ser acabado quando ele determinou moldar o "Mar Fundido", que seria o coroamento de seu esforço, sua obra-prima. Foi na construção deste grande trabalho que se manifestou a traição dos Filhos de Seth, frustrando assim o plano divino de reconciliação. Eles tentaram apagar o fogo que era usado por Hiram Abiff, com sua arma natural, água, e quase o conseguiram.


Max Heindel

Fraternidade Rosacruz


Fonte: do livro "Maçonaria e Catolicismo", cap. 2
Fonte da Gravura: http://www.solbrilhando.com.br/Sociedade/Maconaria/Arquivos/a_maconaria.jpg

ENGANOS A RESPEITO DO DHARMA DO BUDA


Gostaria de começar falando sobre alguns enganos que temos a respeito do Dharma do Buddha, os quais são muito comuns em todo o mundo ocidental, e mesmo no Oriente. A causa desses enganos tem a ver com palavras e com aquilo que elas significam.

Hoje, no café da manhã, eu comi bolo. E ontem eu aprendi que existe uma expressão em português: Quando você vai se encontrar com uma pessoa e ela não comparece, diz-se que você "ganhou um bolo". Imaginem que daqui há 500 anos, um arqueólogo encontre um diário de anotações de um brasileiro. Lá é dito: "Eu fui encontrar com Paulo e ganhei um bolo". O tradutor diria que eles comeram um bolo juntos! Esta é a armadilha das palavras, as quais têm um significado para uma época e cultura em particular. O mesmo se dá com alguns dos ensinamentos do Buddha.

Consideremos as Quatro Nobres Verdades, as quais estão no centro do ensinamento do Buddha. A tradução usual das Quatro Nobres Verdades é: "A vida é sofrimento; a causa do sofrimento é o desejo; a cessação do sofrimento é se ver livre do desejo; o modo de fazê-lo é o Caminho Óctuplo".

Isto está correto? De modo algum! Isto não é o que o Buddha falou. Este é o problema! Vamos começar com a Primeira Nobre Verdade, que é sempre traduzida como "A vida é sofrimento". Mas que coisa horrível! Veja a vida! É uma força excitante e de grande diversidade, de inacreditável deleite. Por que, então, é traduzido como a vida é sofrimento?

Vamos examinar a língua em que o Buddha falava. O Buddha disse, de fato, que a vida é "dukkha". Esta palavra sempre é traduzida como "sofrimento", mas isso não é de modo algum o que significa. A raiz de "dukkha" é "duk", e significa "eixo". Veja a época do Buddha: A forma mais complexa de transporte era uma carroça; era uma carroça de madeira, como o é na Índia ainda hoje, com um eixo de madeira unindo duas rodas também de madeira, e puxada por búfalos.

A palavra "dukkha" significava o eixo que está fora do prumo, que está fora de alinhamento. Imaginem o sofrimento de uma pessoa sentada nessa carroça, a força que os búfalos devem fazer e, ao invés da carroça seguir suavemente, ela está fora do eixo, desalinhada.

Então, Buddha fala sobre a vida - a vida de todos nós - usando o exemplo da carroça que tem seu eixo fora de alinhamento. Ele diz que nossas vidas estão fora de equilíbrio. E é esse desequilíbrio que leva ao sofrimento. Ele nunca disse que a vida é sofrimento. Este é um ponto muito importante. Nossas vidas estão fora de equilíbrio, ou, como os chineses falariam, não está fluindo junto com o Tao. Ambas as expressões significam a mesma coisa. Esta é a Primeira Nobre Verdade.

A Segunda Nobre Verdade se refere à razão da vida ser assim, e isso é geralmente traduzido como "desejo". Mas nós teríamos uma vida muito estranha se não tivéssemos desejos. Não é o que o Buddha falou. A palavra que o Buddha usou foi "trishna" e significa "sede". Nas palavras do próprio Buddha isso foi descrito: "É como um homem vagando no deserto por muitos dias, sedento por água". Isso também é a sede do ''eu quero'' e do ''eu não quero'', e é por isto que todos nós sofremos.

O que é este ''eu quero'' e ''eu não quero''? O que isso indica? Significa que não estamos satisfeitos com este momento, AGORA. Porque se estivéssemos AQUI, não haveria ''querer'' nem ''não querer''. Simplesmente haveria este momento, agora. O Buddha, utilizando-se deste exemplo, estava dizendo: "Esteja com este momento". O momento em que você quer ou não quer é o momento em que você deixa o agora, o momento presente, e aí, então, isso leva ao sofrimento.

Então, esse desequilíbrio que temos faz com que nunca estejamos no momento e, não estando no momento, isso leva ao sofrimento. É muito simples. Agora você pode examinar a sua própria vida a partir dessas palavras.

Mas o Buddha não parou por aí. Ele nos deu uma cura para este ''não estar no momento'', este ''sofrimento''. Esta cura é a Terceira Nobre Verdade, que é a verdade mais mal entendida de todas.

Ele fala do ''Nirvana'' ou ''Nibbana'', que é uma palavra que é usada em todas as línguas nos dias de hoje, mas ninguém sabe o que significa. A palavra é muito simples. Significa ''expirar'', ''apagar'' - como apagar uma vela. Muito simples! O Buddha apenas usava palavras simples, mas mesmo assim elas foram totalmente mal compreendidas, porque geralmente ela é traduzida como extinção do desejo. Correto? Não significa de modo algum isto.

No tempo do Buddha, a palavra ''nirvana'', apagar, significava simplesmente isto: ''apagar''. Mas havia uma grande diferença. De acordo com a ciência e a filosofia do Vedanta, quando você apaga uma chama, como em uma vela ou em uma lâmpada de óleo, você diz que a chama ficou livre. Quando você acende uma vela, você captura a chama, como se a colocasse numa gaiola. Então, em nossa ideia de apagar uma vela nós dizemos ''extinguir'' ou ''matar''; mas, na época do Buddha, apagar uma chama significava ''libertá-la''. Da mesma forma como seu "bolo"; coisas completamente diferentes!

Então, o Buddha nunca disse algo como matar os seus desejos; ele falava da libertação ou liberdade deste apego ao ''eu quero'' ou ''eu não quero''. Quando você abandona isso, então a sua vida entra num equilíbrio. Aí, então, você está completamente livre. Este é um ensinamento maravilhoso, porque ele é prático e você pode vê-lo em sua própria vida.

Se você sempre está no momento, você não pode sofrer, você está livre para ir para o próximo momento, livre para seguir para o próximo momento, sempre totalmente livre, sem estar preso no ''eu quero'' ou ''eu não quero''. E é isso que o Buddha ensinava. Ele, então, nos deu o Caminho Óctuplo como uma forma de alcançar isso. Da mesma forma como as pessoas dizem hoje: "Como eu posso levar esta prática para a minha vida?", o Buddha nos deu a resposta. É o Caminho Óctuplo: A Compreensão Correta, o Pensamento Correto, a Linguagem Correta, a Ação Correta, os Meios de Vida Correto, o Esforço Correto, a Vigilância Correta, a Concentração Correta. Mas cuidado com a palavra ''correto'', porque ''correto'' implica que há um ''errado'', e o Buddha não usava a palavra desta forma; o Buddha não falava desde um ponto de vista dualista.

Uma palavra melhor do que ''correto'' é ''apropriado''. Linguagem Apropriada, Pensamento Apropriado, Compreensão Apropriada etc. Vamos, então, apenas examinar um desses fatores, utilizando a palavra ''apropriada'' ao invés de ''correta''. Linguagem Apropriada significa não falar mal de uma outra pessoa, não utilizar palavras para se mostrar, não utilizar palavras para sugerir algo que não é correto. Há muitos exemplos em suas vidas. Simplesmente falar demais é uma linguagem inapropriada. Podemos falar que ler demais também é uma linguagem inapropriada, ou ver televisão demais também seria linguagem inapropriada.

O que o Buddha quis fazer ao ensinar sobre essas várias ações não apropriadas foi nos dar um instrumento para examinarmos as nossas próprias vidas. O que significa ''apropriado'' em termos de nossa vida? Significa Linguagem, Ação e Pensamento que nos ajudam a nos livrarmos de nosso desequilíbrio, de nosso ''dukkha''.

O Caminho Óctuplo usado apropriadamente irá nos ajudar a colocar a nossa vida em equilíbrio. Isso não é algum ensinamento esotérico, nem aquilo que frequentemente acontece no ensinamento mal compreendido sobre o que o Buddha ensinou.

As Quatro Nobres Verdades são muito práticas, baseadas na vida real. É um ensinamento sobre como viver a sua vida. E posso assegurar a vocês, que se lerem qualquer ensinamento do Buddha que parecer muito distante de sua vida agora, isso é uma tradução ruim. Porque o Buddha era um homem prático e inteligente, que olhava profundamente para o que fazemos conosco. A partir daí, ele nos ofereceu um modo de sair disso. Espero que isso que falei sobre as Quatro Nobres Verdades tenha lançado um pouco de luz. Muito obrigado!




Rodney Downey (do Zen coreano)




Fonte: http://www.sotozencuritiba.org/quatro_nobres_verdades.php
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal