terça-feira, 19 de março de 2013

NECESSITAR E DOAR, AMAR E TER



Flor cresce em meio a tábuas

C. S. Lewis dividiu o amor nestes dois tipos: “amor-necessidade” e “amor-dádiva”. Abraham Maslow também divide o amor em dois tipos. O primeiro ele chama de “amor-deficiência” e o segundo de “amor-ser”. A distinção é significativa e precisa ser entendida.

O “amor-necessidade” ou o “amor-deficiência” depende do outro; é o amor imaturo. Na realidade, não é verdadeiro amor - é uma necessidade. Você usa o outro, você usa o outro como um meio. Você explora, manipula, domina. Mas o outro é limitado, o outro é quase destruído. E exatamente o mesmo está sendo feito pelo outro. Ele está tentando manipular você, dominá-lo, possuí-lo, usá-lo. 

Usar outro ser humano implica desamor. Assim, só parece amor; é uma moeda falsa. Mas isso é o que acontece a quase 99 por cento das pessoas porque a primeira lição de amor que você aprende é na sua infância.

Uma criança nasce, ela depende da mãe. Seu amor para com a mãe é um “amor-deficiência” — ela precisa da mãe, não pode sobreviver sem a mãe. Ela ama a mãe porque ela é a sua vida. De fato, não é realmente amor — ela amará qualquer mulher, quem quer que a proteja, quem quer que a ajude a sobreviver, quem quer que satisfaça suas necessidades. A mãe é um tipo de alimento de que ela se serve. Não é apenas leite que ela obtém da mãe; é amor também — e isso também é uma necessidade.

Milhões de pessoas continuam crianças por toda a vida; elas jamais crescem. Crescem em idade mas nunca em mentalidade; a psicologia delas permanece pueril, imatura. Estão sempre precisando de amor, estão sempre ansiando por ele como por comida.

O homem amadurece no momento em que começa a amar em vez de necessitar. Ele começa a transbordar, a partilhar; ele começa a dar. 

A ênfase é totalmente diferente. Com o primeiro, a ênfase está em como adquirir mais. Com o segundo, a ênfase está em como dar, em como dar mais, em como dar incondicionalmente. Trata-se do crescimento, da maturidade, chegando até você. 

Uma pessoa madura dá. Só uma pessoa madura pode dar, porque só uma pessoa madura tem. Então, o amor não é dependente. Você pode estar amando quer o outro esteja ou não amando. O amor não é uma relação, é um estado.

O que acontece quando uma flor floresce numa floresta densa sem ninguém para apreciar isso, ninguém para tomar conhecimento de sua fragrância, ninguém para passar e dizer “que bela!”, ninguém para sentir-lhe a beleza, a alegria, ninguém para partilhar — o que acontece à flor? Morre? Sofre? Fica apavorada? Comete suicídio? 

Ela continua a florescer, simplesmente continua a florescer. Não faz nenhuma diferença se alguém passa ou não; isso é irrelevante. Ela continua espalhando sua fragrância aos ventos. Continua a oferecer sua alegria a Deus, ao todo.

Se eu estiver sozinho, então também eu serei tão amável quanto sou quando estou com você. Não é você que está criando o meu amor. Se você estivesse criando o meu amor, então, naturalmente, quando você se fosse, meu amor também haveria de ir-se. 

Você não está tirando o meu amor de mim; eu é que estou derramando amor sobre você — esse é o “amor-dádiva”, é o “amor-ser”.

E eu realmente não concordo com C. S. Lewis nem com Abraham Maslow. O primeiro tipo que eles chamam de “amor” não é nenhum amor, é uma necessidade. Como pode uma necessidade ser amor? O amor é um luxo. E abundância. E ter tanta vida, que você não sabe o que fazer com ela; assim, você a partilha. 

É ter tantas canções no coração que você tem de cantá-las - se alguém ouve, não importa. Se ninguém ouve, então você também terá de cantar a sua canção, você terá de dançar a sua dança. O outro pode ter isso, o outro pode perder isso — mas, no que diz respeito a você, ela está fluindo; está transbordando.

Os rios não fluem para você; eles estão fluindo quer você esteja lá ou não. Eles não fluem para a sua sede, para os seus campos secos; eles simplesmente estão fluindo. Você pode matar a sua sede e pode não conseguir isso — tudo cabe a você. 

O rio realmente não estava fluindo para você, o rio estava só fluindo. É um acidente você não conseguir água para o seu campo, é acidental você conseguir água para as suas necessidades.

Quando você depende do outro, sempre há infelicidade. No momento em que você depende, você começa a se sentir infeliz porque a dependência é escravidão.

Então você começa a se vingar de modos sutis, porque a pessoa de quem você depender ganha poder sobre você. Ninguém gosta que alguém tenha poder sobre os outros, ninguém gosta de ser dependente porque a dependência mata a liberdade. E o amor não pode florescer na dependência — o amor é uma flor de liberdade; precisa de espaço, precisa de espaço absoluto. O outro não tem de interferir com ele. Isso é muito delicado.

Quando você é dependente, o outro decerto o dominará, e você tentará dominar o outro. Essa é a batalha que prossegue entre os assim chamados apaixonados. Eles são inimigos íntimos, lutando continuamente. Os maridos e as mulheres — o que estão fazendo? O amor é muito raro; a luta é a regra; o amor, uma exceção.

E de todo modo eles tentam dominar — até mesmo por meio do amor eles tentam dominar. Se o marido pede à mulher, esta recusa, ela está relutante. Ela é muito avarenta: ela dá mas muito relutantemente, ela quer que você a adule. E esse é o caso com o marido. Quando a esposa está em necessidade e lhe pede, o marido diz que está cansado. No escritório, havia muito trabalho, ele realmente está esfalfado e gostaria de ir dormir.

Essas são maneiras de manipular, de subjugar o outro, de deixá-lo cada vez mais necessitado, de modo que ele fique mais dependente. Naturalmente, as mulheres são mais diplomáticas sobre isso do que os homens, porque o homem já é poderoso. Ele não precisa achar modos sutis e astuciosos para ser poderoso; ele é poderoso.

Ele administra o dinheiro - esse é o seu poder. Em termos de músculos, ele é mais forte. Durante séculos, ele condicionou a mente da mulher quanto a ele ser mais poderoso e ela não ter poder. O homem sempre tentou achar uma mulher que, em todos os sentidos, fosse inferior a ele.

Um homem não quer se casar com uma mulher mais educada do que ele, porque então o poder está em jogo. Ele não quer se casar com uma mulher que seja mais alta do que ele, porque uma mulher mais alta parece superior. Ele não quer se casar com uma mulher que seja muito intelectualizada, porque nesse caso ela questiona, e o questionamento pode destruir o poder. 

Um homem não quer uma mulher que seja muito famosa, porque então ele se torna secundário. E por séculos o homem exigiu uma mulher que fosse mais jovem do que ele. Por que a mulher não pode ser mais velha do que você? O que está errado? Mas uma mulher mais velha é mais experiente - isso destrói o poder.

Assim, o homem sempre exigiu uma mulher menor — eis por que as mulheres diminuíram sua estatura. Não há nenhuma razão para elas terem uma estatura menor do que a dos homens; nenhuma razão; elas diminuíram sua estatura porque a mulher menor sempre era escolhida.

Aos poucos, isso penetrou-lhes na mente de uma maneira tão profunda, que aconteceu o que aconteceu. Perderam a inteligência, porque uma mulher inteligente não era necessária; uma mulher inteligente era uma extravagância.

Você ficará surpreso ao saber que só neste século a altura delas voltou a aumentar. Até mesmo os ossos da mulher estão ficando maiores, o esqueleto está ficando maior. Em apenas cinqüenta anos... particularmente na América. E o cérebro delas também está crescendo, ficando maior do que era; o crânio está ficando maior.

Com a ideia de liberdade para as mulheres, destruiu-se um pouco desse condicionamento. O homem já tinha o poder, de modo que ele não precisava ser muito inteligente, não precisava ser muito indireto. As mulheres não tinham poder.

Quando você não tem poder, você tem de ser mais diplomático — isso é um sucedâneo. O único modo de elas se sentirem poderosas era tornando-se necessárias, que o homem necessitasse delas continuamente. Isso não é amor, isso é um negócio, e eles estão continuamente barganhando o preço. É uma luta constante.

C. S. Lewis e Abraham Maslow dividem o amor em dois. Eu não o divido em dois. Eu afirmo que o primeiro tipo de amor é só um nome, uma moeda falsa; não é verdadeiro. Só o segundo tipo de amor é amor.

O amor só acontece quando você está maduro. Você só se torna capaz de amar quando é adulto. Quando você sabe que o amor não é uma necessidade mas um transbordamento — “amor-ser” ou “amor-dádiva” — então você dá sem quaisquer condições.

O primeiro tipo, o assim chamado amor, deriva da necessidade profunda de uma pessoa em relação à outra, enquanto o “amor-dádiva” ou “amor-ser” transborda de uma pessoa madura para outra em função da abundância. 

A pessoa é inundada com esse amor. Você o possui e ele começa a rodeá-lo, assim como quando você acende um abajur e os raios da luz começam a se propagar na escuridão.

O amor é um subproduto do ser. Quando você é, você tem a aura do amor em torno de você. Quando você não é, você não tem essa aura ao seu redor. E quando você não tem essa aura ao seu redor, você pede ao outro que lhe dê amor.

Repetindo: quando você não tem amor, você pede ao outro que lho dê; você é um mendigo. E o outro está lhe pedindo para dá-lo. Ora, dois mendigos estendendo as mãos um diante do outro, e ambos esperando que o outro tenha algo... Naturalmente, ambos se sentem derrotados e ambos se sentem enganados.

Você pode perguntar para qualquer marido e para qualquer mulher; você pode perguntar para qualquer namorado — eles se sentem enganados. Era uma projeção pensar que o outro o amava - se a sua projeção era errada, o que o outro pode fazer? Sua projeção se desfez; o outro não se mostrou de acordo com a sua projeção, isso é tudo; mas o outro não tem nenhuma obrigação de se mostrar de acordo com as suas expectativas.

E você enganou o outro — esse é o sentimento do outro, porque ele estava esperando que o amor fluísse de você. Ambos estavam esperando que o amor fluísse do outro, e ambos estavam vazios — como o amor pode acontecer?

No melhor dos casos, vocês podem ser infelizes juntos. Antes, vocês costumavam ser infelizes sozinhos, separados; agora vocês podem ser infelizes juntos. E lembre-se, sempre que duas pessoas são infelizes juntas, isso não é uma simples adição, é uma multiplicação.

Sozinhos, vocês estavam se sentindo frustrados; agora, juntos, vocês se sentem frustrados. Há algo bom nisso, no sentido de que agora você pode atribuir a responsabilidade ao outro — o outro o está fazendo infeliz; esse é o ponto positivo. 

Você pode se sentir à vontade. “Nada está errado comigo, mas o outro... O que fazer com essa mulher — detestável, rabugenta? A gente tem que ser infeliz. O que fazer com um marido desses — feio, avarento?” Agora você pode pôr a culpa no outro; vocêachou um bode expiatório. Mas a infelicidade continua, se multiplica.

Ora, esse é o paradoxo: os que se apaixonam não têm nenhum amor, e por isso se apaixonam. E porque não têm amor, não podem dar amor. E mais — uma pessoa imatura sempre se apaixona por outra pessoa imatura, porque só elas podem entender a linguagem uma da outra. Uma pessoa madura ama uma pessoa madura. Uma pessoa imatura ama uma pessoa imatura.

Você pode continuar trocando de marido ou mulher mil e uma vezes, você achará de novo o mesmo tipo de pessoa e a mesma infelicidade se repetirá — de maneiras diferentes, mas a mesma infelicidade, quase a mesma. Você pode trocar de mulher, mas você não muda — ora, quem vai escolher a nova parceira? Você vai escolher. A escolha advirá novamente da sua imaturidade. Você vai escolher um tipo semelhante de mulher.

O problema básico do amor é, primeiro, amadurecer. Então, você achará um parceiro maduro; as pessoas imaturas não o atrairão. É bem assim. Se você tem 25 anos, você não se apaixona por um bebê de dois anos.

Exatamente da mesma maneira, quando você é uma pessoa madura, psicologicamente, espiritualmente, você não se apaixona por um bebê. Isso não acontece. Não pode acontecer; você pode perceber que isso não terá sentido.

Na realidade, a pessoa madura não “cai de amores”; amando ela “se ergue”. A palavra cai não é correta. Só pessoas imaturas caem; elas tropeçam e caem apaixonadas. De alguma forma, estavam controlando as coisas e se mantendo de pé. Agora não podem controlar nada nem ficar de pé — acham uma mulher e eles se vão, acham um homem e se vão. Elas sempre estiveram prontas para cair por terra e rastejar. Não têm a coluna vertebral, a espinha; não têm integridade para ficar sozinhas.

A pessoa madura tem integridade para ficar sozinha. E quando uma pessoa madura dá amor, faz isso sem nenhuma amarra que a ate — ela simplesmente dá. Quando a pessoa madura dá amor, ela se sente grata pelo fato de você ter aceitado o amor dela, não vice-versa. Ela não espera que você seja grato por ele — não, de forma alguma; ela nem sequer precisa dos seus agradecimentos. Ela é grata a você por você ter aceitado o seu amor.

E quando duas pessoas maduras estão apaixonadas, um dos maiores paradoxos da vida acontece, um dos fenômenos mais belos: elas estão juntas e ainda se sentem imensamente sós. Estão de tal modo juntas que são quase uma única pessoa; mas sua unidade não destrói a sua individualidade — na realidade, aumenta-a, elas se tornam mais individuais.

Duas pessoas maduras e apaixonadas se ajudam uma à outra para se tornarem mais livres. Não há nenhuma política envolvida, nenhuma diplomacia, nenhum esforço para dominar.

Como você pode dominar a pessoa que você ama? Reflita sobre isso — a dominação é um tipo de ódio, de raiva, de inimizade.Como você pode pensar em dominar a pessoa que você ama? Você adoraria ver essa pessoa totalmente livre, independente; você lhe daria mais individualidade. 

Eis por que eu chamo a isso de o maior paradoxo: elas se sentem tão unidas, que são quase uma pessoa, mas ainda nessa unidade elas são indivíduos. A individualidade delas não é desfeita - aumentou. O outro a enriqueceu no que concerne à liberdade.

As pessoas imaturas que se apaixonam destroem a liberdade uma da outra, criam uma forma de servidão, uma prisão.Pessoas maduras e apaixonadas se ajudam a ser livres; se ajudam mutuamente a destruir todos os tipos de escravidão. E quando o amor flui com liberdade, há beleza. Quando o amor flui com dependência, há feiúra.

Lembre-se: a liberdade é um valor superior ao amor. Eis por que na índia chamamos ao valor máximo moksha; moksha significa “liberdade”. A liberdade é um valor superior ao amor. Assim, se o amor está destruindo a liberdade, ele não é digno. O amor pode ser descartado, a liberdade tem de ser salva — a liberdade é um valor superior.

E sem liberdade você nunca pode ser feliz, não é possível. A liberdade é o desejo intrínseco de cada homem, de cada mulher - a liberdade absoluta, a liberdade total. Assim, qualquer coisa que se torne nociva à liberdade é alvo de ódio para a pessoa.

Você não odeia o homem que você ama? Não odeia a mulher que você ama? Você odeia! Esse é um mal necessário, você tem de tolerá-lo. Pelo fato de você não poder estar sozinho, você tem de achar um jeito de ficar com alguém, e tem de se adaptar às exigências do outro. Tem de tolerar, tem de suportá-las.

O amor, para ser realmente amor, tem de ser “amor-ser”, “amor-dádiva”. O “amor-ser” significa um estado de amor — quando você chegou em casa, quando você soube quem você é, então o amor aflora no seu ser. A fragrância se espalha e você pode dá-la aos outros.

Como você pode dar algo que não tem? Para dar amor, a primeira exigência básica é ter amor.


Osho  


Fonte: "Maturidade: A Responsabilidade de Ser Você Mesmo"
Fonte do Texto e da Gravura: 
Imagem por wonderferret
www.palavrasdeosho.com

OS 7 RAIOS NO INDIVÍDUO E A ASTROLOGIA




De acordo com os ensinamentos esotéricos, os sete raios são a base de toda a manifestação. Em geral pensamos em um sentido objetivo, mas o realmente interessante é fazê-lo de uma ótica interna. Vejamos de que maneira podemos esclarecer sobre o tema.


Antes de tudo é importante ter a reflexão de que os raios são Vidas e, em consequência, quando os estudamos não estamos frente a um conhecimento morto, mas frente a Propósitos em ação. Cada raio tem um sentido, um impulso que se desenvolve e imprime sua nota em cada aspecto de sua manifestação; um raio se expressa em cada nível de consciência ou plano para cumprir um determinado fim: seu objetivo de raio, o qual se entrelaçará inevitavelmente com a finalidade de raio das suas Vidas irmãs, sob o impulso causal de uma entidade ainda superior que usa todos como agentes.

Esotericamente, afirma-se que isto é válido desde as partículas subatômicas e o diminuto átomo, passando pelo homem e sua alma, até um planeta e seu sistema solar, ou este e as grandes constelações. Em todos os casos será possível rastrear energia em ação, uma energia que cumprirá um propósito e que, conforme se avança na abstração, se revelará como uma parte de outra corrente de consciência ainda mais ampla, mas sempre com um sentido próximo ao nosso coração, pois de uma maneira misteriosa formamos parte dele.

Pode-se dizer que essas energias seguem um padrão de desenvolvimento inteligente, e essa forma de expressão é a astrologia esotérica, que descreve como tais energias se manifestam no tempo. Ambos os aspectos possuem uma estreita relação e, antes de levantar uma carta natal, seria muito útil saber a que raios pertence a pessoa, sendo este conhecimento preliminar para uma boa interpretação. Desse processo de descobrimento nos ocuparemos a seguir aqui, em geral.

No plano humano, o campo de aplicação dos raios ocorre em nível de consciência e é estudado através da psicologia esotérica, que ensina a constituição do homem como alma, personalidade, corpos mental-emocional-físico, atribuindo um raio a cada núcleo e analisando suas inter-relações.

Assim, serão muito distintos os fins de uma Vida que empregue o 1º raio de Vontade ou Poder no plano mental do que se utilizasse o 4º de Harmonia através do Conflito. Entre outras coisas, em um caso teríamos uma necessidade da alma de dominar a mente, adquirir polarização mental e talvez dominar as emoções; também pode ter a ver com a introdução firme e decidida de uma ideia na humanidade. De outro lado, uma mente de 4º raio se vincula ao sentido da Harmonia através do Conflito: será importante o desenvolvimento da faculdade do discernimento e, por ser um raio de atributo e não de aspecto, também é provável que o objetivo não seja tanto o aprendizado ou a introdução de ideias como o embelezamento das já existentes. Por outra parte, a luz que surge dos momentos de harmonia (por exemplo, na meditação) contribuirá para iluminar a personalidade e tranquilizar o corpo emocional, se é que é necessário; ou as dúvidas e a tensão agravarão os conflitos emocionais, segundo o êxito que se tenha. A obtenção da unidade mental será também uma meta possível. Isto contrastará com a relação mais drástica que uma mente de 1º raio terá com as emoções, e ao refletir porque a alma decidiu encarnar com um veículo com essas qualidades e não outras torna-se muito esclarecedor. Aqui incide sobremaneira o grau de evolução da pessoa em questão, porque a função de cada raio variará de acordo com a necessidade da alma. Tenhamos em conta a importância de conhecer o estado de consciência em que vive a pessoa, antes de extrair conclusões sobre o sentido de seus raios. 



Como estudar os raios?

Assentada a necessidade de conhecer sobre os raios e a evolução espiritual, vale assinalar que é fundamental em toda esta matéria a abordagem que se faz à mesma, isto é, o quanto o nosso enfoque é altruísta.  Na realidade, a questão é muito simples e se encontra sintetizada no famoso axioma oculto, “o ocultista vai do geral ao particular, e nunca na ordem inversa”.

Isto tem uma base energética, porque em nosso caso começar do particular implicaria estudar o tema dos raios desde o ponto de vista do eu, em lugar das Vidas maiores. Como seria isto? Basicamente, direcionar a busca sobre os raios para ver “o que me podem dizer” de novo ou de importante. Esta atitude envolve a personalidade e, de acordo com a Lei de Afinidade, nos porá em contacto com energia proveniente de fontes análogas.

Agora, é um problema, porque em geral quem estudar a matéria terá um grau de despertar espiritual e, portanto, inspiração egoica ou álmica. Se queremos buscar o sentido transcendente da questão, uma abordagem egoísta nos cerrará a dimensão da alma e, portanto, poucas de nossas conclusões poderão “fechar” e ter sentido, já que nossos próprios corpos estão imbuídos tanto de energia egóica como de personalidade. Em outras palavras, não poderemos compreender apenas com uma chave, e isso nos deixará uma certa frustração, ou nos fará forçar a interpretação e incorrer em ilusões ou espelhismos. A falha não estará nos livros, mas no nosso enfoque.

A chave então passa por estudar os Raios segundo o aporte que façam à humanidade, ao Plano, à evolução planetária, porque isso nos conectará com a alma e nesse nível há muitas respostas. De que maneira a energia da Vontade contribui para a evolução? O que pode trazer uma mente carregada de vontade? Isso poderá nos ilustrar sobre o funcionamento de uma mente de 1º raio. Como pode ser de utilidade uma mente que tende a buscar a luz e a harmonia? Ali teremos indícios sobre a atividade de uma mente de 4º, e o mesmo para os demais.

Perguntas pelo estilo nos permitem sintonizar com o Plano em níveis egóicos das Vidas de Raio e, portanto, com a nossa alma, assim como com a de quem nos consulte, se procuramos determinar seus raios ou lhe prestar uma assessoria astrológica. E como sugeríamos, é a partir deste estado de consciência onde podemos começar a oferecer respostas abrangentes, compreensivas e coerentes. Certo é que deveremos refrear a “curiosidade pessoal”, mas o esforço bem vale a pena, porque em verdade se pode prestar um profundo serviço compreendendo consciência de uma ótica energética.

E, naturalmente, a base teórica se encontra na literatura esotérica, desde os teósofos como Leadbeater ou Ernest Wood até as obras de Alice Bailey em geral e, em especial, o "Tratado sobre os Sete Raios", tomos I e II, os quais não somente dão indícios sobre a expressão dos raios, como também oferecem seu fundamento oculto.

Métodos para determinar os raios:

Se já estamos corretamente enfocados, possuímos suficiente compreensão sobre os raios e conhecemos relativamente o grau de evolução da pessoa, o passo seguinte é meditar a fim de determinar os raios expressados através da pessoa. Esta meditação pode ser entendida no sentido clássico do termo (sobretudo se já conhecemos a pessoa), mas também pode ser praticada como reveladora de luz desde a forma.


Em princípio, um bom ponto de partida é ir do geral para o particular: procurar conhecer primeiro a que raio egóico pertence a pessoa e, depois, quais são seus raios subsidiários, os quais em certa medida estarão controlados pela alma.

Se o método de meditação direta não é apropriado, pode-se trabalhar desde a forma, mediante o estudo de múltiplas facetas: características faciais, tonalidade e profundidade da voz, reações emocionais, formas de encarar um problema, vocação, defeitos, virtudes.

Vicente Beltrán Anglada dizia que cada pessoa tem uma forma de respirar que reflete o ritmo de consciência da Vida de raio ao qual serviria. Assim, a frase “colocar-se nos sapatos de” tem uma profunda implicação esotérica, pois se encontra também ligada ao ritmo de vida de uma pessoa e, oculto no ritmo, subjaz sempre a consciência que o origina.

E inclusive da carta natal é possível extrair significados, embora seja melhor interpretar com uma hipótese prévia e depois vinculá-la aos signos e planetas.

Como se verá, os métodos abundam, e de uma maneira ou outra implicam ou sintonizam-se com a vibração da outra pessoa para depois especificar suas qualidades.

Por outro lado, existem também métodos mais impessoais e dedutivos: uma exaustiva obra de Michael Robbins, "The Tapestry of the Gods" (disponível somente em inglês), desenvolve um por um os tipos de alma, personalidade, mente, emoções e físicos por raio, indicando como se comportam. O tomo II é particularmente interessante, porque expõe o desenvolvimento da relação entre cada raio de alma e sua combinação com a personalidade, em três grandes etapas: desarmonia, inter-relação e fusão.

Também na linha “acadêmica”, existe um teste chamado PIP II, em o que se fazem umas 130 perguntas, cada uma com cinco possibilidades de respostas. Finalmente, oferece-se como conclusão uma hipótese sobre quais raios escolheu a nossa alma para servir nesta encarnação.

Mais além das técnicas ligadas à forma, o método mais confiável é o da reflexão ampla dos conceitos sobre os raios e fundamentalmente o emprego da intuição. Quanto mais desenvolvida esteja a intuição, menor será o “tempo” de que necessitaremos para conhecer os raios, assim como menor será a necessidade de recorrer a métodos indiretos.

Nesse marco, a astrologia também tem um papel, porque velados atrás dos planetas e do Ascendente pulsam os raios de cada veículo e portanto subjaz o propósito da encarnação. A interpretação conjunta de raios e planetas é outra maneira de expressar harmonia entre a alma e as formas mediante as quais ela se expressa, e embora esta ciência esteja na infância, seu ponto de partida é muito simples: o amor pela humanidade e a busca da união entre todas as consciências manifestadas, cumprindo assim o Propósito Uno. E tal simplicidade é possível porque a Astrologia Esotérica é na forma a expressão dos raios, mas essencialmente a linguagem do coração.



Martín Dieser







NA TRILHA DE HÉRCULES




O mito dos Trabalhos de Hércules é uma representação simbólica da jornada humana em busca de autoconhecimento, autotransformação e autotranscendência. Cada um dos doze trabalhos descreve uma etapa do desenvolvimento progressivo do ser humano ao longo do caminho espiritual. Os desafios, provas e lutas enfrentados por Hércules são os mesmos que nos confrontam em nossas vidas diárias, e as soluções encontradas por ele podem servir também para nós. Depois, Hércules se casou e teve três filhos. Isto significa que, dentro de si mesmo, ele alcançou a união com a sua essência espiritual ou alma. E passou a expressar as três qualidades principais da alma: vontade ou propósito, amor-sabedoria e luz ou inteligência. Mas logo Hércules foi tomado de loucura e matou a esposa e os filhos. Aqui fica representada uma tendência comum nos principiantes no caminho espiritual, que sacrificam indevidamente tudo e todos pelo seu próprio progresso espiritual. Quando Hércules caiu em si, foi consultar o oráculo, que lhe aconselhou realizar doze trabalhos que o rei Euristeu lhe apresentaria. Neste processo, Hércules emendaria os seus erros, purificaria e redimiria a sua natureza humana e exaltaria a sua natureza divina ou espiritual. Antes, porém, do início dos trabalhos, os deuses vieram oferecer a Hércules certos presentes. Minerva deu-lhe um manto, símbolo da vocação espiritual. Vulcano deu-lhe um peitoral de ouro, símbolo da força vital, que protege. Netuno deu-lhe uma parelha de cavalos, símbolo da sensibilidade e da imaginação. Mercúrio deu-lhe uma espada, símbolo da mente, com sua capacidade de separar o real do irreal. Apolo deu-lhe arco e flecha de luz, símbolo do foco espiritual e da percepção intuitiva. Esses são os requisitos para trilhar o caminho espiritual.

Cada trabalho de Hércules está relacionado a um signo do Zodíaco, e aqui temos oportunidade de abordar a astrologia de modo diferente do habitual. Podemos entender os signos como doze arquétipos, doze qualidades centrais, doze tipos básicos de energia. Todos nós estamos em contato com todas estas doze energias, em maior ou menor medida. Por isto, dizer que uma pessoa é ariana ou aquariana é uma grande simplificação. Todos podemos e devemos aprender a expressar conscientemente todos os doze tipos de energia ou qualidades centrais.

Em cada trabalho de Hércules, estão representados os desafios e as oportunidades próprios do signo que corresponde àquele trabalho. Em cada trabalho, Hércules terá uma tarefa a cumprir, e para fazer isto, terá que disciplinar a sua própria natureza, aprender certas lições e aperfeiçoar o modo como ele expressa as qualidades daquele signo correspondente.

O mito conta que Hércules era filho do deus Júpiter e da mortal Alcmena. Portanto, a sua natureza era dual: uma parte dele era divina, mas outra parte era humana e mortal. Assim, Hércules representa cada um de nós, com a dualidade básica que nos caracteriza: de um lado, possibilidades espirituais, do outro, limitações materiais.

Hércules foi educado pelos melhores instrutores da época, era versado em todas as ciências e artes e desenvolveu todas as habilidades. Ele aproveitou e aprendeu o que o mundo e a vida têm a oferecer e ensinar, e estava apto, assim, a trilhar genuinamente o caminho espiritual. Para transcender o humano, é preciso antes ser plenamente humano. Conta-se que, então, ele matou os seus instrutores, o que é uma forma simbólica de dizer que ele passou a se apoiar em si mesmo e estava livre de qualquer autoridade externa.




Ricardo A. Georgini
ricardogeorgini@yahoo.com.br




Fonte do Texto e da Gravura: http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2011/03/hercules.html

A IMPORTÂNCIA DOS PLENILÚNIOS



Seremos muito pontuais no desenvolvimento desta ideia. O aspecto central a destacar e manter presente na mente é que o plenilúnio representa uma definida oportunidade de colaborar com a afluência de energias espirituais para o planeta e, assim, de colaborar com o aspecto do Plano que carmicamente nos corresponda.


Assim como a humanidade cria nos planos inferiores, recebe sua inspiração e guia dos planos superiores, e na tensão criada entre ambos acelera a sua própria evolução espiritual. 


Essa evolução é regida por ciclos, por processos de invocação e evocação que, em sucessão e sob a Lei de Economia, evitam um sobre-estímulo de energia, tanto para a matéria como para o espírito. 

Nesse marco, um plenilúnio é o ponto máximo de afluência de energias espirituais. Astrologicamente é representado como a oposição entre a Lua e o Sol, dois polos da consciência, e essa oposição ilustra o ponto de máxima tensão experimentado pela forma e a consciência sob a influência de um determinado signo. 

Dado que a tensão implica em oportunidade, torna-se claro que o ponto mais propício para realizar um esforço em prol da evolução é durante o período do plenilúnio que, segundo o Mestre Tibetano, constaria de dois dias de preparação, um de contato e dois de recepção. 

Passemos agora ao individual: o período de tensão é precisamente isso, uma vivência de esforço e desafio, sobretudo na relação alma-personalidade (corpos mental, astral e físico). E pode ocorrer que o razoável progresso experimentado durante o mês se veja ameaçado pelo sobre-estímulo, e então se chegue ao plenilúnio com uma postura “light”, desatenta à necessidade e à oportunidade de se manter firme na luz. 

Tenhamos em conta que se trata de um ciclo de maior consciência, e que isso evidenciará os problemas da personalidade, assim como aumentará, talvez, a consciência da atividade dos senhores lunares, isto é, dos veículos inferiores. Trata-se em si de uma afluência de luz, mas se não formos capazes de permanecer espiritualmente alinhados, nosso serviço para a humanidade, a se prestar no plenilúnio, se verá frustrado, e individualmente se fechará outra porta para a nossa evolução espiritual. 

Em conclusão, cada plenilúnio é, para um discípulo com formação esotérica, como uma prova do seu compromisso com o Plano Divino e com a vida superior com a qual se comprometeu a viver; é importante se orientar corretamente e realizar um esforço para elevar a vibração durante aqueles dias. No momento atual, cada esforço é necessário, a fim de edificar uma nova ordem mundial cada vez mais harmônica com a visão obtida a partir do pós-guerra. 




(Não consta o nome do autor na fonte)



Fonte do Texto e da Gravura:
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2010/01/importancia-dos-plenilunios.html