segunda-feira, 25 de março de 2013

PERCA-SE

Um grande sábio disse certa vez: “Antes de poder encontrar Deus, você precisa se perder”.

A Kabbalah ensina que podemos receber toda felicidade, alegria e plenitude que o Criador deseja nos conceder quando assumimos o trabalho espiritual de sermos mais parecidos com o Criador, transformando nossa natureza egoísta em uma natureza altruísta. 

Infelizmente, nosso ego nos atrapalha e nos afasta desse caminho quase todos os dias. Nenhum de nós é verdadeiramente altruísta. Temos interesses pessoais em quase tudo que fazemos. Vamos para o trabalho para ganhar um salário. Entramos em um relacionamento porque gostamos do que aquela pessoa nos proporciona. Até mesmo quando praticamos ações de caridade, geralmente buscamos elogios ou pelo menos um “obrigado” como reconhecimento.

Com todos os nossos interesses, como é possível chegar algum dia ao ponto do altruísmo? Será que é possível nos perdermos de vista?

É possível, mas não é fácil.

O segredo para se tornar altruísta é dar quando é mais desconfortável ou difícil fazê-lo.

Quando alguém lhe pede uma carona até o aeroporto e essa é a última coisa que você quer fazer, mas mesmo assim o faz, você está agindo à imagem do Criador, como uma força de compartilhar infinito. Se não tiver quase nenhum dinheiro na sua conta bancária e um amigo – ou talvez alguém que não esteja sendo dos melhores amigos – vem até você com alguma necessidade e você compartilha o que tem com ele, então você sabe que seu amor é incondicional, como é o do Criador.

Todos os bons atos revelam bondade no mundo, mas se você quer revelar grandeza no mundo, dê até doer. 

Viver o caminho da espiritualidade não é fácil, porque requer sacrifício. Mas não importa como você se sinta ao abrir mão – do seu tempo, energia, talentos ou dinheiro – a coisa de que você está realmente abrindo mão é do seu ego. 

Foi isso que o sábio quis dizer quando falou que perder-se é o caminho para encontrar Deus.

Quanto mais controlamos nosso ego, mais nos conectamos com a fonte de todas as bênçãos. 




Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MEDO DE AMAR

A insegurança emocional responde pelo medo de amar.

O amor é mecanismo de libertação do ser, mediante o qual, todos os revestimentos da aparência cedem lugar ao Si profundo, despido dos atavios físicos e mentais, sob os quais o ego se esconde.

O medo de amar é muito maior do que parece no organismo social. As criaturas, vitimadas pelas ambições imediatistas, negociam o prazer que denominam como amor ou impõem-se ser amadas, como se tal conquista fosse resultado de determinados condicionamentos ou exigências, que sempre resultam em fracasso.

Toda vez que alguém exige ser amado, demonstra desconhecimento das possibilidades que lhe dormem em latência e afirma os conflitos de que se vê objeto. O amor, para tal indivíduo, não passa de um recurso para uso, para satisfações imediatas, iniciando pela projeção da imagem que se destaca, não percebendo que, aqueloutros que o louvam e o bajulam, demonstrando-lhe afetividade são, também, inconscientes, que se utilizam da ocasião para darem vazão às necessidades de afirmação da personalidade, ao que denominam de um lugar ao Sol, no qual pretendem brilhar com a claridade alheia.

Vemo-los no desfile dos oportunistas e gozadores, dos bulhentos e aproveitadores que sempre cercam as pessoas denominadas de sucesso, ao lado das quais se encontram vazios de sentimento, não preenchendo os espaços daqueles a quem pretendem agradar, igualmente sedentos de amor real.

O amor está presente no relacionamento existente entre pais e filhos, amigos e irmãos. Mas também se expressa no sentimento do prazer, imediato ou que venha a acontecer mais tarde, em forma de bem-estar. Não se pode dissociar o amor desse mecanismo do prazer mais elevado, imediato, aquele que não atormenta nem exige, mas surge como resposta emergente do próprio ato de amar.

Quando o amor se instala no ser humano, de imediato uma sensação de prazer se lhe apresenta natural, enriquecendo-o de vitalidade e de alegria com as quais adquire resistência para a luta e para os grandes desafios, aureolado de ternura e de paz.



Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "Amor, Imbatível Amor"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal