terça-feira, 30 de abril de 2013

A QUESTÃO PRIMEIRA


Uma obra erudita geralmente é avaliada por um crítico sério após lê-la e relê-la por diversas vezes, tendo em vista que ele precisa se familiarizar, primeiramente, com o assunto abordado e com a forma como a abordagem é feita, para, depois, supridas as eventuais deficiências de conhecimento sobre o que vai analisar, ele possa fazê-lo da melhor forma possível.

Ora, todo estudioso espírita já leu e releu O Livro dos Espíritos uma infinidade de vezes, se não de ponta a ponta, pelo menos de forma livre, consultando frequentemente esta ou aquela questão, as respostas a ela dada pelos Espíritos e o comentário pertinente colocado pelo Codificador antes de passar à questão seguinte. 

Pois bem, apesar de esta obra basilar da Doutrina Espírita já ter sido objeto de incontáveis estudos pelos mais diversos estudiosos de várias partes do mundo, cremos que a sua Questão Primeira contém um significado que passou despercebido até hoje para a maioria dos espíritas. 

Dizemos isso porque temos ouvido a toda hora oradores e escritores respeitáveis e cultos referindo-se a Deus como “o Criador” ou “o Pai Criador”, a despeito de não terem os Espíritos usado tal designação em sua resposta, fato este, a meu ver, de uma significância profunda que precisa ser mais bem entendida. 

A pergunta de Kardec foi de imensa sabedoria. Intuído, como sempre, por Espíritos de grande adiantamento, o Codificador não criou restrições para a resposta, o que teria feito se tivesse perguntado “Quem é Deus?“ Em vez disso, para não condicionar a resposta, ele perguntou “Que é Deus?“

Notável resultado obteve Kardec com a sua pergunta, pois, ao responderem os Espíritos que Deus é “a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”, eles, também, deixaram claro que Deus não era localizável pelo homem em qualquer escala por ele conhecida hoje ou que venha a sê-lo no porvir. 

O termo “criador”, por outro lado, está associado em nosso entendimento a uma criatura, um ser que cria alguma coisa. É assim que os agnósticos se divertem com os crentes perguntando a eles: “Já que vocês dizem que Deus criou o Universo, nos digam quem criou Deus”. 

O homem primitivo, ainda habitante das cavernas ou de precários abrigos e vivendo da caça e da coleta, carecia de conhecimento sobre o porquê das coisas. Desse modo, para ele, em sua religiosidade simples, tudo o que ele desconhecia, ele julgava ser obra direta de um deus criador. Para ele, um deus havia criado tudo, fosse concreto ou abstrato. 

Com o avanço da civilização, os homens foram, pouco a pouco, entendendo os mecanismos da natureza e verificando que as causas para tais mecanismos eram passíveis de verificação. As religiões que haviam sido congeladas nas interpretações primitivas do porquê das coisas resistiram o mais que puderam ao avanço do conhecimento humano mas este, no fim de contas, acabou-se libertando das amarras da religião, alçando o vôo próprio que até hoje teme o contato com aquela que um dia lhe tolhia os movimentos. 

Alguns religiosos, no entanto, com a mente aberta diante do avanço da ciência, procuravam encontrar nela um nicho onde lhes fosse possível colocar Deus, como se Deus pudesse ser colocado em algum lugar restrito. Houve, pois, o tempo em que, diante da teoria da evolução de Darwin, eles não mais diziam que Deus tinha feito os animais e as plantas, mas que havia feito os mundos e a mecânica do universo. Depois, com os avanços da astronomia e as teorias de formação de estrelas e planetas, tiveram que restringir Deus a criador das leis que governam o universo. Mais tarde, veio a teoria do “big-bang”, colocando-o como o início do universo conhecido e de suas leis, e Deus foi colocado como o criador do “big-bang”. Quanto mais avançava a ciência, mais para trás colocavam o deus “criador”. 

Quanta sabedoria, portanto, tiveram os Espíritos na sua resposta! Causa primeira, em um universo onde todo efeito possui causa, é um conceito claro. Antes do que é primeiro não há nada. A causa primeira é a única causa incausada. Não há necessidade de mudar essa definição à medida que a ciência evolui. Ela era válida no século XIX, é válida hoje, no século XXI e o será para todo sempre. Se nos perguntarem, portanto “que é Deus?” ou, mesmo, “quem é Deus?”, saibamos responder como os Espíritos o fizeram, dizendo apenas: “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. 




Renato Costa



Fonte: http://www.ieja.org/portugues/p_index.htm 

Artigo publicado originalmente em O Espírita Fluminense, Ano L, No 308 – Setembro/Outubro 2006
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ZAZEN


Você está simplesmente sentado, sem fazer nada. Tudo é silêncio, tudo é paz, tudo é felicidade. Você encontrou Deus, você encontrou a verdade.

Os praticantes do Zen nos recomendam apenas sentar e não fazer nada. A coisa mais difícil no mundo é exatamente sentar sem fazer nada. Mas, depois que você desenvolve a aptidão para isso, muitas coisas irão acontecer. Você vai se sentir sonolento, começará a sonhar. A sua mente ficará atulhada de pensamentos, além de muitas outras coisas. Ela dirá: “Por que você está desperdiçando o seu tempo? Você poderia ter feito alguma coisa para ganhar dinheiro. Pelo menos poderia ter assistido a algum filme, se divertido, ou ter conversado com os amigos. Poderia ter visto televisão, ou pelo menos poderia ter lido o jornal que acabou não lendo. Por que está desperdiçando o seu tempo?”

A mente vai fazer tudo o que for possível para impedi-lo de simplesmente ficar sentado. Se você perseverar, um dia o sol nascerá.

Chegará um dia em que você não se sentirá mais sonolento - a mente terá se cansado, terá desistido da ideia de que você poderia ser enganado! Acabou tudo: sono, alucinação, sonho, pensamentos. Então você se descobrirá sentado, sem fazer nada, e tudo será silêncio, paz, felicidade. Você encontrou Deus, encontrou a verdade.

Sente-se em qualquer lugar, mas não olhe para nada muito excitante. As coisas não devem estar se movimentando muito, do contrário se tornam uma distração. Você pode observar as árvores, porque elas não saem do lugar e a cena permanece constante. Pode observar o céu ou apenas sentar num canto olhando para a parede.

Além disso, não olhe para nada em especial: apenas observe o vazio. É preciso olhar para alguma coisa, mas não busque nada em particular. Não focalize nada nem se concentre em coisa alguma - veja apenas uma imagem difusa.

A terceira coisa é relaxar a respiração. Não a produza, deixe que aconteça naturalmente e isso o relaxará ainda mais.

Por último, o seu corpo deve permanecer na maior imobilidade possível. Encontre uma boa postura - sente-se sobre uma almofada, um colchão ou qualquer coisa que lhe agrade, mas, assim que se posicionar, permaneça imóvel, porque se o corpo não se mover a mente se cala automaticamente. Corpo e mente não são duas coisas: são uma coisa só, uma só energia.

No princípio parecerá um pouco difícil, mas depois de alguns dias você verá, pouco a pouco, as camadas da mente começarem a cair. Chegará um momento em que você estará lá, sem a mente.

Instruções:
Sente-se de frente para uma parede, a uma distância equivalente ao comprimento do seu braço. Os olhos devem estar meio abertos, permitindo que o olhar descanse suavemente sobre a parede. Mantenha as costas eretas e descanse uma das mãos dentro da outra com os polegares se tocando para formar uma oval. Mantenha o corpo imóvel o mais possível por 30 minutos.

Enquanto estiver sentado, permita uma percepção sem escolha, não dirigindo a atenção para nada em especial, mas mantendo a atitude de maior receptividade e maior atenção possíveis. 


Osho, em "Meditação: A Primeira e Última Liberdade"



Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A LIÇÃO DO FOGO


Um membro, que regularmente frequentava um determinado grupo de estudos, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades. 

Após algumas semanas, o Mestre daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. O Mestre encontrou o homem em casa, sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor. 

Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao Mestre, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando. No silêncio sério que se formara, apenas contemplavam a dança das chamas em torno das rachas de lenha, que ardiam. 

Ao cabo de alguns minutos, o Mestre examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado. Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto. Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez. Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada. Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O Mestre, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo. Quase que imediatamente ele tornou a incandescer alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele. 

Quando o Mestre alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse: 

- Obrigado por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando ao convívio do grupo. Muito obrigado!

Aos membros de um grupo vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho.

Reflexão:
Aos Mestres e lideres vale lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro.



Francisco Cândido Xavier/Emmanuel



Fonte: http://www.mensagemespirita.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DESENVOLVER A SENSIBILIDADE AO MUNDO DIVINO


Diz‑se muitas vezes que as pessoas simples, primitivas, pouco instruídas, são, por natureza, mais facilmente felizes do que as pessoas cultas. E é verdade que, ao desenvolver‑se a inteligência e o gosto, se fica mais sensível e, portanto, mais vulnerável aos acontecimentos, às variações das condições materiais ou psicológicas em que se vive. Então, que conclusão há a tirar disto? Que, para se ser feliz, se deve ficar num estado primitivo, selvagem?... Nesse caso, por que não ir ainda mais longe e descer até ao reino animal? Os animais são felizes... E pode ser que as plantas sejam ainda mais felizes pelo facto de não sofrerem... E as pedras? Elas não sentem nada; portanto, é ainda melhor... É uma lógica! 

O que gera a principal diferença entre os diversos reinos da Natureza – as pedras, as plantas, os animais, os homens – é a sensibilidade, porque a evolução é proporcional à sensibilidade. As plantas são mais sensíveis do que as pedras, os animais mais sensíveis do que as plantas e os homens mais sensíveis do que os animais. Mas a cadeia dos seres não fica por aqui: para além dos homens, há os anjos, os arcanjos, as divindades... Sim, toda uma gradação de criaturas cada vez mais sensíveis... até ao próprio Deus. O Senhor é omnisciente, Ele sente tudo, vê tudo, sabe tudo, precisamente porque só Ele é verdadeiramente sensível. São estas as verdadeiras dimensões da sensibilidade. O único ser verdadeiramente sensível é o Senhor. Quanto ao homem, é verdade que, tornando‑se mais sensível, ele fica mais vulnerável e sofre mais. Mas é preferível ele desenvolver a sensibilidade, porque é ela que o faz evoluir.

Para ver claro neste assunto, é preciso voltar à questão das duas naturezas em nós: a natureza inferior e a natureza superior. Enquanto o homem não tiver empreendido um trabalho sobre si mesmo, para dominar as tendências egocêntricas da sua natureza inferior, é evidente que o desenvolvimento da sensibilidade é acompanhado por dificuldades e sofrimentos de toda a espécie. E a instrução que é dada nas escolas e nas universidades só agrava esta tendência: pondo a tônica na aquisição de conhecimentos e não na formação do caráter, continua‑se a fornecer aos jovens pretextos para eles se tornarem cada vez mais egoístas, difíceis e exigentes. Não se faz nada para ensinar os estudantes a usarem os conhecimentos que recebem com um propósito mais nobre, mais generoso. Pelo contrário: em todos os domínios, cada um aprende a servir‑se dos seus conhecimentos para a sua elevação social, para o seu prestígio, para o seu bem‑estar material. E, quando se tornam adultos responsáveis na sociedade, todos pensam só em retirar o melhor para si próprios, o que gera, por toda a parte, descontentamento, agressividade, querelas, porque cada um sente‑se atacado e lesado pelo comportamento egocêntrico dos outros. 

Esta sensibilidade doentia que é alimentada pela natureza inferior, a personalidade, torna a vida impossível e foi por isso que se concluiu que, para se ser feliz, mais vale não se ser sensível. 

Na realidade, é preciso estabelecer uma diferença entre a verdadeira sensibilidade e a sensibilidade doentia à qual deveríamos chamar, mais propriamente, suscetibilidade ou pieguice. A verdadeira sensibilidade é uma faculdade que nos torna capazes de nos elevarmos muito alto, muito longe, e de ter acesso a um mundo cada vez mais subtil para captar as suas realidades. A suscetibilidade, essa, é uma manifestação da natureza inferior, que se toma pelo centro do mundo, que acha sempre que não lhe manifestam a suficiente consideração, que se sente frustrada, ferida e se torna agressiva. Quando se percebe esta distinção, compreende‑se que há todo um trabalho a fazer sobre a natureza inferior para a dominar, para a subjugar: é a única maneira de permitir que a verdadeira sensibilidade se desenvolva e se enriqueça. 

A sensibilidade não é somente a faculdade que nos faz emocionarmo‑nos e maravilharmo‑nos perante os seres que amamos, perante a beleza da natureza ou das obras de arte. Ela abre‑nos também as portas da vastidão, da luz, dá‑nos a compreensão da ordem divina das coisas, permite‑nos vibrar em uníssono com as regiões, as entidades e as correntes do Céu. 

É esta sensibilidade que todos devem cultivar, senão a humanidade irá regredir. Veem‑se tantas pessoas que dão a impressão de estarem a regressar ao estádio do animal, do vegetal ou mesmo da pedra! Sim, elas não fazem qualquer esforço para educar a sua sensibilidade, deixam‑se levar por ela, e quando alguém se deixa levar assim anda necessariamente para trás. Pelo contrário, graças ao trabalho para desenvolvermos a verdadeira sensibilidade, a nossa matéria torna‑se mais fina, mais leve, mais pura, vibra de outro modo e, ao mesmo tempo que nos torna mais capazes de perceber o mundo divino, fecha‑nos à tolice, à maldade, aos ultrajes; já nem sequer lhes damos atenção. Antes de se ter desenvolvido essa sensibilidade elevada, reage‑se à menor agressão, ao passo que depois já não se sofre. É a verdadeira sensibilidade, a da alma e do espírito, que nos protege da suscetibilidade, essa sensibilidade ridícula que é própria da nossa natureza inferior. Então, há duas vantagens: abrimo‑nos à luz, à beleza, à felicidade do mundo divino, e escapamos às trevas, às baixezas, aos sofrimentos da terra. Eis, pois, um assunto que merece reflexão. 

Mas, para desenvolverdes essa sensibilidade ao mundo divino, é também muito importante que, cada vez mais, tomeis consciência do valor de certos momentos que viveis, esses momentos em que, no silêncio, no recolhimento, recebeis uma luz, uma graça do Céu. Muitos dos vossos sofrimentos vêm justamente do facto de não terdes consciência disso. Vós recebeis bênçãos, mas isso não dura, depressa acabais por perdê‑las, muito simplesmente porque ignorais o valor daquilo que recebestes. Há sempre qualquer outra preocupação que vos parece mais importante: alguma coisa para resolver, alguma discussão a propósito de questões insignificantes. Vós imaginais que o Céu deve estar sempre a derramar as suas bênçãos e que vós, quando vos apetecer, quando não tiverdes nada mais interessante para fazer, aceitareis parar alguns minutos para as receber. Não, não é assim que as coisas devem passar‑se. O Céu não está à disposição das pessoas fúteis e descuidadas. Num determinado momento, em certas condições, ele derrama as suas bênçãos, e se vós não estiverdes suficientemente conscientes para as receber ou não souberdes conservá‑las, paciência!, elas deixar‑vos‑ão. 

Por isso, estais atentos! Nos dias em que sentirdes que recebeis uma revelação, uma graça do Céu, procurai conservá‑la preciosamente. Eu dei‑vos mesmo um método. Experimentai lembrar‑vos dos momentos mais luminosos da vossa existência, estudai por que é que eles aconteceram e como, trazei‑os muitas vezes à vossa memória, exatamente como repetis muitas vezes uma música de que gostais, e revivereis novamente as mesmas sensações de pureza, de liberdade, de luz. 

Infelizmente, a maior parte das pessoas fazem mais o contrário, lembram‑se precisamente daquilo que as fez sofrer, transportam isso consigo, olham para isso, ruminam isso. Esta atitude é muito perigosa; não se deve voltar àquilo que foi mau. Há que retirar daí uma conclusão, de uma vez por todas, e não pensar mais nisso. Faz‑nos mal relembrar continuamente estados ou acontecimentos negativos. 

Então, de hoje em diante, quando Deus vos der as suas bênçãos, conservai‑as preciosamente, porque a felicidade está numa atenção constante às coisas belas, numa sensibilidade a tudo o que é divino. Quando sentirdes que o espírito, a luz, veio visitar‑vos, não deixeis apagar essas impressões, pensando logo noutra coisa; procurai deter‑vos nelas durante muito tempo, para que penetrem profundamente em vós e produzam resultados. Assim, elas deixarão registos que perdurarão para sempre. É um hábito que é preciso adquirir: em vez de insistirdes sempre nos estados negativos – as decepções, as animosidades –, alimentando‑os, reforçando‑os, deixai‑os de lado, desembaraçai‑vos deles e concentrai‑vos em tudo aquilo que aconteceu de bom, de puro, de luminoso. 


Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: do livro «SEMENTES DE FELICIDADE», cap. 10
www.publicacoesmaitreya.pt 
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ESFORÇOS SISTEMÁTICOS


Assim como existe um método para derrubar um edifício antigo, há um método a se seguir para demolir a estrutura complexa de sua mente. 

Você pode definitivamente alcançar o sucesso através de esforços sistemáticos e se tornar um mestre de si mesmo. A escada deve ser tão alta quanto a altura que você deseja subir, não é? Igualmente, sua prática espiritual deve ser executada até a Realização (Sakshathkaram) ser alcançada. 

O arroz na panela deve ser bem fervido para se tornar suave e saboroso. Até que isso aconteça, o aquecimento deve estar ligado. Do mesmo modo, no recipiente do corpo, com a água dos sentidos, cozinhe o arroz (mente) até que esteja macio. O calor é a sua prática espiritual (Sadhana). Mantenha o seu Sadhana luminoso e brilhante; o jiva (Indivíduo) finalmente se tornará Deva (Deus).



Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CRIANDO RELACIONAMENTOS MAIS SÓLIDOS


(...) Um dos ensinamentos centrais do Zohar é que somos seres divinos. Nascemos do Criador e na verdade carregamos uma faísca do Criador dentro de nós. Nosso trabalho neste mundo é nos conectarmos com essa faísca e revelarmos nossa Luz; uma Luz que é única em cada um de nós e que nenhuma outra pessoa pode revelar. Quanto mais realizamos esse trabalho de viver nosso verdadeiro propósito, tanto mais podemos receber plenitude. 

E como fazer isso? Como revelar nossa Luz única?

Uma coisa é certa: não podemos fazer isso sozinhos. Os kabalistas ensinam que a chave para revelarmos nossa Luz é nos conectarmos com os outros. 

Existem determinadas pessoas em nossas vidas às quais somos ligados em base regular. Sejam nossos pais, nossos filhos, o colega de trabalho que senta perto de nós ou a pessoa com quem falamos no ônibus – essas são pessoas que vemos quase todos os dias das nossas vidas, e isso não acontece por obra do acaso. Essas pessoas são colocadas em nossas vidas porque nossas almas estão ligadas às suas almas. Existem ensinamentos que podemos aprender com elas e ensinamentos a serem compartilhados.

O universo coloca as pessoas certas em nossas vidas, aquelas com quem precisamos nos conectar para revelar Luz. 

Criar relacionamentos mais sólidos com os outros não é apenas uma coisa boa – é a razão pela qual estamos aqui! Também é a chave secreta que abre as portas para um mundo pleno de harmonia e amor. Qualquer que seja nosso nível atual de atenção com os outros, é nosso dever aumentá-lo consistentemente, aproximando-nos cada vez mais do estado de seres incondicionais.

Observe aqueles que fazem parte da sua vida diária (aliás, isso inclui amigos e desafetos) e encontre maneiras de se aproximar deles.

Ao aumentarmos nosso nível de atenção para com as pessoas com quem convivemos constantemente em nossas vidas, revelamos nossa Luz e criamos uma existência mais plena para todos.




Rav Yehuda Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal