sexta-feira, 10 de maio de 2013

NO QUE O ESPIRITISMO ACREDITA E NÃO ACREDITA


Uma pessoa enviou o quadro acima pedindo explicação de cada item, segundo a visão espírita.



1 - Não acreditamos mesmo. Pois, foi o próprio Jesus que deixou claro que ele não era Deus. Exemplo: "PAI, NAS TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO" - (Lc 23:46). Mesmo após a sua morte e ressurgimento espiritual, Jesus continua a demonstrar, com suas palavras, que permanece a dualidade e desigualdade entre ele e Deus: "Subo para MEU PAI e vosso Pai, para MEU DEUS e vosso DEUS."- (Jo 20:17) 

2 - Nós não acreditamos que “tudo” que esteja na Bíblia seja a palavra de Deus. Porque no Antigo Testamento há uma PARTE HUMANA e uma PARTE DIVINA. A PARTE HUMANA expressa as ideias que os hebreus faziam quanto à origem do Universo, a criação da Terra e dos seres que a habitam e contém leis civis e disciplinares escritas por Moisés e outros dirigentes hebreus.  A PARTE DIVINA são os 10 mandamentos. Tanto que, muitas leis de Moisés dizem para: “... apedrejar até a morte”, caso não sejam seguidas. E uma das leis contidas nos 10 mandamentos diz: “ não matarás”. Então, se todas as leis fossem de Moisés, este seria contraditório. Da parte humana da Bíblia, muita coisa ficou ultrapassada pelo progresso do conhecimento humano e mudança dos costumes sociais. Exemplo: O homem que se deitar com outro homem (homossexualismo) será punido até a morte (Levítico, 20: 13); deficientes físicos estão proibidos de aproximar-se do altar do culto, para não profaná-lo com seu defeito (Levítico, 21: 17-23); os adúlteros serão apedrejados até a morte (Deuteronômio, 22: 22);  quem trabalha no sábado será morto (Êxodo, 35:2); os filhos desobedientes e rebeldes, que não ouçam pais e se comprometam no vício, serão apedrejados até a morte (Deuteronômio, 21: 18-21), dentre outros. Como vemos, não são só os espíritas que não seguem o antigo testamento. Cremos que ninguém segue tais leis. Observemos o que Jesus disse: "Vocês ouviram o que foi dito (por Moisés, no passado): 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu (Jesus) lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem (...)". Jesus deixou claro que seus ensinamentos, que são os mesmos de Deus, são diferentes dos de Moisés. (*)

3 - Se o Cristo tivesse levado o pecado do mundo o mundo não estaria cheio de pecadores e pecados. Para nós, espíritas, Jesus não morreu para nos salvar; Jesus viveu para nos mostrar o caminho da salvação. Para nos libertarmos dos “pecados”, ou seja, dos nossos erros, das nossas falhas morais, devemos estar dispostos a contribuir, utilizando os ensinamentos dele como nosso guia. É cômodo pensar que estamos “salvos”, assim continuaremos a pecar, errar e transgredir as leis de Deus e, consequentemente, a plantar dores e aflições. 

4 - Nós acreditamos na reencarnação e não na ressurreição. Reencarnação é uma palavra criada por Allan Kardec que significa a volta do espírito “NA” carne, “NUMA NOVA CARNE”. E ressurreição significa “RESSURGIR”. Muitos entendem a ressurreição como o ressurgimento do espírito na carne, mas “NA MESMA CARNE”, ou seja, no mesmo corpo que morreu. Mas, como pode um espírito ressuscitar (ressurgir), por exemplo, num corpo carbonizado, ou que foi comido pelos peixes etc.? Então, reencarnação  significa o retorno do espírito em um novo corpo carnal; e ressurreição significa o retorno do espírito no mesmo corpo carnal, o que cientificamente é impossível.

5 - Os sete sacramentos católico são 1- batismo, 2- confissão, 3- eucaristia, 4- confirmação (ou crisma), 5- matrimônio, 6- ordens sagradas, 7- unção dos enfermos.  Nós não batizamos porque o Espiritismo não adota ritual. João mergulhava as criaturas nas águas do Jordão, num ato simbólico de batismo, para anunciar a vinda do Cristo e convidar o povo a se arrepender dos seus pecados e, se propor a uma renovação moral. Portanto, para os espíritas, o batismo, foi tão somente um divisor de águas, o marco de uma vida nova. Há muitos batizados cometendo delitos, e há muitos que não são batizados que vivem de maneira cristã. Acreditamos que seremos julgados pelos nossos atos e não por sermos ou não batizados. É o que fica evidente, em passagens como estas: “Arrependei-vos, fazei penitência, porque é chegado o reino dos céus”; “Eu na verdade, vos batizo com água para vos trazer à penitência; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo”. Aqui, João deixa claro que, Jesus batizaria as pessoas não mais com água, mas com o Espírito Santo e com o Fogo. Confissão, eucaristia, crisma, ordens, são criações do catolicismo, não está mencionado no Evangelho. O Espiritismo não tem sacerdotes, não há hierarquia, há distribuição de funções que pode ser trocado de tempo em tempo. Matrimônio espírita é só no civil, a cerimônia no templo também não está no Evangelho. É só um ritual. Quem abençoa nosso casamento somos nós mesmos utilizando nele os ensinamentos de respeito, fidelidade, amor, tolerância etc., ensinadas pelo Cristo. E unção dos enfermos é um ato que também não está no Evangelho. É o ato de ouvir o desabafo de um enfermo, levar-lhe uma boa palavra, estimular sua fé, e dar-lhe o perdão de Deus. Nós, espíritas, ouvimos, damos passe, tentamos passar boa palavra e estimulamos sua fé, sua resignação porque é um ato de caridade, mas não achamos que temos o poder de perdoar os pecados da pessoa. Acreditamos que ela terá que resgatar suas faltas. É muito fácil errarmos a vida toda e no final dela nos arrependermos e recebermos o perdão. Assim, muitas pessoas viverão a vida de maneira promiscua, ilegal, imoral, desrespeitosa com a sua vida e a do próximo porque acreditam que no final da vida poderão ser perdoadas.  

6 - Antigamente, havia coisas consideradas como maravilhosas ou sobrenaturais. Algumas nem eram fatos reais, mas apenas crendices ou superstições sem fundamento. Outras eram fenômenos verdadeiros (fatos naturais) e foram consideradas milagres por estarem mal explicadas ou serem desconhecidas as suas causas. O círculo do maravilhoso ou do sobrenatural vem diminuindo ao longo dos tempos, pelo progresso do conhecimento humano, através: da Ciência, que revela as leis que regem os fenômenos do campo material; do Espiritismo, que revela e demonstra a existência dos espíritos e como agem sobre os fluidos, explicando certos fenômenos como efeitos dessa causa espiritual. As curas realizadas por Jesus, por exemplo, foram consideradas pelo povo como milagres, no sentido que a palavra tinha na época: o de coisa admirável, prodígio. Atualmente, o Espiritismo esclarece que os fenômenos de curas se dão pela ação fluídica, transmissão de energias, intervenção no perispírito, e permite examinar e compreender as curas realizadas por médiuns (espíritas ou não) ou por pessoas dotadas de excelente magnetismo. Essa explicação não diminui nem invalida as curas admiráveis, feitas por Jesus; pelo contrário, leva-nos a reconhecer que Jesus tinha alto grau de sabedoria e ação, para poder acionar assim as leis divinas e produzir tais fenômenos.

7 - Segundo a doutrina da Igreja os demônios foram criados bons e tornaram-se maus por sua desobediência: são anjos colocados primitivamente por Deus no ápice da escala, tendo dela decaído. Segundo o Espiritismo os demônios são Espíritos imperfeitos, suscetíveis de regeneração e que, um dia serão espíritos elevados (anjos). Os que por má-vontade persistem em ficar, por mais tempo, nas classes inferiores, sofrem as consequências dessa atitude, o hábito do mal dificulta-lhes a regeneração. Um dia, a fadiga dessa vida penosa e das suas respectivas consequências os farão mudar; eles comparam a sua situação à dos bons Espíritos e compreendem que o seu interesse está no bem. Deus fornece-lhes constantemente os meios, porém, com a faculdade de aceitá-los ou recusá-los. Se o progresso fosse obrigatório não haveria mérito, e Deus quer que todos tenhamos o mérito de nossas obras. Ninguém é colocado em primeiro lugar por privilégio; mas o primeiro lugar a todos é franqueado à custa do esforço próprio. Os anjos mais elevados conquistaram a sua graduação, passando, como os demais, pela rota comum.


Compilação de Rudymara


Fonte do Texto e da Gravura: http://grupoallankardec.blogspot.com.br/


(*) Minhas observações: a Biblia é um escrito SIMBÓLICO, cheio de CÓDIGOS, PARÁBOLAS e FIGURAS DE LINGUAGEM DA ÉPOCA, portanto deve ser lida e entendida nas suas ENTRELINHAS. Aqui também, nós, espíritas ou não, devemos ter o cuidado para não a tomarmos NA LETRA QUE MATA. Todo o cuidado é pouco quando se quer concluir apressadamente uma passagem bíblica.

BUDISMO ESSENCIAL - A UNIDADE


Unidade não quer dizer que todos se tornam um e o mesmo. O reconhecimento da diferença é a unidade. Um é muitos e muitos são um. Igualdade significa diferença e diferença é igualdade. Cada um é singular em si mesmo, e essa singularidade torna o mundo interessante. No estado de ser singular, existe um imenso respeito pela singularidade dos outros. Somente quando a pessoa realmente respeita e honra a si mesma é que ela pode respeitar os outros. Cada um de nós deve ser tão perfeito quanto nos é possível ser. Cada pessoa deve ser a mais perfeita possível – sem comparar-se às outras.

Uma bela sinfonia é possível por causa dos diferentes instrumentos. Um jardim é belo por causa das diferentes flores, arbustos, árvores e pedras. O homem e a mulher se harmonizam porque são diferentes. Assimilação não é esquecimento ou perda da singularidade individual, mas sim, o reconhecimento e a compreensão dos outros, harmonizando-se com eles. A democracia é bem vivida quando cada pessoa compreende e reconhece os direitos alheios e respeita os outros.

Um japonês deveria ser um japonês, um irlandês deveria ser um irlandês, um negro deveria ser um negro. Cada um deveria ser respeitado e honrado, sendo o melhor que lhe é possível. Num sutra budista está escrito que os salgueiros são verdes e as flores são vermelhas. Os salgueiros são belos em seu verdor e as flores vermelhas são belas enquanto flores vermelhas. Um outro sutra diz que a cor vermelha tem luz vermelha, a cor branca tem luz branca e a cor amarela tem luz amarela. Essas palavras expressam o mesmo pensamento.

Cada dia é um dia absoluto e não pode ser substituído por outro dia; cada lugar é único e absoluto em seu lugar; cada pessoa também é única e absoluta. O céu está acima e a terra está abaixo; isso faz uma unidade, e não é uma questão de qual deles é o melhor. Pai e mãe, marido e esposa, homem e mulher – o valor de cada um não pode ser julgado pela comparação. Julgar a si mesmo e aos outros pela comparação cria complexos.

Os complexos são a doença do mundo moderno. Para alcançarmos a paz, a harmonia e a alegria, precisamos abandonar esses complexos. Isso equivale a dizer que precisamos ver e compreender as coisas tais como elas são. Todos nós, cada um de nós, somos únicos e independentes e, ao mesmo tempo, somos inter-relacionados e interdependentes. Todos nós somos um.



Gyomay Kubose



Fonte: Templo Budista Apucarana Nambei Honganji
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AÇÕES (KARMA) - UMA OBRIGAÇÃO UNIVERSAL


Todos os seres devem realizar ações (Karma), é uma obrigação universal inevitável.

Alguns acham que só os atos meritórios ou pecaminosos têm o direito de serem chamados de karma, mas sua própria respiração é karma. Existem karmas físico, mental e espiritual e fazer cada um desses para o bem do Eu Superior é chamado consagração. 

Não perca um único momento de sua vida, pois o tempo é o corpo de Deus. Ele é conhecido como Kaalaswarupa (da Forma do Tempo). É um crime utilizar mal o tempo ou desperdiçá-lo em ociosidade. Como a força da gravidade que puxa tudo para baixo, a força da preguiça (Thamoshakthi) irá arrastá-lo inexoravelmente para baixo. Portanto, esteja sempre atento, esteja sempre ativo.


Sathya Sai Baba




Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

QUANDO A CURA NÃO ACONTECE


Há males que vêm para o bem, diz o ditado.

Mas podemos tirar um bem de todos os males, dependendo da maneira como os vemos e de como passamos por eles.

Nosso modo, geralmente superficial, de ver, leva-nos a considerar um acontecimento bom ou ruim só pelo seu aspecto mais exterior.

No entanto, tudo encerra um aprendizado e este aprendizado é a finalidade do que nos acontece. Se há vitória ou derrota, se há alegria ou tristeza, o importante é que há sempre um ensinamento para ser extraído e uma mensagem para ser compreendida.

É assim também com o que chamamos de doenças.

Que bem pode haver numa doença?

A oportunidade de percebermos o que há de errado conosco. As desordens de ordem física, emocional e mental, via de regra, nos alertam para o fato de que não estamos agindo bem conosco mesmos, que cometemos abusos, fizemos coisas contrárias às leis da Natureza ou adotamos uma postura interior auto-destrutiva.

E qual a mensagem?

A dor serve para chamar nossa atenção. Ao contrário do que geralmente se diz, a dor não serve para punir. O sofrimento em si mesmo jamais será meio de evolução num Universo onde a Lei Maior é a do Amor. A dor, simplesmente, vem nos acordar.

E uma vez que seu objetivo seja alcançado, ela perde sua razão de ser. Em outras palavras: uma vez que a dor nos tenha levado a encontrar a sua causa, que estejamos conscientes da necessidade de eliminá-la e decididos a fazê-lo, é o momento em que começamos a nos curar.

Só então, qualquer tratamento poderá ser realmente eficaz.

Enquanto não se chega a tal nível de consciência tudo será paliativo, serão feitas tentativas válidas de melhorar a qualidade de vida e minorar os sintomas, porém o problema continuará a existir.

Portanto, se você já procurou toda espécie de terapia, se já bateu em todas as portas e a dor persiste, pare e analise. É que a lição, no seu caso, ainda não foi compreendida. 

Você ainda não extraiu sabedoria dessa situação.

Alcance a verdade quem quiser viver bem. (Platão)




Rita Foelker




Fonte: de "Palavras simples, verdades profundas"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal