sexta-feira, 5 de julho de 2013

EQUILÍBRIO

Equilíbrio é a habilidade de olhar para a vida a partir de uma perspectiva clara - fazer a coisa certa no momento certo. 

Uma pessoa equilibrada será capaz de apreciar a beleza e o significado de cada situação seja ela adversa ou favorável. 

Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos. 

É estar sempre alerta, ser totalmente focado, e ter uma visão ampla. 

Equilíbrio vem do entendimento, humildade e tolerância. 

O mais elevado estado de equilíbrio é voar livre de tudo e, ainda assim, manter-se firmemente enraizado na realidade do mundo.



Brahma Kumaris



Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

IDEIAS - IDEAIS – ÍDOLOS



“A filosofia da classe dominante atravessa todo um tecido de vulgarizações complexas para aparecer como 'senso comum', isto é, a filosofia das massas que aceitam a moral, os costumes e o comportamento institucionalizado da sociedade em que vivem.” (A. Fiori abordando o conceito de A. Gramsci sobre hegemonia)


As ideias são as forças do Espírito (Mônada) e que encontram expressão secundária no corpo mental, ou seja, na mente humana. É a partir das ideias, do seu jogo e na sua apresentação que a humanidade desenvolve o poder de pensar e raciocinar, conquistando assim um amadurecimento e evolução no plano mental (corpo mental).

Os ideais, por sua vez, são as forças da Alma (Eu Superior) e encontram expressão secundária no plano astral ou emocional (corpo astral ou emocional).

As ideias vão gradativamente tomando “forma”, ou seja, vão se tornando ideais defendidos, vividos, debatidos, assumidos ou excluídos.

Por outro lado, os ídolos são as ideias já na forma de ideais, porém cristalizados, e tomam expressão no plano físico, na existência material.

Dependendo do grau evolutivo de cada um, o tempo para plasmar uma ideia é variável; e as consequências quando se tornam ideais e ídolos também são relativas à evolução individual e coletiva.

Porém, a problemática começa quando cada um tende a cristalizar-se num ponto de vista e a excluir os outros com discursos e veemência. Por isso temos os olhares ligados aos diversos “...ismos”, o que acalora a evolução humana; é como se fosse um “mal necessário”.

A ciência, a religião, a filosofia, a política etc., sempre citam seres e situações supostamente demonstráveis. Podem, alguns, até terem sido realidade num dado momento e contexto, mas que não são aplicáveis à experiência de cada um de nós em todas as épocas.

Confundem-se mitos e símbolos com realidade. Por isso, vemos as ideias sendo distorcidas em ideais, a partir de interesses diversos e ideologias, e consagradas e materializadas por leis, as vezes duras, mas que fogem de uma experiência individual.

Geram-se assim, multidões de seguidores de tradições impostas, sem a mínima consciência de que a maior parte das tradições, como fatias ou interpretações de algo transcendente, apenas disputam espaço e seguidores, tentando impôr comportamentos e hábitos anacrônicos. Basta olharmos as tentativas de modelos de “santos”, “heróis”, “mártires”, “nóbeis”, vestes, ritos e tradições multi milenares. Tudo se cristaliza no imaginário humano: mitos bíblicos e escrituras consideradas sagradas (de qualquer tradição), criacionismo, sociedade totêmica, imaginários, anacronismos e idiossincrasias.

Por isso, segundo a lógica de Karl Marx, foi o homem o criador de Deus, à sua própria imagem e semelhança. Creio que Marx inverteu os conceitos por usar uma visão muito limitada e baseada em experiências e conceitos de velhas e infantis tradições do mundo, ou seja, baseou-se nas superficialidades dos fatos, mas o exemplo é bem cabível nesse contexto.

É difícil a uma pessoa identificada fanaticamente e irracionalmente a algum “ismo” olhar com bons olhos a uma outra que pertença a outro “ismo”. Por isso, fala-se em tolerância. Mas o que se entende por tolerância não é uma virtude e sim uma tentativa, um pouco mais civilizada, de convivência. É como se disséssemos: eu estou certo, o outro está errado, mas eu o tolero...

Vemos que as pessoas possuem uma visão variadíssima sobre o mundo e ainda muitíssimas ideias que se transformam em ideais. As consequências dessas expressões no mundo podem ser consideradas boas ou não. Mas o que destaca-se é a falta à humanidade de uma visão evoluída e amadurecida que lhe permita a compreensão, tanto do ponto de vista individual quanto coletivo, de que tudo é relativo e fragmentado na visão imatura do ser humano. Falta-nos os olhares sobre o mundo despreocupados e isentos de interesses, e a visão de que a parte não pode opor-se ao todo; ela é apenas uma parte, e o que necessita-se é de uma harmonização e equilíbrio.

A história do mundo é baseada no aparecimento de ideias, sua aceitação ou não, sua transformação em ideais ou não, e em aproveitamento, cristalizações e ações. E a história tem nos mostrado as consequências dos ideais e das ações. Por isso, concluiu o grande filósofo Pietro Ubaldi: “Não sois ainda uma sociedade, mas apenas uma grei, um desencadeamento de forças psíquicas primordiais, explodindo confusamente.”

Muitos já sentem atualmente a necessidade de amadurecimento e conscientização, sentem a necessidade de superar-se a si mesmo e às circunstâncias. Compreendem que a conformidade, a rotina e a acomodação a velhos e desgastados (pré)conceitos religiosos e tradições são fatores tolhedores ao progresso; percebem que as ideias distorcidas e com interesses ideológicos são transformadas em ideais obtusos e engessados na sociedade.

Possamos entender que as ideias são essenciais e puras; são necessárias à evolução. Mas que possamos enxergar, também, que elas podem ser maculadas em ideais cristalizados à serviço de forças e ideologias contrárias à evolução. Os limites nem sempre são perceptíveis.

A meta é a renovação constante do ser humano, tanto como indivíduo como coletividade; não renovar-se é compactuar com uma visão obtusa e estagnada. E a ferramenta mais eficaz é a consciência, trabalho e vivência no presente; qualquer tentativa de reviver ou viver do passado nos leva, no mínimo, a um anacronismo. O mesmo se dá na tentativa de viver um futuro; desperdiça-se a maior parte do tempo e energia que poderiam estar sendo utilizados no presente para o nosso desenvolvimento e reforma íntima.

Óbvio que para a nossa evolução atual e visão há a sensação de passado e futuro; tempos históricos etc. "Houve", "há" e "haverá" é a nossa percepção (ilusória) para evoluir. Entretanto, um "futuro" melhor só existirá se trabalharmos com a consciência e missão no presente; o mesmo se dá com o chamado "conserto" do passado: só se efetiva se trabalharmos conscientemente no presente. Assim, as ferramentas únicas e infalíveis são: o serviço amoroso e desinteressado, a meditação e o estudo; tudo no "aqui e agora".




Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)







Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O MEDO DA LIBERDADE

Olhe uma rosa: ela é bela, mas não existe liberdade alguma de florescer ou não florescer. Não existe problema, não existe escolha. A flor não pode dizer, "Eu não quero florescer", ou "Eu me recuso". Ela nada tem a dizer, nenhuma liberdade. É por isso que a natureza é tão silenciosa (...).

Com o surgimento do homem, pela primeira vez aparece a liberdade. O homem tem a liberdade de ser ou não ser. Por outro lado, surge a angústia, o medo de que ele possa ou não ser capaz, medo do que vai acontecer. Existe um tremor profundo. Todo momento é um momento em suspense. Nada é seguro ou certo, nada é previsível com o homem: tudo é imprevisível. 

Nós conversamos a respeito da liberdade, mas ninguém gosta de liberdade. Nós falamos sobre liberdade, mas criamos escravidão. Toda liberdade nossa é apenas uma troca de escravidão. Nós seguimos mudando de uma escravidão para outra, de um cativeiro para outro.

Ninguém gosta de liberdade porque liberdade cria medo. Com a liberdade você tem que decidir e escolher. Nós preferimos pedir a alguém ou a alguma coisa para nos dizer o que fazer – à sociedade, ao guru, às escrituras, à tradição, aos pais. Alguém deve nos dizer o que fazer: alguém deve mostrar o caminho, para que possamos seguir – mas nós não conseguimos nos mover por nós mesmos. A liberdade existe, mas existe o medo.

É por isso que existem tantas religiões. Não é por causa de Jesus, de Buda ou de Krishna. É por causa de um enraizado medo da liberdade. Você não consegue ser simplesmente um homem. Você tem que ser um hindu, um muçulmano ou um cristão. Apenas por ser um cristão, você perde a sua liberdade; sendo um hindu, você não é mais um homem – porque agora você diz, "eu seguirei uma tradição. Eu não vou caminhar no inexplorado, no desconhecido. Eu seguirei num caminho bem marcado com pegadas. Eu caminharei atrás de alguém; eu não seguirei sozinho. Eu sou um hindu, assim eu seguirei com uma multidão; eu não caminharei como um indivíduo. Se eu me mover como um indivíduo, sozinho, haverá liberdade. Então, a todo momento eu terei que decidir, eu terei que gerar a mim mesmo, a todo momento estarei criando a minha alma. E ninguém mais será responsável: somente eu serei o responsável final."

Nietzche disse ‘Deus está morto e o homem está totalmente livre.’ Se Deus está realmente morto, então o homem está totalmente livre. E o homem não tem tanto medo da morte de Deus: ele tem muito mais medo da sua liberdade. Se existe um Deus, então tudo está bem. Se não existe Deus, então você foi deixado totalmente livre – condenado a ser livre. Agora faça o que você gosta e sofra as consequências, e ninguém mais será responsável, só você. 

Erich Fromm escreveu um livro chamado "O Medo da Liberdade". Você se apaixona e começa a pensar em casamento. O amor é uma liberdade; o casamento é uma escravidão. Mas é difícil encontrar uma pessoa que se apaixona e não pense imediatamente em casamento. Existe o medo porque o amor é uma liberdade. O casamento é uma coisa segura; nele não existe medo. O casamento é uma instituição – morta; o amor é um evento – vivo. Ele se move; ele pode mudar. O casamento nunca se move, nunca muda. Por causa disso o casamento tem uma certeza, uma segurança.

O amor não tem certeza nem segurança. O amor é inseguro. A qualquer momento ele pode sumir de vista da mesma forma como apareceu do nada. A qualquer momento ele pode desaparecer! Ele é muito sobrenatural; ele não tem raízes na terra. Ele é imprevisível. Por isso, "é melhor casar. Assim, fincamos raízes. Agora esse casamento não vai evaporar no nada. Ele é uma instituição!" 

Em toda situação – exatamente como no amor –, quando encontramos liberdade, nós a transformamos em escravidão. E quanto mais cedo melhor! Assim nós podemos relaxar. Por isso, toda história de amor termina em casamento. "Eles se casaram e viveram felizes para sempre."

Ninguém está feliz, mas é bom terminar a história ali porque em seguida vai começar o inferno. Por isso toda história termina no momento mais bonito. E qual é esse momento? É quando a liberdade se torna escravidão! E isso não é apenas com o amor: isso é com tudo. Assim o casamento é uma coisa feia; é provável que venha a ser. Toda instituição tende a ser uma coisa feia porque ela é apenas um corpo morto de algo que um dia foi vivo. Mas com uma coisa viva, a incerteza provavelmente estará presente.

"Vivo" quer dizer que pode mover, pode mudar, pode ser diferente. Eu amo você; no próximo momento eu posso não amar. Mas se eu sou o seu marido, ou sua esposa, você pode ter a certeza de que no próximo momento eu também serei seu marido, ou sua esposa. Isso é uma instituição. Coisas mortas são muito permanentes; coisas vivas são momentâneas, mutáveis, estão num fluxo.

O homem tem medo de liberdade, mas a liberdade é a única coisa que faz de você um homem. Assim, nós somos suicidas – ao destruir nossa liberdade. E com essa destruição nós estamos destruindo toda nossa possibilidade de ser. Então você acha que ter é bom porque ter significa acumular coisas mortas. Você pode continuar acumulando; não existe um fim para isso. E quanto mais acumula, mais seguro você fica. 

Eu digo que agora o homem tem que caminhar conscientemente. Com isso eu quero dizer que você tem que estar consciente de sua liberdade e também consciente de seu medo da liberdade. 

Como usar essa liberdade? A religião nada mais é do que um esforço no sentido da evolução consciente, em saber como usar essa liberdade. O esforço de sua vontade agora é significativo. Qualquer coisa que você esteja fazendo não voluntariamente é apenas parte do passado na escala da evolução. O seu futuro depende de seus atos com vontade. Um ato muito simples feito com consciência, com vontade, dá a você um certo crescimento – ainda que seja um ato comum.

Por exemplo, você resolve jejuar, mas não porque você não tem comida. Você tem comida; você pode comê-la. Você tem fome; você pode comer. Você resolve jejuar: isso é um ato voluntário – um ato consciente. Nenhum animal pode fazer isso. Um animal jejua algumas vezes, quando não existe fome. Um animal terá que jejuar quando não existir alimento. Mas somente o homem pode jejuar quando existe ambos: a fome e o alimento. Isso é um ato voluntário. Você usa a sua liberdade. A fome não consegue incitar você. A fome não consegue empurrar você e o alimento não consegue puxar você.

Esse jejum é um ato de sua vontade, um ato consciente. Isso dará a você mais consciência. Você sentirá uma liberdade sutil: livre do alimento, livre da fome – na verdade, no fundo, livre do seu corpo, e ainda mais fundo, livre da natureza. A sua liberdade cresce e a sua consciência cresce. 

Na medida que sua consciência cresce, a sua liberdade cresce. Elas são correlacionadas. Seja mais livre e você será mais consciente; seja mais consciente e você será mais livre.



Osho, em "The Ultimate Alchemy"



Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MOTIVOS PARA DESCULPAR

“Eu vos digo, porém, amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, faze bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem.” Jesus – Mateus, 5:44

Em muitas ocasiões, quem imaginas te haja ferido, não tem disso a mínima ideia, de vez que terá agido sob a ação compulsiva de obsessão ou enfermidade.

Se recebeste comprovadamente uma ofensa de alguém, esse alguém terá dilapidado a tranquilidade própria, passando a carregar arrependimento e remorso, em posição de sofrimento que desconheces.

Perante os ofensores, dispõe da oportunidade de revelar compreensão e proveito, em matéria de aperfeiçoamento espiritual.

Aquele, a quem desculpas hoje uma falta cometida contra ti, será talvez, amanhã, o teu melhor defensor, se caíres em falta contra os outros.

Diante da desilusão recolhida do comportamento de alguém, coloca-te no lugar desse alguém, observando se conseguirias agir de outra forma, nas mesmas circunstâncias.

Capacitemo-nos de que condenar o companheiro que erra é agravar a infelicidade de quem já se vê suficientemente infeliz.

Revide de qualquer procedência, mesmo quando se enquiste unicamente na mágoa, não resolve problema algum.

Quem fere o próximo efetivamente não sabe o que faz, porquanto ignora as responsabilidades que assume na lei de causa e efeito.

Ressentimento não adianta de vez que todos somos espíritos eternos destinados a confraternizar-nos todos, algum dia, à frente da Bondade de Deus.

Desculpar ofensas e esquecê-las é livrar-se de perturbação e doença, permanecendo acima de qualquer sombra que se nos enderece na vida, razão por que, em nosso próprio benefício, advertiu-nos Jesus de que se deve perdoar qualquer falta não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.


Emmanuel/Francisco Cândido Xavier 



Fonte: do livro "Mais Perto"
http://www.caminhosluz.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

VERDADE SUTIL

Você tem o lampejo da compreensão, essa extraordinária rapidez do insight, quando a mente está muito quieta, quando o pensamento está ausente, quando a mente não está sobrecarregada com seu próprio ruído. Assim, a compreensão de qualquer coisa – de uma pintura moderna, de uma criança, de sua esposa, seu vizinho, ou a compreensão da verdade, que está em todas as coisas – só pode chegar quando a mente está muito quieta. Mas essa quietude não pode ser cultivada porque se você cultiva uma mente quieta, não é uma mente quieta, é uma mente morta.Quanto mais você está interessado em uma coisa, quanto maior sua intenção para compreender, mais simples, clara, livre a mente está. Então a verbalização cessa. Afinal, pensamento é palavra, e é a palavra que interfere. É a tela das palavras, que é memória, que intervém entre o desafio e a resposta. É a palavra que está respondendo ao desafio, o que nós chamamos de intelecção. Então, a mente que fica falando, fica verbalizando não pode compreender a verdade – verdade na relação, não uma verdade abstrata. Não existe verdade abstrata. Mas a verdade é muito sutil. É o sutil que é difícil de acompanhar. Isto não é abstrato. Chega tão velozmente, chega tão misteriosamente, não pode ser contido pela mente. Como um ladrão à noite, ele chega ocultamente, não quando você está preparado para recebê-lo. Sua recepção é meramente um convite de ambição. Portanto a mente que está presa na rede das palavras não pode compreender a verdade.



J. Krishnamurti



Fonte: do livro The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal