quarta-feira, 24 de julho de 2013

ATENÇÃO SEM RESISTÊNCIA

Você sabe o que espaço é. Existe espaço nesta sala. A distância daqui para seu hotel, entre a ponte e sua casa, entre esta margem do rio e a outra; tudo isso é espaço. Agora, existe espaço em sua mente? Ou ela está tão cheia que não existe absolutamente espaço nela? Se sua mente tem espaço, então nesse espaço há silêncio e desse silêncio tudo o mais vem, porque então você pode ouvir, pode dar atenção sem resistência. Por isso é muito importante haver espaço na mente. Se a mente não está superlotada, não incessantemente ocupada, então ela pode ouvir àquele cachorro latindo, ao som do trem cruzando a ponte ao longe, e também estar totalmente consciente do que está sendo dito por uma pessoa falando aqui. Então a mente é uma coisa viva, não está morta.




J. Krishnamurti 




Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

BIG-BANG - TZIMTZUM - EVOLUÇÃO

“O 'Princípio' ampliou-se e fez um palácio para si mesmo, para glória e louvor. Ali semeou a semente sagrada (…) Assim que a semente entrou, o palácio encheu-se de luz. Dessa luz jorraram outras luzes, centelhas voando pelos portais e dando vida a tudo.” (Sefer haZohar)

A teoria do big-bang explica, em simples palavras, que havia, no princípio, um ponto ou semente de energia de proporções menores que um próton. Ao seu redor havia o “nada”. Num dado momento, “no princípio”, esse ponto explodiu lançando para todos os lados uma carga de energia que, à medida que ia se afastando do centro, formava os universos e os mundos.

Assim sendo, o “Nada Absoluto”, o “Ayin”, o “Zero”, o Deus Transcendente dá origem ao “Ayin Sof”, o “Um”, o Infinito, o “Tudo Absoluto”, o Deus Imanente. Na cabala, Nada e Tudo significa o mesmo. Porém, “Deus desejou ver Deus”, e esse desejo ou vontade tornou-se Luz, o “Ayn Sof Or”, a Luz Infinita. E “Deus desejando ver Deus” desencadeou uma “separação não separada”, de modo a Deus poder “olhar” para Deus. Isso foi realizado por uma “concentração” (Tzimtzum) no “Tudo Absoluto”, tendo como finalidade gerar um “lugar” (Makom), um “espelho”, a existência manifesta, um “lugar esvaziado” para a futura “existência existir”, lá “no começo”, “no princípio”. Na verdade, Deus não retirou-se, mas ocultou-se para que o finito pudesse existir. 

E do lugar oculto, o "Ayin Sof Or" enviou ou penetrou um Raio de Luz de sua Vontade (Kav), conhecido como “Ehyeh” (Eu Sou). E dessa emissão do Kav deu-se a origem de toda a "criação", manifestando-se em Dez Emanações Divinas (as Sefirôt da Árvore da Vida). O Raio de Luz, o Eu Sou, então, fez sua trajetória até o centro do “lugar esvaziado para a existência”, e formou, em sua trajetória, a grande Árvore da Vida (Etz Chaim), ou seja, o Eu Sou manisfestando-se como Kêter (a Coroa, a Vontade), Chochmá (a Sabedoria), Biná (a Inteligência), Chêssed (o Amor, a Misericórdia), Gvurá (o Rigor, a Força, o Julgamento), Tifêret ( a Beleza, o Coração do Céu), Nêtzach (a Eternidade, a Duração, a Vitória), Hod (o Explendor, a Glória, a Reverberação), Yêssod (o Fundamento, a Base, a Sexualidade) e Malchút (o Reino, a Receptividade). A partir de então, surge o Adam  haKadmon (o ser arquétipo, “criado à imagem e semelhança de Deus”) que contém a Árvore da Vida e é contido na Árvore da Vida.

Em Malchút, o Eu Sou manifesta-se como Shechiná, a Divina Presença Eu Sou, que está no íntimo de toda a manifestação (mundos e seres). Na maçonaria, na rosacruz e no martinismo, dentre outras ordens, a Shechiná está representada no centro do templo, como um pequeno altar triangular, sustentando três velas (luzes) e o Livro da Lei, dentre outros objetos ritualísticos. Representa, simbolicamente, a Presença de Deus (Eu Sou) no mundo, no templo e em cada criatura.

A "criação" "distanciou-se" do Criador. Entenda-se que a "criação" é o próprio Criador “distanciado” de si mesmo (“Deus desejou ver-se a si mesmo”), pois nada pode existir fora do Absoluto e Infinito, senão o Absoluto e Infinito deixaria de ser o Absoluto e Infinito. Tendo-se distanciado, necessitou de um caminho de retorno, depois de cumprir o caminho de “descida”. Temos, então, o longo caminho de “subida”. Caminho este que todos os seres e mundos percorrem. É Deus “retornando” a si mesmo.

Portanto, neste afastamento e retorno, encontra-se o possível segredo da existência: o aperfeiçoamento dos seres e dos mundos (a evolução, o despertar), o aperfeiçoamento de Adam haKadmon, que é a própria imagem de Deus. Em outra palavras, como escreveu o cabalista Warren Kenton, “o segredo da Existência é um espelho no qual o homem reflete a Imagem do Divino, para que, assim, Deus possa contemplar Deus.

Numa rápida e superficial visão e omitindo muitos detalhes e pormenores, procurei mostrar que a "Criação" Divina (emanação) não é obra do acaso. Há um propósito perfeito e definido, embora não nos seja possível, neste nosso atual grau evolutivo, de o sabermos em termos claros, precisos e definitivos. Tudo constitui-se, na verdade, numa viagem da inconsciência à consciência, e desta à uma super consciência. Muitas dificuldades a vencer. “Muita dor propulsionando a evolução, mas a própria evolução anulando progressivamente a dor”, como disse o filósofo Pietro Ubaldi. Dukkha, Samsara, Nirvana e as Quatro Nobres Verdades do budismo nos mostram muito similarmente o processo do Tzimtzum da cabala, em outras palavras.


Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)



Referências e sugestões bibliográficas:

-“Adão e a Árvore Kabalística”, Z'ev Ben Shimon Halevi
-“Universo Cabalístico”, Z'ev bem Shimon Halevi
-“A Grande Síntese”, Pietro Ubaldi
-“A Cabala”, Rabino Alexandre Safran
-“A Cabala”, Henry Serouya
-“A Rosa de Treze Pétalas”, Rabino Adin Even Ysrael
-“As 3 Dimensões da Kabalá”, Rav Chaim David Zukerwar
-“Cabala: Novas Perspectivas”, Prof. Moshe Idel


Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

TENHA FÉ E SEJA FIRME NA BUSCA DA META

A devoção é muito difícil de adquirir, não é fácil tornar-se um verdadeiro devoto. Um verdadeiro devoto deve se entregar totalmente, e estar em pleno contentamento, aconteça o que acontecer. Para falar a verdade, isso é mais difícil do que o caminho da sabedoria (Jnana Marga). Mas não se desespere. O rio deve fluir de volta à sua fonte, deve fluir sem parar, para baixo e profundamente até que se funda no oceano. Não desanime, mantenha sua esperança, um dia você vencerá. Tendo se esforçado para receber bons conselhos sobre a espiritualidade, você deve colocar em prática pelo menos um ensinamento. Um palito é o suficiente para acender uma fogueira, não é necessária toda a caixa de fósforos. Tenha fé e seja firme na busca da meta.



Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.com.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

HUMILDADE

Uma pessoa grandiosa é naturalmente humilde. 

Ela entende a verdade de que apenas quando há humildade haverá sucesso. 

A humildade ativa o poder de curvar-se mas sem reduzir a auto-estima. 

Quando sou humilde sou capaz de experimentar minha própria grandeza interior, o que naturalmente me mantém estável no assento do meu auto-respeito. 

Assim, quando a situação exige, eu não vejo nenhum problema em curvar-me. 

Eu permito que as situações trabalhem em mim. 

Eu consigo me fortalecer a partir do meu interior – do meu auto-valor - em todas as circunstâncias. 

A grandeza está em ser humilde.




Brahma Kumaris




Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

LEÃO: A CONSCIÊNCIA E O TODO

A energia de Leão é a da identidade espiritual, a do ponto em um centro que abarca todos os pontos. É o fogo solar, o fogo do coração, que outorga um apoio “no tempo” para que o ser demonstre o Plano que o inspira.

Já dissemos, em outra ocasião, que o Sol rege Leão, e que isto não seria assim para outros reinos da natureza; consciência para o homem é sensibilidade “desperta” ao não eu, pelo menos nas primeiras etapas, e é correto que assim seja: a fim de que a alma se desenvolva em todo seu potencial, é necessário um receptáculo conscientemente refinado e adaptado à sua energia; o trabalho na forma deve acompanhar o do eu superior, e o trabalho sob Câncer simboliza essa preparação prévia.

Em todo caso, a energia de Leão é a que possibilita este maravilhoso estado que é o da percepção de si mesmo. Como dizem os livros, “todos os seres são, mas somente o homem sabe que é”. Para gerar esta percepção individual, é imprescindível a separação, que o ser tenha a capacidade de se diferenciar do resto, e essa energia vem através do Quinto Raio de Conhecimento Concreto (chamado no Tratado dos Sete Raios “A Espada Divisora”), que por essa razão se expressa mediante Leão. Isto pode se manifestar ou não nos raios da pessoa; se não o faz, é possível que a energia esteja cumprindo uma função mais interna, mas nem por isso estará ausente.

Por sua vez, intimamente vinculada à separação, está a afirmação do ser, que assim como se percebe diferente se conhece como uma potência, como um ente gerador de causas, como o amo da sua própria vida. Trata-se da energia do Primeiro Raio de Vontade ou Poder, que também se expressa por meio de Leão. É por isso que, em certo sentido, a energia de Leão rege os governantes do mundo, porque a atividade deles tem muito a ver com o exercício da autoridade, que (diga-se de passagem) de acordo com as disposições mais aceitas, requer o consentimento do povo.

Caberia aqui uma reflexão sobre a democracia e a representação: pode-se ver como a igualdade e a fraternidade, a compreensão e o respeito, simbolizados pela democracia, constituem a base sobre a qual se ergue um verdadeiro governo que, em certo sentido, é a cabeça da sociedade, da qual está constantemente recebendo demandas. Aprecia-se aqui uma ação combinada de raios: o 2º de Amor – Sabedoria está simbolizado pela democracia e suas qualidades de bondade e busca horizontal de decisões; sempre o 2º é a base do 1º, que sintetiza a energia atraída até convertê-la em um ponto com somente o essencial. 

Neste caso, o governo é a síntese das deliberações do povo, e assim como a autoridade espiritual se sustenta no amor e na compreensão, da mesma maneira a democracia é a base espiritual dos cargos representativos de governo. É por isso que O Tibetano, em O Destino das Nações, diz que a energia da Hierarquia de Mestres se encontra por trás da democracia, e a de Shamballa, que é a sua síntese, está por trás das figuras do rei ou do ditador.

Em todo caso, o período influenciado por Leão é muito propício para indagar interiormente acerca das origens da autoridade, da convicção que emana da verdade interior, do conhecimento de si mesmo. Outro fator ligado a essa condição é a identidade espiritual: todo ser humano tem um centro de consciência, um ponto a partir do qual se integra ao mundo e interatua com ele. De início, esse centro é o Sol físico, manifestando energia de 2º raio, e o ser crê que é o centro do universo, que tudo depende e gira em torno dele.

À medida que avança a evolução, gradualmente vai tomando consciência da inter-relação com o mundo, mas ainda mantém o estado no qual, em Astrologia Esotérica, descreve-se como “aquele que permanece só”, isto é, a percepção do eu próprio e do alheio nas questões diárias.

O interessante disto é que o anterior não seria o último degrau na evolução da consciência. À medida que a alma ganha em controle e revela seu poder, vai passando para a motivação espiritual, para a sensação do eu separado e também à colaboração e entrega aos demais, o que põe em ação uma energia oposta. A identidade espiritual se mantém, ao mesmo tempo em que a fortaleza do eu aparece como a etapa prévia imprescindível para expansões de consciência posteriores. Isto ocupa largo tempo.

Vem em seguida uma condição em que realmente é possível entender as palavras “Eu sou aquele, aquele sou eu”, lema esotérico do signo. 

O sentido do eu, da personalidade vinculada à alma, é muito particular: o discípulo não vê indivíduos, vê energia e Plano, vê a consciência una e não as partes, a unidade que subjaz na diversidade da forma; não crê ser uno, É uno, respira unidade e assim se expressa nos três mundos, sendo por isso tão potentes e duradouros os efeitos que produz; é a energia do Amor de Deus em ação. Crer que a unificação chegará por meio de uma anulação do eu, ou que se produzirá uma misteriosa fusão com as ações de outros, é uma deformação (e um perigo) no sentido oposto ao que mencionava.

Na realidade, e como bem sabe quem percorreu o Caminho com sinceridade e dedicação aos demais, a consciência não tem uma forma tão cerrada como a que conhecemos. O sentido do eu se mantém, ao mesmo tempo que a energia que expressa é compartilhada, conflui ativamente com a Grande Energia que é o Plano de Deus. É a consciência do Todo que se tornou ponto; como diz Vicente Beltrán Anglada, “não é a gota no mar, mas o mar na gota”.

A crença de que a consciência ocupa um lugar é por si uma ilusão da mente humana, mas muito maior é a ilusão de crer que cada consciência ocupa um lugar separado da outra. Isto poderia ser melhor entendido através de uma analogia com a figura de um círculo concêntrico: à medida que se chega ao centro, muitas vidas passam a compartilhar de um “espaço” comum. 

Esse espaço comum, esse vazio criador no qual se vive e sobre o qual se passa a afirmar a consciência é um conjunto de energias cuja forma mental é o Ashram, e no centro se encontra o Sol Central Espiritual, simbolizado pelo Mestre. Em uma escala menor, cada um de nós é parte dessa consciência grupal, e temos aí a base oculta da telepatia, embora não tenha que funcionar tão explicitamente e se manifesta como inspiração, recepção de ideias, etc.

Essa consciência comum é a base espiritual do princípio da fraternidade, que só pode ser entendido se for considerado da alma e não a partir da matéria, onde somos tão diferentes. É também a razão pela qual o trabalho espiritual pode ser realizado em grupo, porque coincide a fonte de inspiração e é a mesma energia que nos atravessa a todos; pela mesma razão, um discípulo pode implementar uma parte do Plano e outro dar continuidade a ela no plano físico, por exemplo; cada um, do seu estado de consciência, e todos necessários.

Outra reflexão que se extrai acerca da regência do Sol é sobre a união com a consciência alheia: muitas vezes se busca a aproximação através da palavra, o convencimento, a ênfase, etc. Seria útil, aqui, observar o Sol, que pela gravidade, concentração ou atenção consegue atrair o que o circunda. Em tal sentido, poderíamos dizer que uma boa maneira de se aproximar à consciência de outro é aprofundando esse nível antes que fazendo esforços do eu; a atenção baseada no amor, sobre si mesmo e sobre os demais, mas sempre tendo em conta o destino comum que é o da unidade da vida, é a maneira mais simples e profunda de chegar ao outro.

Leão nos proporciona então um ciclo onde é mais fácil levar a consciência para dentro, dar a ela mais profundidade e reforçar a identidade, para assim oferecer à alma um eu firme e valioso para prestar serviço; é ainda, como se assinalava, um ciclo para compreender em toda a profundidade o significado e as potencialidades da fraternidade espiritual.



Martín Dieser



Fonte do Texto e da Gravura: Grupo Logos
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2010/08/leao-consciencia-e-o-todo.html

5º TRABALHO DE HÉRCULES (A CAPTURA DO LEÃO DE NEMÉIA) - LEÃO: O PEQUENO EU E O EU SUPERIOR


O trabalho de Hércules relacionado ao signo de Leão é a morte do leão de Neméia. Quinto signo do Zodíaco, Leão estimula nos seres humanos a autoconsciência e a auto regência. Este trabalho representa a descoberta de um eu mais profundo e o exercício de conduzir-se na vida a partir deste centro.

Um terrível monstro, um leão enorme e de pele impenetrável a qualquer arma, assolava a região de Neméia. Os seus habitantes estavam atemorizados e não podiam viver e se desenvolver normalmente. Hércules recebeu a tarefa de eliminar a fera. Quando ele encontrou o leão, disparou-lhe flechas, que bateram em sua pele e caíram ao chão. O leão foi aproximando-se do herói, rugindo de modo amedrontador, mas Hércules gritou com igual força, então a fera se pôs a fugir.

Hércules perseguiu o leão até o seu covil, que era uma caverna com duas aberturas. O herói entrou por uma abertura e atravessou a caverna escura até sair pela abertura do outro lado, sem encontrar a fera. O leão tinha saído pela segunda abertura e tornado a entrar pela primeira. Então Hércules reuniu algumas toras e bloqueou uma abertura, entrou pela outra e bloqueou-a também. E assim, no escuro da caverna, enfrentou sozinho e desarmado o monstro. Hércules agarrou o leão pelo pescoço, apertando-o até que morresse sufocado. Depois usou a garra do próprio leão para cortar-lhe e retirar-lhe a pele, e passou a vesti-la.

O leão é chamado o rei da floresta e representa o regente no interior de cada ser humano: o nosso eu. O eu é como o Sol; é a fonte da luz da consciência e o centro da nossa vida psicológica. Uma das principais tarefas evolutivas de todo ser humano é desenvolver a autoconsciência, e isso é o que estamos todos fazendo, quer percebamos ou não, através de tudo o que buscamos e realizamos no mundo. Quando há autoconsciência, o eu pode atuar como o regente interno, harmonizando pensamentos, sentimentos, desejos, palavras e ações, e produzindo uma vida de sucesso.

Os que aspiram trilhar o caminho espiritual devem estar bem encaminhados no desenvolvimento da autoconsciência. Não há espiritualidade genuína sem autoconsciência. Contudo, o longo e árduo trabalho de desenvolver a autoconsciência e fortalecer o eu se faz através do auto centramento e auto interesse, e muitas vezes leva a um egoísmo exacerbado, ambição desmedida, orgulho exagerado e vaidade excessiva. É essa condição que o leão monstruoso do mito representa.

Por trás desse eu que conhecemos, há o que poderíamos chamar de um eu mais profundo: o Eu Superior, a nossa essência espiritual. O pequeno eu é caracterizado por um sentido de isolamento e separação, mas o Eu Superior sabe que é um com todos e com tudo. No mito, Hércules representa esse Eu Superior, procurando eliminar os excessos do pequeno eu.

O leão era invulnerável a qualquer arma, o que significa que nenhum artifício mental, teoria, crença ou técnica poderá solucionar a exacerbação do eu. As duas entradas da caverna representam os pensamentos e os sentimentos, e enquanto estivermos envolvidos com eles, o pequeno eu continuará a nos despistar e ludibriar.

A solução encontrada por Hércules foi sufocar o leão, impedindo-o de respirar o ar que lhe dava vida. O ar que vivifica o pequeno eu é o nosso interesse em nós mesmos. Assim, sufocar o leão significa deixar de dar tanta importância e prestar tanta atenção ao pequeno eu, com seus defeitos e qualidades. A exacerbação do eu é causada pelo auto interesse e não poderá ser corrigida pela preocupação com o auto aperfeiçoamento. A solução é o auto esquecimento.



Ricardo A. Georgini
ricardogeorgini@yahoo.com.br




Fonte da Gravura e do Texto: Grupo Logos
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2011/08/leao-o-pequeno-eu-e-o-eu-superior.html