segunda-feira, 29 de julho de 2013

CUIDAR DE SEUS HÁBITOS PARA FAZER A COLHEITA DE LIBERTAÇÃO

Empregue seu tempo na contemplação das belezas da Natureza que estão espalhadas diante de você, na terra e no céu. Aproveite a vastidão verde das plantações, a brisa fresca que sopra contentamento e alegria, o panorama de nuvens coloridas, a música dos pássaros, etc. Entoe a glória de Deus enquanto caminha na Natureza, ao longo dos diques dos campos e dos bancos dos canais. Evite poluir o ar com ostentações vingativas. Não perca tempo em conversações odiosas, quando você vê que Deus criou tais evidências maravilhosas de amor! Vivendo nesse ambiente plácido, você não deve perturbar o céu com seus gritos e maldições. Qualquer semente precisa de água e adubo para crescer e produzir uma rica colheita. Igualmente, o pequeno broto do anseio espiritual por libertação da escravidão também precisa de água e adubo. Somente um agricultor sábio cuidará de suas plantações cuidadosamente; você deve cuidar de seus hábitos para fazer a colheita de libertação.




Sathya Sai Baba




Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A CANÇÃO SUBLIME DA IMORTALIDADE

O Mahabhárata, a “Grande Índia”, é um dos dois maiores épicos clássicos do mundo. Mahabhárata provém do sânscrito “maha”, grande, e “bhárata”, Índia. O texto é enorme, e se for incluído o seu anexo, o Harivamsa, poderá ser considerado o maior volume de texto em uma única obra. É o texto sagrado de maior importância no hinduísmo, estimado por todos os esotéricos e ainda um verdadeiro manual de psicologia e descrição simbólica e de códigos da evolução humana. Com mais de sete mil anos, tem inspirado povos, gerações e grandes homens como Mahatma Gandhi, Aldous Huxley, Arthur Schopenhauer, W. Humboldt, H. Thoreau, Einstein, Goethe, R. Emerson e muitíssimos outros cientistas e esotéricos.

A obra apresenta três metas da vida humana tão cultuadas desde a antiguidade: o desfrute dos prazeres dos sentidos, oferecidos pelos atrativos do mundo; a ânsia que leva à busca da riqueza e do poder econômico para o desfrute dos prazeres; e a religiosidade exotérica e mundana baseada em proibições, códigos de conduta moral e rituais.

Além destas metas mundanas (exotéricas), o Mahabhárata trata da liberação do ciclo das três metas, isto é, a libertação dos apegos, pela libertação do samsara, ou ciclo ilusório do nascimento e da morte (o esoterismo). Por isto é uma obra que visa o conhecimento da natureza do "eu" verdadeiro e a sua relação eterna com toda a criação e com aquilo que transcende a ela, Bhrama ou Deus.

Encontramos em seus textos os métodos de desenvolvimento espiritual conhecidos como Karma Yoga, Jnana Yoga e Bhakti Yoga.

Karma corresponde a "ato" ou "ação". Assinala a importância do desenvolvimento de atitudes e intenções corretas. Por gerar karma, no sentido de atos ou ações incorretas, os seres encontram-se presos ao samsara, a “roda dos tolos e ignorantes”, o ciclo das ilusões, ciclo do nascer e morrer. A prática mostrada no Mahabhárata tem, por isto, a intenção de fazer o ser humano corrigir ou redirecionar o karma, suas ações.

Jñana é a busca e uso do conhecimento de uma verdade pré-existente e imutável (a Verdade), que traz a sabedoria. A jnana yoga requer o desenvolvimento de uma consciência e visão além da filosofia e das religiões; saber ler e ver além das aparências e da literalidade das Escrituras Sagradas.

E Bhakti é a comunhão divina, à união com Deus, através da devoção, que significa entrega total, em total confiança.

No Mahabhárata encontramos a Bagavad Gita, a “Sublime Canção da Imortalidade”; do sânscrito  bhagavad, sublime, e gita, canção. Mostra-nos a luta do “bem” contra o “mal”. De um lado, Arjuna, o ser humano em evolução, confuso pelo terrível dilema que enfrenta ao ter que tomar uma decisão, quando vê dois exércitos a se defrontarem na planície: um, o do “bem”, outro, o do “mal”; e essa é a batalha do bem contra o mal que se trava em nossa mente. Arjuna, a quem compete dar o sinal para o combate, está num dilema por ver que os guerreiros que levará a se defrontarem são todos seus parentes e amigos (símbolos da natureza inferior); está completamente indeciso em como lançar o exército do “bem” contra aqueles que foram sempre seus aliados, pois que o auxiliaram, em todos os tempos da história do homem, na conquista do que ele mesmo o é agora, ou seja, seus parentes e amigos que são o ciúme, a inveja, a ambição, a cobiça, a tenacidade perversa, a exploração dos semelhantes, enfim tudo que está no caminho já trilhado pelo ser humano para chegar ao momento atual, coisas das quais Arjuna deseja se desvencilhar.

A Bhagavad Gita, a Divina Canção, é assim chamada por conter as palavras de Krishna, o Eu Divino, e por ensinar ao homem a elevar-se acima da consciência humana até uma consciência divina superior, realizando desta forma, na Terra, o reinado dos Céus. Porém, é necessário que vejamos além do sentido literal e histórico, como em qualquer outra Escritura Sagrada.

Quando se refere à luta, a Gita descreve o que ocorre no homem (Arjuna), em um determinado nível evolutivo, uma “luta” entre o “eu superior” e o “eu inferior”, um conflito existencial entre a alma e a personalidade. Krishna auxilia a Arjuna para que este possa vencer sua natureza inferior (simbolizada pelos parentes e amigos) ainda tão próxima e que o ilude.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Imagem: Acervo de autoria pessoal



Referências e recomendações bibliográficas:

- “Bhagavad Gita”, tradução e notas de Huberto Rohden

- _____________,         “       “     “    “  Francisco Valdomiro Lorenz

- _____________,         “       “     “    “  Roviralta Borrel

- “Bhagavad Gita segundo Gandhi”