sexta-feira, 2 de agosto de 2013

NOSSOS MEDOS - CAUSAS E TERAPÊUTICA

Porque temos medo?
Quais são seus medos?

Vive-se hoje “a era da ansiedade”, afirma o psicólogo Rollo May. Estamos sempre empenhados em realizar algo urgente. Parece até que os dias estão mais curtos para realizarmos tudo que precisamos fazer. Mas por que corremos tanto? E o que essa busca desenfreada pode nos causar? Afirma Dr. Emilio Mira y Lopes que “O medo é a mais primária das emoções humanas.”

“Herança atávica do homem primitivo, sua primeira emoção foi de medo, diante do caos que não entendia”, afirma nosso querido amigo Divaldo Pereira Franco. É nossa defesa frente aos perigos, portanto, normal, mas pode tornar-se patológico, transformando-se em fobias, associado à ansiedade, que podemos traduzir pela “ânsia por solução, ânsia por respostas”, às vezes de forma imediata e que pode nos levar a um quadro de ansiedade exagerada. Podemos entender a ansiedade normal como representativa de “um estado de alerta, como o aviso de um perigo iminente”, portanto necessária à nossa sobrevivência física. 

Afirma Rollo May que “a presença da ansiedade significa vitalidade, mas a ansiedade exagerada, patológica se traduz por uma “reação desproporcional ao perigo objetivo”, isto é, nosso psiquismo passa a aumentar de forma exagerada e descontrolada nosso grau de ansiedade, podendo levar a um quadro de transtornos, como o “Transtorno do Pânico” e o “Transtorno Obsessivo-Compulsivo” (TOC), dentre outros.

Mas, afinal, do que temos medo? E por que temos esses medos? Segundo a mentora espiritual Joanna de Ângelis, através do médium e tribuno Divaldo Franco, “sentimos medo da morte, da velhice (proximidade da morte), de adoecer (e em consequência, de morrer), da pobreza, da morte de entes queridos e da crítica alheia”. Tais medos seriam um sentimento de proteção e de preservação da vida física e emocional. Podemos então estender esses nossos medos: medo de ser assaltado, medo de animais, medo de lugares fechados, medo de errar, medo de amar etc.

A presença da ansiedade significa vitalidade, mas a ansiedade exagerada, patológica se traduz por uma reação desproporcional ao perigo objetivo.

Esses medos em alguns pacientes tornam-se incontroláveis, desproporcionais à ameaça (fobia). O indivíduo sente medo sem ter sequer um motivo concreto, que toma conta de sua mente, causando-lhe imenso pavor e insegurança. Como espíritos que somos, precisamos fazer algumas reflexões: Afinal o que é o mal para nós, o que é o bem, o que é o sofrimento?

Mal, no fundo, configura-se como uma atitude nossa prejudicial a outrem e a nós mesmos; não o mal que recebemos, pois que este, no fundo, é um bem, já que sabemos, pelas Leis Divinas, que só recebemos, aquilo de que precisamos, ou merecemos; portanto se algo de “mal” nos acontece, isto tornar-se-á um bem, se soubermos aproveitar as lições que esse “mal” nos traz, suportando-o com humildade, coragem e fé. Diante deste raciocínio o que devemos temer? Na verdade, a nós mesmos, às nossas próprias atitudes, pois serão elas que irão determinar em nosso futuro as dificuldades que teremos que enfrentar como forma de ressarcimento dessas atitudes equivocadas.

Não podemos alimentar culpas por termos errado, pois somos alunos numa escola, como espíritos reencarnados na Terra, e como tais, sujeitos ao erro. A venerável mentora espiritual Joanna de Ângelis nos afirma que “não somos culpados, somos responsáveis, pelos bons momentos da vida e pelas ocorrências negativas, devendo repará-las através de nossa recuperação moral.”

Libertemo-nos, pois, da culpa, assumindo a maturidade moral de nos comprometer com a correção do erro praticado, mediante a mudança de nossa conduta, voltando-nos ao bem do próximo e da coletividade.

Podemos entender como causas de nossos medos, primeiramente, desta existência: “Experiências traumáticas na infância ou adolescência, atitudes educacionais no lar, relacionamentos familiares agressivos”, dentre outros. E como causas anteriores do medo, ou seja, de outras existências, “ a herança da culpa no inconsciente.”

Afirma Divaldo P. Franco: “o medo é um grito de nosso inconsciente pedindo terapia para nos libertarmos de nossos conflitos mediante a Terapia do Amor, aplicada ao Bem.”

Há ainda um fator fundamental na análise de nossos medos, que são as influências espirituais. Vivemos imersos num oceano de vibrações, das mentes de encarnados e de desencarnados e, por sintonia vibratória, entramos em contato com essas diversas vibrações, podendo então receber e impor tais influências, conforme nossa vontade.

Não somos culpados, somos responsáveis, pelos bons momentos da vida e pelas ocorrências negativas, devendo repará-las através de nossa recuperação moral.

Podemos considerar as influências espirituais inferiores como geradores ou agravantes dos sintomas acima descritos. Tais influências ocorrem através de “clichês” mentais (indução telepática) por sintonia vibratória, com “ressonância no inconsciente profundo, onde estão armazenadas as experiências reencarnatórias”, ou seja, os “agentes” desencarnados, que na verdade são irmãos nossos em humanidade, aos quais devemos respeito e caridade, que atuam em nossa mente, quando nossos pensamentos entram na mesma faixa vibratória dos deles, atingindo nossas experiências malogradas do pretérito, fazendo com que estas ressoem em nosso ser. 

O Dr. Sérgio Felipe de Oliveira afirma que “fobias, pânicos, são convites para o trabalho interior, a busca de horizontes, de escolhas, são pedras, degraus para você se tornar melhor pessoa do que você é hoje”, ou seja, estamos, pela misericórdia Divina, tendo a oportunidade de trabalhar nossos sentimentos em desalinho, tendo contato com eles e transformando-os, através de diversas terapias, dentre elas, as que propomos a seguir:

Permitir-se errar, em vista de seu estágio evolutivo, com o compromisso de corrigir-se, quando necessário (auto-perdão); racionalizar o medo, percebendo o paciente que há mais de imaginação do que de ameaça real; enfrentamento gradual de seus medos; psicoterapia; medicação, quando necessária, com acompanhamento médico especializado pois “as alterações químicas do cérebro com fobias e pânicos representativas dos distúrbios mentais, como depressão, medo e ansiedade, na formação fetal são reflexos/projeções dos medos e fobias do espírito reencarnado, ou seja, o espírito com insegurança vai formar um cérebro construído com insegurança.”

Associada às terapias acima mencionadas, sabemos da eficácia da terapêutica espírita, qual seja: transformação moral do paciente; orientação ao agente desencarnado; prece por si mesmo e pelos agentes desencarnados; passe; água fluidificada; melhora da auto-estima, lembrando-se de que somos filhos amados de Deus e esses enfrentamentos do medo, da ansiedade e suas decorrências são sublimes oportunidades para alavancarmos nosso potencial divino; cultivo de bons pensamentos, boas leituras; ação dignificadora e beneficente na caridade; Fé, confiança inabalável em Deus, Jesus e seus mensageiros sublimes, lembrando-nos das vigorosas palavras do Mestre: “No mundo, tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João, 16:33)




Fonte: Revista Internacional de Espiritismo
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A INTUIÇÃO NÃO PODE SER EXPLICADA CIENTIFICAMENTE

A intuição não pode ser explicada cientificamente porque o fenômeno em si é irracional e não científico. O próprio fenômeno da intuição é irracional. Em termos coloquiais, parece certo perguntar: “A intuição pode ser explicada?” Mas isso quer dizer: “A intuição pode ser reduzida ao intelecto?” E a intuição é algo além do intelecto, algo que não faz parte do intelecto, algo que vem de algum lugar onde o intelecto é totalmente inconsciente. Assim, o intelecto pode sentir a intuição, mas não explicá-la.

O salto da intuição pode ser sentido porque existe uma lacuna. A intuição pode ser sentida pelo intelecto — pode-se notar que algo aconteceu — mas não se pode explicar, porque a explicação precisa da causalidade. A explicação significa responder à pergunta de onde a intuição vem, por que vem, qual é a causa. E ela vem de algum lugar, não do intelecto propriamente dito — logo, não há causa intelectual. Não existe uma razão, uma ligação, uma continuidade dentro do intelecto.

A intuição é um campo de ocorrência diferente, que não se relaciona ao intelecto de maneira nenhuma, embora possa penetrar o intelecto. Deve-se entender que uma realidade superior pode penetrar uma realidade inferior, mas a inferior não consegue penetrar a superior. Assim, a intuição pode penetrar o intelecto porque ela é superior, mas o intelecto não pode penetrar a intuição porque ele é inferior.

É exatamente como a sua mente poder penetrar o seu corpo, mas o seu corpo não poder penetrar a mente. O seu ser pode penetrar a mente, mas a mente não pode penetrar o seu ser. É por isso que, se você entrar no ser, você terá de se separar tanto do corpo quanto da mente. O corpo e a mente não podem penetrar um fenômeno superior.

Quando você ingressa numa realidade superior, o mundo de ocorrências inferior tem de ser deixado para trás. Não existe uma explicação do superior no inferior, porque os próprios termos da explicação não existem ali; eles não fazem sentido. Mas o intelecto pode sentir a lacuna, pode reconhecer a lacuna. Ele sente que “aconteceu algo que está além de mim”. Se até mesmo esse tanto puder ser feito, o intelecto terá feito muito.

Mas o intelecto também pode rejeitar o que aconteceu. É isso que significa ter fé ou não ter fé. Se você sente que o que não pode ser explicado pelo intelecto não existe, você é um “não-crente”. Então vai continuar nessa existência inferior do intelecto, atado a ele. Assim você recusa o mistério, não permitindo que a intuição se comunique com você.

Um racionalista é assim. O racionalista não vai nem mesmo ver que surgiu algo do além. Se você é educado racionalmente, não admite o superior; você vai negá-lo, você vai dizer:

— Não pode ser. Deve ser imaginação; deve ser um sonho meu. A menos que eu possa prová-lo racionalmente, não aceito.

A mente racional se fecha, encerrada dentro dos limites da razão, e a intuição não pode penetrar.

No entanto, você pode usar o intelecto sem ser fechado. Então, pode usar a razão como um instrumento, permanecendo aberto. Você está receptivo ao superior; se algo acontecer, estará receptivo. Então, poderá usar o seu intelecto como um auxiliar. Ele observa que “aconteceu algo que está além de mim". Ele pode ajudar você a entender essa lacuna.

Além disso, o intelecto pode ser usado para a expressão — não para a explicação, para a expressão. Um Buda não “explica” nada. Ele é expressivo, mas não explicativo. Todos os Upanixades são expressivos sem nenhuma explicação. Eles dizem: “Isso é assim, isso é assado; isso é o que está acontecendo. Se você quiser, venha para dentro. Não fique do lado de fora; nenhuma explicação é possível de dentro para fora. Portanto, venha para dentro — torne-se um integrante do grupo.”

Mesmo que vá para dentro, as coisas não lhe serão explicadas; você vai ter de chegar a conhecê-las e senti-las. O intelecto pode tentar entender, mas ele tende a fracassar. O superior não pode ser reduzido ao inferior.



Osho, em "Intuição: O Saber Além da Lógica"



Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal