quarta-feira, 7 de agosto de 2013

NOSTALGIA E DEPRESSÃO

As síndromes de infelicidade cultivada tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.

O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre.

Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia.

A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser, lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.

Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente naturais. Quando porém, se incorpora ao dia-a-dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento emocional.

A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico.

Esse deperecimento emocional, faz-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos.

A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional.

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No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido existencial, atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o sentido da vida.

À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade. Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde. Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da vida, embora sob expressivo esforço, acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo.

Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia, ansiedade, já que esse oscilar da normalidade é característica dela mesma. Todavia, quando tais ocorrências produzem infelicidade, apresentando-se como verdadeiras desgraças, eis que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os seus elementos.

A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: corpo e mente.

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Ideias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se - tristezas, incertezas, medos, ciúmes, ansiedades - contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à medida que sejam liberados, deixando a área psicológica em que se refugiam e libertando-a da carga emocional perturbadora.

Toda castração, toda repressão produz efeitos devastadores no comportamento emocional, dando campo à instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão.

É imprescindível, portanto, que o paciente entre em contato com o seu conflito, que o libere, desse modo superando o estado depressivo.

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Nem sempre a depressão se expressará de forma autodestrutiva, mas com estado de coração pesado ou preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali retêm.

Para que se logre prosseguir, é comum ao paciente a adoção de uma atitude de rigidez, de determinação e desinteresse pela sua vida interna, afivelando uma máscara ao rosto, que se apresenta patibular, e podem ser percebidas no corpo essas decisões em forma de rigidez, falta de movimentos harmônicos...

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Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos.

O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da ideia depressiva, da autocompaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação construtora.

Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força.

Naturalmente, quando o processo se instala - nostalgia que conduz à depressão - a terapia bioenergética (Reich, como também a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis.

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Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.

O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o auto crescimento, para a aquisição das paisagens emocionais.

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O processo de fuga da realidade é sempre de efêmera duração, porque os registros no inconsciente do indivíduo propelem-no vigorosamente para a frente, apesar da conjuntura imperiosa de manter os atavismos dos quais procede.

Ocorre que o ser humano está destinado à conquista da sua realidade divina, não se podendo impedir essa fatalidade.

Os transtornos de que se vê tomado são consequências das ações vivenciadas, que se vão depurando à medida que novos atos são realizados, ensejando conquistas novas e libertadoras.

Nesse trajeto, o despertar da consciência impõe discernimento para que possa compreender quais as propostas relevantes para a saúde mental e emocional, consequentemente também a de natureza física, por ser esta o efeito daquelas outras formas. O corpo é sempre o invólucro que se submete aos impositivos do ser psíquico que se é, experimentando os efeitos das irradiações do fulcro vital, que é o Espírito.

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O ser humano é vida em expansão no rumo do infinito. Espírito imortal, momentaneamente cercado de sombras e envolto em tormentos de insatisfação, pode canalizar todas as energias decorrentes dos instintos básicos para os grandes vôos da inteligência, superando os patamares mais primitivos da evolução com os olhos voltados para a realidade transcendente.

Emergindo do caos em cuja turbulência se agita, percebe a perenidade existente em tudo, não obstante as transformações incessantes e toma parte, emocionado, no conjunto que pulsa e se engrandece diante dos seus olhos.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco



Fonte: do livro "Amor, Imbatível Amor"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal



ATORES

A espiritualidade traz grande profundidade e valor para as famosas palavras de Shakespeare: Todo o mundo é um palco, e todos os homens e mulheres meros atores. 

Através da espiritualidade, eu me sinto como uma alma - separada do corpo - desempenhando um papel no palco do mundo através da minha vestimenta física, o corpo. 

A diferença entre o ator e o papel é claramente entendida. 

Uma nova dimensão é então agregada a esta consciência: a de que Deus é o Diretor Espiritual da peça que estamos atuando.



Brahma Kumaris



Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CONFUSÃO ENTRE NEUROSE E OBSESSÃO

Temos visto por aí afora companheiros espíritas, ora por vaidade, ora por ignorância, ora por extrema boa-vontade diagnosticando tudo como sendo obsessão ou ataque espiritual, levando, muitas vezes, as pessoas necessitadas de médico ou mesmo de um psiquiatra a tratamento interminável de desobsessão.
   
Criou-se no espiritismo o princípio de que tudo é obsessão, fugindo ao entendimento proposto por Kardec de que devemos andar de mãos dadas com a ciência. Ora, se a proposta é essa, por que fugir das investigações psicológicas e/ou psiquiátricas diante de alguns quadros de distúrbios emocio-mentais?
   
Mais uma vez, aparecem os “diagnosticadores de plantão”, querendo “ajudar” ou impressionar com as suas “percepções” mirabolantes. Vão identificando quadros de obsessão, como justificativa para tudo. Lembro-me, aqui, de uma grande amiga que surgiu com um problema na pele, umas erupções, e um desses médiuns afirmou se tratar de um ataque espiritual. Era lupus eritematoso, motivo inclusive que a levou à desencarnação, anos mais tarde.
   
Sei, sei: “...os espíritos interferem em nossas vidas muito mais do que possamos imaginar, em verdade eles nos conduzem.” Todavia, uma afirmativa não exclui a outra. Em eles interferirem em nossas vidas não nos tiram a certeza de que nós próprios criamos os problemas de nossas vidas. Além do mais, os espíritos só superdimensionam o que oferecemos a eles, de positivo ou negativo.
   
As reações neuróticas, por exemplo, podem ser precipitadas por diversos tipos de situação de tensão. De modo geral, as tensões básicas se centralizam em impossibilidades de atender à aspiração irrealista, com sentimentos de autodesvalorização e inferioridade; desejos inaceitáveis e pontos fracos, decorrentes de falsas verdades assimiladas; escolhas ou decisões aparentemente impossíveis; cognições dissonantes com relação à estrutura do eu; situação frustradora de vida, que tira a esperança e o sentimento de paz das pessoas.

Então, é certo que quase sempre o neurótico terá o seu padrão resultante, fundamentalmente, da constituição de sua personalidade e não pela situação de tensão, embora existam algumas provas de que as reações de fraqueza tendem a aparecer como defesa contra situações de vida frustradoras e, aparentemente, sem esperança.

Deve-se acentuar, no entanto, que muitos lidam com situações de tensão, que podem ser provas, mas que são enfrentadas pela maioria dos indivíduos, sem que estes se valham de defesas neuróticas.

As reações dissociativas, no entanto, tendem a surgir como defesas contra ameaças internas; aqui já seria estudo no campo das psicoses.

É preciso, portanto, que nunca isolemos o trato do ser humano apenas em um componente espiritual, pois somos um complexo de ações e reações interagindo por motivos de nossas fragilidades psicológicas e espirituais, é claro. Será sempre de boa saúde buscamos a integração dos processos de ajustamento, humano e espiritual.

E cuidado: não entregue a sua cabeça, o seu emocional a oportunistas de plantão, aproveitadores do sofrimento alheio, que posam de psicoterapeutas e, sem qualquer preparo, se lançam irresponsavelmente a tratamentos exóticos, algumas vezes regressivos, sem qualquer preparo ou estudo. São, literalmente, vigaristas que merecem ser processados por sua incúria e irresponsabilidades.



José Medrado



Fonte: http://www.cidadedaluz.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

RELIGIÕES - FONTES E DIFERENÇAS

Todas as religiões são oriundas da mesma fonte. As suas diferenças advêm de elas terem aparecido em épocas diferentes e em povos com mentalidades diferentes. Por isso, é preciso refletir bem antes de querer mudar de religião, as pessoas não se adaptam assim tão facilmente a outras mentalidades.

A tradição hindu, por exemplo, é extraordinariamente profunda, rica e poética, mas, tirando algumas exceções, os ocidentais que se aventuram nela estão sobretudo sujeitos ao risco de aí se perderem. Ou então ficar-se-ão pelas aparências, pelas formas, por detalhes superficiais, exóticos, e isso não é uma atitude de respeito por todos aqueles grandes espíritos do passado que, depois de durante muito tempo terem trabalhado, feito pesquisas, quiseram legar ao seu povo o fruto das suas experiências. 

Não se deve pensar que os sábios e Mestres espirituais da Índia se sentem assim tão honrados por verem muitos cristãos descurarem a sua própria religião para se disfarçarem de yoguis. Eu pude verificar algumas vezes até que ponto certos Mestres hindus são sábios. Eles perguntam aos ocidentais: «Você é cristão? – Sim. – Então, continue a ser cristão.» Eles sabem que uma cultura, uma tradição, é como o solo para uma árvore. Quanto tempo é necessário para que uma árvore arrancada da terra se enraíze noutro local?



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DETERMINISMO E LIVRE-ARBÍTRIO

Determinismo e livre-arbítrio coexistem na vida, entrosando-se na estrada dos destinos, para a elevação e redenção dos homens.

Determinismo e livre-arbítrio formam uma dupla inseparável na longa estrada da evolução do espírito.

Nos primeiros estágios da vida, quando ainda não se encontram manifestos os valores da educação e da experiência em forma de inteligência, predomina o determinismo: já que o espírito por ser ainda ignorante não tem consciência das suas ações.

Posteriormente, amadurecido pelas provas das várias reencarnações, ampliam-se valores em forma de inteligência e consciência das ações praticadas, fazendo que, como consequência da lei de causa e efeito, se responsabilize pelos seus atos, organizando o seu determinismo, que pode ser agravado ou atenuado, até atingir os patamares superiores da sua evolução.


O determinismo é predominante nos primeiros estágios da vida

Estagiando, já como espírito educado e consciente, ele se encontra munido de senso crítico, capacitado a compreender quando lhe fala a vontade de Deus, impulsionando-o no caminho da evolução, ou a sua vaidade e egoísmo, chumbando-o aos ciclos das reencarnações dolorosas; pois estará sempre com ele o mérito da escolha.

Vale salientar, que em todas as circunstâncias, se encontra ativa a lei universal do bem e da felicidade para todas as criaturas.

As situações que se apresentam como agravamento do determinismo na vida, não devem ser interpretadas como castigo, mas sim como manifestação da lei de causa e efeito, convidando a profundas reflexões, que apontarão as falhas e a necessidade de reparação, harmonizando-o com as leis divinas.

Diz Emmanuel: “O determinismo divino se constitui de uma só lei, que é a do amor para a comunidade universal. [...]” (O Consolador, Segunda Parte, “Experiência”, questão 135.)


O determinismo absoluto só existe nos animais e nos homens selvagens

Porém, quando o espírito dominado pelo orgulho se acha auto-suficiente, transforma-se em instrumento de ações perniciosas, comprometendo-se com as leis divinas, necessitando de reparação apropriada. Isso vem a confirmar as infinitas misericórdia e justiça do Pai, abrindo as portas das oportunidades reparadoras através da reencarnação, a fim de que o espírito siga seu caminho na conquista da plenitude espiritual.

Concluindo, poderemos afirmar que o determinismo absoluto só existe nos animais e nos homens selvagens. E quanto àqueles que já despertaram para horizontes mais amplos, pela inteligência e noções de amor, predominam o livre-arbítrio e o compromisso de proteger os que se encontram na retaguarda da evolução.




Fonte: Revista Reformador
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

NÓS NÃO CARREGAMOS UM FARDO QUE NÃO NOS PERTENCE

Muitos de nós, quando passamos por um momento difícil, sentimos pena de nós mesmos. Basta encontrarmos com um conhecido para desabafarmos nossas amarguras nos colocando na condição de “coitadinho” ou “vítima” de uma situação. 

Temos também o hábito de responsabilizar os outros pela nossa dor: um amigo(a), um espírito, a macumba, os pais, a inveja, o olho gordo, a herança genética etc. Quando na verdade somos vítimas de nós mesmos. Só colhemos o que plantamos. Se não plantamos nesta vida, plantamos em vidas passadas. Ninguém sofre a toa. São consequências de nossa inconsequência. 

Alguém acredita que Deus nos dá um fardo que não nos pertence? Claro que não, não é? Porque Ele é justo e perfeito. Ele sabe que somos imperfeitos, falíveis, sabe que usaremos de maneira errado nosso livre arbítrio. Por isso, nos dá sempre outras chances de recomeçar. Basta reconhecermos o erro e nos esforçar para não errar no mesmo ponto.   

Então, chega de auto-piedade que é um alimento venenoso, uma espécie de erva daninha que intoxica o espírito, dificulta as relações e promove medo, desconfiança, solidão e melancolia. É filha do egoísmo e da lamentação, afilhada do orgulho e irmã da necessidade de aprovação e de atenção especial.



Rudymara



Fonte: http://grupoallankardec.blogspot.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal