segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O ETERNO E O TEMPORÁRIO

Jivi (alma individual) veio a este mundo a fim de revelar o esplendor da centelha da Divindade que Ela é. Um rato é atraído por um forte cheiro da pequena isca barata dentro da armadilha; ele negligencia todos os outros alimentos no celeiro e, portanto, cai presa de sua própria tolice. Da mesma forma, as pessoas ignoram e desperdiçam suas vidas na busca de riquezas mortais. Esteja atento e alerta. Viva no mundo, mas desenvolva as habilidades para inquirir e discernir entre o eterno e o temporário. Aprenda a ver através desse drama e descobrir o Diretor por trás das cenas, que nada mais é que Deus. Você pode facilmente desenvolver essas habilidades através de devoção (bhakti), com base na realização do dever sem qualquer expectativa de resultados (Nishkama Karma).



Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AS PESSOAS ESTÃO DORMINDO

Um garotinho estava brincando com seus blocos de madei­ra, quando o pai entrou no seu quarto.
“Quieto, papai, estou construindo uma igreja.”
O pai, querendo testar o conhecimento religioso do filho, disse: 
“Por que devemos estar quietos na igreja?”
“Nós devemos, porque as pessoas estão dormindo.”

O homem está dormindo. Este sono não é o sono comum, é um sono metafísico. Mesmo quando você pensa que está acor­dado, você permanece adormecido.

Com os olhos abertos, andando na rua, trabalhando em seu escritório, você permanece adormecido. Não é apenas na igreja que você está adormecido, você está adormecido em todo lugar. Você está simplesmente adormecido.

Esse sono metafísico tem de ser quebrado, esse sono metafísico tem de ser completamente abandonado. A pessoa tem do tornar-se uma chama de consciência. Somente então a vida começa a ser significativa, somente então a vida ganha significado, somente então é vida, não a vida do dia-a-dia, comum, rotina maçante - a vida tem poesia em si e mil e uma flores de lótus no coração. Então há Deus.

Deus não é uma teoria, não é um argumento. É uma expe­riência importante na vida. E a importância só pode ser sentida quando você não está adormecido. Como você pode sentir a importância da vida estando adormecido? A vida é significante, imensamente significante. Cada momento dela é precioso. Mas você está adormecido. Apenas olhos despertos podem ver essa importância, viver essa importância.

Um desses dias houve uma pergunta. Alguém indagou: Osho, você fica nos dizendo para celebrar a vida. O que há para celebrar? Eu posso entender. A pergunta é relevante. Pare­ce não haver nada para celebrar. O que há para celebrar? A per­gunta dele é a sua pergunta, é a pergunta de todo mundo.

Mas a realidade é exatamente o contrário. Há tudo para ce­lebrar. Cada momento é tão imenso, tão fantástico, cada mo­mento traz tanto êxtase. . . Mas você está adormecido. O êxtase vem, paira ao seu redor e se vai. A brisa vem, dança ao seu redor e se vai. E você permanece adormecido. As flores desabrocham e a fragrância vem a você, mas você está adormecido. Deus fica cantando de mil e uma formas, Deus dança ao seu redor, mas você está adormecido.

Você me pergunta: O que há para celebrar? O que não há para celebrar? Tudo que uma pessoa pode imaginar está aí. Tu­do que alguém pode desejar está aí. E é mais do que você pode imaginar. É em abundância. A vida é um luxo!

Pense num homem cego. Ele nunca viu uma rosa desabro­char. O que ele tem perdido? Você sabe? Você não pode sentir nenhuma compaixão por ele? Ele tem perdido algo, algo divino. Ele não vê o arco-íris. Ele não vê o nascer nem o pôr-do-sol. Ele não vê as folhagens das árvores. Ele não vê a cor. Que escura é a consciência dele! E você tem olhos e diz: O que há para celebrar? O arco-íris está aí, o pôr-do-sol está aí, as árvores verdes estão aí, uma existência tão colorida...

Mesmo assim eu entendo. Sua pergunta é relevante. Enten­do que sua pergunta tem algum sentido. O arco-íris está aí, o pôr-do-sol está aí, o oceano, as nuvens, tudo está aí — mas você está adormecido. Você nunca viu uma rosa. Você passou por ela, você olhou a rosa — não estou dizendo que não a tenha olhado, você tem olhos, assim, você olha — mas você não a viu, não meditou sobre ela, você não deu nem um único momento de sua meditação a ela, você nunca esteve em sintonia com ela, você nunca esteve ao lado dela, sentado perto, em comunhão, você nunca disse ‘oi’ para ela, você nunca participou com ela. A vida passa, você continua aí, sem participar. Você nunca está em harmonia com a vida, por isso sua pergunta é significativa. Você tem olhos mas não vê, tem ouvidos e não ouve, tem cora­ção e não ama — você está profundamente adormecido.

Isso tem de ser entendido, eis porque continuo a repetí-lo muitas vezes. Se você entende que está adormecido, o primeiro raio do despertar entra em você. Se você pode sentir que está adormecido, então você não está mais, então você está exata­mente à beira de onde o dia se rompe — a manhã, a alvorada.

Mas a primeira coisa essencial é entender que “eu estou adormecido”. Se você pensa que não está adormecido, você nunca estará acordado. Se pensa que essa vida que você tem le­vado até agora é a vida de um ser acordado, por que então você deveria buscar e procurar caminhos para acordar a si mesmo? Quando um homem sonha e sonha que está acordado, por que ele deveria tentar acordar? Ele já acredita que está acordado. Esse é o maior truque da mente e todos estão sendo enganados por ele. O maior truque da mente é dar a você a ideia de ser aquilo que você não é, é ajudá-lo a sentir que você já é aquilo.



Osho, em "Sufis: O Povo do Caminho"



Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ONDE EXISTE A POSSIBILIDADE DE DOR NÃO EXISTE AMOR

O interrogante quer saber como ele pode agir livremente e sem auto-repressão quando sabe que sua ação deve ferir aqueles que ele ama. Veja, amar é ser livre; ambas as partes são livres. Onde existe a possibilidade de dor, onde existe a possibilidade de sofrer no amor, não existe amor, existe meramente uma forma de possessão, de aquisição. Se você ama, realmente ama alguém, não existe possibilidade de lhe causar dor quando você faz uma coisa que considera correta. Só quando você quer que essa pessoa faça o que você deseja ou ela quer que você faça o que ela deseja, existe dor. Ou seja, você gosta de ser possuído; se sente seguro, a salvo, confortável; embora saiba que esse conforto é transitório, você se abriga nesse conforto, nessa transitoriedade. Assim, toda luta por conforto, por encorajamento, realmente evidencia a falta de riqueza interior; e por isso uma ação separada, apartada de outro indivíduo naturalmente cria perturbação, dor e sofrimento; e um indivíduo tem que suprimir o que ele realmente sente a fim de se ajustar ao outro. Em outras palavras, esta constante repressão, produzida pelo chamado amor, destrói os dois indivíduos. Nesse amor não existe liberdade; é meramente uma sutil escravidão.



J. Krishnamurti



Fonte: The Book of Life
www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal