segunda-feira, 28 de julho de 2014

SE VOCÊ FIZER FORÇA

Diz você que não pode respirar o clima de luta na experiência doméstica; entretanto, se fizer força no cultivo da renúncia santificante, fará da própria casa um refúgio de amor.

Diz você que não mais suporta o amigo desajustado, mas se fizer força, no exercício da tolerância, é possível consiga convertê-lo amanhã em colaborador ideal.

Diz você experimentar imenso cansaço, diante do chefe atrabiliário e inconsequente; contudo, se fizer força, sustentando a paciência, obterá nele, ainda hoje, um amigo fiel.

Diz você que não adianta ensinar o bem; no entanto, se fizer força para exemplificar o que ensina, atingirá realizações de valor inimaginável.

Diz você que se nota assaltado por enorme desânimo na pregação construtiva; entretanto, se fizer força, na sementeira da educação, transfigurará o seu verbo em facho de luz.

Diz você estar desistindo da caridade, ante os golpes da ingratidão, mas se fizer força para prosseguir, ajudando sem exigência, surpreenderá na caridade a perfeita alegria.

Diz você que está doente e nada consegue de nobre e útil; no entanto, se fizer força para superar as próprias deficiências, vencerá a enfermidade, avançando em serviço e merecimento.

Diz você que conversação já lhe esgotou a reserva nervosa e dispõe-se à retirada para o repouso justo; contudo, se fizer força para continuar atendendo aos ouvintes, olvidando a própria fadiga, ninguém pode prever a extensão da colheita de bênçãos que virá da sua plantação de gentileza e bondade.

O grande bem de todos é feito nos pequenos sacrifícios de cada um.

E se fizermos força para viver, segundo os bons conselhos que articulamos para uso dos outros, em breve tempo transformaremos a Terra em luminoso caminho para a glória real.






Francisco Cândido Xavier /André Luiz






Fonte: do livro "O Espírito da Verdade"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 26 de julho de 2014

A CRIAÇÃO (OS REINOS E A EVOLUÇÃO)

A Criação é PERMANENTE. Deus, o Criador incriado, não para de agir e criar; tudo é movimento na Obra Universal. Deus não para de atuar em sua Obra, Ele esta sempre CRIANDO.

Os espíritos novos vem da evolução do reino animal, existe nos animais almas embrionárias em evolução para o reino hominal. Podemos dizer, para explicar melhor o fato, que existe um FETO ESPIRITUAL no corpo dos animais que esta se desenvolvendo e evoluindo para, mais tarde, se reencarnar em corpos hominais. É por isso que devemos respeitar e tratar bem dos animais, eles são nossos irmãos menores no campo da evolução.

Vou resumir algumas questões básicas.

1) Os animais são nossos irmãos menores na escala evolutiva; eles estão evoluindo para o reino hominal, assim como o ser humano esta evoluindo para o reino angélico. Tudo é evolução no universo, nenhum ser fica parado no processo evolutivo.

O corpo físico do homem é um produto evolutivo dos primatas ou macacos. O Mestre Kardec, no seu livro "A Gênese", explica que existe uma filiação corporal e espiritual entre o homem e os animais. O nosso corpo físico é uma evolução dos primatas. E o nosso espírito, antes de chegar ao reino hominal, passou pelo reino animal como principio inteligente. Nos animais não existe um espírito formado como o nosso. Existe um princípio inteligente ou princípio espiritual em processo de evolução para o reino humano. Quando esse princípio inteligente adquire raciocínio, senso moral e livre arbítrio torna-se um espírito formado, simples e ignorante, sem conhecimentos e sem virtudes. E ele passa a se reencarnar em corpos hominais, buscando a sua Evolução moral e intelectual. É pelas reencarnações sucessivas que os espíritos vão se depurando moralmente e intelectualmente até se tornarem Espíritos Iluminados ou Espíritos Superiores, que as religiões chamam de Anjos ou Arcanjos. Como disse o Mestre Kardec, do átomo até o Arcanjo existe uma cadeia evolutiva, na qual os Arcanjos (espíritos superiores) começaram pelos átomos.

Existe nos átomos um partícula espiritual em processo de evolução para o reino mineral, depois para o reino vegetal, depois para o reino animal. Quando essa partícula ou principio inteligente adquire raciocínio, senso moral e livre arbítrio, torna-se um espírito simples e ignorante, passando para o reino humano ou hominal. E quando esse espírito se ilumina, purifica-se no campo moral e no campo intelectual, torna-se um Anjo (Espírito Superior).

2) Portanto, todo Espírito Superior já foi um espírito simples e ignorante, de evolução primaria. Todo Espírito Superior já passou pelo reinos mineral, vegetal, animal e hominal. Buda, Jesus, Platão, Sócrates, Krishna, Hermes e outros Espíritos Superiores já foram espíritos inferiores, simples e ignorantes, de evolução primaria.

Deus é justo e imparcial e suas Leis são IGUAIS para todos os espíritos, não existem espíritos privilegiados na Obra Divina.

Todos os espíritos evoluem através de reencarnações sucessivas até se purificarem das suas imperfeições morais. Nenhum espírito é criado perfeito e puro, todos são criados IGUAIS simples e ignorantes. Um exemplo: o Mestre Jesus, hoje, é um Espírito altamente puro e superior, super evoluído; mas ele já foi um espírito inferior, simples e ignorante, e quando ele era um espírito simples e ignorante, cometeu seus erros e faltas no processo natural e normal da evolução espiritual. Jesus, Buda, Sócrates e outros Espíritos Superiores já foram pecadores morais.

3) O Mestre Leon Denis explana o seguinte: "a alma dorme no mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem."

Temos, de forma poética e filosófica, a evolução do princípio inteligente pelos reinos da natureza. Podemos afirmar o seguinte: do átomo ao reino animal temos a evolução do principio inteligente ou principio espiritual; do reino hominal ate o reino angélico temos a evolução do espírito. Tudo é harmonia, sabedoria e evolução na Obra Divina.

4) A evolução espiritual se processa pelo aprimoramento moral e intelectual. Evoluir é melhorar-se moralmente, praticar o bem, ser honesto, ser correto, ser cordial, ser educado, ser trabalhador, ser caridoso, ser solidário, ajudar os necessitados, amar e respeitar os animais, cultivar pensamentos elevados e puros, cultivar sentimentos nobres, combater os maus desejos, combater os vícios, combater os maus hábitos, combater os maus pensamentos, isso é EVOLUIR.

Evoluir é Vencer a si mesmo.
Evoluir é Vencer as suas próprias imperfeições morais.
Evoluir é iluminar-se.

5) A reencarnação é uma Lei da natureza, uma Lei natural e imutável do Grande Foco ou Deus. Essa Lei das reencarnações é a Lei do progresso moral e intelectual dos espíritos. Nenhum espírito é criado perfeito ou puro, todos são criados IGUAIS, todos possuem a mesma origem que é o Criador Incriado ou Grande Foco. Não existe espíritos privilegiados ou especiais na Obra Divina; todos, sem exceção, evoluem através de varias reencarnações, nas quais eles vão aprimorando-se no campo moral e no campo intelectual, até tornarem-se Espíritos Superiores e puros.

Partimos da impureza para a pureza. Cada encarnação é uma oportunidade de crescimento e conquistas. Demos saber valorizar a nossa vida terrena como uma grande escola de aperfeiçoamento. Estamos no mundo Terra para brilhar a nossa Luz (conquistar virtudes). A evolução é um processo de depuração. Ser bom, correto, honesto, educado, cordial, trabalhador, caridoso, solidário, combater os maus pensamentos, combater os vícios, combater os maus desejos, ajudar os necessitados, respeitar e amar os animais, isso tudo significa VIRTUDES que devemos adquirir em nossa jornada evolutiva. Evoluímos quando adquirimos as Virtudes divinas.

Nós somos filhos da Grande Luz, nós somos partículas de Luz emanadas do Grande Foco, e o nosso dever de espíritos encarnados é trabalhar para nosso desenvolvimento moral e intelectual. Vale a pena ser bom, praticar o bem, o amor e as virtudes porque sem as virtudes ficaremos travados em nossa evolução.

Todos os espíritos são criados iguais, simples e ignorantes e todos evoluem mediante múltiplas reencarnações, sem favores e sem privilégios, cada espírito evolui pelo seu próprio esforço e luta. Os Espíritos Superiores de hoje já foram no passado espíritos inferiores, simples e ignorantes; eles foram progredindo de igual forma que os outros espíritos.

Deus, o Grande Foco, é Justo e Imparcial, e suas Leis naturais e imutáveis são IGUAIS para todos os espíritos. Todos evoluem através de varias reencarnações; essa é a Lei. Espíritos altamente Puros e Superiores como já foram espíritos inferiores, simples e ignorantes, de evolução primaria, e eles evoluíram através de várias reencarnações. E os espíritos inferiores de hoje serão, no futuro, pela evolução moral e intelectual Espíritos Puros e Superiores.





Wilson Moreno





Fonte: Rede Amigo Espírita
http://www.redeamigoespirita.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MORRA TODO DIA

O que é idade? É o número de anos que você viveu? Isso faz parte da idade; você nasceu em tal e tal ano, e hoje tem quinze, quarenta ou sessenta anos. Seu corpo envelhece e também sua mente quando está sobrecarregada com todas as experiências, misérias e aborrecimentos da vida; e tal mente não pode descobrir o que é verdade. A mente só pode descobrir quando é jovem, viçosa, inocente; mas inocência não é uma questão de idade. Não é só a criança que é inocente – ela pode não ser – mas a mente que é capaz de experimentar sem acumular o resíduo da experiência. A mente tem que experimentar, isso é inevitável. Ela tem que responder a tudo – ao rio, ao animal doente, ao corpo morto sendo levado para cremar, aos aldeões pobres carregando seus fardos ao longo da estrada, às torturas e misérias da vida – de outro modo ela já está morta; mas ela deve ser capaz de responder sem ficar retida pela experiência. É a tradição, o acúmulo de experiência, as cinzas da memória que envelhecem a mente. A mente que morre todo dia para as memórias de ontem, para todas as alegrias e sofrimentos do passado, tal mente é viçosa, inocente, ela não tem idade; e sem essa inocência, tenha você dez ou sessenta anos, não encontrará Deus.





J. Krishnamurti






Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 19 de julho de 2014

"eu SOU EU" É O SEU NOME REAL

Corpos e nomes são diferentes, mas o morador ou o Eu que está presente em todos é um e o mesmo. Quando quer chamar alguém, você o chama pelo seu nome. Cada um tem um nome exclusivo apenas para fins de identidade; um nome não deve ser considerado mais significativo que outro. O Senhor Krishna declarou claramente na Bhagavad Gita que você é a encarnação do Senhor. Não se limite a um simples ser humano. Deixe alguém chamá-lo por qualquer nome. A verdade é o Próprio Senhor que está presente em todos. Deus habita em todos os lugares (Ishavasyam Idam Sarvam) e em todos. Por isso, lembre-se! Você não representa apenas o nome que lhe é dado, mas é verdadeiramente o Divino - "eu sou Eu" é o seu nome real! Deus habita em todos (Ishwarah Sarva Bhoothanam). Portanto, pratique o princípio: "Todos são um, seja igual com todos."






Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 16 de julho de 2014

PAZ - HARMONIA INTERIOR

Através da introspecção criativa, podemos descobrir dentro de nós um vasto potencial para a paz e a tranquilidade. Com essa experiência, o processo de desarmamento interno automaticamente se inicia, liberando-o da raiva, do medo e do ódio. A paz interna é, então, refletida no comportamento, nas ações e nas relações pessoais. E assim, novos padrões sociais são criados. É a experiência da paz pessoal que torna a ideia da paz mundial uma realidade possível.

A alma que dança a dança do amor próprio, de sua beleza, é a alma que conhece sua realidade. Consciência da alma é a arte na qual todas as virtudes são aparentes. É o método refinado de elevar a consciência para além do mundo material e sublimar o grosseiro com o sutil. Consciência da alma é o eu essencial. Conhecer o eu dessa forma é o atalho para a harmonia interior. Visualizar, realizar e experimentar o eu como um ser completo e soberano é bem-aventurança.





Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 15 de julho de 2014

HARMONIA E MEDITAÇÃO

Àqueles que querem praticar a meditação, explica-se que primeiro devem fazer o silêncio em si mesmos. Então, eles fecham os olhos para se concentrarem… Mas, muitas vezes, o que é que se passa? Todas as suas preocupações, inquietações e animosidades vêm imediatamente à superfície e, pouco depois, é-lhes impossível permanecerem imóveis e manterem a postura correta. Por isso, quem começa a praticar a meditação deve saber à partida que se trata de um exercício difícil que exige uma grande disciplina. Com efeito, o silêncio interior que ele procura obter é o resultado de uma sintonia entre os três planos, físico, astral e mental; e ele só consegue esta sintonia se começar por disciplinar o seu corpo físico, o seu coração e o seu intelecto para introduzir neles a harmonia. “Harmonia”… Impregnai-vos desta palavra, pois ela é a chave que abre as portas da região do silêncio: harmonia no plano físico, harmonia no plano astral (os sentimentos), harmonia no plano mental (os pensamentos) e também harmonia entre esses três planos. O silêncio que então conseguireis criar em vós será acompanhado de uma sensação de alívio, de libertação: sairão pesos dos vossos ombros, desaparecerão entraves, e a vossa alma, escapando da sua prisão, expandir-se-á livremente no espaço.





Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O PROPÓSITO DA VIDA

Há muitas pessoas que lhe darão o propósito da vida; elas lhe dirão o que os livros sagrados dizem. Pessoas espertas continuarão inventando qual é o propósito da vida. O grupo político terá um propósito, o grupo religioso terá outro propósito, e assim por diante. Assim, qual é o propósito da vida quando você mesmo está confuso? Quando estou confuso, eu lhe faço esta pergunta: “Qual é o propósito da vida?” porque espero que através desta confusão, encontrarei uma resposta. Como posso encontrar uma resposta verdadeira quando estou confuso? Compreende? Se estiver confuso, só posso receber uma resposta que também é confusa. Se minha mente está confusa, se minha mente está perturbada, se minha mente não é bela, calma, qualquer resposta que eu receba será através da tela da confusão, angústia, e medo; portanto, a resposta será pervertida. Então, o importante não é perguntar “Qual é o propósito da vida, da existência?” mas esclarecer a confusão que está dentro de você. É como o homem cego que pergunta: “O que é luz?” Se eu lhe digo o que é luz, ele escutará de acordo com sua cegueira, de acordo com sua escuridão; mas suponha que ele é capaz de ver, então ele nunca perguntará “O que é luz?” Está ali. Do mesmo modo, se você puder clarear a confusão dentro de você mesmo, então descobrirá qual é o propósito da vida; você não terá que perguntar, não terá que procurar; tudo que você tem que fazer é estar livre daquelas causas que provocam confusão.





J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PROCURAR O QUE FAZ BEM E MARAVILHA

Por que é que vos sentis tantas vezes pobres e sem recursos? Porque vos habituastes a olhar para baixo, isto é, a ver tudo o que é motivo de preocupações, de inquietações, de desgostos. Esqueceis-vos de olhar para cima, para onde se encontram a luz, a beleza, tudo o que pode dar um impulso à vossa alma e levá-la a descortinar os meios para ultrapassar as dificuldades. As preocupações e as dificuldades existirão sempre, seja o que for que façais; é inútil lutar contra elas, pois vós é que ficareis esmagados. O que fazer, então? Exatamente o que se faz contra as intempéries ou contra os insetos: arranja-se o equipamento adequado. Contra a chuva, usa-se um guarda-chuva; contra o frio, vestem-se roupas quentes; contra os mosquitos, põe-se uma rede mosquiteira ou usam-se produtos para os afastar. Pois bem, contra as dificuldades não há outra solução a não ser olhar para o alto a fim de receber a luz e a força. E olhar para o alto é também aprender a regozijar-se com aquilo que até aí se negligenciou. Procurai, em cada dia, descobrir alguma coisa que vos faz bem ou vos maravilha – pode ser um contacto com alguém, um acontecimento, um objeto, um pensamento –, colocai-o no vosso coração, na vossa inteligência, na vossa memória, e agradecei por o terdes encontrado no vosso caminho.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A TRIBULAÇÃO PRODUZ FORTALEZA

"Sabendo que a tribulação produz fortaleza." - Paulo. (ROMANOS, 5:3)

Quereis fortaleza? Não vos esquiveis à tempestade.

Muita gente pretende robustecer-se ao preço de rogativas para evitar o serviço áspero. Chegada a preciosa oportunidade de testemunhar a fé, internam-se os crentes, de maneira geral, pelos caminhos largos da fuga, acreditando-se em segurança. Entretanto, mais dia menos dia, surge a ocasião dolorosa em que abrem falência de si mesmos.

Julgam-se, então, perseguidos e abandonados.

Semelhantes impressões, todavia, nascem da ausência de preparo interno.

Esquecem-se os imprevidentes de que a tempestade possui certas funções regeneradoras e educativas que é imprescindível não menosprezar.

A tribulação é a tormenta das almas. Ninguém deveria olvidar-lhe os benefícios.

Quando a verdade brilhar, no caminho das criaturas, ver-se-á que obstáculos e sofrimentos não representam espantalho para os homens, mas sim quadros preciosos de lições sublimes que os aprendizes sinceros nunca podem esquecer.

Que seria da criança sem a experiência? Que será do espírito sem a necessidade?

Aflições, dificuldades e lutas são forças que compelem à dilatação de poder, ao alargamento de caminho.

É necessário que o homem, apesar das rajadas aparentemente destruidoras do destino, se conserve de pé, desassombradamente, marchando, firme, ao encontro dos sagrados objetivos da vida. Nova luz lhe felicitará, então, a esfera íntima, conduzindo-o, desde a Terra, à gloriosa ressurreição no plano espiritual.

Escutemos as palavras de Paulo e vivamo-las!

Ai daqueles que se deitarem sob a tempestade! Os detritos projetados do monte pelas correntes do aguaceiro poderão sufocá-los, arrastando-os para o fundo do abismo.






Francisco Cândido Xavier / Emmanuel






Fonte: do livro "Vinha de Luz",14 ed., RJ, FEB, 1996, cap. 119
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

domingo, 13 de julho de 2014

A IDEOLOGIA IMPEDE A AÇÃO

"Estamos preocupados com a reconciliação dos efeitos e não em deixar de lado as causas dos problemas."


O mundo está sempre próximo da catástrofe. Mas ele parece mais próximo agora. Vendo esta catástrofe se aproximando, muitos de nós se abrigam em ideias. Achamos que esta catástrofe, esta crise, pode ser resolvida com uma ideologia. A ideologia é sempre um impedimento para a relação direta, o que impede a ação. Nós queremos a paz apenas como uma ideia, mas não como realidade. Queremos paz no nível verbal, que é apenas o nível do pensar, embora o chamemos orgulhosamente de nível intelectual. Mas a palavra paz não é paz. A paz só pode existir quando a confusão que você e o outro fazem cessar. Nós somos apegados ao mundo das ideias e não à paz. Buscamos novos padrões sociais e políticos e não a paz; estamos preocupados com a reconciliação dos efeitos e não em deixar de lado as causas da guerra. Esta busca só vai trazer respostas condicionadas pelo passado. Este condicionamento é o que chamamos conhecimento, experiência; e os novos fatos são traduzidos, interpretados, de acordo com este conhecimento. Assim, existe conflito entre o que é e a experiência passada. O passado, que é conhecimento, não deve estar em conflito com o que é, que está sempre no presente. Então, isto não resolverá o problema, mas perpetuará as condições que criaram o problema.






J. Krishnamurti






Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

VIVER NESTE MUNDO ANONIMAMENTE

"O sucesso é muito mais importante para nós do que a compreensão e dissolução do sofrimento."

Não é possível viver neste mundo sem ambição, simplesmente sendo quem você é? Se você começar a compreender o que você é sem tentar mudar isto, então o que você é passa por uma transformação. Penso que se pode viver neste mundo anonimamente, completamente ignorado, sem ser famoso, ambicioso, cruel. Pode se viver muito felizmente quando nenhuma importância é dada ao ego; e isto também faz parte da educação correta. O mundo todo adora o sucesso. Você ouve histórias de como o menino pobre estudou a noite e, finalmente, se tornou juiz, ou como ele começou vendendo jornais e acabou multimilionário. Você é alimentado com a glorificação do sucesso. Com o empreendimento do grande sucesso há também grande sofrimento, mas a maioria de nós está presa no desejo de empreender, e o sucesso é muito mais importante para nós do que a compreensão e dissolução do sofrimento.






J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PACIÊNCIA - ACEITAÇÃO

Quando fico muito ansioso pelos resultados de algo que está por vir, é como se eu tentasse comer o fruto verde. Tudo acontece de acordo com o seu próprio tempo e estação. Eu não posso ter a esperança de colher mangas fora da estação, quando a árvore nem sequer floresceu. Mas, quando surgir a primeira fruta haverá muito prazer em saboreá-la.

Quando somos gentis conosco, quando desaceleramos e dançamos suavemente a música da vida, os relacionamentos conosco e com os outros mudam. Conseguimos acalmar a autocobrança e serenizar as exigências em relação às pessoas. Permitimos ser o que somos e também aceitamos os limites dos outros. Aceitação torna a face mais bonita, o corpo mais relaxado. Traz harmonia a todos ao redor, aquietando a atmosfera.





Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 12 de julho de 2014

A VERDADE RESSOA - CAMINHOS ESPIRITUAIS

A verdade ressoa. 

Assim, quando nos interessamos por outras práticas espirituais, podemos descobrir que elas estão na verdade alinhadas com as coisas que estamos aprendendo em nosso próprio caminho espiritual.

Não sei lhe dizer quantas vezes já ouvi pessoas que tiveram um pequeno contato com a cabala dizer: “Que incrível, isso soa como algo que já aprendi anteriormente” ou “Eu sempre soube isso.” 

O motivo pelo qual elas se sentem dessa maneira é que, se o que elas estão estudando for, com efeito, um ensinamento espiritual que traz energia positiva para o mundo, então se trata de Luz. É energia.

Quando lidamos com energia, sabemos que não existe "minha Luz" ou "sua Luz". 

Todos os ensinamentos espirituais contém uma essência da verdade, da Luz. 

Os vários caminhos espirituais são simplesmente veículos para nos levar a essa Luz.





Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 11 de julho de 2014

VÉU SOBRE O PASSADO

É sem razão que se aponta o fato de o Espírito não se lembrar das suas vidas anteriores como um obstáculo para que ele possa tirar proveito das experiências que nelas viveu. Se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é porque isso deve ser útil.

De fato, essa lembrança provocaria inconvenientes muito graves; poderia, em alguns casos, nos humilhar muito, ou ainda excitar nosso orgulho e, por isso mesmo, dificultar nosso livre-arbítrio. Em outros casos ocasionaria inevitável perturbação às relações sociais.

Muitas vezes, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu e se encontra relacionado com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio se revelasse outra vez, e sempre se sentiria humilhado diante daqueles que tivesse ofendido. Para o nosso aperfeiçoamento, Deus nos dá precisamente o que necessitamos e nos é suficiente: a voz da consciência e nossas tendências instintivas, e nos tira o que poderia prejudicar-nos. O homem traz, ao nascer, aquilo que adquiriu; nasce como se fez. Cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi: se está sendo punido, é porque fez o mal.

Suas más tendências atuais indicam-lhe o que deve corrigir em si mesmo e é nisso que deve concentrar toda a sua atenção, já que o que for completamente corrigido nenhum traço deixará.

A voz da consciência o adverte do bem e do mal e para que tome boas resoluções, e lhe dá as forças para resistir às más tentações. Além disso, esse esquecimento acontece apenas durante a vida corpórea. Ao voltar à vida espiritual, o Espírito readquire a lembrança do passado: trata-se apenas de uma interrupção temporária, tal como acontece na vida terrena, durante o sono, e que não nos impede de lembrar, no dia seguinte, o que fizemos na véspera e nos dias anteriores.

Mas não é apenas depois da morte que o Espírito recobra a lembrança de seu passado. Pode-se dizer que ele nunca a perde, pois a experiência prova que quando encarnado, durante o sono do corpo, ele goza de uma certa liberdade e tem consciência de seus atos anteriores. Ele sabe por que sofre, e da justiça desse sofrimento. Assim, ele pode adquirir novas forças nestes instantes do sono do corpo, da emancipação da alma, desde que saiba aproveitar esses momentos dos quais guardará uma leve lembrança, que se apagará durante o dia, para não lhe causar sofrimento e não prejudicar suas relações sociais.





Allan Kardec





Fonte: do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A RESPONSABILIDADE DE SER VOCÊ MESMO

Para ser totalmente livre, você precisa estar totalmente ciente, porque a prisão é uma coisa enraizada na inconsciência, não vem de fora. Ninguém pode aprisionar você. Você pode ser destruído, mas sua liberdade não pode ser tirada - a menos que você abra mão dela.

Em última análise, é sempre seu desejo de não ser livre que o prende. É seu desejo de ser dependente, seu desejo de abandonar a responsabilidade de ser você mesmo, que faz de você um prisioneiro.

No momento em que se assume responsabilidade por si mesmo... E lembre-se de que não existem apenas as rosas, há espinhos nelas; nem tudo é doce, há muitos momentos amargos. O doce é sempre equilibrado pelo amargo, os dois vêm sempre em igual proporção.

As rosas são equilibradas pelos espinhos, os dias pelas noites, os verões pelos invernos. A vida mantém um equilíbrio entre as duas polaridades opostas; por isso, aquele que está disposto a aceitar a responsabilidade de ser ele mesmo, com todas as suas belezas, amarguras, alegrias e agonias, pode ser livre. Só ele pode ser livre.

Aceite a responsabilidade de ser você mesmo, como você é, com tudo que é bom e tudo que é mau, com tudo que é belo e tudo que não é. Nessa aceitação acontece uma transcendência, e você se torna livre.

Liberdade significa transcendência, ir além da dualidade. Então você não é êxtase nem agonia, é apenas uma testemunha de tudo que acontece consigo.

Essa transcendência é a verdadeira liberdade, que faz uma pessoa ser iluminada, liberta.






Osho






Fonte: "Meditações Para o Dia"
http://www.palavrasdeosho.com/

CARNE - LADO ESPIRITUAL DA QUESTÃO (ANDRÉ LUIZ - EMMANUEL - RAMATIS)

Para ajudar a compor o discernimento de cada um, repassamos uma coletânea de conceituados espíritos (Emmanuel, Ramatis, André Luiz) sobre "o lado de lá" da questão alimentícia, e como os amparadores relatam nossa "opção alimentar". Ainda não é para a compreensão e prática de todos da Terra. Mas já dá para, praticando ou não, pelo menos os espiritualistas, sensitivos, médiuns, projetores e estudiosos terem, no mínimo, ciência.

"Deus não condena suas criaturas, nem as pune por seguirem diretrizes tradicionais e que lhes parecem mais certas. A culpa começa exatamente onde também começa a consciência, quando já pode distinguir o justo do injusto e o certo e errado." (Ramatis)

Cremos desnecessário falarmos dos nutrientes provenientes da alimentação carnívora, pois que a natureza oferece uma alimentação de melhor qualidade, sem que seja necessário cometermos tantos abusos contra animais indefesos.

É tão importante a maneira como nos alimentamos que, André Luiz, no livro "Missionários da Luz", descreve várias situações sobre a alimentação, seus excessos e qualidade. Encontramos no cap. 3, "anomalia no aparelho digestivo" (em médium tentando receber mensagem espiritual), assim descrito:

"... O estômago dilatara-se-lhe horrivelmente e os intestinos pareciam sofrer estranhas alterações. Presenciava não o trabalho de um aparelho digestivo usual, mas sim de um vasto alambique, cheio de pasta de carne e caldos gordurosos, cheirando a vinagre de condimentação ativa. Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se muitos parasitas conhecidos, mas, além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas, que se agrupavam em grandes colônias, desde os músculos e as fibras do estômago até a válvula ileocecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição."

Alias, é bom mostrarmos alguns trechos do livro "Missionários da Luz", ditado por André Luiz, e psicografado por Chico Xavier, (sobre atividades espirituais na Terra, vistas pelo ponto de vista dos amparadores) pois elas nos mostrarão um lado da história que talvez bem poucos tenham conhecimento...

Diz o instrutor Alexandre, no cap. 4, p. 41, evocando a sua última existência física:

"A pretexto de buscar recursos protéicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos. Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem a Obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência. O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal muita vez, à custa de resíduos, devia criar para nosso uso certas reservas de gordura, até que os prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes. Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a supostas vantagens de enriquecer os valores culinários. Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mãe, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente. Encarecíamos, com toda a responsabilidade da Ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos protéicos ao organismo, sem recorrer à indústria da morte. Esquecíamos de que o aumento dos laticínios, para enriquecimento da alimentação, constitui elevada tarefa, porque tempos virão, para a humanidade terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado."

Adiante, na p. 42 da mesma obra:

"Os seres inferiores e necessitados do planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis. Confiam na tempestade furiosa que perturba as forças da natureza, mas fogem, desesperados, à aproximação do homem de qualquer condição, excetuando-se os animais domésticos que, por confiar em nossas palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro, quase sempre com lágrimas de aflição, incapazes de discernir com o raciocínio embrionário onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão."

Na p. 135, encontramos um quadro "Dantesco", diante do quadro estarrecedor do matadouro, onde se processava a matança dos bovinos, o autor descreve a turba de espíritos famintos que, em lastimáveis condições, se atiravam desesperados aos borbotões de sangue vivo, tentando obter o tônus vital que lhes favorecesse um contato mais nítido com o mundo físico. Diz André Luiz, reproduzindo a palavra do mentor:

"Estes infelizes irmãos que não nos podem ver, pela deplorável situação de embrutecimento e inferioridade, estão sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais. São famintos que causam piedade."

A cena identifica mais uma das funestas realidades que se produzem devido a matança do animal, pois as almas ainda escravas das sensações inferiores que perambulam no espaço sem objetivos superiores, encontram nos lugares onde se derrama em profusão o sangue do animal os meios de que precisam para consolidar as perseguições e incentivar o desregramentos humano. O autor em questão transcreve, em seguida, novo dialogo com o seu interlocutor desencarnado na p. 136:

"Por que tamanha sensação de pavor, meu amigo? Saia de si mesmo, quebre a concha da interpretação pessoal e venha para o campo largo da justificativa. Não visitávamos nós ambos, na esfera da Crosta, os açougues mais diversos? Lembro-me de que em meu antigo lar terrestre havia sempre grande contentamento familiar pela matança dos porcos. A carcaça de carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto do estômago. Com o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão inferiores quanto já o fomos, dos animais mortos cujo sangue fumegante lhes oferece vigorosos elementos vitais."

Ficou demonstrado, nessa obra mediúnica, de confiança, que o vício da alimentação carnívora é sinal de inferioridade espiritual; a ingestão de vísceras cadavéricas e a consequente adesão ao progresso dos matadouros mantém a fonte que ainda sustenta a vitalidade dos obsessores e dos agentes das trevas sobre a humanidade terrestre. O homem paga, diariamente, com a multiplicidade de doenças, incômodos e consequências funestas em seu lar, a incúria espiritual de ainda devorar os restos mortais do animal criado por Deus e destinado a fins úteis. Sugerimos a leitura completa dessa obra que trata mais desse assunto e que não podemos transcrever aqui agora, além de outros assuntos interessantes...

Emmanuel, o mentor do médium Chico Xavier, em comunicação aludindo ao aparecimento e evolução do homem assim se manifesta:

"Os animais são os irmãos inferiores dos homens. Eles também, como nós, vem de longe, através de lutas incessantes e redentoras, e são, como nós, candidatos a uma posição brilhante na espiritualidade. Não é em vão que sofrem nas fainas benditas da dedicação e da renúncia, em favor do progresso dos homens."

Evidencia-se, portanto, através dessas declarações de espíritos credenciados no labor mediúnico espírita e de nossa confiança, que muito grave é a responsabilidade dos espíritas no tocante à alimentação carnívora. De modo algum ser-nos-á tolerada pela Lei da Vida, da qual não podemos alegar desconhecimento, qualquer desculpa posterior, que nos suavize a culpa de trucidarmos o nosso irmão menor.

É a própria bibliografia espírita, que nos notifica de tais deveres e acentua a urgente necessidade do vegetarianismo. Já dissemos antes, que a humanidade superior não aprova o macabro banquete de vísceras cadavéricas. Lembramo-nos o conceito sensato de Allan Kardec, de que "a natureza espiritual deve predominar sobre a natureza animal". E disso podemos ter a comprovação através das próprias obras mediúnicas que afirmamos serem de confiança.

O conceito ao pé da letra, de que "a carne alimenta a carne" está desmentido pelo fato de que o boi, o camelo, o cavalo e o elefante, como espécie vigorosas e duradouras, são avessos à carne e não se ressentem da falta das famosas proteínas provindas das vísceras animais. Quanto a afirmativa de que "o homem deve alimentar-se conforme reclame a sua organização", não há dúvida alguma, pois enquanto a organização bestial de um Nero pedia fartura de carne fumegante, Jesus se contentava com um bolo de mel e um pouco de caldo de cereja. Assim como não haveria nenhum proveito espiritual para Nero, se ele deixasse de comer carne, de modo algum Gandhi careceria mais do que um copo de leite de cabra, para sua alimentação...

Ramatis, por sua vez, usa seu estilo inconfundivelmente direto para nos fazer ver como nosso hábito é visto por seres dos planetas e planos que aspiramos galgar:

"... Embora os antropófagos também atendam aos "sagrados imperativos naturais da vida", nem por isso endossais os seus cruentos festins de carne humana, assim como também não vos regozijais com as suas imundícies à guisa de alimentação ou com as suas beberagens repugnantes e produtos da mastigação do milho cru! Do mesmo modo como essa nutrição canibalesca vos causa espanto e horror, também a vossa mórbida alimentação de vísceras e vitualhas sangrentas, ao molho picante, causa terrível impressão de asco às humanidades dos mundos superiores. Essas coletividades se arrepiam em face das descrições dos vossos matadouros, charqueadas, açougues e frigoríficos enodoados com o sangue dos animais e a visão patética de seus cadáveres esquartejados."

"... Entretanto, a antropofagia dos selvagens ainda é bastante inocente, em face do seu apoucado entendimento espiritual; eles devoram o seu prisioneiro de guerra, na cândida ilusão de herdar-lhe as qualidades intrépidas e o seu vigor sanguinário. Mas os civilizados, para atenderem às mesmas lautas e fervilhantes de órgãos animais, especializam-se nos caldos epicurísticos e nos requintes culinários, fazendo da necessidade do sustento uma arte enfermiça de prazer. O silvícola antes de ser moído por pancadas; depois rompe-lhe as entranhas e o devora, famélico, exclusivamente sob o imperativo natural de saciar a fome; a vítima é ingerida às pressas, cruamente, mas isso se faz distante de qualquer cálculo de prazer mórbido. O civilizado, no entanto, exige os retalhos cadavéricos do animal na forma de suculentos cozidos ou assados a fogo lento; alega a necessidade de proteína, mas atraiçoa-se pelo requinte do vinagre, da cebola e da pimenta, desculpa-se com o condicionamento biológico dos séculos em que se viciou na nutrição carnívora, mas sustenta a lúgubre indústria das vísceras e das glândulas animais enlatadas; paraninfa a arte dos cardápios da necrofagia pitoresca e promove condecorações para os "mestres-cucas" da culinária animal! ..."

Em outra questão, continua Ramatis a enfocar o lado etérico da alimentação animal:

"... A substância astral, inferior, que exsuda a carne do animal, penetra na aura dos seres humanos e lhes adensa a transparência natural, impedindo os altos vôos do espírito. Nunca havereis de solucionar problema tão importante com a doce ilusão de ignorar a realidade do equívoco da nutrição carnívora e, quiçá, tarde demais para a desejada solução."

"Expomos aquilo que deve ser meditado e avaliado com urgência, porque os tempos são chegados e não há subversão no mecanismo sideral. É mister que compreendais, com toda brevidade, que o veículo perispiritual é poderoso ímã que atrai e agrega as emanações deletérias do mundo inferior, quando persistis nas faixas vibratórias das paixões animais. É preciso que busqueis sempre o que se afina aos estados mais elevados do espírito, não vos esquecendo de que a nutrição moral também se harmoniza à estesia do paladar físico. Em verdade, enquanto os lúgubres veículos manchados de sangue percorrem as vossas ruas citadinas, para despejar o seu conteúdo sangrento nos gélidos açougues e atender às filas irritadas à procura de carne, muitas reencarnações serão ainda precisas para que a vossa humanidade se livre do deslize psíquico, que sempre há de exigir a terapia das úlceras, cirroses hepáticas, nefrites, artritismo, enfartes, diabetes, tênias, amebas e uremias!"

Aos olhos de Ramatis, o "alimento" humano se apresenta com sua verdadeira natureza animal:

"... Aqui, a designação de "dobradinha à moda da casa" apenas disfarça o repulsivo ensopado de estômago de boi; ali, os sugestivos "miúdos à milanesa" são apenas retalhos de vesículas de fígado, traindo o sabor amargo da bílis animal; acolá, os "apetitosos rins no espeto" não conseguem sublimar a sua natureza de órgãos excretores da albumina e da uréia, que ainda se estagnam sob o cutelo mortífero. Embora se queira louvar o esforço do mestre culinário, o "mocotó à européia" não passa de viscoso mingau de óleo lubrificante de boi abatido; os "frios à americana" não vão além de vitualha sangrenta, e a "feijoada completa" é apenas um nauseante charco de detritos cozidos na imundice do chouriço denegrido, dos pés, películas e retalhos arrepiantes do porco, que ainda se misturam à uréia da banha gordurosa!"

"Quantas vezes o suíno é abatido no momento exato em que as iniciou um surto patogênico, cuja virulência ainda não pode ser assinalada pelo veterinário mais competente, salvo o caso de rigorosa autópsia e meticuloso exame de laboratório! Para isso evitar, a matança de porcos exigiria, pelo menos, um veterinário para cada animal a ser sacrificado ..."

"... Quantas vezes, enquanto o cabrito doméstico lambe as mãos de seu senhor, a quem se afinizara inocentemente, recebe o infeliz animal a facada traiçoeira nas entranhas, apenas porque é véspera do "Natal de Jesus"! A vaca se lamenta e lambe o local onde matam o seu bezerro; o cordeiro chora na ocasião de morrer!"

"Só não matais o rato, o cão, o cavalo ou o papagaio, para as vossas mesas festivas, porque a carne desses seres não se acomoda ao vosso paladar afidalgado; em consequência, não é a ventura do animal o que vos importa, mas apenas a ingestão prazenteira que ele vos pode oferecer nas mesas lúgubres ..."

Ramatis compreende, entretanto, a opção alimentar dos mais ignorantes. Mas nota que o homem dito "civilizado" não raro é, injustificadamente, mais bem mais selvagem que o bruto:

"... O selvagem, embora feroz e instintivo, serve-se da carne pela necessidade exclusiva de nutrição e sem transformá-la em motivos para banquetes e libações de natureza requintada; entre os civilizados, entretanto, revivem esses mesmos apetites do selvagem mas, paradoxalmente, de modo mais exigente, servindo de pretexto para noitadas de prazer ..."

"É evidente que se deve desculpar o bugre ignorante, que ainda se subjuga à nutrição carnívora e perverte o seu paladar, porque a sua alma atrasada ignora a soma de raciocínios admiráveis que ao civilizado já é dado movimentar na esfera científica, artística, religiosa e moral. Enquanto os banquetes pantagruélicos dos Césares romanos marcam a decadência de uma civilização, a figura de Gandhi, sustentado a leite de cabra, é sempre um estímulo para composição de um mundo melhor ..."

Por fim, Ramatis não defende mudanças radicais. Compreendendo a natureza do homem, propõe a conscientização, e uma gradual tentativa de mudança, a todos exequível:

"... Não sugerimos a violência orgânica para aqueles que ainda não suportariam essa modificação drástica; para esses, aconselhamos gradativamente adaptações do regime da carne de suíno para o da de boi, do de boi para o de ave, e do de ave para o de peixe e mariscos. ... Mas é claro que tudo isso pede por começar e, se desde já não efetuardes o esforço inicial que alhures tereis de enfrentar, é óbvio que hão de persistir tanto esse tão alegado condicionamento biológico como a natural dificuldade para uma adaptação mais rápida."

"Mas é inútil procurardes subterfúgios para justificar a vossa alimentação primitiva e que já é inadequada à nova índole espiritual; é tempo de vos asseardes, a fim de que possais adotar novo padrão alimentício. Inegavelmente, o êxito não será alcançado do modo por que fazeis a substituição do combustível de vossos veículos; antes de tudo, a vossa alma terá que participar vigorosamente de um exercício, para que primeiramente elimine da mente o desejo de comer carne ..."

"... há mais invigilância mental do que condicionamento biológico, de vossa parte, no tocante à alimentação carnívora, e isso podeis verificar pela contradição do vosso gosto e paladar, que se pervertem sob a falsa imaginação. ... Enquanto vos deixardes comandar discricionariamente por essa vontade débil e pela imaginação deformada, ou inconsciência imaginativa, sereis sempre as vítimas dos vícios tolos do mundo e da alimentação perniciosa da carne."

"... A culpa começa exatamente onde também começa a consciência quando já pode distinguir o justo do injusto e o certo e errado."

Afirma o professor Radoux, o cientista de Lausanne:

"É um preconceito acreditar que a carne nutre a carne. O regime da carne e do sangue é, pelo contrário, nocivo à beleza das formas, ao viço da tez, à frescura da pele, ao aveludado e brilho dos cabelos. Os comedores de carne são mais acessíveis que os vegetarianos às influências epidêmicas e contagiosas; os miasmas mórbidos e o vírus encontram um terreno maravilhosamente preparado para o seu desenvolvimento nos corpos saturados de humores e de substâncias mal elaboradas, nocivas ou já meio fermentadas e em decomposição."

No livro "Desdobramento", de Eurípedes Barsanulfo, Ismael Alonso e Miguel de Alcântara, encontramos informações sobre o prejuízo da alimentação carnívora. Eis o que nos informam os Espíritos:

"... insistimos ainda sobre o prejuízo do alimento carnívoro. Todos devem encarar essas tarefas sem se valerem da alimentação de carne de qualquer espécie, porque os seus fluidos, impregnados no organismo, são completamente contrários à ação dos fluidos dispensados nas correntes eletromagnéticas, onde as pessoas sentadas à volta de uma mesa se dão as mãos para praticar um tratamento à distância em prol de uma criatura que sofre. Há de estar-se bem preparado, além de moralmente, também fisicamente, porque o fluido ectoplásmico gerado pela carne é bastante pesado, e na medida em que a pessoa dele portadora recebe o fluido mais leve a circular pela corrente, ela sente um choque e passa mal. Pessoas desmaiam, vomitam, porque, repetimos, não estão de fato preparadas para o trabalho. A carne leva um fluido pesadíssimo, emanando um fluido ectoplásmico, como insistimos em repetir, que atrapalha bastante as pessoas. Observe-se uma pessoa que come a carne e ver-se-á como ela tem mais sono, mais vontade de repousar, enquanto o vegetariano consegue ficar por mais tempo acordado, sem sentir o peso do estômago."

Eurípedes Kühl que escreveu o livro "Animais - nossos irmãos", menciona:

"... Os milhões de animais que são mortos, quase sempre de forma brutal, fornecem energias protéicas ao homem, mas esse mesmo homem resgata essa crueldade nos campos de batalha, na matança repulsiva das guerras intermináveis. Tal perdurará até que a Humanidade transforme seus hábitos alimentares e suas estruturas sociais, empregando recursos materiais não em arsenais bélicos, mas nas lavouras, eliminando de vez o fabrico de armas, os matadouros e a alimentação carnívora."

No caso dos médiuns, o que deve ser considerado e respeitado é o efeito negativo que a carne produz no corpo e, por reverberação fluídica, no Espírito. Tal afirmação ficará melhor compreendida, ouvidas, em resumo, as palavras do Espírito Lancellin em "Iniciação - Viagem Astral", cap. "Valores Imortais":

"... Ao serem mortos os animais (no caso, bois) têm o fluido do plasma sanguíneo sugado por espíritos-vampiros, com habilidade espetacular. Tais vampiros fazem fila, um líder na frente, para sorver tal energia. Com o magnetismo inferior dos animais fortalecem seus baixos instintos, retribuindo fluidos pesados em infeliz reciprocidade; assim, carne e ossos do animal ficam impregnados dessa fluidificação negativa, a qual será transmitida aos homens que deles se alimentam."

Conclui alertando:

"... Os espíritas se livram desse magnetismo inferior com os recursos dos passes, da água fluidificada e, por vezes, de prolongadas leituras espirituais; os evangélicos e também alguns católicos se libertam dele nos ambientes das igrejas, mas sempre fica alguma coisa para se transformar em doenças perigosas ..."






Fonte: Grupo Voadores
voadores@yahoogrupos.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quinta-feira, 10 de julho de 2014

CONSCIÊNCIA E CENTRAMENTO

Primeiro é preciso entender o que significa consciência. Você está andando na rua. Está consciente de muitas coisas — das lojas, das pessoas que passam por você, do tráfego, de tudo. Está ciente de muitas coisas, menos de uma — você mesmo. Você está andando na rua, consciente de muitas coisas e esquecido de si mesmo! Essa consciência do eu George Gurdjiefif chamou de “lembrança de si mesmo”. Ele dizia: “Constantemente, onde quer que você esteja, lembre-se de si mesmo.”

Não importa o que esteja fazendo, nunca deixe de fazer outra coisa interiormente: ficar consciente do que estiver fazendo. Você está comendo — fique consciente de si mesmo. Está caminhando — fique consciente de si mesmo. Está ouvindo, está falando — fique consciente de si mesmo. Quando estiver com raiva, fique consciente de que está com raiva. Essa lembrança constante de si mesmo cria uma energia sutil, uma energia muito sutil dentro de você. Você começa a ser um ser cristalizado.

Na maior parte do tempo, você é só um saco vazio! Nenhuma cristalização, nenhum centro de verdade — só liquidez, só uma combinação ao acaso de muitas coisas sem nenhum centro. Uma multidão, em constante mudança, mas sem ninguém que a comande. A consciência é o que faz de você o comandante do navio — e quando eu digo comandante não quero dizer alguém que detenha o comando. Quero dizer uma presença — uma presença contínua. Sempre que estiver fazendo alguma coisa, ou não estiver fazendo nada, uma coisa tem de ser constante na sua consciência: que você é.

O simples sentimento de si mesmo, e de que esse si mesmo é, cria um centro — um centro de calma, um centro de silêncio, um centro de comando interior. Trata-se de um poder interior. E quando eu digo “poder interior” quero dizer literalmente isso. É por isso que Buda fala do “fogo da consciência” — ela é um fogo. Se começar a ficar consciente, você começará a sentir uma energia nova em você, um fogo, uma vida nova. E, por causa dessa vida nova, desse poder, dessa energia, muitas coisas que dominavam você se dissipam. Você não tem de lutar contra elas.

Você tem de lutar contra a sua raiva, contra a sua ganância, contra o sexo, porque você é fraco. Portanto, na verdade, a ganância, a raiva, o sexo não são o problema, a fraqueza é o problema. Quando você começar a ficar mais forte interiormente, com um sentimento de presença interior — de que você é —, suas energias ficam concentradas, cristalizadas num único ponto, e nasce um eu. Veja, não nasce um ego, nasce um eu. O ego é um sentido falso de eu. Mesmo sem ter um eu, você continua acreditando que você é um eu — que na verdade é o ego. Ego significa falso eu — você não é um eu, embora acredite que seja.

Maulungputra, um buscador da verdade, veio até Buda, que lhe perguntou: — O que você procura? Maulungputra disse: — Procuro por mim mesmo. Ajude-me! Buda lhe pediu para prometer que faria tudo o que fosse sugerido. Maulungputra começou a soluçar e disse: — Como posso prometer? Eu não sou, não sou ainda, como posso prometer? Não sei o que vou fazer amanhã; não tenho nenhum eu que possa prometer, por isso não peça o impossível. Eu vou tentar. Isso é tudo o que eu posso dizer: vou tentar. Mas não posso prometer que farei tudo o que você disser, pois quem fará isso? Estou em busca daquilo que pode prometer e pode cumprir uma promessa. Não sou ainda. Buda respondeu: — Maulungputra, fiz essa pergunta a você para ouvir isso. Se tivesse prometido, eu o poria daqui para fora. Tivesse você dito: “Prometo que farei” e eu teria descoberto que você não busca de fato a si mesmo, pois o buscador tem de saber que ele ainda não é. Do contrário, qual seria o propósito da busca? Se você já fosse, não haveria necessidade. Você não é! E se a pessoa consegue sentir isso, o ego evapora.

O ego é uma noção falsa de algo que ainda nem sequer existe. “Eu” significa um centro que pode prometer. Esse centro é criado pelo ser que está continuamente alerta, constantemente consciente. Tenha consciência de que você está fazendo algo — de que está sentado, de que agora você vai dormir, de que o sono está chegando, que você está caindo no sono. Tente ficar consciente o tempo todo e então você começará a sentir que nasce dentro de você um centro; as coisas começaram a se cristalizar, ocorre um centramento. Tudo passa a se relacionar com esse centro.





Osho






Fonte: em "Consciência: A Chave Para Viver em Equilíbrio"
http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A SINFONIA DA VIDA

Tudo é música na natureza: os rios que correm, as fontes que jorram, a chuva que cai, o rugir das torrentes, o movimento ininterrupto dos oceanos e dos mares, o soprar do vento, o sussurro das folhas nas árvores, os sons dos insetos, o canto das aves… E foi essa música que, desde a origem, despertou e alimentou o sentido musical no homem, foi ela que o incitou a exprimir-se ele próprio por um instrumento ou pelo canto, a evocar os momentos importantes da sua vida, a expressar o seu amor, as suas alegrias, as suas dores. Pela música, ele traduz também as suas aspirações místicas, canta o seu louvor ao Criador e, quando nós escutamos essa música, sentimos que ela desperta na nossa alma a lembrança de uma pátria celeste, a nostalgia de um paraíso perdido. O efeito é imediato. Instantaneamente, nós lembramo-nos de que viemos do Céu e ao Céu retornaremos… E um dia, quando a consciência superior despertar no homem, quando ele tiver desenvolvido possibilidades de percepção mais sutis, começará a ouvir a sinfonia grandiosa que ecoa através dos espaços, pois cada ser criado, das pedras às estrelas, emite vibrações que se propagam como ondas sonoras. Então, ele compreenderá o sentido da vida.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SONO E SONHOS (ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ANTROPOSÓFICAS)

(...) Um estado intermediário entre a vigília e o sono — eis o que é sonho.

O que as vivências oníricas oferecem a uma observação sensata é o multifário entretecimento de um mundo de imagens, o qual, no entanto, também abriga algo de normas e leis. Emersão e imersão, muitas vezes em sequências desordenadas, é o que à primeira vista esse mundo parece revelar. Em sua vida onírica o homem está desligado da lei da consciência de vigília, que o acorrenta à percepção dos sentidos e às normas de seu juízo. Não obstante, o sonho possui algo das misteriosas leis que são estimulantes e atraentes para o pressentimento humano, sendo a causa mais profunda do fato de se gostar de comparar sempre com o "sonhar" aquele admirável jogo de fantasia subjacente à sensibilidade artística. Basta lembrarmos alguns sonhos característicos para ver corroborada esta afirmação.

Uma pessoa sonha, por exemplo, estar rechaçando um cão que investe contra ela. Uma vez desperta, ela verifica que estava inconscientemente afastando de si uma parte do cobertor que se posicionara de modo não-habitual junto a seu corpo e, portanto, causara seu desconforto. O que, nesse caso, a vida onírica provoca a partir do fato sensorialmente perceptível? O que os sentidos perceberiam no estado de vigília a vida do sono deixa, de início, repousar inteiramente no inconsciente. Contudo esta retém algo essencial, ou seja, o fato de o homem querer afastar algo de si. Em torno disso, tece um processo metafórico. As imagens, como tais, são ecos da vida diurna desperta. A maneira como são extraídas dela possui algo de arbitrário. Cada qual tem a sensação de que o sonho, na mesma circunstância, poderia simular-lhe também outras imagens; porém a sensação de que a pessoa tem de afastar algo seria expressa simbolicamente. O sonho cria símbolos; ele é um simbolizador.

Também processos interiores podem transformar-se em tais sonhos simbólicos. Uma pessoa sonha que um incêndio crepita a seu lado; ela vê as labaredas no sonho. Desperta e sente que se cobriu demais, tendo ficado com calor. A sensação de calor excessivo se expressa simbolicamente na imagem.

Vivências muito dramáticas podem desenrolar-se no sonho. Alguém sonha, por exemplo, que está na beira de um precipício. Vê uma criança aproximar-se correndo. O sonho o faz vivenciar todos os tormentos causados pela ideia de uma possível desatenção da criança, ocasionando sua queda no abismo. Ele a vê cair e ouve o baque surdo do corpo no fundo. Desperta e verifica que um objeto pendurado na parede do quarto se desprendeu, provocando um ruído surdo ao cair. Esse simples incidente é expresso pela vida onírica num processo que se desenrola em imagens emocionantes. Por ora não é preciso ficar refletindo sobre como, neste último exemplo, o instante do choque de um objeto pode ter-se desdobrado numa série de fatos, parecendo estender-se por um certo lapso de tempo; basta considerar como o sonho transforma em imagem o que seria oferecido pela percepção sensorial desperta.

Vê-se, pois, que tão logo se interrompe a atividade dos sentidos, vigora no homem um elemento criador. Trata-se do mesmo elemento criador que também está presente no sono totalmente livre de sonhos, representando o oposto do estado anímico de vigília.

Para que se introduza esse sono sem sonhos, o corpo astral precisa ter-se retirado dos corpos físico e etérico. Durante o sonho, ele está separado do corpo físico na medida em que não possui mais ligação com seus órgãos sensoriais, mantendo, porém, ainda certa ligação com o corpo etérico. O fato de os processos do corpo astral poderem ser observados pictoricamente resulta dessa sua ligação com o corpo etérico. No momento em que cessa também essa ligação, as imagens submergem nas trevas da inconsciência, advindo o sono sem sonhos. O caráter arbitrário e frequentemente absurdo das imagens oníricas deve-se ao fato de o corpo astral, por causa de sua separação dos órgãos sensoriais do corpo físico, não ser capaz de relacionar suas imagens com os corretos objetos e ocorrências do mundo exterior.

Especialmente esclarecedora para esse caso é a observação de um sonho em que o eu, por assim dizer, se desagrega — quando alguém, por exemplo, sonha que é aluno e não sabe responder a uma pergunta do professor, ao passo que imediatamente depois o próprio professor a responde. Não podendo utilizar, durante o sonho, os órgãos perceptivos de seu corpo físico, ele não consegue relacionar ambos os processos consigo próprio, com a mesma pessoa. Portanto, também para reconhecer a si próprio como um eu permanente o homem precisa, de início, estar equipado com órgãos perceptivos exteriores. Só tendo adquirido a faculdade de tornar-se consciente de seu eu, por outros meios que não tais órgãos perceptivos, é que o homem poderia perceber, além de seu corpo físico, também o eu perene. A consciência supra-sensível deve adquirir tais faculdades... (...)





Rudolf Steiner






Fonte: do livro "A Ciência Oculta", 4ª ed.
Sociedade Antroposófica
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DIVINDADE - CORAÇÃO

Experimente o estado divino ao ser inocente de qualquer coisa inútil. Torne-se aquele que desconhece o desperdício, porque a força do desperdício algumas vezes termina com a consciência da verdade e da precisão. Seja inocente de qualquer desperdício de tempo, respiração, palavras e atos. Assim você naturalmente experimentará um estado divino de ser e proporcionará aos outros essa experiência também.

O coração é como uma flor - se não for aberto, não pode liberar sua fragrância ao mundo. A fragrância do coração é composta pelas qualidades e virtudes do nosso espírito. Porém, em um mundo que machuca, a maioria de nós aprendeu a fechar o coração. Abrir o coração hoje parece exigir tremenda coragem. É uma coragem que só vem quando nos damos conta de que ninguém pode nos ferir, independente do que digam ou façam. É uma coragem que vem da realização de que somos seres conscientes, inabaláveis e naturalmente virtuosos.





Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal