sexta-feira, 31 de outubro de 2014

AUTOCONHECIMENTO, CONSCIENTIZAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E COMPREENSÃO DO REAL

Assim, para compreender os inumeráveis problemas que cada um de nós tem, não é essencial que haja autoconhecimento? E esta é uma das coisas mais difíceis, autoconsciência – o que não significa isolamento, afastamento. Obviamente, conhecer a si mesmo é essencial; mas conhecer a si mesmo não implica um afastamento da relação. E seria um erro, certamente, pensar que a pessoa pode se conhecer significativamente, completamente, integralmente, por meio do isolamento, da exclusão, ou indo a algum psicólogo, ou sacerdote; ou que se pode aprender sobre si mesmo por meio de um livro. O autoconhecimento é, obviamente, um processo, não um fim em si mesmo; e para se conhecer, a pessoa deve estar consciente de si mesma em ação, o que é relação. Você se descobre, não no isolamento, não afastado, mas na relação, na relação com a sociedade, com sua esposa, seu marido, seu irmão, com o homem; mas descobrir como você reage, quais são nossas reações, requer uma extraordinária vigilância da mente, uma sutileza de percepção. (What Are You Doing with Your Life?)

O que é, é o que você é, não o que você gostaria de ser; não é o ideal, pois o ideal é fictício, mas é o que você realmente está fazendo, pensando e sentindo de momento a momento. O que é, é o real, e compreender o real requer conscientização, uma mente muito alerta, viva. Mas se nós começamos condenando o que é, se começamos a culpá-lo ou resistir a ele, então não vamos compreender seu movimento. Se eu quiser compreender alguém, não posso condená-lo – devo observá-lo, estudá-lo. Devo amar a própria coisa que estou estudando. Se você quiser compreender uma criança, deve amá-la e não condená-la. Você deve brincar com ela, ver seus movimentos, suas idiossincrasias, seus modos de comportamento; mas se você meramente condena, resiste ou a culpa, não haverá compreensão da criança. Do mesmo modo, para compreender o que é, a pessoa deve observar o que pensa, sente e faz de momento a momento. Isso é o real. Qualquer outra ação, qualquer ideal ou ação ideológica, não é o real – é, meramente, um anseio, um desejo fictício de ser alguma coisa que não existe. Assim, compreender o que é requer um estado de mente em que não há identificação ou condenação, o que significa uma mente que está alerta e, contudo, passiva. (Collected Works, Vol. V, 50, Choiceless Awareness)

A própria conscientização do que é, é um processo libertador. Enquanto estamos inconscientes daquilo que somos e ficamos tentando nos tornar outra coisa, haverá distorção e dor. A própria conscientização do que eu sou provoca transformação e liberdade de compreensão. (Collected Works, Vol. IV, 75, Choiceless Awareness)

O que queremos dizer com transformação? Certamente a cessação de todos os problemas, cessação do conflito, confusão e miséria. Se você observar, verá que a mente cultiva, semeia e colhe como um fazendeiro cultiva, semeia e ceifa. Mas, diferente do fazendeiro que permite ao campo descansar durante o inverno, a mente nunca se permite descansar. Como as chuvas, as tempestades, o brilho do sol recriam a terra, também durante esse descanso passivo, embora alerta, da mente, há rejuvenescimento, uma renovação, de modo que a mente se renova e os problemas são resolvidos. Os problemas são resolvidos apenas quando eles são vistos clara e rapidamente. A mente está constantemente distraída, fugindo, porque ver um problema claramente pode levar à ação que pode criar mais perturbação; e, assim, a mente fica, constantemente, evitando enfrentar o problema, o que só dá força ao problema. Mas, quando ele é visto claramente sem distorção, então deixa de existir. Enquanto você pensa em termos de transformação, não pode haver transformação, agora ou depois. A transformação só pode chegar quando todo problema é compreendido imediatamente. Você pode compreendê-lo quando não há escolha e busca por resultado, quando não há condenação ou justificação. Onde existe amor, não existe escolha nem busca por um fim, nem condenação, nem justificação. É este amor que provoca transformação. (Collected Works, Vol. IV, 206, Choiceless Awareness)




J. Krishnamurti




Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

APONTANDO O BASTÃO PARA O VELHO HOMEM

Quando o grande mestre Padmasambhava estava no Eremitério da Grande Rocha, em Samye, Sherab Gyalpo de Ngog, um homem inculto de 61 anos que tinha a mais alta fé e grande devoção pelo mestre, serviu-o por um ano. Enquanto isso, Ngog não pediu qualquer ensinamento, nem o mestre lhe deu qualquer um. Quando, depois de um ano, o mestre decidiu partir, Ngog ofereceu-lhe um prato de mandala, sobre o qual colocou uma flor de uma onça de ouro. Então ele disse: Grande mestre, pense em mim com bondade. Em primeiro lugar, eu sou inculto. Em segundo, minha inteligência é pequena. Em terceiro, estou velho, então meus elementos estão fatigados. Peço que você dê um ensinamento a um velho homem à beira da morte, que seja simples de entender, que possa cortar totalmente a dúvida, que seja fácil de realizar e de aplicar, que tenha uma visão efetiva, e que me ajude em vidas futuras.

O mestre apontou seu bastão de andarilho para o coração do velho homem e deu esta instrução: Ouça aqui, velho homem! Olhe para a mente desperta de sua própria consciência! Ela não tem forma nem cor, nem centro nem borda. Primeiro, ela não tem origem, mas sim é vazia. Depois, ela não tem lugar de permanência, mas sim é vazia. No fim, ela não tem destinação, mas sim é vazia. Esta vacuidade não é feita de qualquer coisa, e é clara e cognitiva. Quando vir isto e a reconhecer, você conhecerá seu rosto natural. Você entenderá a natureza das coisas. Você verá então a natureza da mente, determinará o estado básico da realidade e cortará completamente as dúvidas sobre tópicos do conhecimento.

Esta mente desperta da consciência não é feita de qualquer substância material, é auto-existente e inerente a você mesmo. Esta é a natureza da mente que não é fácil de realizar porque não é encontrada em qualquer lugar. Esta é a natureza da mente que não é constituída por um observador concreto e por algo percebido sobre o qual se fixar. Ela desafia as limitações da permanência e da aniquilação. Nela não há qualquer coisa a despertar; o estado desperto da iluminação é a sua própria consciência, que é naturalmente desperta. Nela não há qualquer coisa que vá para os infernos; a consciência é naturalmente pura. Nela não há qualquer prática a ser conduzida; sua natureza é naturalmente cognitiva. Esta é a grande visão do estado natural presente em você mesmo: saiba que isto não é encontrado em qualquer lugar.

Quando você entender a visão deste modo e quiser aplicá-la na sua experiência, onde quer que você esteja será o retiro na montanha de seu corpo. Qualquer aparência externa que você perceber será uma aparência naturalmente ocorrente e uma vacuidade naturalmente vazia; deixe-a ser, livre de construções mentais. As aparências naturalmente livres se tornarão suas ajudantes e você poderá praticar enquanto toma as aparências como caminho.

No interior, o que quer que se mova em sua mente, o que quer que você pense, não tem essência, mas sim é vazio. As ocorrências de pensamento serão naturalmente liberadas. Quando lembrar da essência de sua mente, você poderá tomar os pensamentos como caminho e a prática será fácil.

Como conselho mais interior: não importa que tipo de emoção perturbadora você sinta, olhe para a percepção e ela cessará sem deixar rastros. A emoção perturbadora é assim naturalmente liberada. Isto é simples de praticar.

Quando você puder praticar deste modo, seu treino de meditação não será confinado a sessões. Conhecendo que tudo é um ajudante, sua experiência de meditação será imutável, a natureza inata será incessante e sua conduta será inabalável. Onde quer que permaneça, você nunca está separado da natureza inata. Uma vez que você tenha realizado isto, seu corpo material poderá ser velho, mas a mente desperta não envelhecerá. Ela não conhece qualquer diferença entre jovem e velho. A natureza inata está além da inclinação e da parcialidade. Quando você reconhecer que a consciência, o despertar inato está presente em você mesmo, não haverá diferenças entre faculdades aguçadas ou fracas. Quando você entender que a natureza inata, livre da inclinação ou parcialidade, está presente em você mesmo, não haverá diferença ente um aprendizado grande ou pequeno. Mesmo que o seu corpo, o suporte da mente, caia, o Dharmakaya da sabedoria da consciência será incessante. Quando você obtiver estabilidade neste estado imutável, não haverá diferença entre um tempo de vida longo ou curto.

Velho homem pratique o verdadeiro significado! Leve a prática ao coração! Não permita a fala inútil e tagarelice sem objetivo! Não se envolva em metas comuns! Não se perturbe com a preocupação de ter prole! Não almeje excessivamente comida e bebida. Pretenda morrer como um homem comum! Sua vida está correndo, então seja diligente! Pratique esta instrução para um velho homem à beira da morte!

Por ter apontado o bastão para o coração de Sherab Gyalpo, isto é chamado “A Instrução do Apontar o Bastão para o Velho Homem”. Sherab Gyalpo de Ngog foi liberado e atingiu realização.”

(Isto foi anotado pela princesa de Kharchen [Yeshe Tsogyal] para o bem das futuras gerações. É conhecido pelo nome “A Instrução do Apontar o Bastão”.)


Publicado em português no livro “Ensinamentos do Mestre que Nasceu do Lótus”, pela Editora Makara. Em inglês, Advice From The Lotus Born, Rangjung Yeshe Publications. Padmasambhava, literalmente significa “aquele que nasceu do lótus”, foi o mestre que levou o budismo para o Tibete por volta do ano 800 d.c.



Publicado por Miguel Berredo, Editor do Blog Bodisatva




Fonte: http://bodisatva.com.br/
Fonte da Gravura: A Mãe e a Vasilha Aquariana
Pintura de Ludger Philips
http://www.ludgerphilips.org/

O CORPO É DESTRUÍDO, O ESPÍRITO NÃO

Um criminoso foi executado: as pessoas devem saber que só se viram livres dele no plano físico; na realidade, ele continua a viver nos planos subtis, pois a sua alma, habitada por maus instintos, continua a existir. Depois de morto, esse criminoso vai para os planos astral e mental inferiores e alimenta o mal infiltrando-se na cabeça e no coração daqueles que, na Terra, estão ligados a ele pelas mesmas afinidades criminosas. Através desses seres, ele esforça-se por continuar a realizar os seus projetos malfazejos. De certo modo, ele tem até mais possibilidades de ação do que antes da sua morte, pois já não está limitado pelo corpo físico. E acontece o mesmo quando se massacra seres justos, santos, profetas, todos os que se puseram ao serviço do bem, do amor, da luz. Só o seu corpo é destruído, o seu espírito não. Também eles, no além, continuam a alimentar as mesmas convicções, o mesmo desejo de esclarecer os humanos, de os libertar. Eles prosseguem, pois, o seu trabalho penetrando nas cabeças e nos corações de todos aqueles que, no mundo, são capazes de os compreender e de os seguir. A sua morte não para a propagação das suas ideias.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SENTIMENTOS - COMPLEMENTARIDADE - ESPIRITUALIDADE - INTROSPECÇÃO

Sempre que dizemos que nossos sentimentos são por causa das situações ou pessoas, estamos culpando-os por nosso estado mental. Cada um de nós é responsável pelos próprios sentimentos. Podemos tomar conta dos nossos pensamentos e ações, mas no fim os outros criarão seus próprios sentimentos e nós não devemos nos sentir culpados se os outros estão causando tristeza. Nada e ninguém estão sob nosso controle. A mente de outras pessoas pode não fazer o que queremos, só temos controle sobre nossa própria mente. (BK Shivani, Awakening with Brahma Kumaris)

Harmonia, bem-estar e realização são possíveis quando a consciência é universal e inclusiva, quando reconhecemos as necessidades de todas as coisas na vida e damos a elas espaço para expressar seu direito básico de ser. Quando as pessoas são exclusivas, quando o fundamento da sua identidade é baseada no ego e na superioridade, a harmonia se perde. A razão do conflito é sentir-se no direito de dominar ou suprimir outros por sentir-se melhor do que o outro. Mas a crença de suplantar os outros para provar o autovalor ou uma ideia, ultrapassa o princípio básico da vida: a complementaridade. Quando aprendemos a complementar e não competir, há paz e autorrespeito. Autorrespeito significa reconhecer-me como sou e cumprir o meu objetivo, sem prejudicar outros ou me comparar com outros.

Existe um ditado que diz: Assim como é a atitude então é a visão. Assim como é a nossa atitude é o mundo. Quando nossa atitude é estável, então nossa visão é espiritual. Quando a visão é espiritual, então nossas palavras serão doces. Falaremos com amor e teremos apenas sentimentos adoráveis em relação aos outros. Isto é chamado de fragrância espiritual. (Dadi Ratan Mohini)

Quando me dirijo ao mundo interior, não é para escapar do barulho incessante das ações, das exigências e confusões dos outros. Não é para alienar-me dos acontecimentos e das pessoas. É para fertilizar o solo interno, onde todas as minhas virtudes e poderes podem brotar, crescer e desabrochar. Quando estou bem alimentado por dentro, não me torno um mendigo do amor ou de respeito, porque sei ser meu próprio amigo e amigo dos outros. (Ken O'Donnell)




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Sitio Ritual
Pinturas de Freydoun Rassouli
http://www.rassouli.com/

A RELAÇÃO É UM ESPELHO - AUTOCONHECIMENTO

O autoconhecimento não segue uma fórmula. Você pode ir a um psicólogo ou psicanalista para descobrir sobre si mesmo, mas isso não é autoconhecimento. O autoconhecimento surge quando estamos conscientes de nós mesmos na relação, que mostra o que somos de momento a momento. A relação é um espelho onde nos vemos como realmente somos. Mas a maioria de nós é incapaz de olhar para si mesmo como se é na relação porque imediatamente começamos a condenar ou justificar o que vemos. Nós julgamos, avaliamos, comparamos, negamos ou aceitamos, mas nunca observamos de fato o que é, e para muitas pessoas isto parece ser a coisa mais difícil de fazer; no entanto, só isto é o inicio do autoconhecimento. Se a pessoa é capaz de olhar a si mesma como ela é neste extraordinário espelho da relação, que não distorce, se a pessoa puder apenas olhar neste espelho com completa atenção e ver realmente o que é, ficar cônscio disto sem condenação, sem julgamento, sem avaliação – e a pessoa faz isto quando há o mais sério interesse – então ela descobrirá que a mente é capaz de se libertar de todo condicionamento; e só então a mente está livre para descobrir aquilo que está além do campo do pensamento. Afinal, conquanto estudada ou conquanto pequena a mente possa ser, ela é, consciente ou inconscientemente, limitada, condicionada, e qualquer extensão deste condicionamento está ainda dentro do campo do pensamento. Então liberdade é uma coisa inteiramente diferente.




J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A VIDA DE UM MÍSTICO

Muitos já perguntaram qual é a vantagem pessoal ou para a humanidade em geral, que se obtém da dedicação ao estudo do misticismo e da tentativa de compreender os mistérios da vida. Evidentemente, essas pessoas têm em mente resultados concretos como os que resultam do estudo das leis, da arte, da música, da engenharia, ou de outros assuntos práticos. Ao olhar para o assunto de maneira superficial, imaginam se o tempo e o esforço investidos no estudo árduo do misticismo e seus assuntos correlatos, trarão resultados para o indivíduo e se contribuirão para o avanço da civilização na mesma medida que outros estudos contribuem.

Essa comparação não é justa. Em um dos casos, o estudante está buscando o seu desenvolvimento espiritual e cultural e o de outras pessoas. No outro caso, está buscando aplicar suas habilidades de maneira prática para ampliar o desenvolvimento de sua existência terrena.

No primeiro caso, o estudante descobre relaxamento, inspiração pessoal e prazer nos seus estudos; enquanto no outro caso, frequentemente sacrifica prazeres e interesses pessoais ao preparar o caminho para uma posição mais bem sucedida na vida. O fato é que muitos estudantes do primeiro caso também são estudantes do segundo, provando assim que uma comparação é impossível, se considerarmos que os estudantes de misticismo são diferentes e fazem parte de uma classe distinta. Estudos mostram que, quanto mais propensão a pessoa tiver para o estudo de qualquer assunto, tanto mais propensão terá para sondar os mistérios da vida e compreender a si mesmo e a sua relação com o universo.

Estatísticas acumuladas ao longo de vários anos provam que o verdadeiro estudante se interessa rapidamente pelos ensinamentos rosacruzes. É dito que uma vez que uma pessoa tenha aprendido o funcionamento de uma língua que não a sua língua natal, se torna potencialmente um linguista pois o conhecimento dessa é uma tentação constante para se adquirir o conhecimento de uma terceira. Tendo adquirido o conhecimento da terceira língua, a quarta, a quinta ou a sexta é prazerosa e simples.

Aquele que tem como passatempo o estudo da astronomia, está pronto para o estudo da cosmogonia e talvez da ontologia e da biologia. Estes estudos levariam naturalmente à psicologia; e a combinação traria o estudante tão próximo dos ensinamentos rosacruzes que responderia imediatamente ao contato.

O estudante de química ou física é facilmente intrigado pelos mistérios do ser ou pelos seus talentos e suas habilidades escondidas. O fato de que existem certas forças e energias no corpo humano que se manifestam em laboratório, de diversas formas, certamente atrai o interesse de qualquer estudante para tais assuntos. É mais difícil gerar interesse pela busca de novos conhecimentos e mais luz, naquele que não é estudante e nem é propenso ao estudo. A mente inativa, que não pensa, não encontra inspiração nem qualquer prazer pessoal no estudo do misticismo e na análise dos poderes físicos e espirituais.

Infelizmente para o mundo, existem inúmeras pessoas que adotam uma atitude de que a vida é um mistério que não pode ser desvendado. Que existem fatos a respeito do homem e de suas capacidades, que Deus não desejava que compreendesse. Muitas dessas pessoas estão satisfeitas com sua posição na vida; no entanto essa não é a verdadeira razão para a sua indiferença. Essas pessoas estão ansiosas por adquirir qualquer coisa na vida que possa ser obtido sem esforço; mas não têm entusiasmo para aquilo que não oferece benefícios materiais imediatos para sua existência mundana.

Entretanto, a pessoa plenamente desperta e voltada para o estudo do misticismo não é necessariamente um fanático ou um extremista. Geralmente é um indivíduo plenamente desperto, aguçadamente consciente que só conseguirá aproveitar o máximo da vida se conhecer o máximo sobre ela. Não precisa ser convencido de que é o capitão do seu navio e o criador do seu próprio destino. O indivíduo ainda pode ter uma certa insegurança a respeito desses fatos, mas está convencido de que um conhecimento mais abrangente e uma compreensão mais íntima de suas habilidades pessoais afetarão o curso da sua vida. Mesmo quando estuda exclusivamente para obter um relaxamento, um estudante assim, acredita que existe uma recompensa mais valiosa do que qualquer tipo de lazer.

Woodrow Wilson (28° presidente dos EUA) admitiu rindo numa ocasião que sistematicamente lia contos policiais, e desafiou homens de negócios e políticos conhecidos que negassem que ocasionalmente se permitiam esses tipos de lazer. Acrescentou ainda que através de um prazer tão simples, percebia suas faculdades mentais sendo desafiadas e vivificadas.

Obter esse mesmo grau de fascinação pelo estudo do misticismo, é possível. Aproximar-se de qualquer manifestação da Lei Cósmica sem sentir o desafio de um mistério, de uma pergunta não resolvida, de um pedacinho de sabedoria inspiradora, é impossível. Frequentemente estive na parte superior de um navio transatlântico, numa noite escura e límpida olhando para o céu. Inconsciente do limite entre o céu e o oceano, divaguei no espaço estrelado, azul escuro, imaginando qual o mistério por trás dos agrupamentos de estrelas e qual o seu propósito no esquema das coisas. Ninguém com uma mente pensante consegue olhar para o espaço e deixar de ficar perplexo, envolto em especulações. Então vem o desejo de saber e de buscar respostas. Essa é a atitude com que milhares se aproximam do misticismo - e do estudo dos ensinamentos rosacruzes.

Qual é o resultado para o indivíduo? Será o resultado a obtenção de uma habilidade especial, de um grau de espiritualidade que faz o indivíduo ser mais devotado? Absolutamente não! Será que esse indivíduo se torna um mestre no campo da religião, um homem santo e sábio liderando e guiando multidões? Não necessariamente! No entanto, algo resulta de seu interesse e de sua devoção que apóia o seu serviço altruístico e a sua disposição de sacrificar-se pela sabedoria e por uma melhor compreensão.

O homem preocupado com um problema insuperável encontra alivio, paz e capacidade para prosseguir no momento que compreende o seu problema. Não é o problema que causa tormento mas, a falta de entendimento dos elementos que o compõem. Na tentativa de explicar a natureza de seus problemas, muitas pessoas descobrem a solução. O homem nunca teme aquilo que conhece; é o desconhecido que lhe causa pavor. Os mistérios da vida escravizam homens e mulheres.

Não é verdade que o místico banha seus problemas com uma falsa pátina* de contentamento. É por compreender as leis do universo que entende a verdadeira natureza dos problemas que enfrenta e percebe sua vida se tornando mais feliz e mais alegre. Não é simplesmente porque aprendeu formas de lidar com os problemas, mas é porque se tornou tão intimamente familiarizado com a verdadeira natureza dos mesmos, que suas características desconhecidas e misteriosas não preocupam mais o lado subconsciente do seu ser. Ama o conhecimento e acredita que está perdido sem ele. As verdades ocultas são atrações magnéticas que ativam sua mente e disparam o seu espírito.

O místico encontra felicidade através do conhecimento e do auxílio que pode prestar a outras pessoas. Encontra força no fato de que pode atrair para si aquilo que contribuirá para seu fortalecimento físico, mental e espiritual. Aprende a valorizar todas as coisas através de critérios mais elevados e valoriza mais a vida material.

No fato de estar consciente e no privilégio de estar vivo, encontra uma bênção mais valiosa do que qualquer coisa que jamais tenha encontrado - em cada bocado de alimento, na luz do sol e na chuva, uma recompensa que outras pessoas não perceberam.

Não os bens materiais, mas a administração das dádivas de Deus lhe pertence, e aprende a usá-las para o proveito das outras pessoas bem como para o seu próprio. É isso que faz o místico feliz e disposto a continuar a investir seu tempo e pensamento nos estudos que aproximam o céu da terra e Deus do homem.




Dr. Harvey Spencer Lewis, F.R.C.




Fonte: Blog "Rosacruzes"
http://rosacruzes.blogspot.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal




(*Pátina é um composto químico que se forma na superfície de um metal. Ela se forma naturalmente, pela exposição aos elementos e ao clima, ou artificialmente, com a adição de produtos químicos por artistas ou metalúrgicos. (Wikipédia))

MEDIUNIDADE LÚCIDA, CONSCIENTE E RESPONSÁVEL

Existem pessoas dotadas de faculdades mediúnicas: elas captam no invisível correntes de forças, imagens, mensagens. Muitos invejam-lhes esse dom, sem terem a menor ideia dos riscos que ele comporta se essas pessoas se limitarem a transmitir mensagens sem se questionarem acerca da origem e da natureza daquilo que assim captaram. Essas comunicações são verídicas? Vêm verdadeiramente do mundo da luz? São questões que se deve colocar a si próprio.

Quem possui faculdades mediúnicas – e cada um, ou mais ou menos, possui algumas que pode desenvolver – deve fazer um verdadeiro trabalho pelo pensamento: um trabalho de lucidez e de purificação. Só assim essas faculdades ditas extrassensoriais serão úteis para si mesmo e para os outros. Até lá, a pessoa será uma espécie de canal, de tubo, que deixa passar indiferentemente a água limpa e a água suja. Mas, no dia em que ela se tornar um médium consciente, será como um ramo de árvore que sabe transformar a seiva que recebe para fazer aparecer folhas, flores e frutos.




Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SÓ SE PODE CHEGAR EM CASA SOZINHO

Na sociedade, existe uma profunda expectativa de que você se comporte exatamente como todos os demais. No momento em que se comporta de forma um pouco diferente, você passa a ser um sujeito estranho, e as pessoas têm muito medo de estranhos.

É por isso que, em qualquer lugar, se há duas pessoas no ônibus, no trem ou paradas no ponto de ônibus, elas não podem ficar sentadas em silêncio — porque em silêncio elas são dois estranhos. Elas começam imediatamente a se apresentar uma a outra — “Quem é você? Para onde está indo? O que você faz, qual é a sua profissão?” Mais um pouco... e elas sossegam; você é outro ser humano sendo exatamente como eles.

As pessoas sempre querem participar de um grupo ao qual se ajustem. No instante em que você se comporta de um jeito um pouco diferente, o grupo todo fica desconfiado; alguma coisa está errada.

Eles conhecem você, podem ver a mudança. Eles o conheciam quando você nunca se aceitava, e agora eles vêem de repente que você se aceita...

Nesta sociedade, ninguém aceita a si mesmo. Todo mundo se condena. Esse é o estilo de vida da sociedade: condenar-se. E, se você não está se condenando, se está se aceitando do jeito que é, você tem que se afastar da sociedade.

E a sociedade não tolera ninguém que saiu do rebanho, porque ela vive de números; é uma política de números. Quando há muitos números, as pessoas se sentem bem. Números grandes fazem com que as pessoas sintam que tem de estar certas - elas não podem estar erradas, milhões de pessoas estão com elas. E, quando ficam sozinhas, grandes dúvidas começam a vir à tona: Ninguém está comigo. O que garante que estou certo?

É por isso que eu digo que, neste mundo, ser um indivíduo é o maior sinal de coragem.

Para ser um indivíduo, é preciso o mais destemido dos treinamentos: “Não importa que o mundo inteiro esteja contra mim. O que importa é que a minha experiência é válida. Eu não me importo com os números, com quantas pessoas estão comigo. Eu me importo com a validade da minha experiência — se estou simplesmente repetindo as palavras de outra pessoa, como um papagaio, ou se a fonte das minhas afirmações é a minha própria experiência. Se é a minha própria experiência, se isso é parte do meu sangue, dos meus ossos, do meu âmago, então o mundo inteiro pode pensar de outro jeito; ainda assim, eu estou certo e eles estão errados. Não importa, não preciso da aprovação deles para sentir que estou certo. Só aqueles que defendem as opiniões de outras pessoas precisam do apoio dos outros.”

Mas é assim que a sociedade humana tem sido até agora. É assim que ela mantém você no rebanho. Se os outros estão tristes, você tem que ficar triste; se sofrem, você tem que sofrer. O que quer que eles sejam, você tem que ser também. Não se permitem diferenças, porque as diferenças acabam levando para o indivíduo, para o único, e a sociedade tem muito medo do indivíduo e da unicidade. Isso significa que alguém ficou independente do grupo, que essa pessoa não dá a mínima para o grupo. Seus deuses, seus templos, seus padres, suas escrituras, tudo ficou sem sentido para ela.

Agora ela tem seu próprio ser e seu próprio jeito, seu próprio estilo — de viver, morrer, celebrar, cantar, dançar. Ela chegou em casa.

E ninguém pode chegar em casa junto com a multidão. Só se pode chegar em casa sozinho.




Osho





Fonte: do livro "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente"
http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

OBSERVAÇÃO DIRETA - APENAS OLHAR

Por que as ideias se enraízam em nossas mentes? Por que os fatos não se tornam importantíssimos, não as ideias? Por que as teorias, ideias, se tornam tão mais significativas do que o fato? É que não podemos compreender o fato, ou não temos a capacidade, ou temos medo de encarar o fato? Assim, ideias, especulações, teorias são meios de fugir do fato. Você pode fugir, pode fazer todos os tipos de coisas; os fatos estão aí: o fato de que a pessoa é irada, o fato de que a pessoa é ambiciosa, o fato de que é sexual, dezenas de coisas. Você pode suprimi-los, pode transmutá-los, que é outra forma de supressão; você pode controlá-los, mas eles são todos suprimidos, controlados, disciplinados com ideias. As ideias não desgastam nossa energia? As ideias não entorpecem a mente? Você pode ser inteligente em especulação, citações; mas, obviamente, é uma mente estúpida que cita, que leu um bocado e cita. Você remove o conflito do oposto com um golpe se viver com o fato e, assim, liberar a energia para enfrentar o fato. Para a maioria de nós, a contradição é um campo em que a mente fica presa. Eu quero fazer isto, e faço uma coisa inteiramente diferente, mas se enfrento o fato de querer fazer isto, não há contradição; e, portanto, com um golpe eu anulo todo o sentido de oposto totalmente, e minha mente fica completamente participante no que é, e na compreensão de o que é. (The Book of Life)

Posso eu olhar todo problema sem a palavra: o problema do medo, o problema do prazer? Porque a palavra cria, gera pensamento; e pensamento é memória, experiência, prazer, e, por isso, um fator de distração. Isto é realmente surpreendentemente simples. Porque é simples, nós desconfiamos. Nós queremos que tudo seja muito complicado, muito elaborado; e o elaborado fica envolvido no perfume das palavras. Se eu puder olhar para uma flor não-verbalmente – e eu posso; qualquer um pode se der suficiente atenção – não posso olhar com essa mesma atenção objetiva não-verbal para os problemas que tenho? Não posso olhar a partir do silêncio, que é não-verbal, sem o mecanismo pensante de prazer e tempo operando? Não posso simplesmente olhar? Eu acho que esse é o X da questão – não abordar da periferia, o que complica a vida tremendamente, mas olhar a vida, com todos os seus complexos problemas de subsistência, sexo, morte, miséria, sofrimento, a agonia de estar tremendamente só – olhar tudo isso sem associação, a partir do silêncio, o que significa sem um centro, sem a palavra que cria reação do pensamento, que é memória e tempo. Eu acho que esse é o problema real, a questão real: se a mente pode olhar a vida em que existe ação imediata, não uma ideia e, então, ação, e eliminar totalmente o conflito. (Collected Works, Vol. XV, 143, Choiceless Awareness)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ALEGRIA E AMOR - O PODER DE VOAR ACIMA DE QUALQUER SITUAÇÃO

Alegria é uma de minhas virtudes originais. Mesmo estando presente, talvez ela esteja coberta de pó. Porém, quando começo a usá-la e experimentá-la, nada me abala mais. A alegria me permite voar acima das situações complexas e me faz vê-las como pequenas trivialidades abaixo de mim, como se eu estivesse observando tudo de um avião. A alegria me permite enfrentar pessoas em estado negativo, não com brigas ou discussões, mas com amor e compreensão, ajudando elas a se libertar de suas próprias cargas. Alegria é poder. (Nícolas Dan Buis)

Alegria é uma mostra sutil dos benefícios da meditação. Pessoas que meditam tem faces alegres. A alegria é um convite silencioso para um mundo de despreocupação e felicidade. Por ser contagiante, é a mais atrativa e efetiva forma de servir os outros. Ciúme e inveja não convivem com a alegria. Grandes mentes são altruístas. Grandes mentes têm grandes corações. Para manter sua alegria absorva apenas as boas qualidades e virtudes dos outros. (Jagdish Chander)

Seja qual for o tipo de trabalho que você faça, o importante é fazê-lo com amor. Sem desejo por nome ou fama. Sem levantar a voz. Sem causar tristeza. Deixar que todos que vierem até você levem consigo algo de bom. Para isso é preciso humildade, generosidade, doçura, educação, paciência e amor. E se você estiver muito ocupado para recebê-los, procure não dar essa sensação. Você pode estar ocupado, mas permaneça leve e tranquilo. (Dadi Janki)




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A BUSCA DO VERDADEIRO SER

Em todos os tempos, a compreensão da evolução do mundo foi ligada à compreensão do próprio homem. 

Nos mais amplos círculos se sabe que nas épocas em que não se considerava apenas a existência material, mas também a espiritual, o ser humano era concebido como um microcosmo, como um pequeno universo; isto quer dizer que se via em seu ser, em sua atividade, em toda a sua manifestação no mundo, uma concentração de todas as leis e atividades cósmicas e, de modo geral, de toda a essência do Universo. Costumava-se afirmar com segurança, em tais épocas, que uma compreensão do mundo só seria possível com base numa compreensão do homem.

Uma reflexão muito simples pode mostrar-nos que a verdadeira entidade do homem, bem como sua atividade interior como personalidade e individualidade, não podem ser encontradas no mundo sensório que o circunda.

Assim, para conhecer o mundo ele se vê diante da tarefa de primeiro fazer evoluir seu verdadeiro ser, primeiro buscar seu verdadeiro ser.




Rudol Steiner





Fonte: do livro "O Conhecimento Iniciático"
Sociedade Antroposófica
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A CONSCIÊNCIA DO AGIR BEM E AGIR MAL

É preferível agir bem, mas agir mal não é ainda o mais grave. O que é grave é não ter consciência disso.

Há pessoas que têm um grande ideal de justiça, de generosidade, de devoção, não se pode negar isso. Mas ter um ideal não significa, necessariamente, ser capaz de o realizar.

Quem não vê que está a agir em contradição com o seu ideal acaba por cair em situações muito complicadas. É mal sucedido em projetos, é rejeitado pelos outros, e não compreende porquê: julga-se irrepreensível, está convencido de que os outros devem aprová-lo e até admirá-lo. Por isso, fica perturbado com o que lhe acontece e, como não tem qualquer lucidez em relação a si mesmo, imagina que todos estão contra ele, o que influencia muito negativamente os seus pensamentos e os seus sentimentos: ele revolta-se e, pouco a pouco, perde as qualidades que queria pôr ao serviço do seu ideal. Isto muito simplesmente porque se recusa a admitir que fazer os seus atos estarem em concordância com o seu ideal é muito mais difícil do que ele imaginava e é incapaz de se ver tal como é.

Para se estar à altura do seu ideal, é preciso, pois, começar por estar lúcido em relação a si mesmo.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO

Quando surpreendido pelo sofrimento de qualquer matiz, lembra-te do Divino Educador, corrigindo-te as imperfeições.

Convidado ao leito por enfermidade sorrateira e perturbadora, não te consideres desamparado. Esse é um recurso educativo para ensejar-te reflexões em torno da existência terrestre e da vida como um todo.

Tomado pelo vendaval da incompreensão, não te sintas em desamparo sob o látego da injustiça. Toma a ocorrência como forma de recuperação moral a respeito de delitos que permaneciam aguardando reparação.

Vitimado por calúnias ultrizes e empurrado ao fosso da injúria e da difamação, entre amigos a quem estimas, não te tenhas em conta de desventurado. Estás sendo convocado ao testemunho do silêncio e da confiança em Deus.

Tomado pela angústia da desencarnação de um ser querido, tragicamente arrebatado ou vitimado pelo desgaste biológico que a enfermidade cruel venceu, não te lastimes. A morte é mensagem da vida, contribuindo para a valorização da oportunidade existencial.

Abandonado por companheiros e afetos, que se afastaram do teu círculo quando mais necessitavas deles, não seguirás a sós. O Senhor está convocando-te a labores mais elevados, que te exigem solidão para melhor trabalhares o mundo íntimo.

Açodado por presenças espirituais negativas que te ameaçam, não te permitas autoanálises pessimistas. Trata-se de recurso superior concitando-te à conduta mental e moral correta, a fim de permaneceres em equilíbrio, auxiliando aqueles que ainda se demoram na ignorância.

Nem sempre o êxito e o aplauso, o apoio como a glória terrestres significam conquistas valiosas para o Espírito. Cada uma representa, invariavelmente, um empréstimo Divino, de forma que o aprendiz humano invista esses estímulos no próprio crescimento.

O apóstolo Paulo, reflexionando em torno de tais dificuldades e testemunhos, afirmava, conforme se lê em Hebreus doze, versículo sete: - É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?

As dores que chegam aos corações, em luta de redenção, não têm caráter punitivo, antes constituem técnicas de educação, de que se utiliza o Pai Amoroso convocando o filho rebelde à edificação interior, à reparação dos próprios erros.

Júbilos, facilidades, conforto, beleza e saúde são concessões espirituais de que os seus possuidores terão que prestar contas, conforme o uso que deles façam.

Convencionou-se que o Amor de Deus deve sempre oferecer o mais agradável à criatura humana, mesmo quando esta não tenha condições de multiplicar os títulos de sabedoria que lhe são concedidos, desperdiçando tempo e oportunidade, que recuperarão com lágrimas e angústias.

Desse modo, as ocorrências consideradas como infortúnios, quando não provocadas pela incúria ou pela insensatez, constituem recurso salvador oferecido a todo aquele que se encontra em débito, para que mais facilmente supere as próprias dificuldades e recupere a paz íntima, avançando para a bem-aventurança que lhe está reservada.

O alimento mantenedor da vida é o amor, sem o qual a mesma se transforma em fenômeno vegetativo, sem significado psicológico existencial.

O amor, quando verdadeiro, irradia-se como a luz, nunca se maculando com ressentimentos, dissabores, amarguras...

Perdoa naturalmente e, às vezes, nem necessita fazê-lo, porque não se melindra com ofensas, nem agressões.

Serve sem cessar, porque essa é a sua finalidade, construindo o bem, a paz, o progresso em todo lugar.

Graças à sua presença, aquele que o esparze vive em paz de consciência, com alegria, retirando bons proveitos de todas as ocorrências, sem observar-lhes a procedência.

A autorrealização que anelas decorrerá da aplicação de algumas das leis essenciais da Vida: amor, perdão e serviço.

O Amor de Deus te inunda, e o Seu perdão às tuas faltas oferece-te o ensejo da reencarnação, na qual deves servir até o momento final na Terra.




Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis




Fonte: do livro "Desperte e Seja Feliz", cap. 17, LEAL, Salvador/BA, 11ª ed., 2013
Fonte da Gravura: Montanha Vermelha
Pintura de Nicholas Roerich
http://www.roerich.org/

INSPIRAÇÃO - PENSAMENTO PURO - BONS SENTIMENTOS - VERDADE

Qualquer pessoa pode aprender a ser um bom orador, mas quantos vivem de uma maneira da qual os outros possam aprender? Hoje em dia as pessoas estão cansadas de ouvir discursos, elas querem ver a aplicação prática do sentido das palavras. Se não agimos de acordo com o que falamos a flecha não atinge o alvo. A mensagem perde o poder quando não espelha o comportamento do orador. É a coerência entre as palavras e as ações que torna alguém uma fonte de inspiração.

O potencial de um pensamento tem uma relação próxima e direta com a pureza dele – quanto menos adulterado é o pensamento, maior é seu poder criativo. Um pensamento puro não é fragmentado, distraído ou interrompido pela dúvida, mas é poderoso e naturalmente enraizado na verdade e na crença. Ele tem a capacidade de disparar pensamentos semelhantes que tornam mais próximo o destino. Assim como o extrato puro de uma substância é forte e apenas uma gota dele é suficiente, poucos pensamentos puros podem produzir resultados significativos e concretos. (The power of pure thoughts, Purity, September, 2013)

O processo transformador da meditação é como o de uma pedra bruta cujas saliências são suavizadas pela correnteza da montanha. A meditação traz à tona os bons sentimentos da alma. Como a água de um riacho, os bons sentimentos são suaves e doces, mas também muito poderosos quando mantidos em qualquer situação. Com o tempo os bons sentimentos removem meus lados ásperos e fazem o mesmo pelos outros. Mas isso só acontece se eu continuar a fazer o que sei que é certo. Preciso apenas manter o fluxo sereno ao ficar conectado com a Fonte. (Jayanti Kirpalani, Taking full charge of my experience, Purity, September 2013)

A verdade tem tal poder que ela se manifesta sem ninguém ter que prová-la. Viver com ideais elevados pode não ser um mar de rosas, pois é preciso enfrentar muita oposição ao persistir em um caminho que possa ser irracional aos outros. Mas esse é o preço a pagar para ter uma consciência clara, conhecimento e a satisfação de estar no caminho certo. (Being good in bad times Purity, August 2013)





Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal


TODO TORNAR-SE É DESINTEGRAÇÃO - ALÉM DO TEMPO

A mente tem uma ideia, talvez agradável, e ela quer ser como essa ideia, que é uma projeção de seu desejo. Você é isto, de que não gosta, e quer se tornar aquilo, de que você gosta. O ideal é uma autoprojeção; o oposto é uma extensão do que é; não é, absolutamente, o oposto, mas uma continuidade do que é, talvez um tanto modificado. A projeção é obstinada, e o conflito é o empenho em direção à projeção. Você está empenhado em se tornar alguma coisa, e essa coisa é parte de você mesmo. O ideal é sua própria projeção. Veja como a mente lhe pregou uma peça. Você está empenhado atrás de palavras, perseguindo sua própria projeção, sua própria sombra. Você é violento, e está empenhado em se tornar não-violento, o ideal; mas o ideal é uma projeção daquilo que é, apenas sob um nome diferente. Quando você está consciente desta peça que pregou em você mesmo, então o falso como falso é visto. O empenho em direção a uma ilusão é o fator desintegrador. Todo conflito, todo tornar-se é desintegração. Quando há consciência desta peça que a mente pregou nela mesma, então fica apenas o que é. Quando a mente fica despida de todo tornar-se, de todos os ideais, de toda comparação e condenação, quando sua própria estrutura entrou em colapso, então o que é passou por uma completa transformação. Enquanto houver o dar nome ao que é, há relação entre a mente e o que é; mas quando este processo de dar nome – que é memória, a própria estrutura da mente – não existe, então o que é não existe. Só nesta transformação há integração. (The Book of Life)

É a mente, é o pensamento, que cria tempo. Pensamento é tempo, e o que quer que o pensamento projete deve estar no tempo; portanto,o pensamento não pode ir além dele mesmo. Para descobrir o que está além do tempo, o pensamento deve chegar ao fim – e essa é a coisa mais difícil, pois o fim do pensamento não chega pela disciplina, pelo controle, pela negação ou supressão. O pensamento só acaba quando compreendemos todo o processo do pensar e, para compreender o pensar, deve haver autoconhecimento. Pensamento é o ego, pensamento é a palavra que se identifica como “eu”, e em qualquer nível, elevado ou baixo, que o ego esteja colocado, é ainda dentro do campo do pensamento. E o ego é muito complexo; ele não está no nível da pessoa, mas é formado de muitos pensamentos, muitas entidades, cada uma em oposição à outra. Tem que haver uma constante consciência de todas elas, uma consciência em que não há escolha, nem condenação ou comparação, ou seja, deve haver a capacidade de ver as coisas como elas são sem distorcê-las ou traduzi-las. No momento em que julgamos ou traduzimos o que é visto, distorcemos aquilo de acordo com nosso conteúdo. Ser é estar em relação, e é apenas no centro da relação que podemos, espontaneamente, descobrir a nós mesmos como somos. É esta própria descoberta de nós mesmos como somos, sem nenhum sentido de condenação ou justificação, que produz uma transformação fundamental no que somos – e esse é o início da sabedoria. (Collected Works, Vol. VI, 220, Choiceless Awareness)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O AMOR NÃO PODE SER AGREGADO PELA MENTE

O amor é uma coisa que não conhece medida, que não pode ser agregado pela mente, não pode ser cultivado, uma coisa que não é sentimental, que não tem nada a ver com emocionalismo e nada a ver com boas ações, a reforma da cidade e assim por diante.

Quando você tem esse sentimento, então, tudo na vida é importante, significativo; por isso, você fará o que é bom. Mas sem conhecer a beleza, a profundidade, o vigor dele, estamos tentando reduzir o amor a uma coisa que a mente pode capturar e tornar respeitável. E o mesmo se aplica à ação, que estamos agora tentando compreender. Ação é um movimento infinito que não tem início nem fim e que não é controlado por causa e efeito. A ação é de todas as coisas – a ação do mar, da semente de manga se tornando uma mangueira, e assim por diante. Mas a mente humana não é uma semente e, assim, por meio de sua ação ela se torna apenas uma reprodução modificada do que ela foi.

Em nossa vida existe a pressão constante das circunstâncias, e embora as circunstâncias estejam sempre mudando, elas estão sempre moldando nossas vidas. O que foi, não é; o que é, pode ser rompido. Então, não podemos nós perceber, sentir, esta enorme ação da vida que percorre desde o pequeno verme na terra até a extensão dos céus infinitos? Se você realmente quer saber o que é essa coisa extraordinária, esta ação, então você tem que passar por isto, tem que romper a barreira desta ação no tempo. Então você vai conhecê-la, então com esse sentimento você pode agir, pode ir ao seu trabalho e fazer todas as coisas que são reconhecidas dentro do âmbito do tempo. Mas de dentro do âmbito reconhecível do tempo, você não pode encontrar a outra coisa. Faça o que fizer, por meio do trivial você nunca encontrará o imensurável. (Collected Works, Vol. XI, Action)


O processo de pensamento sempre nega o amor. É o pensamento que tem complicações emocionais, não o amor. O pensamento é o grande obstáculo do amor. O pensamento cria uma divisão entre o que é e “o que deveria ser”, e a moralidade se baseia nesta divisão; mas nem o moral nem o imoral conhecem o amor. Esta estrutura moral, criada pela mente para manter as relações sociais unidas, não é amor, mas um processo endurecido como cimento.

O pensamento não leva ao amor, o pensamento não cultiva o amor, pois o amor não pode ser cultivado como uma planta no jardim. O próprio desejo de cultivar amor é a ação do pensamento. Se você estiver, de fato, consciente, verá que papel importante tem o pensamento em sua vida. O pensamento, obviamente, tem seu espaço, mas ele não está relacionado ao amor de modo algum. O que está relacionado com o pensamento pode ser compreendido pelo pensamento, mas aquilo que não está relacionado com o pensamento não pode ser apreendido pela mente.

Você perguntará: então o que é amor? O amor é um estado de ser onde o pensamento não está; mas a própria definição de amor é um processo do pensamento, e, por isso, não é amor.

Nós temos que compreender o pensamento em si, e não tentar capturar o amor com o pensamento. A negação do pensamento não gera amor. Há liberdade do pensamento só quando seu significado profundo é totalmente compreendido; e, para isto, o autoconhecimento profundo é essencial, não afirmações vãs e superficiais. A meditação e não a repetição, conscientização e não definição, revelam os caminhos do pensamento. Sem estar consciente e experimentar os caminhos do pensamento, não pode haver amor. (Commentaries on Living, Series 1, 16, Choiceless Awareness)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A TRAJETÓRIA DA MAGIA

(...) Como os estudantes de arqueologia e os expoentes máximos de religião comparada nos informam, a magia remonta aos primórdios da vida do homem neste planeta. Todos os sistemas religiosos, com exceção possivelmente de algumas seitas protestantes e do budismo meridional, fizeram durante um certo período, uso da magia cerimonial. (...)

Se as autoridades forem cuidadosamente estudadas, observar-se-á que, falando de maneira geral, cada religião assimila o melhor da religião antecedente, e o resto é deixado para a ralé ignorante e para aqueles sacerdotes da velha religião que não se conformam o novo. À medida que a nova religião se organiza, ela começa a perseguir os remanescentes da antiga, e esses remanescentes são empurradas para o submundo. Essa situação aflorou quando o Cristianismo emergiu de sua infância e se tornou a religião dominante do Ocidente. A velha religião desintegrou-se, e a Igreja Católica absorveu muito de sua filosofia e de seu ritual, impregnando, gradualmente, todos os níveis da sociedade, até que os seguidores da velha fé fossem apenas seres rústicos, residentes em lugares distantes e isolados. Esses rústicos ou pagãos, não versados na filosofia de sua religião, transmitiram uma face deturpada da mesma. Eles nunca deixaram de ser perseguidos cruelmente, mas seu número era constantemente acrescido por muitas fontes, incluindo aqueles que se rebelaram contra as posições papais.

Quando, contudo, o impulso do Renascimento tornou possível quebrar o jugo de Roma, as mais piedosas Igrejas reformadas estavam tão intolerantes quanto Roma havia sido em sua perseguição às bruxas, feiticeiras e magos. A história da Europa do século XI ao XVII constitui-se em leitura aterrorizante. Com a emergência da “Idade da Razão”, a crença popular no poder maligno do mago começou a desaparecer. Simultaneamente, nos círculos protestantes ao menos, a crença religiosa começou a se deteriorar em uma formalidade que tinha muito pouca força mobilizadora.

Esse nível de mediocridade na Inglaterra alcançou o apogeu na era vitoriana, quando a Física, pela boca de seus maiores expoentes, declarou “não existir lugar no universo para fantasmas”, e o presidente da Sociedade Real declarou: “Na matéria eu vejo o potencial e a promessa de toda a vida.” Porém, com os crescentes conhecimentos acerca do universo que o desenvolvimento moderno da ciência trouxe, tais ideias tiveram que ser consideravelmente revistas, e físicos modernos como Eddington, Jeans ou Einstein, apresentaram uma ideia da natureza e um propósito do Universo que podem ser facilmente aceitos pelo mago. Levando-se em consideração a diferença de terminologia, os magos vêm falando a mesma coisa há séculos!

É, no entanto, com as modernas escolas de psicologia, mais particularmente a associada ao nome de C. G. Jung, que o mago encontra maior proximidade com o pensamento moderno. Pelo balanço curioso do pêndulo moderno, percebido por Heráclito, chamado de enantiodromia*, o que foi subjugado e obrigado à clandestinidade começa agora a aflorar para desalento dos ortodoxos.

Mas, embora reprimida e perseguida ao longo dos tempos, a magia nunca deixou de existir no mundo ocidental. A Igreja Romana adaptou habilidosamente muito da velha magia para seus próprios propósitos; por outro lado, nos bastidores, a magia tradicional corria para um dos rios clandestinos das terras altas, emergindo aqui e ali à luz do dia, para então desaparecer sob a superfície.

Uma dessas emergências foi a Ordem do Templo, cujos membros, os Cavaleiros Templários, foram aliviados de boa parte do ódio nutrido por eles pelos seus perseguidores; os Albigenses na França foram outra; os Irmãos da Dourada e Rosa Cruz, os Iluminados, os Magnetistas, os Teosofistas e numerosas outras ordens mágicas e fraternidades que surgiram na metade do século XIX estão também entre esses movimentos emergentes.

Desses, a mais famosa e a mais iluminada, do nosso ponto de vista, é a Ordem da Golden Dawn**. Fundada sobre supostas bases rosacruzes, ela conseguiu realizar uma síntese admirável de todas as ramificações oscilantes da magia; e, a despeito de muitas vicissitudes e divisões, ainda permanece fonte da Tradição Mágica Ocidental. (...)



*enantiodromia – de enatios, do grego, contrário, oposto. Seria a capacidade de certas forças, reprimidas por suas antagonistas, virem a substituí-las em movimento pendular. Por exemplo, a condenação medieval ao culto do corpo sendo substituída por esse culto por meio da recuperação dos ideais estéticos do renascimento. (N.doT.)

**Golden Dawn (Aurora Dourada) – ordem hermética fundada por mestres maçons na Inglaterra, que exercem grande influência sobre todo o desenvolvimento do Ocultismo no Ocidente, influência essa que perdura até hoje, ainda que de forma residual. (N.doT.)




E. W. Butler





Fonte: do livro "A Magia e o Mago", Ed. Bertrand, 2ª Edição
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DOÇURA - PODER - HUMANITARISMO - PENSAMENTOS PUROS

Doçura é a maestria dos sentidos. Olhos que vêem o fundo das coisas, ouvindo que escutam o coração das coisas, voz que só expressa a essência das coisas. Doçura é o resultado de uma longa jornada interior ao âmago da vida e a habilidade de lá descansar e assistir. O que é realmente doce nunca pode ser vítima do tempo, porque doçura é a qualidade da pessoa cuja vida tocou a eternidade.

O pensamento puro e profundo sobre o eu eterno é a energia transformadora que irá curar o eu, os outros e o planeta. Quando estamos ligados ao Supremo, uma energia muito maior é liberada. Isto é chamado força ou poder. Para que a liberação dessa energia benevolente ocorra, pensamentos e atos precisam ser checados e toda consciência egoísta precisa ser reconhecida e removida. (Being good in bad times Purity, August 2013)

A desarmonia entre pensamentos, palavras e ações e também a falta de intenções nobres está poluindo o ambiente espiritual ao redor do globo. A solução para reverter esse processo é servir com a mente. Criar tempo na agenda para conscientemente ter bons desejos para si e para os outros é um grande serviço humanitário. Ao escolher um momento tranquilo - de preferência de manhã cedo - podemos dar um banho de paz, borrifar amor e espalhar felicidade nas áreas que estão em conflito. (The power of pure thoughts, Purity, September 2013)

Muita gente diz que é muito difícil ser positivo neste mundo altamente negativo. Mas, assim como um incenso espalha fragrância por todo lugar, o poder dos pensamentos puros e positivos constantes pode transformar as atitudes e a atmosfera negativa de qualquer pessoa ou local.




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ATOS QUE PROMOVAM O AMOR

Todos têm fé no poder do amor. Mas como esse amor deve ser promovido e desenvolvido? Esta pergunta pode surgir na mente de muitos. Quando as pessoas perguntam: "Como podemos desenvolver nosso amor pelo Senhor?" A resposta é: "Existe apenas um caminho. Quando você coloca em prática o amor em que tem fé, esse amor crescerá." Porque você não pratica o que professa, sua fé fica enfraquecida. A planta crescerá apenas quando for regada regularmente. Quando tiver plantado a semente do amor, você pode fazê-la crescer somente regando-a todos os dias com amor. A árvore do amor crescerá e produzirá os frutos do amor. Atualmente, as pessoas não executam frequentemente os atos que promovem o amor. Quando quiser desenvolver amor pelo Senhor, você deve praticar continuamente a devoção amorosa ao Senhor.

Não se exalte por conta de riqueza, status, autoridade, inteligência etc., que você possa ter. Considere que eles lhe foram dados em confiança, para que possa beneficiar os outros. Eles são todos sinais de Sua Graça, oportunidades de serviço e símbolos de responsabilidade. Nunca busque regozijar-se sobre as falhas dos outros; lide com simpatia com os erros e as falhas dos outros. Procure o bem nos outros; ouça apenas boas notícias a respeito deles; não dê ouvidos à calúnia. Por ocasião do Deepavali (festival das luzes), decida por acender a lâmpada de Namasmarana (repetição do Nome de Deus) e colocá-la a sua porta, os lábios. Alimente-a com o óleo da devoção; faça da firmeza o pavio. Deixe a lâmpada iluminar cada minuto de sua vida. O esplendor do Nome afastará a escuridão tanto fora como dentro de você. Você espalhará alegria e paz entre todos que se aproximam de você.




Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AMOR - PENSAMENTOS PUROS - LEVEZA

Por apenas alguns minutos, pratique a arte de ver as virtudes de todos. Dessa forma você permitirá que suas fraquezas terminem. Não importa como alguém seja, veja suas especialidades. Lembre-se, Deus é o Oceano de Amor. Se você quiser experimentar amor, vá até Ele e preencha-se. Assim você será capaz de amar todos, porque você terá muito amor para dar. O resultado disso é que você se tornará como um ímã que atrai todos. (Dadi Janki)

Torne o seu pensamento muito, muito puro e positivo. Para si e para todos. Não apenas para alguns, mas para todos. Se você aprender a criar pensamentos puros você não terá doença mental ou física. Nada vai faltar em sua vida. Nós não podemos receber bênçãos pedindo por elas, mas ao ter bons votos para os outros. Quando nos esforçamos com um coração verdadeiro recebemos as bênçãos de Deus e dos outros. (Dadi Janki)

Uma das melhores maneiras de permanecer leve - mesmo no meio do caos e das preocupações - é cultivar uma conversa com Deus. Conversar sobre assuntos triviais que nos perturbam com Aquele cujas responsabilidades são ilimitadas dá uma visão mais divertida da vida. Para ouvir o conselho Dele é preciso certa quietude na mente mas com a prática aprendemos a captar Sua visão sobre as nossas pequenas irritações. Uma vez que a mente de Deus irradia leveza e amor, o próprio ato de nos abrirmos à Ele alivia nossas cargas.




Brahma Kumaris





Fonte:www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

COMPREENDER O EGO - EGOCENTRISMO

A busca por poder, posição, autoridade, ambição, e todo o resto são formas do ego em todos os seus diferentes meios. Mas o importante é compreender o ego e estou certo que vocês e eu estamos convencidos disto. Se me permitem acrescentar aqui, vamos ser sérios a respeito deste assunto; porque sinto que se vocês e eu como indivíduos, não como um grupo de pessoas pertencentes a certas classes, certas sociedades, certas divisões climáticas, pudermos compreender isto e agir a partir daí, então penso que haverá uma revolução verdadeira. No momento que isto se torna universal e melhor organizado, o ego se abriga aí; por outro lado, se você e eu como indivíduos podemos amar, podemos levar isto, de fato, para a vida cotidiana, então a revolução que é tão essencial acontecerá. Vocês sabem o que quero dizer com ego? Com isso, quero dizer a ideia, a memória, a conclusão, a experiência, as várias formas de intenções nomeáveis e não nomeáveis, o esforço consciente para ser ou não ser, a memória acumulada do inconsciente, o racial, o grupo, o individual, o clã, e tudo isto, seja projetado externamente em ação, ou projetado internamente como virtude; a luta atrás de tudo isto é o ego. Nele está incluída a competição, o desejo de ser. A totalidade desse processo é o ego; e nós sabemos de fato, quando estamos frente a ele, que ele é uma coisa maligna. Estou usando a palavra maligna intencionalmente, porque o ego divide; o ego está fechado nele mesmo; suas atividades, conquanto nobres, são separadas e isoladas. Sabemos tudo isto. Também sabemos como são extraordinários os momentos em que o ego não está, em que não há sentido de esforço, de empenho, e que acontecem quando existe amor.

Compreender o ego requer grande inteligência, grande vigilância, grande precaução, vigiar incessantemente, de modo que ele não escape. Eu, que sou muito sério, quero dissolver o ego. Quando digo isso, eu sei que é possível dissolver o ego. Por favor, tenham paciência. No momento em que digo “Eu quero dissolver isto”, e no processo que sigo para a dissolução disso, há a experimentação do ego; e assim, o ego é fortalecido. Então, como é possível ao ego não experimentar? Pode se ver que criação não é, absolutamente, a experiência do ego. A criação acontece quando o ego não está, pois a criação não é intelectual, não está na mente, não é autoprojetada, é uma coisa fora de toda experimentação, como a conhecemos. É possível para a mente estar completamente imóvel, em um estado de não-reconhecimento, ou seja, não-experiência, estar em um estado onde a criação pode ocorrer – o que significa, quando o ego não está, quando o ego está ausente? Estou me fazendo claro ou não? O problema é este, não é? Qualquer movimento da mente, positivo ou negativo, é uma experiência que, realmente, fortalece o “eu”. É possível para a mente não reconhecer? Isso só pode acontecer quando há completo silêncio, mas não o silêncio que é uma experiência do ego e que, por isso, fortalece o ego. (The Book of Life)

O que é ser egocêntrico? Quando você está consciente de ser o “eu”? Como tenho sugerido várias vezes durante estas palestras, não me ouçam apenas verbalmente, mas usem as palavras como um espelho onde você pode ver sua própria mente em operação. Se você apenas escutar minhas palavras, então você é muito superficial e suas reações serão muito superficiais. Mas se você puder ouvir, não para me compreender ou ao que estou dizendo, mas para ver a si mesmo no espelho de minhas palavras, se você me usar como um espelho onde descobre sua própria atividade, então isto terá um efeito tremendo e profundo. Mas, se você apenas ouvir como em palestras políticas ou outras, então receio que perderá toda a implicação da descoberta por si mesmo dessa verdade que dissolve o centro do “eu”. Eu só fico consciente desta atividade do “eu” quando me resistem, quando minha consciência é ameaçada, quando o “eu” está desejoso de conseguir um resultado. O “eu” está ativo, ou eu estou consciente desse centro, quando o prazer chega ao fim e eu quero ter mais daquele prazer; aí há resistência e há uma adaptação objetiva da mente para um fim particular que me dará uma alegria, uma satisfação. Eu estou consciente de mim mesmo e de minhas atividades quando busco a virtude conscientemente. Isso é tudo que conhecemos. Um homem que persegue a virtude conscientemente é não-virtuoso. A humildade não pode ser perseguida, e essa é a beleza da humildade. (Collected Works, Vol. VI, 321, Choiceless Awareness)

Pode o pensamento resolver nossos problemas? Pensando num problema, você o resolveu? Qualquer tipo de problema – econômico, social, religioso – foi realmente resolvido quando pensamos nele? Em sua vida diária, quanto mais você pensa sobre um problema, mais complexo, mais sem solução, mais incerto ele se torna. Não é assim em sua vida real, vida diária? Você pode, ao considerar certas facetas de um problema, ver mais claramente o ponto-de-vista de outra pessoa, mas o pensamento não pode ver a inteireza, a totalidade do problema; ele só pode ver parcialmente, e uma resposta parcial não é uma resposta completa e, portanto, não é uma solução. Quanto mais pensamos sobre um problema, quanto mais investigamos, analisamos e o discutimos mais complexo ele se torna. Então, é possível olhar um problema compreensivamente, integralmente? Como isto é possível? Porque essa, me parece, é nossa maior dificuldade. Nossos problemas estão sendo multiplicados, existe um iminente perigo de guerra, existem todos os tipos de perturbação em nossas relações, e como podemos entender isso compreensivamente, como um todo? Obviamente, isto só pode ser resolvido quando pudermos olhar como um todo – não em compartimentos, não dividido. Quando isto é possível? Certamente, só é possível quando o processo de pensar, que tem sua origem no “eu”, no ego, no resquício da tradição, do condicionamento, do preconceito, da esperança, do desespero, chegar ao fim. Podemos compreender este ego, não pela análise, mas vendo a coisa como ela é, estando consciente disto como um fato e não como uma teoria – não buscando dissolver o ego a fim de obter um resultado, mas vendo a atividade do ego, do “eu” constantemente em ação? Podemos olhar isto, sem nenhum movimento para destruir ou encorajar? Esse é o problema, não é? Se, em cada um de nós, o centro do “eu” está não-existente, com seu desejo de poder, posição, autoridade, continuação, autopreservação, certamente nossos problemas chegarão ao fim. O ego é um problema que o pensamento não pode resolver. Deve haver uma conscientização que não é do pensamento. Estar consciente, sem condenação ou justificação, das atividades do ego, apenas estar consciente, é suficiente. (The First and Last Freedom, 112, Choiceless Awareness)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal