sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O AMOR NÃO PODE SER AGREGADO PELA MENTE

O amor é uma coisa que não conhece medida, que não pode ser agregado pela mente, não pode ser cultivado, uma coisa que não é sentimental, que não tem nada a ver com emocionalismo e nada a ver com boas ações, a reforma da cidade e assim por diante.

Quando você tem esse sentimento, então, tudo na vida é importante, significativo; por isso, você fará o que é bom. Mas sem conhecer a beleza, a profundidade, o vigor dele, estamos tentando reduzir o amor a uma coisa que a mente pode capturar e tornar respeitável. E o mesmo se aplica à ação, que estamos agora tentando compreender. Ação é um movimento infinito que não tem início nem fim e que não é controlado por causa e efeito. A ação é de todas as coisas – a ação do mar, da semente de manga se tornando uma mangueira, e assim por diante. Mas a mente humana não é uma semente e, assim, por meio de sua ação ela se torna apenas uma reprodução modificada do que ela foi.

Em nossa vida existe a pressão constante das circunstâncias, e embora as circunstâncias estejam sempre mudando, elas estão sempre moldando nossas vidas. O que foi, não é; o que é, pode ser rompido. Então, não podemos nós perceber, sentir, esta enorme ação da vida que percorre desde o pequeno verme na terra até a extensão dos céus infinitos? Se você realmente quer saber o que é essa coisa extraordinária, esta ação, então você tem que passar por isto, tem que romper a barreira desta ação no tempo. Então você vai conhecê-la, então com esse sentimento você pode agir, pode ir ao seu trabalho e fazer todas as coisas que são reconhecidas dentro do âmbito do tempo. Mas de dentro do âmbito reconhecível do tempo, você não pode encontrar a outra coisa. Faça o que fizer, por meio do trivial você nunca encontrará o imensurável. (Collected Works, Vol. XI, Action)


O processo de pensamento sempre nega o amor. É o pensamento que tem complicações emocionais, não o amor. O pensamento é o grande obstáculo do amor. O pensamento cria uma divisão entre o que é e “o que deveria ser”, e a moralidade se baseia nesta divisão; mas nem o moral nem o imoral conhecem o amor. Esta estrutura moral, criada pela mente para manter as relações sociais unidas, não é amor, mas um processo endurecido como cimento.

O pensamento não leva ao amor, o pensamento não cultiva o amor, pois o amor não pode ser cultivado como uma planta no jardim. O próprio desejo de cultivar amor é a ação do pensamento. Se você estiver, de fato, consciente, verá que papel importante tem o pensamento em sua vida. O pensamento, obviamente, tem seu espaço, mas ele não está relacionado ao amor de modo algum. O que está relacionado com o pensamento pode ser compreendido pelo pensamento, mas aquilo que não está relacionado com o pensamento não pode ser apreendido pela mente.

Você perguntará: então o que é amor? O amor é um estado de ser onde o pensamento não está; mas a própria definição de amor é um processo do pensamento, e, por isso, não é amor.

Nós temos que compreender o pensamento em si, e não tentar capturar o amor com o pensamento. A negação do pensamento não gera amor. Há liberdade do pensamento só quando seu significado profundo é totalmente compreendido; e, para isto, o autoconhecimento profundo é essencial, não afirmações vãs e superficiais. A meditação e não a repetição, conscientização e não definição, revelam os caminhos do pensamento. Sem estar consciente e experimentar os caminhos do pensamento, não pode haver amor. (Commentaries on Living, Series 1, 16, Choiceless Awareness)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A TRAJETÓRIA DA MAGIA

(...) Como os estudantes de arqueologia e os expoentes máximos de religião comparada nos informam, a magia remonta aos primórdios da vida do homem neste planeta. Todos os sistemas religiosos, com exceção possivelmente de algumas seitas protestantes e do budismo meridional, fizeram durante um certo período, uso da magia cerimonial. (...)

Se as autoridades forem cuidadosamente estudadas, observar-se-á que, falando de maneira geral, cada religião assimila o melhor da religião antecedente, e o resto é deixado para a ralé ignorante e para aqueles sacerdotes da velha religião que não se conformam o novo. À medida que a nova religião se organiza, ela começa a perseguir os remanescentes da antiga, e esses remanescentes são empurradas para o submundo. Essa situação aflorou quando o Cristianismo emergiu de sua infância e se tornou a religião dominante do Ocidente. A velha religião desintegrou-se, e a Igreja Católica absorveu muito de sua filosofia e de seu ritual, impregnando, gradualmente, todos os níveis da sociedade, até que os seguidores da velha fé fossem apenas seres rústicos, residentes em lugares distantes e isolados. Esses rústicos ou pagãos, não versados na filosofia de sua religião, transmitiram uma face deturpada da mesma. Eles nunca deixaram de ser perseguidos cruelmente, mas seu número era constantemente acrescido por muitas fontes, incluindo aqueles que se rebelaram contra as posições papais.

Quando, contudo, o impulso do Renascimento tornou possível quebrar o jugo de Roma, as mais piedosas Igrejas reformadas estavam tão intolerantes quanto Roma havia sido em sua perseguição às bruxas, feiticeiras e magos. A história da Europa do século XI ao XVII constitui-se em leitura aterrorizante. Com a emergência da “Idade da Razão”, a crença popular no poder maligno do mago começou a desaparecer. Simultaneamente, nos círculos protestantes ao menos, a crença religiosa começou a se deteriorar em uma formalidade que tinha muito pouca força mobilizadora.

Esse nível de mediocridade na Inglaterra alcançou o apogeu na era vitoriana, quando a Física, pela boca de seus maiores expoentes, declarou “não existir lugar no universo para fantasmas”, e o presidente da Sociedade Real declarou: “Na matéria eu vejo o potencial e a promessa de toda a vida.” Porém, com os crescentes conhecimentos acerca do universo que o desenvolvimento moderno da ciência trouxe, tais ideias tiveram que ser consideravelmente revistas, e físicos modernos como Eddington, Jeans ou Einstein, apresentaram uma ideia da natureza e um propósito do Universo que podem ser facilmente aceitos pelo mago. Levando-se em consideração a diferença de terminologia, os magos vêm falando a mesma coisa há séculos!

É, no entanto, com as modernas escolas de psicologia, mais particularmente a associada ao nome de C. G. Jung, que o mago encontra maior proximidade com o pensamento moderno. Pelo balanço curioso do pêndulo moderno, percebido por Heráclito, chamado de enantiodromia*, o que foi subjugado e obrigado à clandestinidade começa agora a aflorar para desalento dos ortodoxos.

Mas, embora reprimida e perseguida ao longo dos tempos, a magia nunca deixou de existir no mundo ocidental. A Igreja Romana adaptou habilidosamente muito da velha magia para seus próprios propósitos; por outro lado, nos bastidores, a magia tradicional corria para um dos rios clandestinos das terras altas, emergindo aqui e ali à luz do dia, para então desaparecer sob a superfície.

Uma dessas emergências foi a Ordem do Templo, cujos membros, os Cavaleiros Templários, foram aliviados de boa parte do ódio nutrido por eles pelos seus perseguidores; os Albigenses na França foram outra; os Irmãos da Dourada e Rosa Cruz, os Iluminados, os Magnetistas, os Teosofistas e numerosas outras ordens mágicas e fraternidades que surgiram na metade do século XIX estão também entre esses movimentos emergentes.

Desses, a mais famosa e a mais iluminada, do nosso ponto de vista, é a Ordem da Golden Dawn**. Fundada sobre supostas bases rosacruzes, ela conseguiu realizar uma síntese admirável de todas as ramificações oscilantes da magia; e, a despeito de muitas vicissitudes e divisões, ainda permanece fonte da Tradição Mágica Ocidental. (...)



*enantiodromia – de enatios, do grego, contrário, oposto. Seria a capacidade de certas forças, reprimidas por suas antagonistas, virem a substituí-las em movimento pendular. Por exemplo, a condenação medieval ao culto do corpo sendo substituída por esse culto por meio da recuperação dos ideais estéticos do renascimento. (N.doT.)

**Golden Dawn (Aurora Dourada) – ordem hermética fundada por mestres maçons na Inglaterra, que exercem grande influência sobre todo o desenvolvimento do Ocultismo no Ocidente, influência essa que perdura até hoje, ainda que de forma residual. (N.doT.)




E. W. Butler





Fonte: do livro "A Magia e o Mago", Ed. Bertrand, 2ª Edição
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DOÇURA - PODER - HUMANITARISMO - PENSAMENTOS PUROS

Doçura é a maestria dos sentidos. Olhos que vêem o fundo das coisas, ouvindo que escutam o coração das coisas, voz que só expressa a essência das coisas. Doçura é o resultado de uma longa jornada interior ao âmago da vida e a habilidade de lá descansar e assistir. O que é realmente doce nunca pode ser vítima do tempo, porque doçura é a qualidade da pessoa cuja vida tocou a eternidade.

O pensamento puro e profundo sobre o eu eterno é a energia transformadora que irá curar o eu, os outros e o planeta. Quando estamos ligados ao Supremo, uma energia muito maior é liberada. Isto é chamado força ou poder. Para que a liberação dessa energia benevolente ocorra, pensamentos e atos precisam ser checados e toda consciência egoísta precisa ser reconhecida e removida. (Being good in bad times Purity, August 2013)

A desarmonia entre pensamentos, palavras e ações e também a falta de intenções nobres está poluindo o ambiente espiritual ao redor do globo. A solução para reverter esse processo é servir com a mente. Criar tempo na agenda para conscientemente ter bons desejos para si e para os outros é um grande serviço humanitário. Ao escolher um momento tranquilo - de preferência de manhã cedo - podemos dar um banho de paz, borrifar amor e espalhar felicidade nas áreas que estão em conflito. (The power of pure thoughts, Purity, September 2013)

Muita gente diz que é muito difícil ser positivo neste mundo altamente negativo. Mas, assim como um incenso espalha fragrância por todo lugar, o poder dos pensamentos puros e positivos constantes pode transformar as atitudes e a atmosfera negativa de qualquer pessoa ou local.




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal