terça-feira, 31 de março de 2015

CHANCE - HERÓIS - VISÃO - BOAS ENERGIAS - ENTUSIASMO

Nesse momento, Deus, o pai de todas as almas, está nos dando a chance de sermos elevados. Então vamos aproveitar essa chance! Vamos nos esforçar em mantê-Lo a frente de nós. Não pense sobre o seu passado ou o passado dos outros. Não se preocupe com o futuro também. Simplesmente empenhe-se em criar seu próprio presente. Procure concentrar seus esforços em manter os pensamentos elevados e puros. Isso tornará sua visão, atitude e ações elevadas e puras. Assim sua vida trará nada mais do que benefício para você e para o mundo. (Dadi Janki)

Não podemos fugir das situações, mas podemos enfrentá-las de uma forma diferente. Quando você mantem a consciência positiva, estabiliza-se no seu autorrespeito, mantem sua autoestima elevada e permanece numa distância saudável da situação, você conseguirá ter a visão de uma águia. De cima, tudo parece menor. É mais fácil acabar com algo pequeno. Você pode, eu sou vitorioso, eu sou um destruidor de obstáculos são exemplos de uma consciência positiva.

Somos nós quem criamos os pensamentos e permitimos que as situações tenham maior ou menor impacto sobre nós. Então precisamos aprender a criar pensamentos cheios de coragem, confiança e determinação. Espiritualidade e meditação nos ajudam a fazer exatamente isso. Quando os pensamentos estão carregados de energia positiva eles ajudam a superar as situações. Assim, com pensamentos cheios de boas energias, criamos uma atmosfera agradável seja onde estivermos. Nossas vibrações criam espaços cheios de beleza, amor, confiança e tranquilidade. Espaços onde todos aqueles que entrarem se conectarão com sua verdade interior.


O mundo saúda os heróis de muitas maneiras. Alguns são aplaudidos pelo seu ofício e talento. Outros mantêm elevada estima por seu prestígio, riqueza e poder. O mundo homenageia aqueles que fizeram uma façanha especial em seus campos profissionais e decora empreendedores e vencedores. Mas respeito, do coração, é muito mais do que isso. Respeito é recebido através dos atos de bondade, serviço e sacrifício. Uma pessoa que sempre valoriza a dignidade dos outros, é honesta, paciente e humilde em suas interações, e também é compassiva - especialmente com aqueles que são menos dotados - recebe amor e respeito de todos. Pessoas assim são os verdadeiros heróis.
 
Entusiasmo é a chave mestra para nos sentirmos grandiosos. Ele age como um duplo impulso de energia. Nos mantem extremamente positivos e além da influência da negatividade. E simultaneamente faz com que os outros se sintam elevados também. Entusiasmo nos dá fé para acreditar na realidade de outras possibilidades. Essa palavra é derivada da palavra grega enthusiasmos que significa estar em Deus ou estar no divino. Quando estamos espiritualmente vivos conseguimos ver, pensar e agir de forma nova e criativa diante das obstruções. (Dadi Janki)




Brahma Kumaris



Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 30 de março de 2015

LIBERAÇÃO

As cargas mentais negativas possuem a nefasta força de desorganizar as engrenagens psicológicas e físicas do ser. Acostumando-se-lhes, será necessário ingente esforço para destrinçá-las nos sutis emaranhados dos campos de energia geradora da vida.

Recordações desagradáveis, pensamentos perturbadores, ideias viciosas, frases deprimentes do ontem, ressumam como necessidades de queixas, ressentimentos guardados, iras conservadas, depreciação de si mesmo, desamor, num conjunto de ingredientes destrutivos, que terminam por desorganizar o ser que se lhes permite vitimar.

Não se pode evitar o haver nascido em um lar agressivo, entre pessoas hostis, sob injunções sócio-morais e econômicas penosas. Tal acontecimento faz parte do passado e a lamentação somente complica-o, ao invés de eliminá-lo.

Submeter-se às reminiscências deploráveis torna-se uma forma de infeliz masoquismo, que vitaliza o que não se tem como eliminar, embora os recursos de que se dispõe para sobrepô-las e esquecê-las.

Toda vez que alguém se apóia à autocompaixão diante do insucesso da existência planetária, acomoda-se ao sucedido e preserva-o por conformismo. Faz-se, então, inadiável, a decisão para ser feliz, revertendo o ocorrido.

A reencarnação conduziu-te a um lar que consideras inadequado para o teu progresso, e que te faz sofrer. Talvez, tu mesmo o hajas elegido para adaptar-te desde cedo ao processo reparador.

Cada um se vincula aos seres de que necessita para a evolução. Permanecer, porém, ergastulado a esses eventos afligentes é atitude acomodatícia com o negativo e perturbador, quando dispões de valiosos meios para a libertação.

Problemas existem, para serem solucionados.

Dificuldades são testes para desafiar os valores latentes do conhecimento, da capacidade de luta de cada um.

Se preferes a autopiedade, ninguém te poderá ajudar.

O ressentimento, o medo, a queixa, a reclamação do passado, mais te farão dependente do acontecido, no qual inconscientemente te apóias a fim de não lutares pela restauração da paz e o logro da alegria.

Não podes nem deves incorporar à existência os vaticínios danosos que te fizeram, as expressões chulas que te dirigiram, as frases deprimentes que te endereçaram, as agressões verbais, morais e físicas de que foste vítima. Isso já passou e não tens como fazer, para que não houvessem sucedido. Desviar-lhes, porém, os efeitos daninhos, sim, cabe-te realizá-lo.

Sabes que não és o que te acusaram. Mas, se por infortúnio da tua fragilidade psicológica, incorporaste à personalidade as investidas aleivosas e te crês conforme te definiram, rompe as algemas e ensaia a tua libertação.

És uma gema bruta por lapidar. Se, exteriormente, a ganga é impura, tens no íntimo o brilho das estrelas, que te cumpre liberar.

Começa agora o novo processo da tua vida.

Dá-te a oportunidade de provar a ti mesmo quanto possuis, e conseguirás produzir.

Experimenta o prazer de construir o teu futuro e, de pronto, começarás a ser uma pessoa ditosa.


Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis





Fonte: do livro "Momentos de Saúde", cap. 4, LEAL
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

RAIVA, VIOLÊNCIA E SEGURANÇA

Pergunta: Como lidamos com a violência em outra pessoa? Krishnamurti: Meu vizinho é violento: como lido com isso? Dou a outra face? Ele vai achar bom. Que devo fazer? Você faria essa pergunta se fosse realmente não violento, se não houvesse nenhuma violência em você? Escute bem essa pergunta. Se no seu coração, na sua mente, não houver violência alguma, ódio algum, nem amargura, nem sentimento de realização, nem desejo de ser livre, nenhuma violência, você faria essa pergunta sobre como lidar com o vizinho violento? Ou você saberia o que fazer com ele? Outras pessoas poderão chamar de violência o que você faz, mas você pode não ser violento; naquele momento em que o seu vizinho age violentamente, você saberá como lidar com a situação. Mas uma terceira pessoa, observando, poderá dizer: “Você também é violento”. Mas você sabe que não é violento. Portanto, o que importa é ser completamente livre de violência – e não o que outra pessoa diga de você. (Beyond Violence, pp 83-84)

Quando se defronta com a violência, o cérebro passa por uma rápida mudança química; ele reage muito mais rapidamente do que o golpe. O corpo todo reage e há resposta imediata; a pessoa pode não revidar, mas a própria presença da raiva ou do ódio causa essa resposta e existe ação. Na presença de uma pessoa com raiva, veja o que acontece quando se está ciente disso sem que haja resposta a isso. No momento em que se está cônscio da raiva de outrem, e não se reage, há uma resposta muito diferente. O instinto da pessoa é responder ao ódio com ódio, à raiva com raiva; há uma injeção química que enseja reações nervosas no sistema. Mas acalme tudo isso na presença da raiva, e uma ação diferente se manifestará. (Questions and Answers, p 23)

Será que existe raiva justa? Ou só há raiva? Não há boa influência ou má influência, só há influência; mas, quando você está influenciado por algo que não me agrada, chamo isso de má influência. No momento em que você protege sua família, seu país, um pano colorido chamado bandeira, uma crença, uma ideia, um dogma, a coisa que você exige ou possui, essa mesma proteção indica raiva. Então, será que você pode olhar para a raiva sem nenhuma explicação ou justificação, sem dizer: “Preciso proteger os meus bens”, ou “Eu estava certo em ficar com raiva”, ou “Como fui estúpido em ficar com raiva”? Você consegue olhar para a raiva como se ela fosse algo em si mesma? Consegue olhar com completa objetividade, o que significa sem a defender nem a condenar? (Freedom from the Known, p 52)

Psicologicamente, em nosso relacionamento com ideias, pessoas e coisas, queremos segurança, mas será que existe segurança em algum relacionamento? É claro que não. Querer segurança psicológica é negar a segurança exterior. Se quero estar psicologicamente seguro como hindu, com todas as tradições, superstições e ideias, identifico-me com o grupo maior, que me dá grande conforto. Assim, adoro a bandeira, a nação, a tribo, e me isolo do resto do mundo. Essa divisão, obviamente, traz insegurança física. Quando adoro a nação, os costumes, os dogmas religiosos, as superstições, isolo-me dentro dessas categorias e, então, é claro, preciso negar a segurança física para todos os outros. A mente busca segurança física, a qual é negada quando ela busca segurança psicológica. (The Flight of the Eagle, pp 57-8)



J. Krishnamurti






Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/


terça-feira, 24 de março de 2015

PENSAMENTO - INTROSPECÇÃO - MAESTRIA - CONSCIÊNCIA

A mente é o pensador, o intelecto é o chefe e as memórias são a biblioteca no meu mundo interior. Quando o chefe não dá ao pensador algo positivo para pensar a respeito, ele vai para a biblioteca e pega qualquer livro de memórias para guiar seu pensamento. Quando o intelecto desempenha um papel firme mas adorável como um bom chefe, a mente fica nos trilhos e apenas os melhores livros vem da biblioteca. (365 Beautiful Thoughts, Brahma Kumaris, Canada)

Introspecção significa ir fundo internamente e lá encontrar a percepção. Muito frequentemente vivemos nossas vidas na superfície. Há tanta atividade e barulho na superfície que somos levados para muitas direções. Quando me volto para dentro e encontro a quietude, minha calma profunda, eu me reasseguro e encontro a sabedoria que preciso para fazer boas escolhas. (365 Beautiful Thoughts, Brahma Kumaris, Canada)

A estrada para a auto maestria é o auto ensino. Para me tornar um mestre eu posso aprender dos outros ou reunir princípios e percepções que me ajudem na jornada mas, no fundo, eu preciso desenhar e desenvolver meu próprio caminho. Senão eu me torno um seguidor, não um mestre. Ser um mestre do eu é voltar-se para dentro e descobrir o que é verdadeiro e correto para mim. Ninguém mais pode fazer isso para mim. (365 Beautiful Thoughts, Brahma Kumaris, Canada)

A consciência humana é o guia pessoal e o elo com a Única fonte universal de verdade. É possível e prático estar em contato com ela, sentir suas pontadas e mordidas, escutar quando ela fala. Cada indivíduo senta-se no assento do motorista e tem liberdade de escolha: seguir adiante, parar, dar a volta, entrar no fluxo, ceder passagem, sinalizar. Podemos escolher agir com base nos princípios mais íntimos e valores corretos ou reagir com base em circunstâncias negativas externas.

A batalha entre espírito e ego é como uma batalha entre a visão ampla e a visão curta. Se o ego entra em cena, vejo minha vida em termos de aquisições a curto prazo. Tratarei as outras pessoas como meios para os meus próprios fins egoístas. Se me torno espiritualmente consciente, vejo minha vida na mais ampla perspectiva. As outras pessoas passam a ter extrema importância. Meu propósito é fazer chover meus presentes espirituais sobre elas - irradiar amor em todas as direções.




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 23 de março de 2015

DIFICULDADES EM MEDITAR

Vós dizeis que sentis dificuldades em meditar. Por quê?

Porque ainda não compreendestes bem que cada momento da existência não existe isoladamente, está ligado a todos os que o precederam; por isso, deveis estar atentos e preparar as condições para poderdes fazer, quando chegar o momento, um verdadeiro trabalho pelo pensamento.

Admitamos que discutistes com alguém: no dia seguinte, quando quiserdes meditar, não parareis de ruminar as vossas razões de queixa e de pensar em ajustar contas com essa pessoa. Em vez de vos sentirdes libertos e conseguirdes elevar-vos até às regiões da alma e do espírito, ficareis fixos no chão, ocupados unicamente em continuar as vossas discussões da véspera. Uma vez por uma razão, outra vez por outra, a mesma história repetir-se-á interminavelmente e assim nunca sabereis meditar.

Portanto, que isto fique claro: podeis realizar muitas coisas pelo pensamento, mas só se tomardes consciência de que, como cada momento da vossa vida está ligado àqueles que o precederam, o trabalho do pensamento, como todos os outros, tem de ser preparado.

... cada momento da existência não existe isoladamente, está ligado a todos os que o precederam; por isso, deveis estar atentos e preparar as condições para poderdes fazer, quando chegar o momento, um verdadeiro trabalho pelo pensamento.




Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 21 de março de 2015

CADA DIA SE NOS APRESENTA UMA OPORTUNIDADE DE REDIRECIONAR NOSSA CONSCIÊNCIA

Gentileza, amor e o compartilhar: na condição de seres humanos, estas qualidades são nosso cordão umbilical, nos unindo à energia de vida que nos sustem. A unidade que criamos com os outros é o que ativa o universo e produz os "frutos" e as bênçãos em nossas vidas.

Quando somos parte de algo maior do que nós mesmos e injetamos em nossas ações diárias a consciência de compartilhar, podemos subir acima das coisas que nos mantém para baixo, tais como depressão, sensação de peso, procrastinação, raiva etc.

Dedique um minuto a pensar: o que está me segurando no momento? Quais são as oportunidades de compartilhar que o universo está me enviando? Como posso sair de mim mesmo para ser uma parte dos outros ao meu redor?

Às vezes, o melhor presente que podemos dar para alguém é darmos a nós mesmos: nossa atenção, nosso amor, estarmos simplesmente à disposição dessa pessoa, o presente de nos sentarmos com um amigo e chorarmos juntos, o presente de nos importarmos com alguém ou alguma coisa que não faz parte de nosso objetivo costumeiro de cuidado ou responsabilidade, o presente de compartilhar sem recebermos algum crédito por isso, sem que sejamos considerados “uma boa pessoa”. O melhor presente é aquele que compartilhamos quando o fazemos porque nosso coração nos diz que devemos fazê-lo, porque ao compartilharmos dessa maneira nos tornamos mais próximos da energia do Criador. Esse compartilhar é aquele ato de dar algo que vem de nosso espírito interior, de nossa Luz interior.

Todos nós possuímos esse dom de compartilhar. A única questão é se escolhemos utilizá-lo ou não.

Ouvimos o tempo todo na espiritualidade: faça o esforço, faça o trabalho... não se preocupe com o resultado. Mas existe outra parte desse conselho que não ouvimos com tanta frequência: quando caímos em desespero, existe uma maneira que garante que saiamos de nós mesmos. Trata-se de olhar em volta e encontrar alguém que precise de ajuda. Pense no que acontece quando estamos fazendo nosso trabalho diário (independente do que seja ) e as coisas não acontecem do jeito que queremos que aconteçam e dizemos para nós mesmos “Ah, coitadinho de mim, não aguento mais. Não tenho mais nenhuma força.” Se, naquele momento, conseguirmos parar e estender nossa mão para ajudar outra pessoa, teremos uma chance de puxarmos a nós mesmos para um lugar melhor.

Ao ajudar os demais, estamos verdadeiramente ajudando a nós mesmos.

Geralmente, deixamos de ver a importância da jornada que percorremos todos os dias. Esquecemos ou ignoramos a importância de nossos relacionamentos. Não vemos a beleza de estarmos conectados com algo além de nós mesmos. Nossas idas e vindas diárias se tornam tão previsíveis, tão mundanas e até mesmo tão entediantes, que começamos a não pensar realmente no que estamos recebendo ao longo do dia. Consequentemente, começamos a não dar valor às dádivas com as quais a vida nos contemplou.

Cada dia nos apresenta uma nova oportunidade de redirecionar nossa consciência para uma apreciação pelas pessoas e coisas que realmente têm importância para nós, em nossas vidas. E essa é uma das nossas tarefas espirituais neste mundo. Quando conseguimos fazer com que os outros sintam que são importantes, nós também, por nossa vez, nos tornamos importantes, porque nossa atitude faz com que nos tornemos um fio condutor para a bondade e o amor do Criador.




Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DIFICULDADES E DESÂNIMOS - A RENOVAÇÃO DA ENERGIA

Quando, perante certas dificuldades, sentis o desânimo ou o desespero invadir-vos, não os considereis como inimigos que não têm o direito de vos atacar, porque, infelizmente, não é assim, eles têm esse direito. É preciso, pois, aceitar esses ataques dizendo para si próprio que, graças a eles, muitas coisas ficarão melhor depois, e é verdade, elas ficarão melhor.

Nunca sentistes que, após um grande desânimo, ficais de novo cheios de energias? De onde vieram essas energias? Foi o desânimo que vo-las trouxe. Evidentemente, deveis estar atentos: velai para que esse desânimo não seja mais forte do que vós, para que ele não vos arraste como uma torrente impetuosa que acabaria por engolir-vos. Aceitai-o apenas como uma coisa inevitável, pois tais estados são inevitáveis. Se souberdes como compreendê-los e como vivê-los, isso será como a primavera depois do inverno, sentir-vos-eis regenerados.

Para evoluirmos, nós devemos passar por exames, enfrentar grandes provas. Sofreremos, é certo, mas, se as ultrapassarmos, pelo menos saberemos aquilo de que somos capazes. Estas provas estão relacionadas com os quatro elementos: a terra, a água, o ar e o fogo. Elas surgem continuamente ao longo da nossa vida.

As provas da terra são como sismos; elas verificam a nossa vontade, a nossa paciência e a nossa estabilidade. Será que, à semelhança da pirâmide, os nossos alicerces são suficientemente sólidos?

As provas da água dizem respeito ao mundo dos sentimentos. Elas mergulham-nos nas vagas negras do ódio, da traição, e o amor em nós deve conseguir neutralizar todos esses venenos.

As provas do ar são produzidas pelos tornados e pelos furacões. O nosso intelecto seguirá a direção deles ou continuará a ver claro e a raciocinar corretamente?

As provas do fogo são as mais terríveis. Elas queimam todas as impurezas que impedem a nossa alma de se unir à Causa primeira, a Origem de todas as existências. Para encontrar Deus, temos de passar pelo fogo purificador.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PREGANDO A NÃO-VIOLÊNCIA MAS SENDO VIOLENTO EM ATITUDES

Vocês foram criados, a maioria infelizmente, com ideais. Ideais são apenas palavras. Eles não têm qualquer significado, não tem substância. São apenas os filhos estéreis de uma mente vazia, descuidada! Vocês foram criados no ideal da não-violência. Vão pelo mundo afora pregando a não-violência. Não-violência é o ideal. Mas o fato é que você é violento em seu gesto, no modo como fala com seu superior ou seu inferior. Por favor, ouça a si mesmo. Eu estou apenas apontando. Você é violento – violento em seu gesto, em seu pensamento, em seu sentimento, em sua ação. Por que você não pode olhar essa violência? Por que precisa ter um ideal de não-violência? O fato é que você é violento, e o ideal é não-factual; assim, você cria uma contradição em você mesmo e, portanto, se impede de olhar o fato da violência. Quando você olha um fato, é capaz de lidar com ele: você dirá que é violento e aceita isto; você aceita e diz, “Eu sou violento e não vou ser hipócrita”, ou dirá que é violento e aprecia isto, ou olhará isto sem o ideal. Você só pode olhar um objeto ou um fato ou o que seja, quando não existe ideal, nem opinião, nem julgamento; é isso. Então o fato gera uma intensidade de ação no imediato. Só quando você tem ideias sobre um fato, você adia a ação. Quando você percebe factualmente que é violento, então você pode olhar isto, pode examinar; então pode aprender tudo sobre isto, a natureza da violência, se é possível libertar-se ou não; não como uma ideia, mas realmente. Assim, uma mente religiosa não tem ideais, nem exemplo, nem autoridade, pois o fato é a única coisa que importa, e esse fato exige urgência de ação. (Collected Works, Vol. XV, 25, Action)

Há tantos tipos de violência. Vamos examinar cada tipo de violência ou vamos considerar toda a estrutura da violência? Podemos olhar para todo o espectro da violência, e não para uma parte dela?... A fonte da violência é o “eu”, o “ego”, que se expressa de muitos modos – em divisão, em tentar tornar-se alguém – o que se divide em “eu” e “não eu”, como inconsciente e consciente; o “eu” que se identifica ou não com a família, que se identifica ou não com a comunidade, e assim por diante. É como uma pedra lançada em um lago: as ondas espalham-se cada vez mais, estando no centro o “eu”. Enquanto o “eu” sobreviver sob qualquer forma, muito sutil ou grosseira, haverá necessariamente violência. (Beyond Violence, p 74)




J. Krishnamurti






Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
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sexta-feira, 20 de março de 2015

UMA PESSOA É TODA A HUMANIDADE

Violência não é só matar outra pessoa. É violência usarmos palavras ferinas, fazermos um gesto para afastar uma pessoa, obedecermos por medo. Portanto, violência não é somente matança organizada em nome de Deus, em nome da sociedade ou do país. Violência é coisa muito mais sutil, mais profunda, e estamos investigando-a em toda a sua profundidade. Quando você se denomina indiano, muçulmano, cristão, europeu, ou qualquer outra coisa, está sendo violento. Sabe por que isso é violência? É porque você está se destacando do resto da humanidade. Quando você se separa por crença, por nacionalidade, por tradição, isso produz violência. Portanto, um homem que busque compreender a violência, não pertence a nenhum país, a nenhuma religião, a nenhum partido ou sistema político; ele está interessado na compreensão total da humanidade. (Freedom from the Known, pp 51-52)

A consciência de um é a consciência do resto da humanidade. Isso é lógico. Você pode discordar, pode dizer: “Minha consciência é separada e precisa ser assim”. Mas será que é assim mesmo? Se compreende a natureza disso, então se vê que uma pessoa é o resto da humanidade. Pode-se ter um nome diferente, pode-se viver em determinada parte do mundo e ser educado de determinado modo, pode-se ser rico ou muito pobre, mas, quando se vai para detrás da máscara, profundamente, a pessoa é o resto da humanidade – com suas dores, solidão, sofrimento, desespero, neuroses, crendo em alguma ilusão, e por aí vai. Tanto no Oriente quanto no Ocidente, isso é assim. Pode-se não gostar disso; pode-se gostar de pensar que se é totalmente independente, um indivíduo livre, mas, quando se observa muito profundamente, se é o resto da humanidade. (The Flame of Attention, p 85)

Eis o terreno comum sobre o qual toda a humanidade se firma. E, aconteça o que acontecer no campo dessa consciência, somos responsáveis. Noutras palavras, se eu for violento, estou acrescentando violência a essa consciência que é comum a todos nós. Se eu não for violento, não estou fazendo esse acréscimo, estou introduzindo um fator completamente novo a essa consciência. Então, sou profundamente responsável, ou por contribuir para essa violência, para essa confusão, para a terrível divisão; ou, como reconheço profundamente no meu coração, no meu sangue, nas profundezas do meu ser, que sou o resto do mundo, sou a humanidade, sou o mundo, o mundo não está separado de mim, então, me torno totalmente responsável. (Social Responsibility, pp 19-20)

Você é o mundo, você não está separado do mundo. Você não é americano, russo, hindu ou muçulmano. Você está alheio a esses rótulos e palavras, você é o resto da humanidade porque sua consciência, suas relações, são semelhantes às dos outros. Você pode falar uma língua diferente, ter costumes diferentes, isso é cultura superficial – aparentemente todas as culturas são superficiais – mas a sua consciência, suas reações, sua fé, suas crenças, suas ideologias, seus medos, ansiedades, solidão, tristezas e prazeres, são semelhantes ao resto da humanidade. Se você mudar, isso afetará toda a humanidade. (Krishnamurti to Himself, p 61)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
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quinta-feira, 19 de março de 2015

AMOR - ALMA - ACEITAÇÃO - INTERCONEXÃO

Deus quer que a gente cresça tanto quanto Ele. Isso requer muito alimento espiritual (conhecimento), muito perdão e muita maturidade com todos. É para nossos inimigos que temos que dar mais. Isso requer grande esforço! A qualidade da doação reside em dar àqueles que não desejamos dar ou que sabemos que não merecem isso. Deus deseja que sejamos os gigantes que andam por aí com corações gigantes. (BK David, Karma, The World Renewal, July, 2014)

O corpo é como um templo; a alma é como uma centelha de luz. O corpo é como um carro; a alma é como o motorista deste carro. O corpo e o cérebro são como um computador; a alma é quem programa e usa o computador. É dito que a alma é uma estrela minúscula que vive no centro da testa, entre as sobrancelhas. Aqueles que praticam a consciência da alma se tornam auto-soberanos. (B.K. Jagadish Chander, Easy Rajyoga, Brahma Kumaris Ishwariya Vishwa Vidyalaya, Mount Abu)

Aceitação vem da nossa vontade de soltar. Deixar de lado as preocupações sobre as trivialidades da vida e enfrentar nossos medos, vergonha, culpa e outros assuntos inacabados. Depois dessa checagem emergimos com mais autorrespeito, mais amor próprio e mais coragem. Somos capazes de enfrentar qualquer obstáculo que venha em nossa direção. Amamos sem nos apegar, nos envolvemos sem ficar dependentes. Somos o que somos. Por um lado somos livres dos estilos dos outros, por outro lado admiramos a sinfonia das personalidades que nos cercam. (BK Bridge Menezes, Learning to Let Go, World Renewal, June 2003)

Não somos ilhas separadas por mares revoltos. Somos as contas de um rosário unidas pelo fio do amor. Quanto mais limpas e honestas as contas, mais próximas elas se tornam. As diferenças de personalidade, atitudes e visões deixam de ser motivos de conflito e passam a ser os meios para se criar harmonia. Quando cada conta obtém vitória sobre as negatividades contidas em si, nos outros, nas situações e nas vibrações, o rosário da vitória é formado.

Podemos tratar o desmatamento e a poluição com "pomadas" para os cortes e contusões de um planeta que está sofrendo muito. Ou então podemos ir mais fundo, à fonte do problema – à qualidade dos nossos pensamentos, conceitos e valores. Se pudéssemos entender conexão direta entre a ‘atmosfera’ que emana do pensamento de cada pessoa e a condição atual da biosfera, pensamentos negativos seriam proibidos.




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 18 de março de 2015

PROBLEMAS DA EVOLUÇÃO

A semente, portadora de vida, quando colocada para germinação, experimenta a compressão do solo e sua umidade, desenvolvendo os fatores adormecidos e passando a vigorosas transformações celulares. Intumesce-se e, dirigida pela fatalidade biológica, desata a vida sob nova forma, convertendo-se em vegetal, para repetir-se, ininterruptamente, em futuras sínteses...

A criatura humana, de alguma forma fadada à perpetuação da espécie e à sua plenificação, encarna-se, reencarna-se, repetindo as façanhas existenciais até atingir o clímax que a aguarda. Em cada etapa nova remanescem as ocorrências da anterior, em uma cadeia sucessória natural. E através desse mecanismo os êxitos abrem espaços a conquistas mais amplas e complexas, assim como o fracasso em algum comportamento estabelece processos que impõem problemas no desenvolvimento dos cursos que prosseguem adormecidos.

Esmagada pelas evocações inconscientes do agravamento da experiência, ou sem elas, a criatura caracteriza-se, psicologicamente, por atitudes de ser fraco ou forte, segundo James, como decorrências do treinamento na luta a que foi submetida, podendo, bem ou mal, enfrentar os dissabores ou as propostas de crescimento e graças a essa conduta se torna feliz ou atormentada.

Ninguém se encontra isento do patrimônio de si mesmo como resultado dos próprios atos. São eles os responsáveis diretos por todas as ocorrências da marcha evolutiva, o que constitui grande estímulo para o ser, liberando-o dos processos de transferência de responsabilidade para outrem ou para os fatores circunstanciais, sociais, que normalmente são considerados perturbadores.

Mesmo quando os imperativos genéticos inculpem situações orgânicas ou psíquicas constritoras no indivíduo, esses se derivam da conduta pessoal anterior, e devem ser considerados como estímulos ou métodos corretivos, educacionais, a que as Leis da Vida recorrem para o aprimoramento dos seres humanos.

O estado de humanidade já é conquista valiosa no curso da evolução; no entanto, é o passo inicial de nova ordem de valores, aguardando os estímulos para desdobra-los todos, que jazem adormecidos — Deus em nós — para a aquisição da angelitude.

Da insensibilidade inicial à percepção primária, dessa à sensibilidade, ao instinto, à razão, em escala ascendente, o psiquismo evolve, passando à intuição e atingindo níveis elevados de interação com a Mente Cósmica.

Os indivíduos, no entanto, mergulhados no processo do crescimento, raramente se dão conta de que o sofrimento, que é fator de aprimoramento, ainda constitui instrumento de evolução, em se considerando o estágio de humanidade.

Assim posto, o autoconhecimento desempenha relevante papel no adestramento do ser para a sua superação e perfeita sintonia com a paz.

Nesse desiderato, são investidos os mais expressivos recursos psicológicos e morais, de modo a serem alcançadas as metas que se sucedem, patamar a patamar, até alcançarem o nível de libertação interior.

Mediante esse comportamento surgem os problemas, as dificuldades naturais que fazem parte do desempenho pessoal e da sua estruturação psicológica.

Quando imaturo, o ser lamenta-se, teme e transforma o instrumento de educação em flagelo que o dilacera, tornando-se desventurado pela rebeldia ou entrega de ânimo, negando-se à luta e autodestruindo-se, sem se dar conta.

Surgem, então, como decorrência da sua falta de valor moral, os transtornos depressivos ou de bipolaridade, que o conduzem a lamentável estado de autoabandono, portanto, de autocídio.

Há pessoas que afirmam ter problemas, por cultivá-los sem cessar, transferindo-se de uma dificuldade para outra, vitimadas pelo egoísmo, pela autocomiseração, pelo amor-próprio exacerbado.

Há aqueles que têm problemas e não se encontram dispostos a enfrentá-los, a solucioná-los, esperando que outros o façam, porque se consideravam isentos de acontecimentos dessa ordem, negando-se, mesmo sem o perceberem, à mudança de estágio evolutivo.

Outros há que vivem sob problemas, preservando-os mediante transferências psicológicas continuadas, assim adiando as soluções no tempo e no lugar, ignorando-os e ignorando-se. Esses cultivadores da ilusão fantasiam-se de felizes até os graves momentos, quando irrompem as cobranças da vida - orgânicas, sociais, econômicas, emocionais -, encontrando-os entorpecidos e distantes da realidade.

Na maioria das vezes, porém, as pessoas são os problemas, que não solucionam nos pequenos desafios, mas os transformam em impedimentos, assim deixando-se consumir por desequilíbrios íntimos nos quais se realizam psicologicamente.

É lícito e natural que cada pessoa se considere humana, isto é, com direito aos erros e aos acertos, não incólume, não especial.

Quando erra, repara; quando acerta, cresce.

A evolução ocorre através de vários e repetidos mecanismos de erro e acerto, desde os primeiros passos até a firmeza de decisão e de marcha.

Reflexão e diálogo, honestidade para consigo mesmo e para com o seu próximo, esforço constante para a identificação dos limites e ampliação deles constituem terapias e métodos para transformar os problemas em soluções, as dificuldades em experiências vitoriosas, crescendo sem cessar.

O ser psicológico, amadurecido, ama e confia, fitando o alvo e avançando para ele, sem ter, nem ser problema na própria trajetória.




Joanna de Ângelis / Divaldo Pereira Franco





Fonte: do livro "AUTODESCOBRIMENTO - UMA BUSCA INTERIOR",
Ed. LEAL, 17ª ed., Salvador/BA, 2013
Fonte da Gravura: Monte Kailash
Fotografía de Rosa Sorrosal
http://www.good-will.ch/postcards_es.html

PARA SER PERFEITO É PRECISO MUDAR FREQUENTEMENTE

Winston Churchill disse certa vez:" Para melhorar é preciso mudar. Para ser perfeito é preciso mudar frequentemente."

Este mundo foi criado para nos dar o ambiente para mudarmos! Para subirmos a escada da transformação e nos tornarmos um ser espiritualmente evoluído.

Quando passamos por dificuldades, é porque a grandiosa sinfonia da vida nos colocou naquela situação para que a nossa alma pudesse passar pelo seu processo de correção. Toda pessoa que foi colocada neste mundo nasce em uma determinada família ou ambiente, em função de suas vidas passadas, para melhorar o trabalho de sua alma. 

Tudo o que vivenciamos é para nos ajudar a evoluir e mudar. A alma pode viajar através de muitas diferentes vidas para alcançar sua perfeição, tornar-se integral e, ao final voltar à sua Fonte, o Criador.

A questão é que viemos a este mundo para mudarmos. E quando um número suficiente de pessoas despertar para esse entendimento e começar a verdadeiramente trabalhar em si mesmas e abraçar essa mudança, seremos capazes de mudar o mundo para melhor de uma forma muito expressiva.

Existe uma oração denominada "Shacharit", que os kabalistas rezam pela manhã. Shacharit significa "escuridão" e então, a pergunta é :Por que uma oração matutina seria chamada "escuridão"? Não seria mais apropriado denominá-la luz? Ou Sol? Ou manhã? Quero dizer, qual é o segredo nesse nome?

O que aprendemos é que a oração se chama escuridão porque representa a escuridão antes do amanhecer. Quanto mais caos virmos do lado de fora e quanto mais poeira for sacudida do tapete, por assim dizer, mais perto estaremos do fim da escuridão.

Mas a única coisa que podemos mudar para contrabalançar a escuridão que enxergamos lá fora é nossa própria consciência - nossa capacidade de sermos servidores da Luz do Criador. Todos nós precisamos nos tornar soldados da Luz, pois é assim que conseguiremos dar entrada ao amanhecer.

Não precisamos esperar uma tragédia acontecer para despertarmos para a necessidade de mudança. Se abrirmos nossos olhos e nos sintonizarmos um pouquinho mais com nossa vida, descobriremos que temos oportunidades todos os dias de transformar negatividade em positividade.

Geralmente, quando alguém ou alguma situação nos desafia, nosso primeiro pensamento é: “Como posso fazer esta situação ir embora o mais rápido possível?”, em vez de pensarmos: “Qual a lição para eu aprender aqui ? Por que isso está acontecendo?” Às vezes, podemos afastar a situação com tanta rapidez que nem percebemos que perdemos uma oportunidade de nos transformarmos.

Hoje, vamos estar prontos para agarrar as oportunidades que o universo nos apresenta para mudarmos a nós mesmos para melhor. Essa é a maior dádiva que podemos receber.

Às vezes, criamos desculpas para explicar por que não conseguimos seguir em frente em nosso caminho espiritual. Por exemplo, uma pessoa pode dizer: "Já fiz tantas coisas em minha vida, não há mais nenhum lugar para eu ir. O lado negativo tem tanta força sobre mim, sou um caso perdido."

Nesses momentos, precisamos lembrar que mesmo na mais baixa alma sobre a terra, e mesmo e especialmente nos lugares mais escuros de nossas vidas existe o poder da Luz.

Às vezes, colocamos a nós mesmos em uma rígida dieta espiritual. O foco de nossas energias é dirigido a nos conectarmos com ferramentas espirituais, a nossa consciência com relação à maneira como podemos ajudar os outros, a nossa energia para superar aqueles vícios ruins que nos mantém prisioneiros do nosso ego. Mas, então, por algum motivo, afrouxamos a dieta um pouquinho e, cada vez que caímos, vamos nos aproximando mais do dia em que diremos: "Chega de tudo isso. Eu não consigo mudar."

Minha esperança para todos nós é que, em vez de jogar a toalha quando tropeçamos em nosso caminho, vejamos a experiência aparentemente negativa como ela realmente é: uma oportunidade perfeita de levantar a poeira e dar a volta por cima, escolher estar ainda mais conscientes de nossas ações e servir ao bem do universo o mais que pudermos.

Qualquer dificuldade, desafio, ou negatividade que experimentarmos em nossas vidas, estará ali para nos ajudar a crescer ou para nos purificar.

Já dissemos isso centenas de vezes, e diremos novamente. Sem dor, não conseguimos crescer.

Quando nos exercitamos e levantamos pesos e nos esforçamos fisicamente, nossos corpos se tornam mais fortes. Isso nós entendemos e aceitamos.

Mas, quando se trata de nossa força interior e de “construir” nossa alma, há momentos em que queremos as coisas de graça, quando não queremos levantar os pesos pesados necessários para o nosso verdadeiro crescimento espiritual.

Em outras ocasiões, sentimos que realmente nos esforçamos e pensamos: “Ok, então agora será que não posso apenas dar uma relaxada?” ou “Ok, cadê o meu premio?” Nesses momentos é melhor reconsiderar nossos objetivos, porque a força e a Luz que construímos dentro de nós mesmos é a recompensa por nosso trabalho espiritual.

A chave é a certeza de que, independente do que acontecer em nossas vidas neste momento, isso é o melhor para nosso processo e nosso crescimento.




Karen Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 17 de março de 2015

MOTIVAÇÃO - LEVEZA - INOCÊNCIA - MUDANÇAS - LIBERDADE

Em latim, a raiz da palavra “movimento” é "motus anima", que significa “o espírito que nos move. Motivo e motivação também têm suas raízes em “mover. Perguntar o que me motiva é perguntar o que me move, o que coloca minha consciência em movimento. Então se pergunte: Essa energia que me faz mover vem de dentro ou de fora? A verdadeira motivação é intrínseca. E o segredo da automotivação está tão perto de casa que até nos esquecemos dele. O segredo está na própria mente. Pensar com prazer e ser criativo. Nossas satisfações mais profundas na vida não vêm no fim de algo mas no processo de criar e dar forma a algo. (Mike George)

Se eu permitir que os obstáculos me paralisem, ficarei mais preocupado com eles e não conseguirei progredir. Quero avançar rápido, mas fico sem ar ao correr. E me pergunto: como posso avançar? Para correr, uma pessoa precisa ser leve. Então, não importa o que aconteça, nunca perca sua leveza. A leveza é a resposta para superar as dificuldades. Seja leve o bastante para correr e permaneça em sua própria raia. Não fique no caminho de outra pessoa. Continue correndo em linha reta, mantenha seus olhos abertos e só olhe adiante. (Dadi Janki)

A humildade coloca uma pena a mais em nossas asas. Esta virtude nos mostra o caminho mais suave, rápido e seguro para qualquer lugar. Todos se aproximam e oferecem ajuda àqueles que são humildes. Com humildade os corações se abrem e grandes tarefas se tornam fáceis. Humildade é a virtude que lega todos os seus poderes aos outros. Uma pessoa humilde tem consciência do seu valor, mas não o enaltece.

Assim como o pai sempre tem esperança no filho, Deus, o Pai das almas, só vê o que há de bom em seus filhos. Ele também sabe que não somos o mal, mas nos deixamos possuir pelo mal. Porque somos filhos do Senhor que é Inocente, e também temos o 'gene' da inocência. Resgatar essa virtude no mundo presente, onde reina a falsidade, a ganância e a esperteza, é como encontrar água no deserto. Ser inocente não é ser tolo, é estar além e a salvo do mal.

Se palavras ofensivas foram trocadas, por que não ver tal situação como uma chance para checar quais aspectos do nosso caráter precisam ser mudados? Dessa forma podemos transformar qualquer coisa numa lição construtiva. Nunca deveríamos pensar que aprendemos o suficiente e que podemos parar. Deveríamos ser gratos pelas críticas e conselhos das pessoas. Isso nos mantém alertas, nos dá a oportunidade de colocar nossa verdade na prática.

Assim como um pássaro não pode voar até que ele deixe o galho, eu só posso ser livre quando deixo as limitações. A maioria das limitações que eu vivo vem do meu próprio pensar. Quando penso que não sou capaz de fazer alguma coisa, que não sou capaz de deixar alguma coisa, que não sou capaz de criar a vida que eu quero, eu estou me mantendo preso ao galho. Deixar de lado os pensamentos limitados sobre o eu é o primeiro passo para voar. (365 Beautiful Thoughts, Brahma Kumaris, Canada)




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 16 de março de 2015

A CRISE NO CAMPO DA IDEAÇÃO

Obviamente, a presente crise mundo afora é excepcional, sem precedente. Houve crises de vários tipos em diferentes períodos ao longo da história - sociais, nacionais, políticas. As crises vão e vêm; recessões econômicas, depressões, chegam, são modificadas e continuam sob diferente forma. Sabemos disso; estamos familiarizados com esse processo.

Certamente a crise atual é diferente, não é? É diferente, primeiro, porque estamos tratando não com dinheiro nem com coisas tangíveis, mas com ideias. A crise é excepcional porque está no campo da ideação. Estamos discutindo com ideias, estamos justificando o assassinato; em todo lugar do mundo estamos justificando o assassinato como meio para um fim correto, o que em si não tem precedente. 

Antes, o mal era reconhecido como mal, assassinato era reconhecido como assassinato, mas hoje assassinato é um meio para se obter um resultado nobre. O assassinato, seja de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, é justificado, pois o assassino, ou o grupo que o assassino representa, o justifica como meio de obter um resultado que beneficiará o homem.

Ou seja, nós sacrificamos o presente pelo futuro, e não importam os meios que empregamos desde que declaramos que nosso propósito é produzir um resultado que afirmamos, será benéfico ao homem.

Assim, a implicação é que um meio errado produzirá um fim correto e você justifica o meio errado através da ideação. Nós temos uma magnífica estrutura de ideias para justificar o mal e, certamente, isso não tem precedente.

Mal é mal; não pode produzir bem. A guerra não é um meio para a paz.




J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/

O NOME DE DEUS E SEUS ATRIBUTOS

Os cabalistas exprimem o nome de Deus através de uma só letra chamada "iod", assim representada י; ela forma a décima letra hebraica e corresponde igualmente ao número 10.

A unidade desse número representa o primeiro princípio; o zero é um sinal hieroglífico que forma o emblema do mundo. (1)

A primeira proporção do compasso, isto é, a primeira figura geométrica, dá por resultado o número 10. É preciso, necessariamente, apoiar-se sobre um ponto, sem o qual não se pode operar; prolongando-se esse ponto tem-se uma linha; prolongando-se essa linha, obtém-se uma superfície, e, percorrendo-se esta superfície, tem-se uma figura com a mesma forma do zero. O ponto de centro forma a unidade que é o número 1; o valor desses dois algarismos é 10, símbolo de Deus e do universo. (2)

Desde um ponto até o número 1, etc., tudo existe; e além do número 1, e da forma de um ponto, o infinito começa... Mas antes do infinito, antes do número 1 e antes da forma de um ponto, nada existe.

Consequentemente, nada é o princípio de toda coisa, e a partir dele Deus criou tudo o que existe no universo.

Os magos representam os três principais atributos da divindade através da letra "iod", repetida três vezes, em forma de triângulo, encerrada em um círculo. (3)

O primeiro atributo é o tempo, símbolo da eternidade. É o emblema do Pai Eterno que se divide em três partes, a saber: o passado, o presente e o futuro.

O segundo é o espaço, que representa o infinito, e divide-se em longitude e latitude; é o símbolo da cruz e do Cristo.

O terceiro é a matéria, que se divide e se subdivide infinitamente através do movimento perpétuo e universal, símbolo do espírito eterno, que é a alma do mundo ou o Espírito Santo.

Tudo o que existe na natureza passa por esse triângulo místico, o que significa que tudo cresce, se destrói e se reproduz. (4)

O grande nome de Deus, adorado por todos os sábios filósofos do universo, é denominado "Jehovah" יהוה: esse nome sagrado é conhecido por todos os sábios e é composto de quatro letras hebraicas.

Os antigos sábios e os primeiros fundadores das nações do mundo escreveram esse nome, cada um em sua língua, com quatro letras, e todos esses nomes divinos designam os diferentes atributos da Divindade; eles correspondem ao grande nome quaternário que preside a terra (5), aos quatro pontos cardeais, aos quatro elementos e às quatro estações que a cruz representa.

A letra inicial "iod" י, do nome "Jehovah" יהוה, exprime o Pai ou a primeira pessoa, os dois "he" הה simbolizam as duas naturezas do Filho, ao mesmo tempo agente e paciente, e a letra "vau" ו, que as une, representa o Espírito Santo, o Rouach Elohim, isto é, o espírito de Deus que ordenou o caos.

Segundo Voltaire (6), "apenas na França se pronuncia "Jehovah", quando se deve pronunciar "Ieve"; é assim que se acha escrito no Sanchoniaton. No Oriente, esse nome sagrado compôs-se de quatro vogais i, e, o, u; uns pronunciavam "ieoh", aspirando "ieova", outros "yeaou"; era preciso que tivesse sempre quatro letras, ainda que coloquemos cinco devido à impossibilidade de exprimir os quatro caracteres".

Acrescenta ainda, segundo a narração de Clément d'Alexandrie, que, "captando-se a verdadeira pronúncia desse nome, poder-se-ia matar um homem. Clément cita um exemplo". E em outra passagem que "os judeus não pronunciam esse nome há muito tempo, ele era comum aos Fenícios e Egípcios. Significava o que é, e provavelmente daí advenha a inscrição de ísis: Eu sou tudo o que é''.

Os cabalistas hebreus dizem que Deus comunicou a Moisés a verdadeira pronúncia de seu nome inefável, sobre o Monte Sinai, com todos os principais mistérios da lei; desde então, esse nome foi, cuidadosamente, ocultado por Moisés nas dobras do forro das vestes sacerdotais.

Segundo Kircher (7) , somente o grande sacerdote tinha o direito de pronunciá-lo por esses caracteres, uma só vez na semana (8). Outros dizem "que o grande sacerdote o proferia no templo uma só vez ao ano, no dia dez do mês "thishri" (setembro) (9), dia de jejum e de expiação; nessa ocasião "Jehovah" era dito "Schemhammephorasch" ("Shem hameforash") שמהמפורש, que significa "nome bem pronunciado e explicado"; porém recomendava-se ao povo que fizesse muito barulho durante essa cerimônia, a fim de que o nome sagrado só fosse ouvido por aqueles que tivessem direito a ouvi-lo, pois, dizem os judeus, qualquer outro que o ouvisse seria acometido de morte repentina".

Para os filósofos modernos, o nome de "Jehovah" designa a palavra universal (10), ou "eu sou aquele que é".

Outros, o chamam o Deus triplo e gerador, porque todos os outros nomes divinos procedem dele, e nele está contida a essência da divindade.

Os adeptos e os cabalistas assim representam o tetragrama "Jehovah" (11):


Encerram os caracteres sagrados em um triângulo ou delta, e a decomposição desse nome resulta em outros três nomes que são dados às três pessoas da Santíssima Trindade. (Ver a gravura no topo desta postagem.)

Eis aqui as explicações sobre esses caracteres místicos e simbólicos.

A primeira letra do triângulo chama-se "iod" י; é o nome do Deus de Abraão e exprime o Deus vivo. Essa letra é atribuída a Deus-pai, primeira pessoa e causa primeira que produz e não é produzida. As outras pessoas emanam dele, porque ele é o princípio primeiro de tudo o que existe e não há outro princípio além dele mesmo.

O segundo nome é composto de duas letras, יה, que correspondem a "iah" (Deus); é o nome do Deus de Isaac, o qual significa: verdadeiro Deus. É atribuído ao Filho, segunda pessoa, produzida e engendrada, cuja faculdade é a de produzir. (12)

O terceiro nome é composto de três letras, יהו, que correspondem a "iaho", nome do Deus de Jacó, o qual significa Deus Santo. É atribuído ao Espírito Santo.

Essas três pessoas formam o tríplice triângulo (13), símbolo da união hipostática a qual constitui a unidade e a identidade da essência divina, e foi comunicada exclusivamente a cada pessoa ou natureza. O Espírito Santo foi produzido pelo Pai e o Filho nada produz, porém emana de todas as coisas criadas pelas duas pessoas.

O quarto nome compõe-se de quatro letras יהוה e encerra em si todos os mistérios da sabedoria; eis por que os cabalistas chamam o triângulo místico de o selo do Deus vivo. Observe-se, ainda, que a decomposição deste nome faz retornar ao Número 10.




(1) Os primeiros egípcios adoravam o Ser Supremo, representado por um ponto imperceptível no centro de um círculo. Os adeptos dividem em dez graus todas as ciências sacerdotais e maçônicas, o que significa ser necessário passar por dez trabalhos diferentes antes de penetrar no santuário da natureza. Somente após se ter adquirido os dez graus de conhecimento é que se chega à perfeição da grande obra.

(2) É por essa razão que os sábios pronunciam sempre "ó Deus", etc., em suas preces; o "o", antes de qualquer coisa, deve ser pronunciado aspirado.

(3) Essas três letras têm estreita relação com os três pontos maçônicos colocados no esquadro; o padre Kircher fala, sabiamente, a esse respeito em sua obra intitulada O Edipus Egyptiacus, t2, págs. 24, 106 e 287.

(4) A História Sagrada apresenta-nos três eventos maiores, que devem chamar a atenção dos sábios: primeiramente, a criação de onde veio a geração dos seres; em seguida o dilúvio que foi a sua destruição, e a redenção pelo Cristo, regenerador do gênero humano.

(5) As divindades celestes são invocadas pelo número três, e as que presidem a Terra pelo número quatro.

(6) Voltaire, dicionário filosófico, ver o vocábulo "Jehovah".

(7) Kircher, OEdipus Egyptiacus, t2, cap. 2.

(8) Ver o Thuileur des 33 degrés de l'Ecossisme, pág. 92, in-8°, edição 1813. Em Paris, livraria Delaunay, Palais-Royal.

(9) Segundo outros, mês de março.

(10) Observações sobre a palavra universal ou "Jehovah", impressa em Paris, em 1804; pela viúva Nyon, rua do Jardinet.

(11) Ver o grande calendário mágico de Tycho-Brahé. (É encontrado, também, no Cobridor escocês.)

(12) O profeta Isaías (cap. 7, v.4) quis expressar a dupla natureza do filho de Deus e a união hipostática do Verbo com a natureza humana, isto é, o filho de Maria, pelo nome Emmanuel (nobiscum Deus), que significa Deus conosco. São Mateus dá igualmente este nome a Jesus (cap. 1 v. 23). Os teólogos explicam a expressão "nobiscum Deus", por Deus homem ou composto teândrico.

(13) O tríplice triângulo corresponde ao número 9. A unidade do centro é um e forma o número 10. Encerra em si vários mistérios... Motivos relevantes impedem-me de falar mais... Abro a porta do santuário, cabe a você entrar. A Sagrada Escritura ensina-nos o mesmo através das seguintes parábolas: Procurai e achareis; pedi e recebereis; batei e se vos abrirá.




LENAIN





Fonte do Texto e da Gravura:
do livro "A CIÊNCIA CABALÍSTICA", cap. 1
Sociedade das Ciências Antigas
Ordem Rosacruz Cabalística
Ordem Martinista
Ordem Maçônica
Ed. Martins Fontes

SENTIR-SE PLENO

Muitas vezes, seguimos em frente com nossas vidas nos sentindo vazios por dentro, porque não queremos "sucumbir" aos ensinamentos da espiritualidade. Não conseguimos tomar consciência do fato que espiritualidade é simplesmente criar um caminho certo para nós, de tal forma que, independente de onde estivermos na escada social e financeira da vida, nos sentiremos preenchidos, apesar de tudo.

No caminho espiritual, recebemos plenitude duradoura, fazendo coisas que agregam valor às vidas dos demais e ao mundo.

Espiritualidade tem a ver com o crescimento de nossa alma.

Lembre-se de que a alma não envelhece. Em vez disso, cresce e se expande de acordo com o que, por meio de nossos esforços espirituais, a ajudamos a se tornar.




Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

domingo, 15 de março de 2015

AUTOCONHECIMENTO - O QUE NOS TROUXE ATÉ A CRISE (A ILUSÃO DE SER DIFERENTE)

Estamos enfrentando uma tremenda crise; uma crise que os políticos nunca conseguem resolver porque estão programados para pensar de um modo específico – nem os cientistas conseguem compreender ou resolver a crise; nem ainda o mundo dos negócios, o mundo do dinheiro. O momento decisivo, a decisão perceptiva, o desafio, não está na política, na religião, no mundo científico; está na nossa consciência. Tem de se compreender a consciência da humanidade, que nos trouxe a este ponto. (The Network of Thought, p 9)

E nós somos responsáveis. Não se engane dizendo: “Que posso fazer? Que posso fazer como indivíduo, vivendo uma vidinha de imitação, com toda a sua confusão e ignorância?” A ignorância só existe quando você não conhece a si mesmo. Autoconhecimento é sabedoria. Você pode desconhecer todos os livros do mundo, todas as teorias mais recentes, mas isso não é ignorância. Ignorância é não se conhecer profundamente; e você não pode se conhecer se não conseguir olhar para si mesmo, ver-se como é realmente, sem nenhuma distorção, sem nenhum desejo de mudar. (Talks in Europe 1968, p 56)

É a nossa Terra, não a sua ou a minha ou a dele. Estamos destinados a viver nela, ajudando-nos uns aos outros, não nos destruindo uns aos outros. Isto não é nenhuma bobagem romântica, mas o fato real. Mas o homem dividiu a Terra, tendo esperança de que com isso no particular ele vá encontrar felicidade, segurança, uma sensação de permanente conforto. Até que ocorra uma mudança radical e apaguemos todas as nacionalidades, todas as ideologias, todas as divisões religiosas, e estabeleçamos um relacionamento global – primeiro psicologicamente, interiormente, antes de organizarmos o exterior – continuaremos com guerras. Se você causar dano a outros, se você matar outros, quer por raiva quer pelo assassinato organizado que é chamado de guerra, você – que é o resto da humanidade, não um ser humano separado combatendo o resto da humanidade – está destruindo a si mesmo. (Krishnamurti to Himself, p 60)

Um ser humano é, psicologicamente, a humanidade inteira. Ele não só a representa: ele é a totalidade da espécie humana. Ele é essencialmente toda a psique da humanidade. Contra essa realidade, várias culturas impuseram a ilusão de que cada ser humano é diferente. Nessa ilusão a humanidade tem sido presa durante séculos, e essa ilusão acabou se tornando uma realidade. Se a pessoa observar de perto toda a estrutura psicológica de si mesma, descobrirá que, quando uma pessoa sofre, toda a humanidade sofre em graus variados. Se você é solitário, a humanidade inteira conhecerá essa solidão. A agonia, o ciúme, a inveja e o medo são conhecidos de todos. Portanto, psicologicamente, interiormente, uma pessoa é como a outra. Pode haver diferenças em termos físicos e biológicos; uma pessoa é alta, baixa etc., mas, basicamente, uma pessoa é o representante de toda a humanidade. Assim, psicologicamente você é o mundo; você é responsável por toda a humanidade, e não por si mesmo como ser humano à parte, o que é uma ilusão psicológica... Se compreende todo o significado do fato de que uma pessoa é psicologicamente o mundo, então a responsabilidade se torna amor irresistível. (Letters to the Schools vol I, p 20)

Por que existe, temos de perguntar, esta divisão, – os russos, os americanos, os britânicos, os franceses, os alemães etc. – por que existe esta divisão entre homens, entre raças, cultura contra cultura, uma série de ideologias em oposição a outra? Por quê? Onde é que existe esta separação? O homem dividiu a Terra entre sua e minha – por quê? Será que tentamos encontrar segurança, autoproteção, em um grupo específico ou em uma crença, fé, específica? Porque as religiões também dividiram os homens, colocaram homem contra homem – os hindus, os muçulmanos, os cristãos, os judeus etc. O nacionalismo, com o seu lamentável patriotismo, é na realidade uma forma glorificada, uma forma enobrecida, de tribalismo. Numa tribo pequena ou numa tribo muito grande, há um sentido de estar unido, de ter a mesma língua, as mesmas superstições, o mesmo tipo de sistema político, religioso. E a pessoa sente-se segura, protegida, feliz, confortada. E por essa segurança, esse conforto, estamos dispostos a matar outros que têm o mesmo tipo de desejo de estarem seguros, de se sentirem protegidos, de pertencerem a algo. Este terrível desejo de nos identificarmos com um grupo, com uma bandeira, com um ritual religioso etc., dá-nos a sensação de termos raízes, de não sermos andarilhos sem lar. (Krishnamurti to Himself, pp 59-60)

O que é que fica magoado? Diz-se que sou eu que fico magoado. O que é esse “eu”? Desde a infância que se constrói uma imagem de si mesmo. Uma pessoa tem muitas, muitas imagens, não só as imagens que as pessoas lhe dão, mas também as imagens que a própria pessoa construiu: como americano – isso é uma imagem – ou como hindu, ou como especialista. Portanto o “eu” é a imagem que a pessoa construiu de si mesma, como um grande homem, ou um homem muito bom, e é essa imagem que fica magoada. A pessoa pode ter uma imagem de si mesma como um grande orador, escritor, ser espiritual, líder. Estas imagens são o núcleo da pessoa; quando a pessoa diz que está magoada, ela quer dizer que as imagens estão magoadas. Se alguém tem uma imagem de si mesmo e outra pessoa vem e diz: “Não seja idiota”, esse alguém fica ofendido. A imagem que foi construída acerca de si mesmo como não sendo idiota é o “eu”, e esse “eu” fica ofendido. A pessoa carrega essa imagem e essa ferida pelo resto da vida. (The Flame of Attention, p 88)

Ao produzir uma mudança radical no ser humano, em você, você está naturalmente produzindo uma mudança radical na estrutura e na natureza da sociedade. Penso que tem de ser muito claramente compreendido que a mente humana, com toda a sua complexidade, sua intricada rede, faz parte deste mundo externo. O “você” é o mundo, e ao ocasionar uma revolução fundamental – nem comunista nem socialista, mas um gênero de revolução totalmente diferente, dentro da própria estrutura e natureza da psique, de você mesmo – você ocasionará uma revolução social. Ela precisa começar, não exteriormente mas interiormente, pois o exterior é o resultado da nossa vida interior, privada. Quando há uma revolução radical na própria natureza do pensamento, do sentimento e da ação, então obviamente haverá uma mudança na estrutura da sociedade. (Talks with American Students, pp 8-9)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/