sexta-feira, 20 de março de 2015

UMA PESSOA É TODA A HUMANIDADE

Violência não é só matar outra pessoa. É violência usarmos palavras ferinas, fazermos um gesto para afastar uma pessoa, obedecermos por medo. Portanto, violência não é somente matança organizada em nome de Deus, em nome da sociedade ou do país. Violência é coisa muito mais sutil, mais profunda, e estamos investigando-a em toda a sua profundidade. Quando você se denomina indiano, muçulmano, cristão, europeu, ou qualquer outra coisa, está sendo violento. Sabe por que isso é violência? É porque você está se destacando do resto da humanidade. Quando você se separa por crença, por nacionalidade, por tradição, isso produz violência. Portanto, um homem que busque compreender a violência, não pertence a nenhum país, a nenhuma religião, a nenhum partido ou sistema político; ele está interessado na compreensão total da humanidade. (Freedom from the Known, pp 51-52)

A consciência de um é a consciência do resto da humanidade. Isso é lógico. Você pode discordar, pode dizer: “Minha consciência é separada e precisa ser assim”. Mas será que é assim mesmo? Se compreende a natureza disso, então se vê que uma pessoa é o resto da humanidade. Pode-se ter um nome diferente, pode-se viver em determinada parte do mundo e ser educado de determinado modo, pode-se ser rico ou muito pobre, mas, quando se vai para detrás da máscara, profundamente, a pessoa é o resto da humanidade – com suas dores, solidão, sofrimento, desespero, neuroses, crendo em alguma ilusão, e por aí vai. Tanto no Oriente quanto no Ocidente, isso é assim. Pode-se não gostar disso; pode-se gostar de pensar que se é totalmente independente, um indivíduo livre, mas, quando se observa muito profundamente, se é o resto da humanidade. (The Flame of Attention, p 85)

Eis o terreno comum sobre o qual toda a humanidade se firma. E, aconteça o que acontecer no campo dessa consciência, somos responsáveis. Noutras palavras, se eu for violento, estou acrescentando violência a essa consciência que é comum a todos nós. Se eu não for violento, não estou fazendo esse acréscimo, estou introduzindo um fator completamente novo a essa consciência. Então, sou profundamente responsável, ou por contribuir para essa violência, para essa confusão, para a terrível divisão; ou, como reconheço profundamente no meu coração, no meu sangue, nas profundezas do meu ser, que sou o resto do mundo, sou a humanidade, sou o mundo, o mundo não está separado de mim, então, me torno totalmente responsável. (Social Responsibility, pp 19-20)

Você é o mundo, você não está separado do mundo. Você não é americano, russo, hindu ou muçulmano. Você está alheio a esses rótulos e palavras, você é o resto da humanidade porque sua consciência, suas relações, são semelhantes às dos outros. Você pode falar uma língua diferente, ter costumes diferentes, isso é cultura superficial – aparentemente todas as culturas são superficiais – mas a sua consciência, suas reações, sua fé, suas crenças, suas ideologias, seus medos, ansiedades, solidão, tristezas e prazeres, são semelhantes ao resto da humanidade. Se você mudar, isso afetará toda a humanidade. (Krishnamurti to Himself, p 61)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/