sexta-feira, 3 de abril de 2015

PÊSSACH – DA ESCRAVIDÃO À LIBERTAÇÃO

A lua cheia de Áries abre uma importante fenda no calendário cabalista – Pêssach. Trata-se de uma celebração de oito dias.


Pêssach está associada ao fato histórico que marca a saída dos hebreus do Egito. Entretanto, para Cabalá, NÃO SE TRATA DA SAÍDA DE UM LUGAR, MAS SIM DE UM ESTADO DE CONSCIÊNCIA DE ESCRAVIDÃO PARA UM ESTADO DE LIBERTAÇÃO.


A escravidão é aquela ideia limitada que você tem de si mesmo. Trata-se de uma percepção reduzida programada pelo ego. Corresponde à força que diz que você é incapaz, impotente, não consegue, não pode, não vai, não é suficientemente capaz de superar seus medos, preconceitos, intolerância... Libertar a “alma Divina” das restrições do ambiente físico é nosso grande desafio.


Por que todos os anos precisamos nos conectar com a energia “guerreira” de Marte para superarmos as limitações internas que nos mantêm como escravos?


A liberdade não é conseguida de uma só vez. Todos os dias contêm seu próprio “Egito” – uma ameaça que vem de dentro do próprio indivíduo. Temos que sair do estado de escravidão todos os dias, mas na lua cheia de Áries adquirimos a energia necessária para nos mantermos nesta consciência durante todo o ano. Sem a força de Marte nos tornamos passivos e acomodados.


Pêssach é um processo contínuo de autolibertação. Este é um momento propício para refletirmos sobre os padrões repetitivos em nossas vidas. Devemos perceber que a liberdade só é possível quando atingimos a verdade sobre as questões pertinentes ao que nos prende. A conexão de Pêssach pode nos trazer o entendimento de nossas limitações e injetar coragem e a determinação necessárias para rompermos com os condicionamentos (muitos deles inconscientes) que limitam o nosso crescimento. A liberdade sem entendimento pode resultar na troca de uma prisão por outra.


Pêssach é uma celebração de oito dias. Na 1ª noite a conexão se estabelece através de um Sêder (ordem em hebraico), um rito que cria um canal de conexão com uma força espiritual de libertação. Durante os oito dias desta celebração, eliminamos o fermento da nossa alimentação e comemos o pão ázimo (matzá) nas refeições. Diferente do pão tradicional, a matzá é feita de modo que não venha a fermentar. O fermento, que causa um efeito de crescimento, representa o desejo de receber egoísta, a principal limitação do mundo material. O controle do desejo de receber para si mesmo nos permite remover o caos (colocar ordem) na nossa vida para assumirmos o controle do nosso destino.


Saímos da escravidão quando enxergamos que há outra realidade, além desta, finita e ilusória. A liberdade não ocorre por espontânea Vontade da Força Criadora, mas por uma ação iniciada no mundo físico. Ação não significa apenas o movimento do corpo, mas de consciência e vontade. Marte permite a concentração do pensamento e da força de vontade para moldarmos a nossa realidade.



Cristina Torres





Fonte do Texto e da Gravura: Os Caminhos da Cabalá
http://cabalasp.blogspot.com/

QUEM ESTÁ LAVADO SÓ PRECISA DE LAVAR OS PÉS PARA FICAR COMPLETAMENTE PURO

Durante a última refeição que tomou com os seus discípulos, Jesus levantou-se da mesa para lhes lavar os pés. Pedro começou por protestar: como podia ele permitir que o seu Mestre lhe lavasse os pés? Perante a insistência de Jesus, ele aceitou e pediu-lhe mesmo que lhe lavasse as mãos e a cabeça. Mas Jesus respondeu: «Quem está lavado só precisa de lavar os pés para ficar completamente puro.»

Por serem a parte do corpo mais em contacto com a terra, os pés representam o plano físico. Ora, o plano físico está sempre mais ou menos relacionado com o mundo subterrâneo, os "infernos". Os pés simbolizam, pois, o lugar por onde o ser humano está mais exposto aos ataques do mal.

Encontra-se esta ideia na Ilíada de Homero com a história de Aquiles: a sua mãe, Thétis, tinha-o mergulhado à nascença nas águas do rio Styx para o tornar invulnerável. Mas, como estava a segurá-lo pelo calcanhar, esta parte do pé não foi mergulhada e Aquiles morreu durante a guerra de Troia com uma flecha envenenada que o atingiu no calcanhar.

Compreendeis agora o sentido do gesto e das palavras de Jesus: «Aquele que está lavado só precisa de lavar os pés para ficar completamente puro.» Como os pés são o símbolo do plano mais material, ter os pés lavados representa também, simbolicamente, o termo da purificação.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O CUBO E A CRUZ - MORTE E RESSURREIÇÃO

A forma compacta do cubo fez dele um símbolo da estabilidade e também uma representação do limite, do enclausuramento, da prisão. Mas, se ele for aberto e planificado em cruz, assiste-se a uma espécie de libertação. Sim, por isso não devemos ver a cruz só como um instrumento de sofrimento e de morte; ela também é um símbolo cósmico que exprime todas as possibilidades da vida.
No próprio texto dos Evangelhos, à morte de Jesus segue-se a sua ressurreição. Por quê? Porque uma morte não é um fim, é uma etapa necessária que prepara uma ressurreição.

Evidentemente, é preciso compreender aqui a ressurreição de um ponto de vista simbólico e espiritual, não de um ponto de vista físico. A ressurreição supõe primeiro a morte e vem depois como um processo de transformação que ocorre por fases sucessivas. Ela pode, pois, ser assimilada a um novo nascimento.



Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: Acervo de autoria pessoal