terça-feira, 22 de setembro de 2015

ULTRAPASSAR A FILOSOFIA DA SALVAÇÃO PESSOAL

No passado, os ensinamentos espirituais estimulavam os humanos na via da salvação individual. O saber, os poderes, a iluminação, tudo o que cada um conseguia adquirir, era para si, para o seu próprio desenvolvimento, para a sua própria elevação. Por isso, muitos iam isolar-se algures nos desertos, nas montanhas, nas grutas ou nos mosteiros, para não serem perturbados. Mas agora entramos na era da coletividade, da fraternidade, e temos de ultrapassar a filosofia da salvação pessoal.

Há que aperfeiçoar-se, bem entendido, mas não isolar-se fisicamente ou espiritualmente para evitar ser perturbado pelos outros; pelo contrário, é preciso aceitar os inconvenientes, fazer sacrifícios e até sofrer, mas ser útil. Então, não procureis frequentar uma Escola Iniciática só para vos ocupardes do vosso desenvolvimento espiritual.

«Mas nós queremos salvar a nossa alma», dirão alguns. Muito bem, mas que pensem também na alma dos outros; será assim que se salvarão. Que eles continuem a ter na sua cabeça a ideia de aperfeiçoamento, mas compreendendo que esse aperfeiçoamento nunca deve ser só para eles mesmos. Aperfeiçoar-se para si mesmo representa só metade da tarefa. A nossa verdadeira tarefa é aperfeiçoarmo-nos para nós mesmos e para os outros, a fim de sermos úteis ao mundo inteiro.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AÇÃO COMPLETA TRAZ INTELIGÊNCIA (A CONSCIÊNCIA DA TOTALIDADE)

Parece ser uma das coisas mais difíceis da vida viver completamente, totalmente – não fragmentadamente, mas como um ser humano total – esteja você em seu escritório ou em sua casa ou caminhando em um bosque. Só a ação completa gera inteligência: ação total é inteligência. Mas nós vivemos em fragmentos: como homem de família em oposição ao resto do mundo, como homem religioso – se a pessoa é, de fato, religiosa – tendo teorias peculiares, ideias, crenças separadas e dogmas. E a pessoa está sempre lutando para atingir um status, uma posição, prestígio, seja este status mundano ou santificado. A pessoa está sempre se esforçando, se esforçando. Não há nunca um momento em que a mente está completamente vazia e, portanto, silenciosa. E a partir do silêncio a ação acontece. Nós não somos mais originais. Somos o resultado, como temos afirmado vezes e vezes, de nossos ambientes, circunstâncias, da cultura, da tradição em que vivemos, e aceitamos isso. E mudar sempre exige uma grande energia. (Collected Works, Vol. XVII, 119, Action)

Quando a pessoa fica cônscia no nível consciente, também começa a descobrir a inveja, as lutas, os desejos, os motivos, as angústias que se encontram nos níveis mais profundos da consciência. Quando a mente está na intenção de descobrir todo o processo de si mesma, então cada incidente, cada reação se torna um meio de descobrir, de conhecer a si mesmo. Isso requer paciente vigilância – que não é a vigilância de uma mente que está constantemente lutando, que está aprendendo como ser vigilante. Então você verá que as horas de sono são tão importantes quando as horas acordado, porque a vida é então um processo total. Enquanto você não conhecer a si mesmo, o medo continuará e todas as ilusões que o ego cria vão florescer. O autoconhecimento, assim, não é um processo para ser lido ou para se especular a respeito, ele tem que ser descoberto por cada um de momento a momento, de modo que a mente se torne extraordinariamente alerta. Nesse estado de alerta existe certa quietude, uma conscientização passiva em que não há desejo de ser ou não ser, e em que existe um surpreendente sentido de liberdade. Pode ser apenas por um minuto, um segundo – é suficiente. Essa liberdade não está na memória; ela é uma coisa viva, mas a mente, tendo provado, a reduz a memória e então quer mais daquilo. Estar consciente da totalidade deste processo só é possível por meio do autoconhecimento, e o autoconhecimento surge de momento a momento quando olhamos nosso discurso, nossos gestos, o modo como falamos, e os motivos ocultos que são de repente revelados. Só então é possível libertar-se do medo. Enquanto houver medo, não existe amor. O medo obscurece nosso ser e esse medo não pode ser afastado por nenhuma oração, por nenhum ideal ou atividade. A causa do medo é o “eu”, o “eu” que é tão complexo em seus desejos, anseios, buscas. A mente tem que compreender todo esse processo, e a compreensão dele só chega quando há vigilância sem escolha. (Collected Works, Vol. VII, 327, Choiceless Awareness)





J. Krishnamurti






Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/