segunda-feira, 9 de maio de 2016

ALQUIMIA - ORA ET LABORA / SOLVE ET COAGULA

(...) O "Mutus Liber", célebre texto medieval, proclama o "modus operandi" do alquimista: "ora, lê, relê, trabalha e encontrarás".

O monge beneditino Basilio Valentín, nos diz em seu tratado "As Doze Chaves da Filosofia" que "...a pedra dos antigos, proveniente do céu, para a saúde e consolo dos homens neste vale de lágrimas, é como o tesouro terrestre más precioso..." e, a meu parecer, também o mais legítimo.

O primeiro trabalho do alquimista rosacruciano consiste em encontrar a Matéria Prima, formada de uma ou mais matérias, as quais como todo ser vivo, estão compostas por três princípios denominados simbolicamente: Enxofre, Mercúrio e Sal.

O trabalho físico do alquimista se fundamenta no "Solve et Coagula", ou seja, Separe e Una, porque através da Grande Obra, o hábil operador separa suas matérias em seus princípios essenciais para purificá-las e uni-las novamente dentro de seu Ovo Filosófico (Vasos Químicos) em um ciclo de continua purificação e aperfeiçoamento com a ajuda de seu Atanor (Forno Alquímico).

Através deste processo de aperfeiçoamento passa por diferentes fases identificadas simbolicamente com os seguintes nomes : Trabalhos de Hércules, Mercúrio, Saturno, Júpiter, Lua, Vênus, Marte e Sol.

Durante esta grande cocção e a medida que a matéria se transforma e purifica, se cumprem duas etapas particularmente importantes, aquela do Diamante (Pedra Branca) e finalmente a do Rubi (Pedra Vermelha) da qual sairá a Pedra Filosofal.

O alquimista rosacruciano é um hábil assistente da natureza pela Graça de Deus. Seu Laboratório, o lugar onde labora e ora, é um lugar de suma importância e de caráter eminentemente místico. Através dos processos de dissolução, putrefação, destilação, sublimação, conjunção, fixação e lapidificação, reproduzem os ciclos e procedimentos da Natureza.

O Laboratório tem três dimensões: O Universo, propriamente dito, o seu Corpo e o seu Sanctum, onde se recolhe e realiza seus experimentos expandindo a sua consciência.

A Pedra Filosofal é elaborada no corpo físico do homem, o laboratório do Espírito que contém todos os elementos necessários para produzir este elixir da vida. É o próprio alquimista que se torna a Pedra Filosofal. O sal, o enxofre e o mercúrio, emblematicamente contidos nos três segmentos da coluna vertebral que controla os nervos simpáticos, motor e sensorial, são governados pelo Fogo Espiritual Espinhal de Netuno, constituindo os elementos essenciais no processo alquímico.

Seguindo a antigas fórmulas herméticas os alquimistas da Idade Média buscavam atingir as três metas desta magna ciência que eram: o elixir da vida, a pedra filosofal e a transmutação dos metais. O elixir da vida era uma misteriosa essência capaz de curar todas as enfermidades e conferir a imortalidade. A pedra filosofal era o misterioso rubi-diamante ou o sangue-diamante, a pedra do homem sábio, que conferiria conhecimento e regência sobre todas as forças da natureza. A transmutação dos metais era o segredo da regeneração, a transmutação de todos os valores corruptos da vida.

É claro, que a alquimia era uma química divina, o segredo do aperfeiçoamento da vida através das disciplinas de sabedoria.

A pedra filosofal simboliza a vida interna purificada do indivíduo, sua própria alma diamantina. Aquele que aperfeiçoa sua própria alma adquire a Pedra Filosofal. A luminosa aura anímica do ser humano iluminado é o diamante simbólico. Aquele que o adquire alcança a sabedoria divina.

O laboratório é a vida, a retorta alquímica é o corpo do próprio alquimista, e o misterioso processo que acontece neste forno representa a transmutação dos elementos básicos da vida, mediante a vivencia da divina arte.

O forno dos alquimistas era o corpo humano. O fogo que ardia nele, estava na base da espinha dorsal, pela qual ascendiam os "vapores" para reunir-se e logo serem destilados no cérebro.

Este foi um sistema secreto levado a Europa do longínquo Oriente, onde se cultivou durante séculos a mais elevada forma de religião.

Manly P. Hall chama estas verdades ocultas de princípios da espiritualidade operativa para distingui-las da moderna religião que está formada inteiramente de teorias especulativas. (...)




Alexandre David
Probacionista da Fraternidade Rosacruz Max Heindel





Fonte: do texto "Ora et Labora - Solve et Coagula"
Fonte da Gravura: Tumblr.com

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