sexta-feira, 1 de abril de 2016

JUNG - O EGO E A SOMBRA

“Qualquer árvore que queira tocar os céus precisa ter raízes tão profundas a ponto de tocar os infernos.” – Carl Jung


O Arquétipo Sombra consiste no lado obscuro da Psique, onde estão contidos nossos instintos primitivos. É a origem de tudo aquilo que há de melhor e pior na raça humana.

Para que o sujeito seja inserido na comunidade, é necessário que ele passe pelo processo de domesticação com relação aos ímpetos contidos na sombra.

Quando a pessoa consegue suprimir o aspecto animal de seu estado natural, ela pode se tornar “civilizada”, mas esta repressão só pode ser executada através das capacidades motivadoras da espontaneidade, da criatividade, das emoções e das intuições.

Podemos afirmar que uma vida privada de sua sombra se transforma numa vida sem brilho. Não há como fugir de sua sombra.

A Sombra é um Arquétipo de muito valor, pois ela detém a capacidade de reter e afirmar ideias ou imagens que trazem vantagens para a vida do indivíduo.

A regência de uma vida saudável gira sempre em torno do equilíbrio. O Ego e a Sombra devem trabalhar em perfeita harmonia. Quando o Ego e a Sombra se harmonizam, a pessoa começa a se sentir cheia de vida e energia para prosseguir em sua caminhada. Assim, o Ego deixa de obstruir a Sombra e passa a canalizá-la. A Consciência se expande trazendo vitalidade à atividade mental.

É possível observarmos que as pessoas criativas são consideradas “esquisitas”. Há certa verdade no relacionamento entre o gênio e a loucura.

O conteúdo da Sombra presente nas pessoas criativas de vez em quando podem se sobressair ao Ego, fazendo com que essas pessoas pareçam num certo momento, insanas.

Quando o indivíduo traz em si um desequilíbrio, a sombra se aproveita dessa fragilidade. Um grande exemplo que pode ser citado é de um alcoolista compulsivo que com o tempo consegue vencer seu hábito e dominar o vício. A partir do momento em que o mesmo se encontra “curado”, os motivos que desencadearam o vício são forçados a recolher-se para o inconsciente, aguardando uma oportunidade para se expressar. O sujeito então, ao se deparar com uma situação traumática e conflituosa com a qual ele não pode lidar, a Sombra se manifesta com extrema força, originando dessa forma aquilo que denominamos recaída.

A Sombra é dotada de um intenso poder de resistência, pois ela nunca é vencida. No entanto, essa persistência é eficaz, tanto para a promoção do mal quanto para o bem.

Segundo o pensamento de Carl G. Jung (1875 -1961), dentro de cada um de nós há um outro que não conhecemos.

Todos os seres humanos tem seu lado obscuro. Se tudo correr bem é melhor nem conhecer.

Nós precisamos entender melhor a natureza humana, porque o único perigo real é o próprio homem.

A partir desse pensamento quero propor aqui o raciocínio de que a vida é um ciclo de energia onde eu mesmo sou o equilíbrio entre o medo e a coragem, a pergunta e a resposta, a alegria e a tristeza, a luz e a sombra. Somente pelo equilíbrio entre as grandes extremidades será possível compreender a Fé e a Razão.

Equilíbrio é saber até onde posso chegar e até onde vai o meu limite. Equilibrar-se implica em autoconhecimento.

Torna-se expressamente impossível alcançar o ponto de equilíbrio sem passar pela estrada do conhecimento de si mesmo.

O homem planeja, estuda e arquiteta planos mirabolantes para combater o seu inimigo, porém é quase incapaz de elaborar uma estratégia para conhecer a si mesmo.

É preciso compreender a máxima expressão de que o meu maior inimigo sou eu mesmo.

Tudo depende do Equilíbrio!



Evandro Rodrigo Tropéia





Fonte do Texto e da Gravura:
http://www.antroposofy.com.br/forum/jung-o-ego-e-a-sombra/
http://refletindo-sobre-o-ser.blogspot.com.br/2016/03/o-ego-e-sombra.html?spref=fb