sábado, 13 de agosto de 2016

CONSCIÊNCIA - INSTRUMENTO DE LIBERTAÇÃO

O título deste artigo poderia ser também um questionamento: Afinal, o que é a consciência?

Recentemente, em uma sessão mediúnica da qual participei como médium, a equipe espiritual que acompanhava o trabalho permitiu-me a captação de uma imagem em que visualizei uma angustiada entidade que por trás de uma porta de ferro acenava desesperadamente como para chamar-me a atenção, ao mesmo tempo que demonstrando inquietação, caminhava de um lado para outro no diminuto espaço em que se encontrava.

Após a intermediação do dirigente do trabalho uma médium comunicou aos presentes da reunião que a entidade, devido ao estado de desequilíbrio mental em que se encontrava, não tinha condições e nem permissão da equipe espiritual para dar passagem por intermédio de um médium presente, pois a mesma encontrava-se fixada em um "quadro mental" da situação de seu desencarne ocorrido há muitos anos em um manicômio, resultante de uma remota vivência de atrocidades cometidas enquanto ostentava o poder sobre povos humildes e indefesos.

Percebi, então, após o comunicado da médium, que o que havia captado fora a projeção da sintonia mental (consciencial) da referida entidade que em um lampejo de lucidez acenara pedindo socorro. E a médium ao receber as informações da equipe espiritual acabara de "explicar" o significado simbólico da experiência, a qual teve um desfecho de auxílio ao irmão aprisionado, ou seja, de sua atormentada consciência que o mantinha prisioneiro de si mesmo.

No sentido neuropsicológico, portanto, convencional, o conceito de consciência vem a ser uma propriedade emergente das atividades computacionais realizadas pelas redes de neurônios que constituem o cérebro. O cérebro é visto essencialmente como um "computador" para o qual as excitações neurais (correspondentes à atividade sináptica) seriam os estados de informação fundamentais (equivalentes aos bits). A partir desta visão, certos padrões de atividades neurais teriam estados mentais correlatos, sendo que oscilações sincronizadas no tálamo e no córtex cerebral produziriam uma conexão temporária dessas informações e a consciência surgiria como uma propriedade nova e singular, emergente da complexidade computacional das redes neurais atuando em sincronia.

Em Filosofia, consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana, por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento humano. Ser consciente não é a mesma coisa que perceber-se no mundo, mas ser no mundo; para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte. O autoconhecimento, isto é, a consciência reflexiva, pressupõe a consciência pré-reflexiva, ou seja, a autoconsciência.

No sentido moral de conceituação espiritualista, conforme o espírito Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, em toda personalidade existe uma fagulha divina - a consciência - que estereotipa em cada espírito a grandeza e a sublimidade de sua origem; no embrião, a princípio rude nas suas menores manifestações, a consciência se vai despindo dos véus de imperfeição e bruteza que a rodeiam, debaixo da influência de muitas vidas de seu ciclo evolutivo em diferentes ciclos de existência, até que atinja a plenitude do aperfeiçoamento psíquico e o conhecimento integral de seu próprio "eu" que, então, se unirá ao centro criador do universo, no qual se encontram todas as causas reunidas e de onde irradiará o seu poema eterno de sabedoria e de amor. É a consciência, centelha de luz divina, que faz nascer em cada individualidade a ideia da verdade, relativamente aos problemas espirituais, fazendo-lhe sentir a realidade positiva da vida imortal, atributo de todos os seres da criação.

Diante do exposto, o que precisamos, principalmente terapeutas alternativos, cientistas, filósofos, profissionais da área da saúde oficial e religiosos da fé raciocinada, é trabalharmos unidos no sentido de associarmos a ciência à espiritualidade, porque considerando-se as evidências desta "umbilical" união, não existe mais razão de continuarmos defendendo pontos de vista isolados que mais dizem respeito ao ego pessoal do que a verdade que está posta à nossa frente. A ciência não sobreviria sem a espiritualidade, assim como esta precisa do homem de inteligência e iniciativa científica que desbrave o conhecimento e o desconhecido em busca de respostas.

Encontra-se no binômio ciência-espiritualidade o avanço do conhecimento humano em todas as suas áreas, assim como paralelamente a este crescimento, a evolução moral necessária. Quando no futuro, chegarmos a este patamar, não haverá mais diferenças ou injustiças sociais, pois a ambição ao poder e à ganância, imperfeições características do homem fixado em seu próprio "ego", deixará de existir porque a consciência humana estará voltada para o bem comum e para o Uno, o centro criador do universo. Mas para que isto possa acontecer em nível coletivo, comecemos, individualmente, a utilizar desde já o nosso ainda desconhecido instrumento de libertação chamado consciência.

"O ser humano é uma parte do todo que conhecemos como 'universo', uma parte limitada pelo tempo e pelo espaço. Ele se experimenta e experimenta seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto - uma espécie de ilusão de ótica da consciência. Essa ilusão é um tipo de prisão, pois nos restringe a desejos pessoais e a uma afeição voltada para poucas pessoas mais próximas. Nossa tarefa consiste em libertar-nos da prisão ampliando nosso círculo de compaixão para que abarque todas as criaturas vivas e a totalidade da natureza em sua beleza". ("O ser humano", Albert Einstein)






Flávio Luiz Gomes Bastos
Psicanalista Clínico de Orientação Reencarnacionista







Fonte: www.flaviobastos.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

CAMINHO ESPIRITUAL - CAMINHO DE LUZ

O ser humano veio à terra para fazer um trabalho e, primeiro que tudo, um trabalho sobre si mesmo, para se superar. É claro que todos os dias vemos as pessoas irem para o trabalho, mas os esforços que elas fazem têm sobretudo o objetivo de assegurar a sua subsistência, a sua segurança material, o seu bem-estar e o dos que lhes são próximos. Elas não pensam no trabalho psíquico que as tornaria senhoras de todas as situações. Os religiosos contam com o Senhor para estar protegidos e até é para isso que lhe dirigem orações. Quanto aos descrentes, é da sociedade que eles esperam ajuda e socorro.

Pois bem, os humanos devem saber que nem o Senhor nem a sociedade irão protegê-los. Eles foram enviados à Terra para aprender, para se desenvolver, e as dificuldades, as provações que eles encontram, surgem precisamente para os obrigar a isso, eles não podem escapar a esse processo de aprendizagem, de desenvolvimento. Então, em vez de correr por toda a parte para protestar, exigir e pedir ajuda, cada um deve fazer um trabalho interior, pois é em si mesmo que primeiro encontrará os remédios, os consolos e a esperança.

Agora que vos comprometestes no caminho da luz, deveis prosseguir incansavelmente a vossa marcha sem vos questionardes sobre quando chegareis ao fim. Um após outro, os obstáculos cedem diante daquele que não se detém no caminho, pois ele pôs em movimento as poderosas leis da vida.

A vida espiritual é como a ascensão de uma montanha muito alta. Naqueles caminhos estreitos, árduos e escarpadas, é inevitável que passeis por momentos de fraqueza, de desânimo, e também podeis ter uma queda, mas isso não é razão para parardes. Por momentos, talvez tenhais mesmo a sensação de estar a morrer... mas ressuscitareis! No desânimo mais profundo, deveis agarrar-vos a essa misteriosa luzinha que permanece em vós: ela vos dirá que “a morte” pela qual estais a passar será seguida de uma ressurreição e que ninguém melhor do que vós pode socorrer-vos, pois todas as forças da vida estão em vós. E prosseguireis o vosso caminho para o cume.

A prática da vida espiritual começa por afinar a percepção que tendes do vosso ser interior e é normal que nem sempre fiqueis contentes com aquilo que descobris: limitações, lacunas, fraquezas. Mas isso não é razão para desanimardes e parardes o trabalho; pouco a pouco, ireis ganhar forças e alargar, enriquecer, o vosso domínio.

Alguém que está sentado numa cadeira pode imaginar que é capaz de realizar as maiores façanhas. Mas, se tenta levantar-se, caminhar, correr, saltar, mede o verdadeiro estado das suas forças; aí, é forçado a perder as suas ilusões. Na sua decepção, vai julgar-se mais fraco do que é, mas essa tomada de consciência é, na realidade, o começo da sua força. Sentis dificuldade em vos afastar do vosso modo de existência passado? Isso é a prova de que tentais avançar, esforçar-vos. Vós direis: «Sim, mas faz-me sofrer.» Vós sofreis, é certo, mas isso acontece porque tendes percepções novas, porque vos dirigis para um mundo novo.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ACENDA A LÂMPADA DA SABEDORIA ESPIRITUAL (JNANA)

Não se pode escapar da inquietação enquanto a ignorância fundamental persistir; simples mudança de ocupação, motivada pelo desejo por mais conforto ou pela necessidade de satisfazer algum gosto passageiro não oferecerão satisfação duradoura. É como a esperança de melhorar a situação em um quarto escuro pelo mero rearranjo de mobiliário. Em vez disso, se uma lâmpada estiver acesa, a passagem para o outro lado da sala torna-se mais fácil, mesmo sem reorganizar o mobiliário. Não há nenhuma necessidade de mexer nos móveis. Igualmente, neste mundo é difícil mover-se verdadeiramente, corretamente e pacificamente sem se chocar contra um ou outro obstáculo. Como, então, você terá sucesso? Acenda a lâmpada da sabedoria espiritual (jnana)! Deixe-a revelar a realidade! Isso resolverá todas as dificuldades. Você pode reivindicar que vive de acordo com o dharma, mas já avaliou se os seus atos são feitos em um espírito de dedicação ao Divino? Se assim for, eles autenticamente serão identificados como "dharmicos". (Dharma Vahini, capítulo 3)





Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com