segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

AS DOZE NOITES SANTAS (10ª NOITE - 02/03 janeiro)

De novo sai o sol, atravessamos um novo dia e vem o cair da noite. Uma estrela brilha no céu, emanando seu brilho da Constelação de Gêmeos, o portal através do qual emanam as forças espirituais dos Serafins, os Seres do Amor. Amor que não está mais assentado nos laços físicos, nos laços da paixão, mas em laços espirituais. O amor fraterno.

O mito grego de Kastor e de Polydeukes, irmãos que eram filhos da mesma mãe com pais diferentes, sendo que Kastor era mortal e Polydeukes imortal. Ocorreu que Kastor morre e o seu irmão vai até Zeus e pede que a sua imortalidade seja retirada e concedida a Kastor; Zeus comovido, tornou ambos imortais e os colocou no céu na forma de uma constelação, a constelação de Gemeos! Ele os eleva à condição macrocósmica, e o que os torna imortais não são os laços de sangue, mas o abrir mão de si mesmo, que é a forma ainda mais elevada de Amor!

No Evangelho temos a expressão dessa forma de amor: “onde dois estiverem reunidos em meu nome eu estarei no meio deles” – abre-se mão do próprio Eu, e ganha-se um outro Eu que é eterno.

A fraternidade é o mais poderoso impulso para a vida social, porque ela pode quebrar as barreiras de status, etnia e crenças.

Na décima Noite Santa, através do portal de Gêmeos, os impulsos espirituais dos Serafins ajudam a vencer a barreira do individualismo e da solidão.

Nesta noite abra o seu coração, reconheça o bem em si e nos outros. Da região de Gêmeos, os Serafins, Espíritos do Amor, lhe trazem impulsos para vencer a barreira do individualismo e da solidão e encontrar sentido na união e na fraternidade.





Texto de Rudolf Steiner e Serguei Prokoffief
Pesquisa Edna de Andrade






Fonte do Texto e da Gravura: www.noitessantas.com.br
Via Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/

ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS DA INICIAÇÃO

(...) O profano é considerado um prisioneiro cego das trevas que vagueia pelos diversos reinos do engano, ilusão e erro. Se o profano for sincero, por fim encontrará uma iniciação que realmente o coloca em uma nova condição livre das mentiras e preconceitos. Em uma palavra, essa pessoa se torna iluminada e é reconhecida como um iniciado, tornando-se, por meio disso, mais forte e mais poderoso. Um novo caminho é aberto ao iniciado e a Verdade Cósmica é revelada através do simbolismo, uma chave a ser utilizada para desvelar os mistérios ocultos ao mundo profano.

A consequência da iniciação é ao mesmo tempo uma possibilidade e um dever de utilizar a luz recém adquirida em nome da humanidade — uma possibilidade no sentido que o iniciado pode se recusar a cruzar o portal; e um dever, no sentido que, se o cruzar, o iniciado deve se tornar um foco de radiação da luz.

O iniciado deve se livrar de todo egoísmo e interesses egocêntricos. Se esses grilhões forem quebrados, a emissão de luz é ao mesmo tempo amor, energia e poder. A natureza desse poder é uma transmissão do iniciador para o iniciado por indução mental, o que cria uma nova condição mental ou percepção. O iniciador pode ser outra pessoa ou pode ser simplesmente a Natureza, mas o ato da iniciação cria um equilíbrio dentro do iniciado reconhecido como harmonia. Uma vez atingida a harmonia, o poder torna-se percebido e, por meio disso torna-se permanente. Aquilo que é feito não pode ser desfeito. O iniciado percebe que não pode nunca mais voltar para o mundo profano. Mas ao mesmo tempo, não há garantia de que o iniciado permanecerá no Caminho. É por isso que é extremamente importante que a ligação com o iniciador original seja mantida e que todas as viagens futuras sejam feitas de forma progressiva. Negar o iniciador original é negar o Trabalho.

(...) A ligação ou a linhagem do iniciador ao iniciado é uma transmissão de poder através de uma cadeia ininterrupta de iniciados que são, essencialmente, veículos humanos da Luz. Geralmente, um ritual especial acompanha tal transmissão e seu propósito é o de desencadear uma corrente de assistência celestial causando a harmonização com forças espirituais que ajudam o iniciado a destruir, pelo fogo, suas qualidades profanas. Um verdadeiro ritual de iniciação em muito ultrapassa uma simples dramatização. Uma dramatização somente tocará as emoções e o intelecto. O ritual tocará a essência espiritual e trará à existência a assistência espiritual através de um despertamento. Quando um verdadeiro ritual de iniciação ocorre, ele é acompanhado pela responsabilidade do iniciado em manter a transmissão do poder espiritual através da obrigação de irradiá-lo a partir do interior de seu ser. Há também a obrigação de cada iniciado de se certificar que a Luz seja perpetuada e transmitida às gerações sucessivas, assegurando assim a continuidade da técnica. No entanto, ainda é possível ao iniciado afastar-se da linhagem e utilizar o poder para fins egoístas. Se isso for feito neste estágio, não estamos lidando com um indivíduo que é simplesmente ignorante acerca da Luz, mas com alguém que conscientemente serve às Forças das Trevas.

O verdadeiro propósito desse tipo de iniciação é servir à humanidade para garantir que a Luz seja irradiada em meio às trevas. Podemos ver, de fato, que as obrigações e responsabilidades do iniciado são grandes e também percebemos que a importância de uma linhagem iniciática continuada e ininterrupta é de suma importância para que o poder da Luz cresça e transcenda as limitações do iniciado individual. O indivíduo pode dar as costas à Luz, mas a cadeia iniciática e a linhagem centenária de iniciados criam uma condição que supera o indivíduo, pois não pode ser destruída pelos fracassos de uma pessoa, seja ela quem for. Nenhuma pessoa isolada ou grupo pequeno de pessoas têm a força para desfazer o que foi feito. Isso se torna uma força e um poder da Luz que não pode ser desviado. Eis por que é tão absurdo ouvir a alegação que as ordens iniciáticas estão obsoletas e eis por que é tolice pensar que uma criação completamente moderna da “Nova Era” pode substituir um sistema que tem funcionado e prestado um grande serviço por incontáveis séculos. (...)

(Texto completo no link abaixo)





Gary L. Stewart, Imperator da CR+C






Fonte do Texto e da Gravura: Confraternidade da Rosa+Cruz
http://www.crcsite.org/elements_portug.htm
Tradução de Arnaldo T. Santos

A SUBJETIVIDADE DO MEDIÚNICO

O mediúnico é subjetivo por natureza, pois ocorre pelo inconsciente humano. Não pertence à consciência muito embora deva tornar-se consciente para o crescimento humano. Sua objetividade deverá ser colocada a serviço do ser humano em sua busca pela felicidade.

Por mais que sejamos preconceituosos para com a mediunidade, considerando-a produto religioso ou fruto de crendice popular, ela interfere intensamente no estado psíquico e emocional do ser humano.

Não é ela uma faculdade extra-humana nem tampouco adquirida exclusivamente no exercício de práticas transcendentes e místicas, pois sua aquisição é fruto do desenvolvimento da consciência nos milênios de evolução da espécie. Ela se estruturou no ser humano a partir de seu contato com a morte como fenômeno não controlável e catalisador de acesso ao inconsciente, tanto para aquele que desencarna como também para os seus, que ficaram.

A mediunidade é uma aquisição evolutiva do espírito em face de seu refinamento, possibilitando-o perceber uma dimensão energética acima da vibração típica do corpo físico. Ela permite uma comunicação entre seres através do perispírito em frequências que superam aquela que ocorre com os sentidos físicos e por meio dos centros cerebrais. Sua percepção pelo ser humano foi possível graças à evolução de seu aparelho cerebral, pois quando este se mostrou maduro e com o córtex desenvolvido, a faculdade tornou-se perceptível.

Seu alcance é maior do que aquele que usualmente se observa na prática da desobsessão. Como se trata de algo adquirido pela evolução do espírito em benefício de seu próprio progresso e felicidade, sua utilidade transcende o auxílio espiritual a desencarnados.

Como tudo o que é adquirido pelo espírito em evolução, sua estruturação se localiza no perispírito, instrumento com o qual o Espírito se comunica com o mundo. As faculdades humanas foram adquiridas e desenvolvidas no contato do Espírito com a matéria, cujo produto resultante, de um lado, foi a constituição do perispírito, e, do outro, a absorção pelo primeiro do conhecimento das leis de Deus.

Os estudos de Allan Kardec, principalmente aqueles constantes em O Livro dos Médiuns, proporcionaram um olhar mais objetivo e crítico sobre a mediunidade, tornando-a perceptível aos meios intelectuais. Isso, por si só, não a tornou popular ou esgotou seu estudo e sua compreensão. Estudos mais aprofundados, bem como sua constante utilização, a tornarão um importante meio de comunicação do ser humano.

A mediunidade é faculdade humana e deve ser utilizada para a felicidade do ser encarnado ou do desencarnado. Seu não uso promove atrofia e limitações evolutivas. Quando digo uso, não me refiro àquele decorrente da prática espírita, de utilidade óbvia, mas à ampla aplicação na Vida em geral, principalmente nas ricas relações humanas.

Sua não utilização pode ser comparada à atrofia decorrente do não uso das asas, que fez surgir espécies de aves de vôo baixo e limitado, como os pavões, incomparavelmente belos, mas cujos apêndices lhes servem mais como enfeites.

As práticas místicas e ritualísticas de povos primitivos, nas quais o fenômeno mediúnico era referenciado, revelam a força psíquica da mediunidade que atravessa os séculos com a mesma psicologia e mediunidade atratividade. Os metapsiquistas e parapsicólogos do passado se ocuparam, e se ocupam, em demonstrar a veracidade do fenômeno mediúnico enquanto que os espíritas de hoje lhe mostram o alcance, a serviço do bem estar dos médiuns e na prática da caridade aos desencarnados. Ir além disso, que é necessário, é disseminar o uso da mediunidade na vida prática do ser humano e torná-la instrumento de degradação dos valores morais já conquistados.

O ser humano jamais poderá viver sem esta excelente faculdade, inerente à sua atual condição: estar conectado à matéria pelo perispírito. Sua utilização representa um degrau acima na evolução espiritual e é fundamental para o desenvolvimento psicológico do indivíduo. Sem seu uso não se avançará muito na evolução; por outro lado, o uso que fará dessa faculdade permitirá que avance na escala evolutiva, desatrelando-se de forma transcendente da matéria bruta, da mesma forma que outrora o réptil alçou vôo na condição de ave portadora de asas para gozar de sua natural liberdade.

As polaridades da evolução (material e intelectual) são extremos que revelam, entre si, um espectro muito largo de possibilidades evolutivas. Entre elas (as polaridades) existem processos a se desenvolverem para que se alcancem níveis evolutivos superiores. Um deles é o desenvolvimento e uso da mediunidade. O exercício da mediunidade não é um ato que pertence ao espírito desencarnado. A mediunidade pertence ao médium que, embora não seja autor do fenômeno que porventura se produza, pode, às vezes, sob certas condições, provocá-lo. A educação da faculdade é responsabilidade do médium que deve colocá-la a serviço de situações que transcendem a da ajuda a desencarnados necessitados de esclarecimentos. A mediunidade é mais do que uma faculdade para a desobsessão de espíritos. É uma janela do Espírito para as dimensões existenciais do universo.

A consciência, por parte do médium, de que é portador da faculdade mediúnica contribui para seu desenvolvimento em face da permanente ligação que ela favorece com o espiritual. É essa consciência que o fará educá-la a serviço de sua realização pessoal.

Por enquanto usamos a mediunidade como instrumento para obtenção de algum favor proveniente das forças espirituais. Ainda a usamos numa relação de troca. Queremos com ela obter alguma vantagem sobre algo com o qual não sabemos lidar objetivamente.

Muitas vezes estabelecemos uma relação com os espíritos como o fazemos com Deus. Atribuímos a eles um certo poder divinatório de tudo fazer em nosso favor. Nem sempre o conseguem. Bom quando o fazem. Porém, independente do resultado do pedido, isso demonstra que os colocamos num certo lugar de detentores do poder e a nós de eternos pedintes. Eles são pessoas. Nada mais do que isso. A cultura mítica de reverenciar os espíritos favorece uma relação subserviente e desigual, depreciando a mediunidade.

Se de um lado malbaratamos a mediunidade, estimulando seu uso exclusivamente na esfera institucional, do outro, em face de ser a mente humana por demais complexa, a psicologia vem negando com veemência a possibilidade das comunicações mediúnicas. Porém, quanto mais o conhecimento avança, mais se desprende o véu da ignorância quanto aos intrincados processos psíquicos. É no estudo do inconsciente e das capacidades intelectivas humanas que se descobrirá a existência do perispírito, sede dos processos psicológicos e mediúnicos do ser humano. Isolar o mediúnico do anímico-psicológico, por enquanto, é como querer separar a água do vinho. Eles estão intimamente ligados numa feliz interdependência.

A mediunidade é uma faculdade tão subjetiva que não nos damos conta da gama de fenômenos que só ocorrem por conta de sua existência. Por exemplo, as ligações amorosas entre os espíritos encarnados e desencarnados, também ocorrem pelas vias da mediunidade sem que, na maioria dos casos, eles se dêem conta. Da mesma forma, as transmissões de saber e de sentimentos ocorrem pela faculdade mediúnica que as criaturas possuem.

Será sempre um desafio ao ser humano transcender sua materialidade. Por muito tempo buscará em seu corpo e de acordo com paradigmas enraizados nas estruturas cerebrais explicações para o psiquismo humano. A linha divisória entre o que é material e o que é espiritual inexiste. Mesmo aqueles que se encontram desligados do corpo físico têm dificulddade em estabelecer a diferença entre uma dimensão e outra.





Adenáuer Novaes





Fonte: do livro "Psicologia e Mediunidade"
Fundação Lar Harmonia, 1ª ed., 2002
www.larharmonia.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A ARTE DE RENASCER A CADA DIA

"A sabedoria eterna guia a renovação da vida a cada instante."


Para aqueles que anseiam começar a viver verdadeiramente, a literatura teosófica recomenda a impessoalidade.

Esse ensinamento não implica aniquilar a personalidade, mas sim transformá-la em veículo do Eu Espiritual. Sobre o tema, Robert Crosbie escreveu:

“A impessoalidade não está em falar; não está em silenciar; não está em insinuar; não está em evitar; não está em negar. E, sobretudo, ela não é uma diplomacia que funciona como uma máscara da ambição.”

E acrescentou:

“A impessoalidade significa estar livre da personalidade, mas nenhum de nós a obterá de imediato; e já estaremos progredindo bastante bem se estivermos vencendo a personalidade de modo lento e persistente.” [1]

Estar livre da personalidade significa acima de tudo que temos controle sobre ela. Essa é uma tarefa de longo prazo. Cabe ler a seguinte mensagem otimista de Crosbie:

“Para efeitos práticos: se estamos desenvolvendo um coração-de-criança; se estamos aprendendo a amar as coisas belas; se estamos tornando-nos mais honestos, mais claros e mais simples; se estamos começando a sentir o lado doce da vida; se estamos gostando mais dos nossos amigos e ampliando o  círculo da amizade; se sentimos que nosso sentimento de simpatia se expande; se gostamos de trabalhar pela Teosofia, e não pedimos por cargos, posições ou recompensas; se não nos preocupamos demasiado com ser ou não ser impessoal; bem, isto é trilhar o caminho da impessoalidade.” [2]

O caminho do autoconhecimento e do autocontrole é longo, mas é através das pequenas conquistas que nos aproximamos das grandes vitórias. Devemos renascer a cada momento.

O texto “A Sabedoria dos Poetas” nos diz que “quem morre a cada instante para o passado é capaz de renascer a todo momento para a vida eterna.” [3] Ao renascermos, deixamos para trás aspectos da personalidade que atrapalham o convívio com a Alma Universal. O que morre não é a personalidade em si, mas a forma como encaramos a vida. É através do eu individual que levantamos nosso olhar para as estrelas e refletimos sobre sua luz e sua graça.

Renascer torna-nos crianças e são vários os textos clássicos que nos falam da necessidade de recuperarmos esse nível de pureza. Podemos ler na obra “A Voz do Silêncio”:

“O Aluno deve recuperar o estado infantil que ele perdeu, antes que o primeiro som possa chegar ao seu ouvido.” [4]

 “Luz no Caminho” reafirma essa mesma ideia no seguinte trecho:

“O ser humano deve tornar-se como uma criança pequena, antes que possa ingressar no reino dos céus.” [5]

A obra de M. C. diz ainda que o estudante, ao renunciar ao egoísmo, “volta para o mundo na condição de um ser desprotegido, como uma criança recém-nascida. E isso é, exatamente, o que ele é. Ele começou a nascer de novo no plano superior da vida, naquele planalto bem iluminado em que os ventos correm livres, e de onde os olhos veem inteligentemente o mundo a partir de uma nova percepção.” [6]

As crianças simbolizam o amor e a compaixão universais [7]. É retomando esse estado inicial que começamos a viver verdadeiramente e a voz do nosso pai – Eu Superior – pode ser escutada e orientar-nos para o bem. Por isso o texto “Círculos Magnéticos de Amor Universal” [8] afirma:

“É recomendável ter a experiência de um velho e a alma de uma criança.”




Joana Maria Pinho





Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "Filosofia Esotérica"
http://www.filosofiaesoterica.com/a-arte-de-renascer-a-cada-dia/




NOTAS:

[1] Do texto “O Que É Impessoalidade”, de Robert Crosbie, que está publicado em nossos websites associados.  

[2] Idem.

[3] Do texto “A Sabedoria dos Poetas”, de Carlos Cardoso Aveline. Disponível em nossos websites.

[4] Da obra “A Voz do Silêncio”, de Helena P. Blavatsky, edição online de nossos websites associados, ver  p. 12.

[5] “Luz no Caminho”, de M.C., The Aquarian Theosophist, Portugal, 2014, 85 pp., p. 78.

[6] “Luz no Caminho”, de M.C., The Aquarian Theosophist, 85 pp., p. 77.

[7] Sobre o simbolismo das crianças e o que podemos aprender com elas leia em nossos websites o texto “O Poder das Crianças”, de Carlos Cardoso Aveline.

[8] Do texto “Círculos Magnéticos de Amor Universal”, de C. C. Aveline. Disponível em nossos websites.


O texto acima foi publicado originalmente sem indicação do nome da autora, na edição de janeiro de 2015 de “O Teosofista”.

A DISCIPLINA ESPIRITUAL

Torne-se um observador da corrente de pensamentos que fluem através de sua consciência. Assim como alguém sentado ao lado de um rio observa o fluxo das águas, sente-se ao lado de sua mente e observe. Ou simplesmente como alguém sentado na floresta a observar os pássaros que voam enfileirados, sente-se e observe. Ou da mesma maneira que alguém observa o movimento das nuvens no céu, observe as nuvens de pensamento se movendo no céu de sua mente. Os pássaros de pensamentos voando, os rios de pensamento fluindo... da mesma maneira, silenciosamente nas margens, você simplesmente senta e observa o fluxo dos pensamentos. Não faça coisa alguma, não interfira, não os interrompa de maneira alguma, não os reprima. Se um pensamento estiver chegando, não o interrompa, se ele não estiver chegando, não o force a chegar. Você é simplesmente um observador.

E nesta simples observação, você verá e experienciará que seus pensamentos e você são separados – porque você consegue ver que aquele que está observando os pensamentos está separado deles, é diferente deles. E quando você se torna consciente disto, uma paz estranha o envolve, porque você passa a não ter mais qualquer preocupação. Você poderá estar no meio de todos os tipos de preocupações, mas as preocupações não serão suas. Você poderá estar no meio de muitos problemas, mas os problemas não serão seus. Você poderá estar cercado por pensamentos, mas você não será os pensamentos.

E se você se tornar consciente de que você não é seus pensamentos, a vida desses pensamentos começará a se enfraquecer, eles se tornarão cada vez mais sem vida. O poder de seus pensamentos está no fato de que você pensa que eles são seus. Quando você discute com alguém você diz, ‘Meu pensamento é...’ Nenhum pensamento é seu. Todos os pensamentos são distintos de você, separados de você. Seja apenas um observador deles.




OSHO






Fonte: do livro "The Path of Meditation", cap. 7
Osho International Foundation, Suiça
Tradução de Sw. Bodhi Champak
Fonte da Gravura: http://www.iosho.co.in/index.php/category/photos/

NOSSAS AÇÕES E A HUMANIDADE COMO UM TODO

Diariamente, criamos energias escuras por meio das coisas negativas que fazemos. Ao mesmo tempo, criamos energias positivas quando pronunciamos palavras de Luz e quando somos uma força de gentileza neste mundo.

Quando permitimos que a parte semelhante a Deus dentro de nós se propague e toque as pessoas ao nosso redor, construímos nossa Luz e nossa força individuais e, simultaneamente, aumentamos a energia positiva no mundo como um todo.

Quando a Luz dentro de nós – nossa gentileza, nossa força, nosso amor – prevalece sobre nossos impulsos negativos – nossos medos, nossa raiva e ódio por nós mesmos – contribuímos com energia positiva na batalha cósmica da Luz contra a escuridão.

Nenhum esforço espiritual se destina a nós individualmente. Estamos todos interconectados, e tudo que fazemos, ou não fazemos, afeta os que nos rodeiam e, no final, a humanidade como um todo.

Não é fácil essa batalha que enfrentamos todos os dias de nossas vidas, mas é nesse campo que viemos a este mundo lutar. Nós temos em nossas mãos as ferramentas espirituais que podemos empregar - e triunfaremos.




Karen Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com



DHARMA E MOKSHA - RETIDÃO E LIBERTAÇÃO

Riqueza (Artha) é um dos Purusharthas ou objetivos legítimos do esforço humano. Os quatro purusharthas são Dharma, Artha, Kama e Moksha. Eles foram listados assim, nessa ordem de propósito. A retidão (Dharma) deve dirigir e controlar o processo de conseguir riqueza (Artha) e a libertação (Moksha) é o fator regulador do desejo (Kama). Toda a riqueza proveniente de fontes maculadas pela iniquidade (Adharma) deve ser tratada com desprezo e é indigna para você. Todos os desejos que não servem à única necessidade suprema de libertação devem ser desprezados por serem inferiores à sua dignidade. Assim, a base espiritual, Dharma e Moksha, deve ser a raiz de Artha e Kama. Sem essa ordem, lucrar se degenera em pilhagem; desejo se degenera em morte. (Discurso Divino, 14 de julho de 1966)




Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A DIFERENÇA ENTRE O VER CONCEITUAL E O VER REAL

Qual é a diferença entre o ver conceitual e o ver real?

Vê você uma árvore conceitualmente ou a vê em realidade?

Quando vê uma flor, vê-a diretamente, ou a vê através do peneira de seu próprio conhecimento botânico ou não botânico, ou do prazer que lhe brinda? Como a vê você? Se o ver é conceitual, ou seja, através do pensamento, é isso ver? 

Vêem vocês a sua esposa ou a seu marido? Ou vêem a imagem que têm dele ou dela? 

Essa imagem é o conceito mediante o qual alguém vê de modo intelectual, mas quando não há imagem alguma, então, a gente realmente vê, então está realmente em relação.

Assim, pois, qual é o mecanismo que constrói a imagem, que nos impede de ver realmente a árvore, a esposa ou o marido, ou o amigo, ou o que seja?

Espero me equivocar, mas é óbvio que vocês têm uma imagem de mim, não é assim? Se tiverem uma imagem do que fala, não estão realmente escutando-o absolutamente. E quando um olha a sua esposa, ou a seu marido etc., e o faz através de uma imagem, não vê realmente a pessoa, mas sim a vê através da imagem, e portanto não existe relação absolutamente. A gente pode dizer “te amo”, mas isso não tem sentido algum.

Pode a mente deixar de construir imagens no sentido em que estamos falando? Isso é possível só quando a mente está por completo atenta no momento, no instante mesmo da provocação ou da impressão.

Tomemos um exemplo muito simples: o adulam, isso gosta, e o mesmo “gostar de” constrói a imagem. Mas se você escutar essa adulação com atenção completa, sem gosto nem desgosto, se a escuta completamente, totalmente, então não se forma a imagem; não chama a essa pessoa seu amigo e, à inversa, tampouco chama inimigo à pessoa que o insulta.

A “formação de imagens” surge da não atenção. Quando há atenção não se cria conceito algum. Faça-o; verá o singelo que é descobri-lo. Quando você põe atenção completa ao olhar uma árvore, ou uma flor, ou uma nuvem, não há então projeção alguma de seus conhecimentos de botânica, ou de seu gosto ou desgosto; você simplesmente olha (o qual não quer dizer que se identifica com a árvore; de maneira nenhuma pode você converter-se na árvore). Se olha a sua esposa ou amigo sem nenhuma imagem, então a relação é de tudo diferente; então o pensamento não intervém absolutamente e há uma possibilidade de amor.





J. Krishnamurti





Fonte: do livro "O Voo da Águia", Ed. Estampa, 1ª ed., 2002
Tradução de Maria Beatriz Branco
Fonte da Gravura: https://www.pinterest.com/Spoturnovilches/krishnamurti/

A INTUIÇÃO NUNCA INSISTE

Perante uma desilusão, um insucesso, um acidente, podereis pensar: «Pois é, houve algo que me preveniu. Era como que uma voz em mim, mas tão fraca, tão fraca!...» E, se não escutastes essa voz que queria alertar-vos, foi porque preferistes seguir vozes que vos falavam com muita frequência e bastante alto para vos induzir em erro. Essa voz que não quisestes escutar era do Céu, que fala docemente e sem insistência. O Céu diz as coisas uma vez, duas vezes, três vezes, depois cala-se, e tanto pior para vós, se não lhe destes ouvidos. Sim, a voz do Céu é sempre extremamente doce, melodiosa e breve. A intuição nunca insiste. E, se não estiverdes atentos, se não discernirdes essa voz, porque só os alaridos dos vossos desejos e das vossas cobiças retêm a vossa atenção, quando descobrirdes que andais perdidos, não vos queixeis.





Omraam Mikhaël Aïvanhov







Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com