domingo, 8 de janeiro de 2017

O REI NOS CONTOS DE FADAS (Flexibilidade e Mudanças são salutares)

Os contos de fadas são recheados de figuras mágicas, bem como pessoas da realeza como reis, rainhas, princesas e príncipes.

Gostaria de falar um pouco sobre o Rei nos contos de fadas, pois se trata de uma figura central nas histórias.

O rei é uma figura de grande destaque na sociedade.

Nos tempos mais antigos era considerado a manifestação de Deus na Terra. Psicologicamente sua figura pode ser associada a imagem do Self, aquele centro regulador da psique que se torna uma representação da atitude coletiva nos contos de fadas.

Von Franz (2005) diz que o rei incorpora um princípio divino, do qual depende o bem-estar físico e psíquico de toda a nação. É o princípio divino na sua forma mais visível, é sua encarnação e sua moradia.

Dessa forma observando a figura do rei podemos tirar alguns aprendizados sobre o Self e como a consciência coletiva (e individual) funciona mediante esse centro regulador.

Associar o rei ao Self faz sentido, pois no nível individual é desse centro regulador que depende todo o bem estar psíquico do individuo.

Nos contos de fadas o rei geralmente está velho, ou muito doente e precisa ser substituído. Ou seja, ele é incompleto. Mas, como um símbolo do Self, envelhece e precisa ser renovado.

Se transportarmos isso para o estudo das religiões, a tendência dos rituais ou dogmas religiosos é tornarem-se superados depois de um tempo, e perderem seu impacto emotivo original, tornando-se fórmulas mortas.

Embora adquiram qualidades positivas da consciência, como a continuidade, eles perdem o contato com a corrente irracional da vida e tendem a tornar-se mecânicos (Von Franz, 2005).

Isso vale para doutrinas religiosas e sistemas políticos que, com o tempo, se tornam obsoletos, e também para tudo em nossa vida.

Quando nos tornamos conscientes de algo, isso nos enche de vida e traz sentido à vida. No entanto, quando algo fica consciente muito tempo e não nos renovamos, esse conteúdo se petrifica e a vida se torna enfadonha.

Podemos então concluir que esse centro da psique não é estático e se renova constantemente.

Ele precisa ser compreendido e assimilado para que nossa vida coletiva e individual não se torne uma formula morta e sem sentido.

Entretanto, em alguns contos de fadas o rei se nega a ser substituído.

Por exemplo, no conto de fadas "O velho Rinkrank", dos irmãos Grimm, o rei manda construir uma armadilha contra os pretendentes a mão de sua filha, tentando evitar que o futuro genro assuma seu lugar.

No nível pessoal é possível observar que o ego, centro da consciência, possui uma tendência em se tornar unilateral.

A consciência adora ter o poder, e sair desse estado é muito difícil e doloroso, mesmo que isso cause uma neurose no indivíduo.

Por esse motivo muitas pessoas relutam em fazer psicoterapia, ou desistem no meio do caminho, pois o ego deve abrir mão do controle e deixar que novas possibilidades surjam.

Muitas preferem se manter na unilateralidade e na neurose.

É uma zona de conforto! Realmente fazer analise é um ato heroico.

Em termos coletivos, vemos o quão difícil é a aceitação de algo novo por parte da consciência coletiva.

Mas se quisermos evoluir e não nos tornarmos doentes precisamos lembrar que aquilo que um dia foi um bom remédio e algo excelente acaba se tornando destrutivo com o tempo.

Perseverar em um curso de ação é bom até um determinado momento, por isso precisamos desenvolver uma flexibilidade e aceitar que possivelmente, em algum momento, teremos que rever esse curso de ação e buscar um novo.




Hellen Reis Mourão




Fonte do Texto e da Gravura: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/forum/o-rei-nos-contos-de-fadas/

O CAMINHO ESPIRITUAL E AS CONSEQUÊNCIAS DO COMPORTAMENTO

Muitas decepções esperam todos aqueles que imaginam que, quando se empenham na via da espiritualidade, ficarão rapidamente libertos de todos os seus males. Eles estão no bom caminho, mas estar no bom caminho não significa que se chegou ao fim. Por um lado, é verdade, certos tipos de sofrimento desaparecem, à medida que eles fazem esforços para se purificar e viver em harmonia com o mundo da luz. Mas, por outro lado, as consequências das transgressões que eles cometeram nesta vida ou em vidas anteriores não serão imediatamente apagadas. Por isso, não devem admirar-se se, apesar da nova orientação que tomaram, ainda têm de passar por certos sofrimentos. Para simplificar, podemos dizer que as boas ações dos humanos se acumulam num reservatório e as suas más ações num outro: pelas más ações, eles devem ser sancionados, e, pelas boas ações, são recompensados. Qualquer que seja a sua orientação atual, eles passam, pois, por acontecimentos e estados psíquicos ou físicos que são as consequências mais ou menos longínquas do seu comportamento passado.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SER PARA SI MESMO O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA

Toda a natureza do ser humano deve ser usada com sabedoria por aquele que deseja ingressar no caminho. Cada um é para si mesmo absolutamente o caminho, a verdade e a vida. Mas isso só se torna um fato quando ele domina firmemente toda a sua individualidade, e, com a força da sua vontade espiritual despertada, reconhece que esta individualidade não é ele próprio, mas um instrumento que com a sua dor ele criou para seu próprio uso, e graças ao qual ele pretende, à medida que seu crescimento lentamente desenvolve sua inteligência, chegar até a vida que está além da individualidade. Quando percebe que é para isso que a sua maravilhosa vida complexa e separada existe, então, de fato, e só então, ele está no caminho. [1]





Mabel Collins






Fonte:  do livro “Luz no Caminho”, de M.C., edição luso-brasileira com tradução, notas e prólogo de Carlos Cardoso Aveline, The Aquarian Theosophist, Portugal, 2014, 85 pp., ver p. 25.
Fonte da Gravura: Tumblr.com