segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

CRISTIANISMO, AINDA VALE A PENA?

Minha intensão aqui realmente não é ofender ninguém, aliás nunca foi este o objetivo, em nenhum dos meus textos ou livros que escrevi. Aliás nos últimos tempos eu tenho evitado ao máximo escrever sobre outras crenças, pois compreendi que a mitologia que adotamos não é assim tão importante, já que estando sujeita a interpretações, mesmo dentro de uma mesma religião haverá várias crenças distintas, cada qual adaptando-a ao seu nível de compreensão.

Mitologias são maneiras de representar o que não compreendemos, verdades que nossa mente objetiva ainda não está preparada para sondar lucidamente, pois teria que abstrair, e nem todos estão preparados para isso, não possuem estrutura mental para tanto, necessitando de uma explicação literal para isso. É aí que entra a importância do mito.

Esta aplicação só não é verdadeira quando se trata de religiosidade fundamentalista, fanatismo religioso, este sendo mais semelhante a uma lavagem cerebral, isenção de pensamento, jogando a responsabilidade do "pensar", "decidir" para outro, podendo ter uma vida ociosa, preguiçosa e inútil (estagnada, sem evolução alguma), desde que aceite uma alegoria mitológica como fato histórico, bastando dizer amém para ser "salvo"... mentiras reconfortantes, muletas psíquicas.

Como místico e pensador sou obrigado a levantar questionamentos que para muitos são normalmente impossível sondar, devido a aceitação de verdades absolutas, comodismo, ignorância, ou mera preguiça mental.

O fato é, que apesar de haverem os defensores de que o Cristianismo seja uma espécie de "luz para a humanidade", na prática, o que se apresenta é justamente o contrário. Qualquer um pode comprovar esta afirmação, basta analisar superficialmente a história para ver que  torturas, homicídios e genocídios só aumentaram em nome de "Cristo", e mesmo hoje, ainda continua vinculado a vários tipos de crimes, como a pedofilia, o estelionato, preconceitos, homofobias e tantos outros.

Sei que há os defensores de que este não seria o "verdadeiro cristianismo", que existem as vertentes gnósticas, ou o cristianismo primitivo... que embora sejam lindos, em verdade não trouxeram nada de novo para a humanidade. Verdade seja dita, não há nada de novo sob o Sol, a irracionalidade do fundamentalismo religioso prova isso, moralmente e intelectualmente continuamos tão primitivos quando há dois mil anos, só nossa tecnologia é que progrediu, o conhecimento acumulado nos possibilitou isto, mas o ser humano ainda é o mesmo.

O Cristianismo é uma mitologia, mesmo os estudiosos cristãos admitem que há muita diferença entre Jesus histórico (que possivelmente nunca tenha existido) e o Jesus mítico (derivação de mitos ainda mais antigos, uma representação simbólica do sol, ou seja, um signo solar). Mesmo que o Jesus histórico tenha existido (embora seja muito pouco provável) o fato é que pouco ou nada teria a ver com o personagem mítico (o Jesus conhecido nas alegorias religiosas populares), pois sua mitologia foi montada ao longo do tempo, copiada de outras, como uma colcha de retalhos.

Ou seja, apesar de ser bonito, o cristianismo não trás nenhuma novidade, nada que já não tivesse sido dito ou escrito. Aliás, qualquer um que estudar a fundo, irá descobrir outras mitologias muito mais ricas e instrutivas do que esta, tornando-a ainda mais dispensável.

Por estes motivos, sou obrigado a questionar, depois de tudo que já foi feito em nome dessa vertente religiosa... será que ela ainda vale a pena? Será digna de algum esforço? Não seria mais fácil simplesmente uma renovação total da fé? Utilizando símbolos mais "limpos", que não tivessem sido associados a tanta coisa ruim?

Minha opinião sincera é de que se em dois mil anos o cristianismo não conseguiu efetivamente nos trazer nada de bom (além de mentiras reconfortantes e muletas psíquicas) não vai ser agora que trará.

A meu ver está bem claro que seu tempo já se esgotou, somente o eco insistente das mentiras que ainda lucram com a ignorância da grande massa ignorante é que persistirá mais um tempo, até finalmente se calar, nos permitindo novamente (finalmente) voltar a pensar com lucidez, em paz.

Quando os loucos pararem de gritar (Jesus, Jesus), quem sabe o ser humano pare de procurar um Deus externo (amigo imaginário que conforta), e compreenda que a divindade está dentro dele, é Ele mesmo, e para se manifestar não é necessário filiação a qualquer templo, ou aceitação de qualquer norma de conduta. 

Basta para isso parar de querer "ter" (perdão, benção, aceitação, etc.) e passar a "Ser" (homem divino, dono de si mesmo, evolução, autonomia).

Não me odeie por questionar sua fé, aqueles que lhe estimulam a pensar, são os únicos que querem verdadeiramente lhe "libertar", ou salvar das trevas da ignorância.




CAMOS




Fonte do Texto e da Gravura: Blog "Crônicas Espiritualistas"
http://cronicasespiritualistas.blogspot.com

Um comentário:

  1. Concordo com você em todos estes aspectos. Normalmente sou perseguido quando tendo expressar as minhas ideias quanto a isto. Uma coisa é disassociar os ensinamentos, nada originais, que supostamente são atribuídos à figura do Cristo ao que fizeram em seu nome a partir de então. No ocidente houve uma massificação das consciências em cima deste legado, ninguem questiona, ninguem reflete... Simplesmente aceitam de forma inconteste e infalível. Curiosamente nesta semana estamos assistindo o seriado "Borgias" que tem como cenário uma das fases mais negras da igreja dominante, que auto ploclama-se única portadora das verdades cristãs.

    ResponderExcluir