sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

MEDITAR É O GRANDE CAMINHO PARA A LIBERTAÇÃO


Certamente você já ouviu dizer em algum momento que meditar é um “caminho para a realidade”. É, antes de tudo, o caminho para o nosso próprio ser. Meditando aprendemos a ser. Não para ser algo em particular ou para cumprir uma função específica, mas simplesmente para ser. A melhor maneira de descrever isto é que durante a meditação permanecemos num estado de completa simplicidade. Não estamos agindo. Não estamos tentando desculpar quem somos ou o que somos. Nós somos, simplesmente, e vivemos a partir da profundidade do nosso próprio ser, seguros e firmes na nossa própria base na realidade.

Este é um ideal desconhecido para a maioria de nós porque somos treinados para pensar que só encontramos a verdade na complexidade. No entanto, todos sabemos que num nível mais profundo a verdade só se encontra na simplicidade total, na abertura absoluta. Lembrar a agudeza da nossa visão quando éramos pequenos deveria nos ensinar isso. O que precisamos é da atitude de surpresa da criança, da capacidade da criança de adorar a magnificência da criação.

A grande ilusão em que a maioria de nós está presa é a de que somos o centro do mundo e que tudo e todos giram em torno de nós. Mas ao meditar aprendemos que isso não é verdade. Na realidade é Deus quem está no centro.

Meditar é o grande caminho para a libertação. Nós nos libertamos do nosso passado e nos abrimos para a vida no momento presente. Aprendemos que existimos porque Deus existe e que simplesmente ser é o nosso maior presente.


John Main, OSB, “Compromisso com a Simplicidade”, O Caminho da Meditação: Momento de Cristo, Ed. Convivium Press, 2010.



Transcrição de Carla Cooper



Fonte: WCCM Espanha - Comunidad Mundial para la Meditación Cristiana
http://wccm.es/
Traduzido por WCCM España e para o português por este blog.
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/medita%C3%A7%C3%A3o-zen-paz-espiritual-7086114/


Nota:
Para mais detalhes ver:
* JOHN MAIN E A MEDITAÇÃO CRISTÃ: https://coletaneas-espirituais.blogspot.com/2020/05/john-main-e-meditacao-crista.html

TUDO POSSUI UM DUPLO NA NATUREZA


Todas as coisas possuem o seu duplo na Natureza. Tudo o que fazeis, fazei-lo duplamente. Se ajudardes alguém ou fizerdes mal a alguém, o original dessa ação vai-se, mas deixa a sua marca em vós: um clichê, uma lembrança, uma assinatura. Se foi o bem que fizestes, esse bem seguiu caminho, deixou-vos, mas deixou também um traço em vós, um registo da mesma natureza. E se tiverdes feito o mal, esse mal também vos abandonou, mas deixou um duplo exatamente da mesma natureza, que continua a trabalhar, a demolir e a desagregar.

Vede, por exemplo, o que se passa quando um homem comete um crime. Por que será que ele sempre é perseguido por uma lembrança, um clichê que volta, que não o deixa tranquilo? O crime foi feito, pertence ao passado, não ficaram dele traços visíveis e o criminoso poderia estar tranquilo. Mas o duplo da ação ficou, e é ele que produz essas lembranças, essas imagens de que ele não consegue desembaraçar-se, as recriminações que a sua consciência lhe faz e de que só poderá libertar-se quando tiver reparado o mal que fez.



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O CRISTO RECÉM-NASCIDO (A MÍSTICA DO NATAL)


Temos repetido com frequência em nossa literatura, que o sacrifício de Cristo não foi um acontecimento que teve lugar no Gólgota, nem foi consumado de uma vez por todas em poucas horas, mas que os nascimentos e mortes místicas do Redentor são contínuas ocorrências cósmicas.

Concluímos que esse sacrifício é necessário à nossa evolução física e espiritual durante a presente fase do nosso desenvolvimento. Como se aproxima a época do nascimento anual de Cristo, mais uma vez é-nos apresentado um tema para meditação, um tema que nunca envelhece e é sempre novo. Podemos tirar muito proveito refletindo sobre ele e dedicando-lhe uma oração, para que faça nascer em nossos corações uma nova luz que nos guie no caminho da regeneração.

O apóstolo deu-nos uma maravilhosa definição da Divindade quando disse: "Deus é Luz", pelo que a "Luz" tem sido usada para ilustrar a natureza do Divino nos Ensinamentos Rosacruzes, especialmente o mistério da Trindade na Unidade. As Sagradas Escrituras de todos os tempos ensinam claramente que Deus é uno e indivisível. Ao mesmo tempo verificamos que, do mesmo modo que a luz branca una refrata-se nas três cores primárias - vermelho, amarelo e azul - Deus também revela-Se em papel tríplice durante a manifestação pelo exercício de três funções divinas: criação, preservação e dissolução.

Quando Ele exercita o atributo criação, Deus revela-se como Jeová, o Espírito Santo, Ele é o Senhor da lei e da geração, projetando a fertilidade solar indiferentemente através dos satélites lunares de todo planeta em que seja necessário fornecer corpos para seus seres evoluintes.

Quando Ele exercita o atributo preservação, com o propósito de sustentar os corpos gerados por Jeová sob as leis da Natureza, Deus, revela-se como Redentor, Cristo, e irradia os princípios de amor e regeneração diretamente a todo planeta, onde as criaturas de Jeová requeiram essa ajuda para libertarem-se das malhas da morte e do egoísmo, e alcançarem o altruísmo e a vida infinita.

Quando do exercício do divino atributo dissolução, Deus aparece como o Pai. Chama-nos de volta ao lar celestial para assimilarmos os fruto das experiências e do crescimento anímico que acumulamos durante o dia de manifestação. Este Solvente Universal, o raio do Pai, emana então do Invisível Sol Espiritual.

Esses processos divinos de criação e nascimento, preservação e vida, dissolução, morte e retorno ao autor de nosso ser, nós os vemos em toda parte, em tudo o que nos cerca. Então, reconhecemos o fato de que são atividades do Deus Trino em manifestação.

Porventura já nos demos conta de que no mundo espiritual não existem acontecimentos definidos, nem condições estáticas; que o começo e o fim de todas as aventuras, de todas as eras estão presentes no eterno "tempo" e "espaço"? Gradativamente, tudo se cristaliza e torna-se inerte, precisando dissolver-se para dar lugar a outras coisas e outros eventos.

Não há como escapar dessa lei cósmica, que se aplica a tudo no reino do "tempo" e do "espaço", inclusive ao raio Crístico. Como o lago que se derrama no oceano volta a encher-se quando a água que o abandonou evapora-se e a ele retorna em forma de chuva, para tornar novamente a correr incessantemente em direção ao oceano, assim o Espírito do Amor que nasce eternamente do Pai derrama-se incessantemente, dia após dia, hora após hora, no universo solar para libertar-nos do mundo material que nos prende em seus grilhões mortais. Portanto, onda após onda partem do Sol em direção a todos os planetas, o que proporciona um impulso rítmico às criaturas que neles evoluem.

No sentido mais verdadeiro e literal, é um Cristo recém-nascido que saudamos em cada festa natalina, e o Natal é o mais importante acontecimento anual para a humanidade, quer tenhamos consciência disso ou não. Não se trata meramente de comemorar o aniversário de nascimento do nosso amado Irmão Maior, Jesus, mas sim da chegada da rejuvenescente vida-amor do nosso Pai Celestial, por Ele enviada para libertar o mundo do glacial abraço da morte. Sem esta nova infusão de vida e energia divinas, logo pereceríamos fisicamente, frustando o nosso progresso no que tange às atuais linhas de desenvolvimento. Precisamos esforçar-nos por compreender muito bem este ponto, a fim de que possamos aprender a apreciar o Natal da maneira mais profunda possível.

A este respeito, como em muitos outros, podemos aprender uma lição observando nossos filhos ou recordando a nossa própria infância. Como eram fortes nossas expectativas à aproximação dos festejos natalinos! Como ansiosamente esperávamos pela hora de receber os presentes que pensávamos serem deixados pelo Papai Noel, o misterioso benfeitor universal que distribuía os brinquedos! Como nos sentiremos se nossos pais nos dessem apenas as bonecas estragadas e os tamborzinhos já gastos do ano passado? A sensação seria certamente de infelicidade total, além de uma profunda quebra de confiança em tudo, sentimentos que os pais achariam cada vez mais difícil restaurar. Isso nada seria, comparado à calamidade cósmica que se abateria sobre a humanidade, se o nosso Pai Celestial deixasse de enviar como Presente Cósmico de Natal, o Cristo recém-nascido.

O Cristo do ano anterior não nos pode livrar da fome física, como as chuvas daquele ano não podem agora encharcar o solo e desenvolver os milhões de sementes que dormitam na terra, à espera de que as atividades germinadoras da vida do Pai as façam crescer. Assim como o calor do último verão já não nos pode aquecer, o Cristo do ano passado não pode acender de novo em nossos corações as aspirações espirituais que nos impelem para cima em busca de algo mais. O Cristo do ano passado deu-nos seu amor e sua vida sem restrições ou medidas. Quando Ele renasceu na Terra no Natal anterior, Ele impregnou de vida as sementes adormecidas, que cresceram e muito gratamente encheram os nossos celeiros com o pão da vida física. O amor que o Pai Lhe deu, Ele o derramou profusamente sobre nós, e do mesmo modo que a água do rio volta para o céu pela evaporação, assim também Ele eleva-se outra vez ao seio do Pai, após esgotar toda a sua vida e morrer na Páscoa. Mas, o amor divino jorra infinitamente. Como um pai apieda-se de seus filhos, assim também nosso Pai Celeste compadece-se de nós, pois Ele conhece a nossa fragilidade e dependências física e espiritual.

Por conseguinte, esperamos mais uma vez, confiantemente, o nascimento místico do Cristo que virá com renovada vida e renovado amor. O Pai no-Lo envia acudindo à fome física e espiritual que sofreríamos se não tivéssemos d’Ele essa amorosa oferenda anual.



Max Heindel




Fonte: Revista Esotérica Chritian Rosenkreuz, ano 1, nº 3, dez. 2000
Fraternidade Rosacruz Max Heindel
https://fraternidaderosacruz.org.br/
São Paulo/SP
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/natal-inverno-feriado-2022-6816610/