sábado, 11 de fevereiro de 2017

A SIMPLICIDADE SÓ CHEGA COM O AUTOCONHECIMENTO


Nossos problemas – sociais, ambientais, políticos, religiosos – são tão complexos que só podemos resolvê-los sendo simples, não nos tornando extraordinariamente eruditos e astutos. Porque uma pessoa simples vê muito mais diretamente, tem uma experiência mais direta do que a pessoa complexa. E nossas mentes estão tão abarrotadas com um infinito conhecimento de fatos que outros contaram que nos tornamos incapazes de ser simples e ter experiências diretas nós mesmos. Estes problemas demandam uma abordagem nova, e eles só podem ser abordados assim quando somos simples, internamente realmente simples. Essa simplicidade só chega com o autoconhecimento, com a compreensão de nós mesmos: os caminhos de nosso pensar e sentir, os movimentos de nossos pensamentos, nossas respostas, como nos adaptamos pelo medo da opinião pública, do que os outros dizem, o que o Buda, o Cristo, os grandes santos disseram – tudo mostra nossa natureza para a adaptação, estar seguro, estar protegido. E, quando se está buscando segurança, obviamente se está em estado de medo, e assim não há simplicidade.




J. Krishnamurti

Talks in Ojai, California, 1949





Fonte: J. Krishnamurti Online
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://orihinaleskrima.com/krishnamurti-imagenes-eskrima-views/

A LIBERDADE HUMANA



O homem age, segundo pensamentos inerentes a ele, os quais orientam suas metas. Se ele seguir ideais originados fora do seu próprio pensar, seu atuar limita-se a cumprir mandamentos morais. Nada do que é eticamente grandioso é incutido pelo poder da lei moral, dogmática e sim executado em virtude do impulso direto de uma ideia individual. O querer só executa o que, como conteúdo pensamental, reside na personalidade humana. O fundamento cósmico derramou-se completamente para dentro do mundo, movimentando-o a partir daí. A forma mais elevada sob a qual ele se manifesta dentro da realidade da vida comum é o pensar e com este, a personalidade humana. Assim, quando o homem realiza as metas que se propõe a partir de sua individualidade, essas metas são idênticas àquelas do fundamento cósmico. Portanto, não existe outro impulso para o nosso atuar além daquele que vem do nosso atuar, além daquele que vem do nosso discernimento.




Rudolf Steiner

Do livro "O Método Cognitivo de Goethe", cap. 19/resumo, Ed. Antroposófica, 2004





Fonte original: Blog do Dr. José Carlos 
www.casaderafael.blogspot.com
Via Biblioteca Virtual da Antroposofia (Texto e Gravura)
http://www.antroposofy.com.br

“O” HOMEM E “A” MULHER ANTE A QUESTÃO DE GÊNERO APÓS A MORTE


O homem moderno é modelado dentro de uma cultura racista, patriarcal, misógina e homofóbica. O Evangelho é um convite perene à prática da fraternidade, do amor, da não-violência, especialmente diante dos dessemelhantes que compõem o universo minoritário de uma sociedade densamente machista. Não obstante seja avesso à ideia de grupos de "minorias" ou "maiorias" sociais, reconheço que os termos já estão consagrados pelo uso e ademais é inaceitável qualquer tipo de discriminação perante os “desiguais”.

A hercúlea luta contra o preconceito e a homofobia possui aspectos sádicos. Diversas vezes essa luta descomunal principia onde o ser humano deveria se sentir mais acolhido e resguardado: ou seja, o grupo familiar. Atualmente, nos EUA, por exemplo, há uma nova classe de moradores de rua (isso mesmo! Moradores de rua) que está crescendo em deplorável rapidez, formada por adolescentes homossexuais expulsos da família. Segundo cálculo do Centro de Progresso Americano, mais de 300 mil jovens tiveram de recorrer a abrigos públicos após serem mandados embora de casa (banidos) pelos próprios pais em face da sua orientação sexual.

Estudos realizados nos EUA indicam que a grande maioria desses jovens excluídos afastam-se de famílias conservadores e profundamente religiosas. Nesses contextos, compreender a homossexualidade como algo natural é intensamente mais difícil. Quase metade dos homossexuais norte-americanos afastam-se de casa pouco tempo depois de admitirem suas orientações sexuais perante a família – a maioria contra a própria vontade. [1] Ora, a homossexualidade é uma orientação sexual, assim como a heterossexualidade e bissexualidade (assexualidade pode ser considerada uma orientação também). São orientações naturais, não provindas de distúrbios ou quebras de personalidade, conforme assegura o Espirito Emmanuel em “Vida e Sexo”, no capítulo intitulado “homossexualidade”.

Recentemente, como se não bastasse o barbarismo cometido por Omar Mateen, um aliado do Estado Islâmico resultando na morte de 49 de pessoas, na boate Pulse, deixando outras 50 feridas, sabemos de muitas outras formas de aberrações praticadas contra homossexuais. Na verdade, o fundamentalismo religioso é a maior tragédia que existe no mundo. Não há como entender o ódio que culmina em atos de violência e tortura contra as pessoas em nome de Deus.

Após o episódio ocorrido na casa noturna Pulse em Orlando, Estados Unidos, um pastor norte-americano disse que “não está triste por homossexuais terem sido mortos na boate. (...) a tragédia é que mais deles não tenham morrido. Eu gostaria que o governo os reunisse, colocasse todos contra uma parede, colocasse o pelotão de fuzilamento na frente deles e explodisse seus cérebros.” [2] Outros grupos cristãos extremistas, como a Westboro Baptist Church, afirmaram que os frequentadores da Pulse estavam “no inferno” após os assassinatos. “A tragédia mesmo é que mais deles não tenham morrido. A tragédia é o Omar Mateen não ter terminado o trabalho – porque estas pessoas são predadores. Eles são abusadores." [3]

O assunto homossexualidade não foi pesquisado em profundidade pelo Codificador nas obras básicas. Em O Livro dos Espíritos, observamos, porém, que podemos reencarnar na categoria de homem, ou na condição de mulher. No mundo espiritual a questão do título de “ele” ou “ela” não faz muito sentido, porquanto os espíritos não se tratam na condição de gênero.

Não há, portanto, reprodução de espíritos no além pelo processo de acasalamento sexual. Todavia, as genitálias existentes no corpo físico se justificam em razão das leis de manifestação biológica (carnal) objetivando adequar o processo reencarnatório pela reprodução biológica por meio da cópula sexual.

A prova masculina e ou feminina em múltiplas vidas, o predomínio em tal ou qual experiência estabelece que o espírito conserve as características que nele ficou gravado, consequência da influência que o corpo físico transmite ao perispírito. Por conseguinte, o espírito, em reencarnando, apresentará as particularidades do gênero que mais longamente viveu e apresentará na estrutura psicológica as inclinações afins a essas experiências pregressas.

Portanto, somos espíritos de polaridade psicológica masculina ou feminina, consequência de contínuas reencarnações num ou noutro gênero. Tão-somente após sobrepujarmos nossas falhas anexas ao apego à matéria, ao sensualismo, ao egoísmo e ao orgulho é que os nossos atributos sexuais desaparecerão, automática e gradativamente, após a obtenção de “qualidades nobres inerentes à masculinidade e à feminilidade”. [4]

As provas diferentes que vivemos no corpo físico se distinguem pela transitoriedade. Tudo se transforma e, se bem acolhido como lição vantajosa, será agente de maior felicidade no futuro. O que importa realmente é o que fazemos de bom nas hostes da caridade em favor do semelhante e de nós próprios, como abrigamos e compreendemos as ações dos outros e não as nossas condições de gêneros.




Jorge Hessen




Fonte do Texto e da Gravura: "Artigos Espíritas"
https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br





Referências:

[1] Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/40-dos-sem-teto-dos-eua-s%C3%A3o-adolescentes-133537214.html acessado em 15/06/2016

[2] Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/pastor-norte-americano-diz-estar-chateado-por-081729018.html?nhp=1 acessado em 19/06/2016

[3] Idem

[4] Viera, Waldo e Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espirito André Luiz, cap. XII, RJ: Ed. FEB, 1999

A LINGUAGEM DA NATUREZA


Procurai estar atentos à linguagem da natureza. Mesmo que tenhais a impressão de não a compreender, isso não tem importância: o importante é estardes abertos. Desse modo, preparais os centros sutis que, um dia, vos porão em contacto com toda essa vida que circula no universo e que nos fala, pois tudo o que é vivo fala, e a natureza, que é viva, também nos fala. E, tal como a natureza nos fala, nós podemos falar-lhe. Não importa que as pedras, as plantas, os rios, as montanhas, os astros, não conheçam as nossas línguas humanas: seja em que língua for, as palavras que nós pronunciamos com convicção e amor produzem vibrações, cores, ondas, que agem sobre a matéria; e a matéria reage, responde, como se tivesse compreendido. Apesar de a terra, a água, o ar e o fogo não compreenderem as palavras que nós pronunciamos, essas palavras têm efeitos, em função dos pensamentos, dos sentimentos e da força que pomos nelas.




Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com