sexta-feira, 11 de setembro de 2020

ALMA-GRUPO - UM PRINCÍPIO INTELIGENTE


O princípio inteligente no início do seu processo evolutivo, sem a conscientização de seus propósitos, que viria muito depois, quando alcançasse a fase hominal, seria conduzido por um “princípio orientador”, um princípio inteligente grupal que atuaria na matéria permitindo um processo evolutivo através das sucessivas reencarnações; a esse princípio denominamos alma-grupo.

A organização mineral, com todos seus sistemas, seria, portanto, a consequência de um “poder” na intimidade de suas unidades atômicas, na força de coesão e atração. Cada sistema de organização mineral seria impulsionado pelo seu próprio princípio específico, pertencente a um grupo, princípio inteligente grupo da espécie ou alma-grupo.

O princípio inteligente (alma-grupo) responsável pelas diretrizes da estrutura mineral depois de milênios de experiência passaria para a fase vegetal onde ganharia os novos potenciais da “sensibilidade”.

Se nos minerais, os atributos são as forças de coesão e atração das moléculas, nos vegetais temos o impulso mais categorizado que é a sensibilidade dos vegetais (não é aquela sensibilidade que nós entendemos junto das nossas posições cerebrais, nervosas, mas sim face às forças da natureza) como o heliotropismo (ligado ao Sol), como o Ph, as posições ácidas e alcalinas da própria terra, nutrindo os vegetais. Dessa forma o espírito vai avançando para depois de bastante trabalho e experiências nesse reino, alcançar o reino animal. Porque é nas experiências que o espírito adquire a posição espiritual definitiva.

A alma-grupo vegetal, com as aquisições no cenário orgânico de seu novo mundo, ir-se-ia tornando cada vez mais complexa, dentro de seu próprio ângulo, a ponto de possuir possibilidades de dirigir a vida vegetal com a mecânica metabólica de que se acha investida. Esses fatores de “sensibilidade vegetal” já foram detectados e mesmo registrados por eletrodos especiais assestados nas folhas de algumas plantas. E o mais interessante é que o registro se fez de tal forma eficiente e positivo, de modo a traduzir estados diversos que oscilavam da alegria ao medo e mesmo ao pavor, quando mentes humanas se aproximavam das plantas com variadas ideias de amor, ódio ou violência. Quando os registros foram feitos, gritaram os pesquisadores dizendo que as plantas possuem sensibilidade. Claro está que é uma sensibilidade sem o cortejo mais enriquecido que caracteriza o reino animal. O registro realizado nas plantas, com delicados eletrodos seria o resultado da influência da alma-grupo envolvente de toda a organização vegetal pelas suas irradiações.

A alma-grupo vegetal, mais vivida e experiente, despontará, no animal, buscando novas afirmações no instinto. Como os minerais e os vegetais estariam nas dependências de um condutor e orientador, os animais possuiriam o princípio inteligente mais avançado e evoluído, como uma alma-grupo de seu reino. Existiriam inúmeras colônias vibratórias correspondendo às necessidades das espécies animais. Portanto o princípio inteligente animal responsável pelas orientações vitais pertenceria a determinada alma-grupo da espécie, de acordo com a posição evolutiva em que se encontra a espécie animal.

Do mineral ao animal, a alma-grupo sedimentaria aptidões, num processo que vai buscando os fatores de um psiquismo cada vez mais consciente. Nas espécies mais simples - os vírus, insetos, peixes - a energética-espiritual estaria muito presa aos seus afins; alma-grupo da alma-grupo-espécie influenciando todo um conjunto de seres, um único campo vibratório controlando a espécie a que se destina.

À medida que as espécies vão perdendo o contato de colônia, próprio das formas mais simples, vão adquirindo relativa individualidade, “pequeno Eu”, mas que ainda não podem viver completamente fora dessa colônia que lhe deu origem e de onde se nutrem. Num determinado momento, quando a maturação atinge um grau bem maior, tornando-se independentes, esta fase desponta nas espécies animais que tenham possibilidades do nascimento de novos aspectos psicológicos, isto é, dos primeiros vagidos (gemidos, choros) emocionais e cujo mecanismo sexual se apresenta com outras tonalidades. Com certa lógica podemos incluir esta assertiva nos animais em que se evidenciam, na massa nervosa encefálica, as primeiras células da futura glândula pineal e que, por seus aspectos iniciais, são conhecidos e denominados de olho pineal. Isto acontece nos lacertídeos, certa variedade de répteis. A partir desses animais a alma-grupo, praticamente vai desaparecendo e dá margem ao nascimento das Individualidades. O “espírito-animal” já desligado da alma-grupo pela aquisição de seu Eu, após afastamento do corpo pela desencarnação, ainda não apresenta condições mentais para sustentar-se no lado espiritual como Individualidade, ou seja, ainda não possui condições de independência devido a insuficiência de campos emotivos específicos. Isto o impulsionará, por sintonia, para o lado da espécie a que pertence, a fim de aguardar a oportunidade de nova encarnação.

[...] E, dos lacertídeos (répteis) ao homem, milhões de milhões de experiências se darão até que o Espírito tenha condições, por aquisições, de expressar-se como Eu que começou a libertar-se da alma-grupo daquela fase animal.


Conselho Doutrinário



Fonte: Casas André Luiz - Centro Espírita Nosso Lar - www.nossolar.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal



Bibliografia:
- Impulsos Criativos da Evolução - Dr. Jorge Andréa

PONTO DE CRESCIMENTO


Deus é o alento da vida. Deus é presença, e Ele está profundamente presente dentro de nosso ser, em nossos corações. Só ao perseverarmos descobrimos que cada um de nós se regenera no poder de Seu Espírito, cada um de nós se renova, se recria, de modo a nos tornarmos uma nova criação. “Derramei meu Espírito,” disse ao profeta Ezequiel. E o Espírito é a presença do poder, o poder do amor. A meditação nos ensina que esta é a sabedoria fundamental, na qual podemos construir a vida e a verdadeira religião. O que descobrimos é que só podemos viver nossas vidas completamente se estivermos sempre abertos a essa misteriosa presença do Espírito, e sempre abertos à presença, mais profundamente. Esta é a peregrinação a que nos dedicamos toda vez que nos sentamos para meditar. Abrimos nossas mentes, nossos corações e nossas consciências mais permanentemente à mais elevada realidade que existe, que existe agora, que existe aqui.

Qual é o fundamento do mistério cristão? Seguramente, é o fato de que o além está em nosso próprio meio, de que a realidade absoluta está aqui e agora. A fé cristã ensina que ao nos abrirmos para o mistério desta realidade, somos levados para fora de nós mesmos, para além de nós mesmos, para o mistério absoluto que é Deus. Deus é como transcendemos o eu. Transcendemos todas as limitações, através da simples abertura para o Todo, que é agora.

O grande despertar para o mistério é o reino dos céus, e o reino dos céus é agora. É estabelecido por Jesus e proclamado por suas próprias palavras: “...é chegado o Reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.” Arrepender-se significa simplesmente, voltar-se na direção de Deus. Arrepender-se é se voltar, não tanto para fora de nós mesmos (pois isso ainda nos mantém atados a nosso próprio centro), mas para além de nós mesmos. Isso não significa nos rejeitarmos a nós mesmos, mas encontrarmos nosso maravilhoso potencial ao entrarmos em completa harmonia com Deus. Essa consciência do potencial é o fundamento positivo do cristianismo e, portanto, a principal preocupação para um cristão... A realidade central é Deus e amor e, no que nos diz respeito, crescimento no amor de Deus. Crescimento que consiste tanto de nossa abertura a Seu amor por nós, quanto de nossa resposta ao devolvermos aquele amor. [...]


Dom John Main, OSB



Fonte: "Ponto de Crescimento " - Leitura de 06/07/2008 - The Heart of Creation (New York Continuum, 1998) pp. 105-107. - Tradução de Roldano Giuntoli
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - https://www.wccm.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal