quarta-feira, 10 de agosto de 2016

MEDIUNIDADE SEM PRECONCEITO

De maneira mais ampla, em mediunidade, certos aspectos não podem deixar de ser considerados por aqueles que, sem preconceito, se dispõem a estudar o fenômeno, que não se prende apenas e tão somente aos padrões estabelecidos e aceitos pela vulgaridade.

Abaixo, enumeramos alguns deles:

- o espírito comunicante não carece, necessariamente, de estar fisicamente presente no recinto em que o médium esteja se entregando ao transe.

- na maioria das comunicações, escritas ou verbalizadas, o médium não reproduz senão a essência do pensamento do espírito que por ele se expressa.

- no ato mediúnico de natureza inteligente, a interpretação sempre cabe ao medianeiro, junto ao qual a independência do espírito comunicante é sempre relativa, e jamais absoluta.

- em determinados comunicados mediúnicos, ao suprir essa ou aquela deficiência do espírito, a interferência do médium chega a ser enriquecedora, e, portanto, desejável.

- não raro, o próprio espírito do médium pode-se comunicar com maior proveito que o faria um espírito que, por ele, se manifestasse.

- no estado de transe, o espírito do médium pode, inclusive, se manifestar como outra personalidade que haja animado em vida anterior.

- quase sempre, na gleba psíquica do médium, o espírito lança apenas a semente da ideia que deseja transmitir, deixando ao médium o trabalho de fazê-la florescer.

- na maioria dos médiuns, o que se rotula de fenômeno psicofônico ou psicográfico não passa de fenômeno de ordem intuitiva.

- em muitas ocasiões, o espírito que se manifesta pelo médium é o seu espírito protetor, que, então, assume, junto a ele, o papel de médium de outros espíritos.

- determinados espíritos emprestam as suas identidades (leia-se “nomes”) às comunicações que, em essência, não lhes pertencem de todo.

- o que o médium pensa e sente, ou seja, a sua formação intelectual e doutrinária, estabelece canais seletivos aos espíritos que o procuram, que, praticamente, não encontram ensejo de contradizê-lo.

- o fenômeno mediúnico de natureza intelectual se passa, integralmente, na esfera do pensamento, com a imaginação do médium criando o cenário para a história que o espírito pretende contar.

Os aspectos aqui relacionados, e outros mais que, no momento, nos escapam, autorizam-nos definir a mediunidade idônea como sendo percepção a serviço da Vida Imortal, dando ensejo a que o espírito, encarnado ou desencarnado, demonstre a sua independência da matéria.

O resto, a meu ver, é mero detalhe, no qual, com certeza, muitos se perdem, e continuarão a se perder, em polêmicas infindáveis, dando repasto à própria vaidade e personalismo.






Dr. Inacio Ferreira* / Carlos A. Baccelli

* Inácio Ferreira de Oliveira (1904 – 1988)
   Médico psiquiatra





Fonte: Mensagens Espíritas
https://temporecord.wordpress.com/page/194/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

QUANDO SE OFERECE TUDO A DEUS, A BARREIRA DO EGO É REMOVIDA

Os meios de obter a Graça Divina são: Bhakti (devoção), Prapathi (rendição), Niyama (disciplina ética), Vicharana (investigação) e Deeksha (determinação). Quando tiver êxito nesses testes, você experimentará a Graça do Divino. A devoção deve manifestar-se em todas as ações. Tudo feito por amor a Deus, e como uma oferenda a Deus, torna-se devoção. O devoto se enche de amor e o compartilha com todos os outros. As nove formas diferentes de adoração são apenas meios para cultivar a devoção. Mas o objetivo de todos eles é experimentar unidade com o Divino. Prapathi significa rendição total - oferecendo tudo ao Divino. O sentimento de ego separa o indivíduo do Divino. Quando o indivíduo oferece tudo a Deus, a barreira do ego é removida. De todas as doenças a que o homem está propenso, aquela decorrente de ahamkara (ego) é a mais mortal. A única panaceia para esta doença é a rendição à Vontade do Divino. (Divino Discurso, 21 de janeiro de 1988)





Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

HISTÓRIA DA GOLDEN DAWN

Um clérigo inglês, Rev. A. F. A. Woodford passeava em Londres, ao longo da Farrington Street. Entrou na loja de um vendedor de livros de ocasião e aí encontrou manuscritos cifrados e uma carta em alemão. Isto se passou em 1880. O Rev. Woodford começou lendo a carta em alemão. Essa carta dizia que aquele que decifrasse o manuscrito podia comunicar-se com a sociedade secreta alemã “Sapiens Donabitur Astris” (S. D. A.), através de uma mulher, Anna Sprengel. Outras informações lhe seriam, então, comunicadas se ele fosse digno delas.

O Rev. Woodford, maçom e rosa+cruz, falou de sua descoberta a dois de seus amigos, o Dr. Woodman e o Dr. Winn Westcott, todos os dois eruditos eminentes e além do mais cabalistas. Ocupavam postos elevados na maçonaria. O Dr. Winn Westcott era “coroner”, posto jurídico muito conhecido dos leitores de romances policiais ingleses. Um “coroner” desempenha ao mesmo tempo o cargo de médico legista e de juiz de instrução. Em caso de morte suspeita, reunia um júri que pronunciava um veredicto, podendo, eventualmente, haver intervenção da justiça e da polícia. Em todo caso, Woodman e Westcott ouviram falar da “Sapiens Donabitur Astris”. Trata-se de uma sociedade secreta alemã composta, sobretudo de alquimistas. Essa sociedade, graças aos medicamentos de alquimia, salvou a vida de Goethe que os médicos comuns haviam desistido de curar.

O fato é perfeitamente conhecido e a Universidade de Oxford publicou um livro: “Goethe, o Alquimista”. A SDA parece existir ainda em nossos dias; estava ligada aos “círculos cósmicos” organizados por Stephan George, que combateram Hitler. O Conde von Stauffenberg, organizador do atentado de 20 de julho de 1944, fazia parte desses círculos cósmicos. O último representante conhecido da SDA foi o Barão Alexander von Bernus. (Autor do livro “Alquimia e Medicina”)

Westcott e Woodman decifraram facilmente o manuscrito e escreveram a Anna Sprengel. Receberam instruções para prosseguir nos trabalhos. Foram auxiliados por outro maçom, um personagem indeterminado, de nome Samuel Liddell Mathers, casado com a irmã de Henri Bergson. Era um homem de cultura espantosa, mas de ideias muito vagas. Redigiu o conjunto inédito dos “rituais Mathers”. Tais rituais se compõem de extratos do documento alemão original, de outros documentos de posse de Mathers, e mensagens recebidas pela Srª Mathers, pela clarividência. O conjunto foi submetido à SDA na Alemanha que autorizou o pequeno grupo inglês a fundar uma sociedade oculta exterior, isto é, aberta. A sociedade chamou-se “Order of the Golden Dawn in the outer”: Ordem da Aurora Dourada no Exterior. Em 1º de março de 1888, essa autorização foi dada a Woodman, Mac Gregor, Mathers e ao Dr. Westcott.

Em 1889, o nascimento dessa sociedade foi anunciado oficialmente. É interessante notar que foi a única vez no século XIX, assim como no século XX, que uma autoridade esotérica qualificada, a SDA, dá uma autorização para fundar uma sociedade exterior.

A sociedade começou a se desenvolver e atraiu homens de inteligência e cultura indiscutíveis. Citemos Yeats, que deveria obter o prêmio Nobel de Literatura, Arthur Machen, Algernon Blackwood, Sax Rohmer, o historiador A. E. Waite, a célebre atriz Florence Farr e outros. Os melhores espíritos da época, na Inglaterra, faziam parte da Golden Dawn. O centro ficava em Londres. Seu chefe, o Imperador, era W. B. Yeats. Havia outros centros na província inglesa, e em Paris, onde Mathers passa a residir, de preferência.

O ensinamento diz respeito à linguagem enoquiana de John Dee, cuja tradução é dada desde o primeiro grau do primeiro nível.

O ensinamento era em língua enoquiana; sobre alquimia, e, sobretudo sobre a dominação de si mesmo. Desde o segundo degrau do primeiro nível, o candidato era tratado de maneira a eliminar todos os seus males mentais e todas as suas fraquezas.

Durante milênios o homem sonhou um estado de consciência mais desperto que seu próprio despertar. A Golden Dawn chegou a isso. Sem dúvida. O que parece não tão certo, mas pelo menos provável, foi que a Golden Dawn chegou a traduzir o alfabeto enoquiano de John Dee, e que seus dirigentes leram a obra de John Dee, a de Trithème e, talvez, o manuscrito Voynich.




Jacques Bergier





Fonte do texto e da gravura: Golden Dawn Brasil
http://goldendawn.com.br/

A VIDA QUOTIDIANA

Deus deu-nos a vida, mas, para estarmos verdadeiramente vivos, não devemos ficar sem fazer nada. Depende de nós reforçar a vida que recebemos, torná-la mais bela, mais sutil. A vida tem uma infinidade de graus. Aqueles que permanecem nos seus graus inferiores só podem comunicar com as realidades que estão ao seu nível. Eles cortam interiormente a ligação com a Fonte divina e esse corte dá-lhes pouco a pouco a sensação de que nada tem sentido, para eles já não existe um poder superior que governa o universo, quer se lhe chame Deus ou um outro nome. Quando se fica com a sua consciência num nível tão baixo, como é que se pode captar alguma coisa das realidades sublimes, como é que se pode sentir regozijo com a existência de Deus? Não se sente Deus nem em si próprio nem no exterior de si. Para se sentir a vida divina, primeiro é preciso divinizar a sua própria vida. Só a vida divina em nós pode despertar os centros espirituais que nos permitirão sentir a presença de Deus em nós, em todos os seres e em todas as coisas.

A vida quotidiana é como uma corrente que vos arrasta, por vezes sem terdes o tempo e a possibilidade de vos aperceberdes da direção para a qual ela vos arrasta. É por isso que estais continuamente a deixar-vos “apanhar” por todo o tipo de atividades e compromissos que, no momento, vos parecem úteis, razoáveis; mas, algum tempo depois, apercebeis-vos de que perdestes muito tempo e muita energia para obter poucos resultados. Isto não quer dizer que deveis dedicar-vos exclusivamente a trabalhos espirituais. Na realidade, qualquer atividade pode ser benéfica, mas só se tivestes a precaução de vos agarrar bem a um alto ideal, a uma filosofia divina. No dia em que aprenderdes a construir em vós mesmos algo de sólido, de estável, em torno desse centro que é o vosso espírito, todas as vossas atividades, até as vossas distrações, contribuirão para alimentar a vida em vós. O espírito que habita num ser não rejeita o seu fígado, os seus intestinos ou os seus pés, com o pretexto de que eles não são tão nobres como ele. Tudo está no seu lugar e o espírito serve-se de tudo, mas permanece no centro. E é porque o espírito permanece no centro que esse ser está vivo.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal