sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

GOTA DE ÁGUA


Cada ser humano é comparável a uma gota de água, e essa gota de água cairá exatamente no lugar previsto para ela pelos decretos da Inteligência Cósmica, a fim de aí cumprir a sua tarefa. De uma maneira ou de outra, cada gota de água deve sacrificar-se para dessedentar quem tem sede, refrescar quem tem calor, lavar aquele que se sujou com o trabalho do dia, regar o campo semeado... Sim, são numerosos os sacrifícios que podem ser pedidos à água: entrar no fabrico do pão, servir para cozer os alimentos, ou ainda para dissolver veneno... Em todos os casos, ela não deve revoltar-se, mas aceitar. Quando tiver cumprido a sua missão, poderá voltar para o céu e recuperar a sua transparência. Passa-se o mesmo com o ser humano.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos

UMA ATITUDE AMIGÁVEL


Um caminhante cansado tropeça na estrada de terra. Ele cai de cara no chão e se machuca um pouco, nada sério. No entanto, ele bate no chão e resmunga por um longo tempo. Então ele se levanta e anda de um lado para outro, às vezes em círculos se perguntando o motivo de seu tropeço; ele questiona se é digno de continuar no caminho; se deve voltar ao início ou abandonar tudo ... enfim, é perda de tempo e energia que não era preciso desperdiçar. E com toda a probabilidade, o comportamento pós-queda causou mais danos do que o próprio golpe.

Sem dúvida, encontraremos momentos em nossa vida semelhantes aos quais podemos apresentar nosso argumento particular. Não é verdade que um remorso mal compreendido às vezes nos obscurece mais do que o que causou a queda? Não são poucas as ocasiões em que o tropeço vem a calhar, mostra-nos uma imagem de nós mesmos que não queremos ver, remove algumas camadas de orgulho, aproxima-nos da verdadeira humildade que permite o surgimento da graça.

Assim que você cair, você deve se levantar, sacudir a poeira das roupas e iniciar seu caminho com a mesma energia de antes da queda. A atitude para retomar a marcha deve ser "como se nada tivesse acontecido", ignorando os pensamentos que nos desqualificam para o resto da viagem e que nos levam a uma autocrítica que não leva a nada, mas apenas a um ritual de autocompaixão, que no final apenas predispõe a novas quedas. Depois de um bom alongamento, com forças renovadas, será bom sentar-se à sombra de uma árvore amiga, talvez no frescor da tarde e nos examinar, refletir, reconciliar, buscar a compreensão da raiz de nosso caminhar duvidoso e inseguro. Mas essas análises funcionam quando estamos animados e fortes o suficiente.

Você tem que se tratar como se fosse um amigo querido e em quem você confia. Atenciosamente, acreditando na possibilidade de mudança e valorizando a intenção de melhoria. Podemos ser firmes com ele, mas sempre a partir do carinho incondicional que a verdadeira amizade proporciona. Não podemos amar o nosso próximo se não amamos a nós mesmos. Isso não significa aplaudir qualquer conduta ou ser permissivo, sem discernimento, mas sim incorporar em nós um pouco da infinita misericórdia de Deus. "O que você quer, irmão, ser santo?" Um monge disse a outro. "Bem, eu não sei, pelo menos tento não ser uma pessoa pior amanhã do que hoje."

Autor não citado.


Fonte: El Santo Nombre
https://elsantonombre.org/2021/01/21/una-actitud-amigable/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos

CONDUÇÃO DOS NOSSOS PENSAMENTOS


"A Mente é um macaco louco pulando de galho em galho". O que equivale dizer que nossos pensamentos estão desordenados, muitas vezes em convulsão; quando conversamos fazemos "colcha de retalhos".

Você concordaria com a afirmação de que normalmente não conseguimos centrar a nossa conversação em um só assunto. Quero dizer, interrompemos o nosso raciocínio e enveredamos por outro assunto ou suspendemos a nossa exposição para darmos atenção a algo que está fora do tema presente.

Quanta energia dissipada tentando se atentar para tudo e não atendendo a nada! Isto se deve a forma de conduzir nossos pensamentos. Nós não aprendemos a parar de pensar no sentido meditativo.

A massificação nos bombardeia com ideias e estímulos que dominam as nossas características competitivas e nós não queremos perder, pois que senão seremos ultrapassados e a "vida é curta", "é uma só", sob o ponto de vista materialista ou de algumas ideologias.

Diz-se em auto-reprogramação-humana (ARH), que esta é uma característica do pensamento-horizontal. O pensamento-horizontal desvia o nosso foco do que acontece em nós e no meio ambiente que nos rodeia, divide o tempo e também nos divide: ou/ora vivemos no passado; ou/ora no presente; ou/ora no futuro.

Viver no passado "no meu tempo" é uma característica da mente-velha, retrograda, limitada, sem aspiração, fator de depressão. As pessoas idosas têm fortíssima tendência a viver no passado.

Os que pensam mais na atualidade, em geral os de meia idade e também boa parte dos jovens, expõem-se à impulsividade, pelo querer aproveitar tudo ao máximo da vida, o que os tornam intempestivos ou ansiosos e quando não conseguem caem no oposto: tédio (fossa) e passividade. Acontece um evento musical, um festival de cinema, e querem ver tudo ao mesmo tempo, faltam aulas e serviço ou deixam tudo pela metade e se não conseguem, sentem-se frustrados.

Já os que pensam mais no futuro em geral a juventude, ficam sujeitos a ansiedade e a fantasia. O medo do que vai ainda acontecer pode tornar-se mórbido e causar alienação. A competição pode gerar distúrbios emocionais que afetam sensivelmente a personalidade em formação, criando gerações neuróticas e paranoicas como já é o caso da juventude de alguns países ditos de primeiro mundo. Hoje a depressão jovem já é fato.

Na linha do pensamento-vertical temos a atenção voltada ao máximo para a percepção da realidade interna e externa do que estamos vivenciando no momento. É o que Dr. Nilson Ruiz Sanches chama em seu livro ARH - Auto-reprogramação-Humana, de "presentificação" do pensamento, que não quer dizer absolutamente fato momentoso e sim, AGORA, MOMENTO, da meditação. O pensamento-vertical, o momento, o agora, aciona o pensamento racional e o pensamento intuitivo e aditaria (acrescentaria) o pensamento inspirado.

O pensamento-vertical nos coloca da melhor maneira dentro do contexto. Desenvolve o "músculo da atenção" favorecendo a concentração e a percepção da realidade interna, do momento envolto, da família, do grupo social, do mundo.

Autoanalizando-se e 'presentificando-se', realizando visualizações e abrindo a mente para o mundo espiritual (novos paradigmas para muitos), o ser humano se coloca inteiramente dentro do contexto em nível de Consciência Superior, queremos dizer Racional e Intuitivo Superiores.

Temos uma forma racional de pensar em nível de consciência inferior, o estado de sono; e o superior em que o ser, centrado em si, faz o "nível de consciência de si".

Consciência de si é aquele nível no qual o ser humano deixou de ser apenas máquina, pois que conseguiu o "total controle da máquina".


Valdomiro Halvei Barcellos



Fonte: Grupo Espírita Casa do Caminho de S.Vicente
https://gecasadocaminhosv.blogspot.com/2015/07/conducao-dos-nossos-pensamentos.html
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/p%C3%B4r-do-sol-mulher-silhueta-1815991/