O estudo comparativo dos elementos constitutivos do ser humano, através dos variados sistemas espiritualistas antigos e modernos, quer das Filosofias, quer das Religiões, é, em verdade, difícil, complexo e confuso.
No entanto, um estudo profundo leva à conclusão que as suas dissemelhanças são mais aparentes do que reais. Todas elas são alimentadas pela mesma raiz comum, muito embora a terminologia difira de escola para escola, e o número de elementos anímicos varie de sistema para sistemas. No fundo de todos os sistemas, mesmo aparentemente divergentes, há, em, geral, uma perfeita correlação de ideias-bases; uma certa unidade na diversidade, ainda que os ternos variem qualitativa e quantitativamente nos diversos sistemas espiritualistas.
Um conjunto de circunstâncias de tempo e de lugar tem determinado a confusão que lavra ainda no estudo e classificação dos corpos psíquicos do complexo humano.
A diversidade que se encontra no número dos elementos psíquicos, relativos à constituição humana, nas diferentes religiões, e sistemas filosóficos espiritualistas, quer antigos, quer modernos, têm, talvez, duas origens: teórica e experimental.
Algumas escolas filosóficas criaram as suas classificação como produto de meras especulações, acomodando-se às necessidades das manifestações do dinâmico psiquismo humano. Foi assim que se criou, como necessidade imperiosa, independentemente de toda a experimentação, a teoria do mediador plástico, como intermediário indispensável entre os dois elementos irredutíveis - o espírito e o corpo físico. E assim ficou transformado o binário no ternário clássico, por necessidade teórica, que o método experimental veio confirmar mais tarde plenamente, comprovando a existência do perispírito, elemento intermediário do ternário espírita.
Percorrendo os diagramas androgônicos dos tradicionalismo secretistas e iniciáticos do esoterismo arcaico e dos sistemas herméticos, filosóficos e religiosos de todas as épocas, encontra-se nitidamente vincada e diferenciada a função do mediador plástico como intermediário entre o espírito e o corpo físico, entre o pensamento e a ação, através duma sinonímia variada e, por vezes, confusa:
mano-maya-kosha (Vedanta);
Kama-rupa (Budismo esotérico);
baodhas (Zend Avesta);
Kha (Egito);
rouach (Cabala hebraica);
ímago (Tradicionalismo latino);
eidôlon (Tradicionalismo grego);
Khi (Tradicionalismo chinês);
carne sutil da alma (Pitágoras);
corpo sutil e etéreo (Aristóteles);
astroeidê (Néo-platônicos da Escola de Alexandria);
evestrum (Paracelso);
corpo fluídico (Leibnitz);
duplo (Lepage Renour);
alma (Dr. H. Baraduc);
aerossoma (Neognósticos);
corpo astral (Hermetistas e Alquimistas);
perispírito (Allan Kardec-Espiritismo).
S. Paulo, (I Tes. v, 23), um dos mais lídimos representantes do Cristianismo, considera o homem constituído por um ternário - corpo, alma, espírito - exercendo a alma a função de mediador plástico. Muitos representantes, dos mais ilustres da Primitividade cristã, entre outros: - Atanásio, Basílio, Fulgêncio e Aenóbio admitem também o ternário humano - espírito (pneuma), uma alma fluídica, mediador plástico, (psique), e um corpo carnal (soma).
O Catolicismo romano restringe-se ao binário - corpo carnal e espírito - empregando sinonimicamente os termos espírito e alma - sem todavia explicar como é exercida a ação do espírito sobre o organismo material.
“A existência deste mediador plástico - segundo C. Lancelin - foi outrora ensinada nas criptas sagradas da Índia e do Egito, fazendo parte do ensino dos Grandes Mistérios, constituindo uma das principais revelações comunicadas aos iniciados. Por este motivo reveste nomes variados. Na época atual denomina-se comumente - corpo astral, perispírito ou aerossoma. Os três princípios constitutivos do ternário humano (corpo físico, perispírito e espírito), embora de composição diferente e oposta, interpenetram-se da mais íntima maneira”.
“O homem - diz Elifas Levi, La clef des grands mystéres - é um ser inteligente e corporal, feito à imagem de Deus e do Universo - uno em essência, triplo em substância, imortal e mortal, possuindo um corpo material e um mediador plástico. É luz, em parte volátil (fluindo magnético) e em parte fixa (corpo fluídico ou aromal). O mediador plástico é formado de luz astral e transmite ao corpo humano uma dupla imantação. Portanto, agindo sobre esta luz pela sua volição, pode dissolvê-la ou coagulá-la, projetá-la ou atraí-la. É o espelho da imaginação e do sonho. Rege o sistema nervoso e assim produz os movimentos do corpo. Esta luz pode dilatar-se indefinidamente e comunicar a sua imagem a distâncias consideráveis. Imanizando os corpos submetidos à sua ação, atrai-os para si, contraindo-se. Pode tomar todas as formas evocadas pelo pensamento, e, nas coagulações passageiras da sua parte irradiante, aparecer à vista e até oferecer uma certa resistência ao contacto e a distância”.
“O magnetismo humano é a ação dum mediador plástico sobre um outro para dissolvê-lo ou coagulá-lo. Aumentando a elasticidade da luz vital e a sua força de fixação, poderemos enviá-la aos lugares mais distantes e retirá-la carregada de imagens. E nesta luz que se gravam e concentram as formas, é por ela que vemos os reflexos dos mundos supra-sensíveis. A hipnose favorece este fenômeno, o que se produz coagulando mais intensamente a parte fixa do mediador plástico. Esta luz é o agente eficiente das formas e da vida, porque é simultaneamente - movimento e calor. Quando chega a fixar-se e a polarizar-se em volta dum centro, produz uma entidade vivente, atraindo as substâncias plásticas necessárias para aperfeiçoá-la e conservá-la. Esta substância plástica, formada, em última análise, de terra e água, foi com razão chamada “barro” na Bíblia. Porém, esta luz não é o espírito mas somente o instrumento do espírito. Não é também o corpo do protoplastes como supunham os teurgos da Escola de Alexandria, mas sim a primeira manifestação física do sopro divino. Deus criou-a para toda a eternidade e o homem, à imagem de Deus, modificou-a e parece multiplicá-la. Alguns fantasmas fluídicos a que os antigos davam nomes diversos: - larvas, lemures, empusas, e a Cabala designava por elementares, evocados por vezes, na Grécia, são apenas coagulações da luz vital de duração transitória, espécies de miragens anímicas, emanações imperfeitas da vida humana”. Assim se expressa, sobre o mediador plástico, Elias Levi, criptônimo do Abade Afonso Luís Constant, discípulo de Fourier e de H. Wronski, e um dos mais modernos ilustres representantes dos Cabalistas modernos.
Ouçamos, agora, Charles Henry, matemático e psicólogo consagrado, professor da Sarbona, antigo diretor do Laboratório da Fisiologia das Sensações (Matin, de 2 de Agosto, de 1925): “O corpo - como está comprovado - é animado duma força irradiante, como vossa lâmpada, como vosso calorífero. Calculemos esta radiação, devida ao calor, aos elementos eletromagnéticos, à atração do nosso globo... Mas se fizermos estes cálculos conscienciosamente, vamos encontrar uma surpresa angustiosa, uma incógnita, uma força que não é de natureza conhecida. Refazei vossa experiência dez vezes, cem vezes, calculai durante noites inteiras, encontrareis essa potência atuando, inscrevendo-se, manifestando-se, mas sem ser possível captá-la, idealmente fluídica, desafiando todas as balanças, todos os microscópios, mas irradiando continuamente com uma constância obsidente”.
“Para Rutot e M. Schaerer (La Métagnomia - Bulletin du Conseil de Recherches Métapsychiques de Belgique, no 1, 1926) todo indivíduo, desde o nascimento até a morte, emite uma radiação vibratória de frequência determinada que lhe é própria. Como é submetido a múltiplas ações de diversa natureza, estas excitações determinam diversos estados de alma, provocando contínuas radiações energéticas da mesma frequência, mas de intensidade e amplitude variáveis proporcionando o grau das sensações, das excitações e das emanações sentidas”.
Vamos ainda servir-nos da autoridade do eminente antropólogo belga, A. Rutot, membro da Academia Rala da Bélgica, e do biologista M. Scherer.
“A projeção radiante dum pensamento ou de uma ação psíquica determinada através do meio especial que nos propomos denominar, de acordo com certos autores - atmosfera energética humana -, é animada duma velocidade de translação da ordem da luz ou da telegrafia sem fio, isto é, quase instantânea.
Esta velocidade extraordinária de transmissão do pensamento não é mais uma simples hipótese, não é simplesmente comprovada pelo conhecimento dos fatos, certamente prováveis, de telepatia e das manifestações de ordem espírita, porque três psiquistas eminentes: o Dr. Youriévitch, M. du Boourg de Bozas, engenheiro francês e, M. Grunwald, engenheiro alemão, têm realizado, cada um deles, uma série de experiências, donde resulta que as vibrações de energia psíquica têm comprimentos de ondas e velocidades de frequência tais que se colocam na série ultra-violeta, depois dos raios X e dos raios gama do rádio. Os raios de ordem psíquica são, pois, dotados duma penetração extraordinária, atravessando, sem dificuldades, uma forte espessura de folhas de chumbo para descarregar em um eletroscópio. Estas propriedades têm-lhe feito atribuir, pelo Dr. Youriétch, o nome de raios “Y”, e chega a crer-se que, sob o intenso bombardeamento dos raios psíquicos, os corpos, mesmo os reputados impenetráveis, são, não só atravessados, mais ainda as suas moléculas parecem, às vezes, desagregarem-se a ponto de produzirem, em certos casos, uma espécie de desmaterialização momentânea dos corpos sólidos. Concebe-se assim que, em presença dum agente animado de tal potência de translação e de penetração, a dispersão duma ação psico-física na atmosfera energética humana seja ultra-rápida e que os fenômenos de convergência com outras ações, que daí resultam, possam passar-se num tempo muito rápido, tornando-se assim um tempo de natureza especial que denominaremos tempo qualificativo energético, muito diferente do exigido para as relações materiais ordinárias, E assim se pode explicar que, passando-se um fato, por exemplo, na América, possa ser percebido quase simultaneamente na Europa por um cérebro vibrando unissonamente com a frequência dos raios psíquicos projetados em todos os sentidos pelo acontecimento realizado em país longínquo”.
Dentro do Espiritismo, esta teoria tem a sua confirmação em várias ordens de fenômenos supranormais, tais como: a Telepatia, a Telestesia, a Clarividência etc.
Para C. Lancelin, integrado nas correntes tradicionalistas do Iniciatismo oriental e do Hermetismo ocidental, o homem é fundamentalmente constituído pelo ternário: 1) o espírito (emanação direta da Divindade); 2) a alma (múltipla pela sua organização e funções, formada por éteres diferenciados e por fluidos astrais, sendo, pela sua dupla polarização, o intermediário plástico, entre o corpo físico e o espírito); 3) o organismo material (único elemento conhecido e estudado pela ciência oficial).
A Sabedoria antiga, essencialmente iniciática e secretista, metodologicamente sintética e analógica, considerava o ternário como Lei universal em que envolvia o próprio Deus através do macrocosmos e do microcosmos, fazendo desdobrar a Vida, no seu mais alto significado espiritual, nas suas múltiplas manifestações e em toda a sua linha evolutiva nos três planos cósmicos: divino, astral e físico.
É esta também a orientação do Espiritismo na sua concepção trinitária do homem integral e do Universo: o espírito em relação com o plano divino; o perispírito em relação com o plano astral; finalmente, o corpo carnal em relação com o plano físico planetário.
Há uma confusão e certas nebulosidades, ainda que só aparentes, para todos aqueles que se iniciam no estudo dos elementos constitutivos do homem integral, quer visíveis, quer invisíveis aos nosso limitados sentidos, sendo as divergências, de escola para escola, de religião para religião. Uns admitindo somente o corpo físico, como os materialistas; outros admitindo o binário - alma ou espírito e o corpo - , não confundindo as funções do espírito com as da alma, agora empregando estes dois termos indistintamente, sinonimicamente; outros admitindo o ternário clássico - espírito, perispírito ou corpo astral e o corpo físico - como sucede no Espiritismo e num grande número de Escolas ocultistas e herméticas ocidentais.
A escola vedantina, um dos sistemas filosóficos mais profundo do oriente, só admite o quinquenário, mas o seu terceiro elemento anímico - manomoyakosha - é na realidade constituído pelos corpos astral e mental, e se não incluía na sua classificação o atma, o elemento superior espiritual, é porque considera o espírito como a essência íntima da vida, animando todo o Universo, numa alta concepção panvitalista.
De fato, a vedanta é setenária. O iniciatismo egípcio, quer nos Mistérios Tebanos, quer nos Mistérios Menfíticos, o Zend Avesta, a Cabala hebraica, os arcaicos sistemas espiritualistas industânicos, os antigo centros iniciáticos greco-romanos, perfilham o setenário humano. O mesmo sucede com as correntes neo-espiritualistas contemporâneas: a Teosofia, o Rosacrucianismo, a Antroposofia, o Martinismo etc.
Existem alguns sistemas ocultistas ocidentais, que vão mais além ainda, admitindo o nonário. Stanislas de Guaita, um dos mais eruditos e profundos ocultistas contemporâneo, tentou uma classificação baseada no setenário a fim de unificar os ensinos da Cabala com o Ocultismo oriental e ocidental: 1) o espírito puro, 2) a alma inteligente e espiritual, 3) a alma passional, lógica e compreensiva, 4) a alma instintiva e impulsiva, 5) o corpo astral, 6) o corpo fosforescente (vitalidade), 7) o corpo material (sarcossoma).
As investigações realizadas por sábios orientalistas contemporâneos, de F. Lenormant a G. Maspero, do Marquês S. Ives Alveydre a Fabre d’Olivet, de H. P. Blavatsky a Annie Besant, levantam a ponta do véu dessa ciência misterial, cultivada fervorosamente nos centros iniciáticos do oriente, fonte germinal das ciências, das filosofias e das religiões.
A composição setenária do homem constitui uma das bases fundamentais de todo o esoterismo do Oriente e da Grécia Antiga. Este setenário representava apenas um desdobramento do ternário clássico. Este resultado foi obtido pelo método experimental a que não seriam estranhos os processos hipnomagnéticos e a clarividência que os antigos hierofantes sabiam aplicar maravilhosamente pelo amplo conhecimento das forças latentes do homem e no manejo das forças ocultas da Natureza, em parte inacessíveis aos modernos ocultistas.
Ainda que distanciados pelo tempo e integrados num novo ciclo de civilização, os contemporâneos chegaram a resultados aproximadamente iguais ao estudo da alma humana, seguindo processos análogos. As dessemelhanças, mais aparentes do que reais, quer entre os antigos, quer entre os outros, explicam-se pela manifesta impossibilidade de poderem dispor de passivos em igualdade de condições, e na variabilidade do poder magnético de experimentador para experimentador, e ainda no grau de acuidade dos clarividentes.
A diversidade no mínimo dos elementos anímicos obtidos experimentalmente, podendo ir de três a nove, é sempre redutíveis ao ternário clássico, categorizando-os, sem nada perderem na sua diferenciação, na três classes fundamentais:
1) elementos superiores espiritual (relativos ao espírito);
2) elementos intermediários funcionando como mediador plástico (relativos à alma ou perispírito);
3) elementos inferiores (relativos ao corpo físico).
Dum modo geral, a fim de metodizar o estudo dos elementos constitutivos do ser humano através das variadas correntes espiritualistas tradicionais e contemporâneas, devemos agrupá-la em duas categorias: a primeira admitindo o ternário; a segunda baseada no setenário.
O ternário impõe-se pela sua clareza e simplicidade, tornando-se mais compreensível e demonstrável nos campos da observação e da experimentação, satisfazendo amplamente o conhecimento do mecanismo dum grande número de fenômenos anímicos e espíritas.
O setenário humano é, evidentemente, muito mais complexo, constituindo um sistema mais completo e perfeito, correspondendo a um desdobramento do ternário nos seus elementos diferenciados, à experimentação direta nos moldes do método positivo, o setenário dá uma explicação mais pormenorizada e minuciosa duma categoria de fenômenos transcendentes, numa correlação lógica de Deus, do Universo e da Humanidade, dentro duma unidade harmônica da origem e finalidade cósmica. O setenário estabelece fecundas hipóteses de trabalho para a aplicação da origem e finalidade da Vida no rotativismo dos ciclos reencarnacionistas através da pluralidade das existências (Palingenesia).
O estudo da trajetória das almas, desde a desencarnação terrestre às novas reencarnações, é mais completo e compreensível à face do setenário humano, sobretudo tomadas em consideração às teorias dos germes (átomos) permanentes de vida para vida. Pelo menos, é uma aliciante e fecunda hipótese de trabalho, abrangendo toda a vida póstuma da alma humana.
Sem pretender fazer a análise comparada das variadas correntes neo-espiritualistas que adotam o setenário, devemos, no entanto, mencionar, pelas condições especiais que revestem: a Teosofia e o Rosacrucianismo. A Teosofia é talvez, a mais lídima representante do tradicionalismo oriental, radicada no Budismo esotérico; o Rosacrucianismo é o fiel representante do tradicionalismo ocidental, radicando no Hermetismo e no Cristianismo esotérico. Um estudo profundo e uma rigorosa análise comparada levam à conclusão de que são reais representantes, patenteando palpáveis paralelismo e unidade de vista na interpretação e resolução dos problemas transcendentes ligados à misteriosa Vida universal na sua origem e finalidade. O seu estudo é de importância capital para todos aqueles que pretendam compreender, pelo menos, à face duma interessante hipótese de trabalho, os pormenores da evolução desde os tempos mais recuados, e a mecânica reencarnacionista, expressa na pluralidade das vidas sucessivas e alternantes, do mundo para mundo.
Só o conceito setenário pode dar integral explicação das modalidades porque vai passando a alma do desencarnado, através dos níveis dos Mundos supra-sensíveis e supra-terrestre, nas suas oscilações rítmicas de subida e descida, numa íntima correlação com os seus corpos anímicos até uma nova reencarnação terrestre. Nesta complexa trajetória só prevalece a tríada divina que constitui a individualidade humana, enquanto o que o quaternário inferior representativo da personalidade, efêmera e transitória, desaparece para dar lugar a melhores e mais perfeitos veículos ao serviço da traída espiritual, a fim de melhor poder dinamizar o potencial divino no ciclo dos seus sucessivos renascimentos, indispensáveis a toda a evolução anímica.
Em conclusão: Para o estudo da alma humana post-mortem, e para melhor compreensão da sua evolução póstuma através dos diferentes planos cósmicos até a sua nova reencarnação terrestre, seria conveniente decompor o setenário num ternário conjugado com um quartenário. O ternário seria constituído pela tríada superior da natureza espiritual, permanente, realizando a verdadeira individualidade - o ego (*). Os restantes quatro elementos inferiores, traduzidos na personalidade, modificáveis e substituídos de reencarnação para reencarnação, estes expresses nos elementos intermediários anímicos mais grosseiros e pelo corpo físico (corpos: somático ou carnal, vital, astral e mental inferior ou concreto).
Admitindo esta mecânica progressiva, poderíamos, talvez, formular o seguinte postulado: A evolução humana é diretamente proporcional à sucessiva perfectibilidade dos corpos inferiores que constituem a personalidade, variáveis de vida para vida, de reencarnação para reencarnação, sob a superior orientação e comando da individualidade, expressa na tríada divina e espiritual - o ego (*).
Antônio J. Freire
(*) Ego aqui se refere à verdadeira individualidade, nosso ser íntimo. Não se refere ao ego associado ao egoísmo, à algo inferior ou imperfeito. Enfim, são terminologias, e devemos saber o real significado dentro de cada contexto ou escola de pensamento, para evitar a confusão. (Minha nota)
Fonte: do livro "Da Alma Humana", FEB
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal