sábado, 8 de abril de 2017

O DESAFIO DA ADAPTAÇÃO


Não é nem um pouco fácil adaptar-se a uma realidade nova, mas não se esqueça de que a capacidade de adaptação é um dos atributos mais importantes da humanidade, sendo um dos elementos que distinguiu o gênero humano das espécies animais, na luta pela sobrevivência no plano físico.

Não tenha medo de mudanças. Acostume-se a elas, e, mais ainda: aprenda a dirigi-las, para que não seja arrastado de roldão pelas que vierem de fora, contrariando, amiúde, seus interesses pessoais. Em vez de encará-la como uma fatalidade angustiante, compreenda a mudança como uma aventura excitante, que lhe cabe viver para crescer, e, assim, corrigir pontos falhos em sua existência ou mesmo em si próprio e ser mais feliz e realizado.

No mundo célere em que se converteu a civilização atual, não há mais espaço para as ideias anacrônicas, utópicas e infantis de constância eterna. Aceite a inevitabilidade da evanescência de tudo. Nada é para sempre – em seus aspectos superficiais de manifestação – , embora a essência de tudo seja para sempre. As pessoas envelhecem e morrem, por mais que as amemos. Se não nos largarem, a morte nos separará delas, numa dimensão ou na outra de Vida. As fortunas vêm e vão, o conhecimento fica obsoleto, a inteligência pode ser ultrapassada por um nível de genialidade superior. Não há nada para sempre. Então, viva a mudança, a busca constante da excelência, a flexibilidade, a versatilidade e adaptabilidade a todos os contextos e habitats, a auto-suficiência e ao desapego a aprender-se a ser feliz com o agora, sem se angustiar pelo depois, muito embora se esteja, paradoxalmente, planejando o futuro e, como acabamos de propor, até mesmo gerindo, quanto possível, o processo de mudança pessoal.

Algumas coisas são permanentes, entre elas, inclusive, o princípio da impermanência. O amor, a honestidade, a justiça o ideal de serviço e de busca da realização pessoal são valores que existem em qualquer época ou circunstância, e que devem ser rigorosamente seguidos, sob pena de se sofrerem sérias consequências. Todavia, as formas de expressão desses princípios em cada quadro situacional e agrupamentos específicos de pessoas variam ao infinito. É sobre isso que falamos. Não postulamos, portanto, o novidadismo barato, o espírito rebelde e irresponsável de quem quer ser do contra, ou de quem não consegue se fixar a nada nem a ninguém, nem estabelecer compromissos ou ser responsável. Mas sim, apresentamos uma realidade existencial do ser humano: a necessidade de evolução constante, o impulso irrefreável do progresso, com que se deve habituar a mente, sob pena de graves prejuízos em todos os departamentos da vida.

Pense nisso com cuidado, pense nisso agora. Não se abrace com muita força ao seu momento presente, porque o que é fresco apodrece, e você pode, em pouco tempo, estar intoxicado com os odores nauseabundos das carnes putrefaças de seus sonhos cadaverizados. Solte, solte-se e flua com a vida. O futuro é sempre melhor que o presente, quando vivemos bem o presente. Agarrar-se ao passado que está morto, ou ao presente que é fluido, equivale a querer deter as águas de um rio para bebê-las ou fazer uso delas, provocando inundações ou, pior: o apodrecimento das águas paradas. Você tem o direito e até o dever de persistir na busca de seus sonhos, mas não pode ficar preso às formas específicas com que eles se manifestam em dado tempo ou circunstância. Solte a carne dos aspectos imaginários e egóicos de seus sonhos, e concentre-se na alma de seu ideal, que pode se adaptar a qualquer contexto ou circunstância.

Seja feliz confiando no fluxo da vida. Confie em Deus, confie em você mesmo. Confie no tempo e na vida, no bem e na vitória final da verdade. Se não, a ansiedade e a angústia agora e a tristeza e o pânico amanhã lhe serão fatais, azucrinando-lhe  a existência e retirando-lhe de você toda possibilidade de ser feliz e de estar em paz.




Benjamin Teixeira / Eugênia





Fonte: do livro "Perspectivas"
Acervo Virtual Espírita
Fonte da Gravura: tumblr.com

OBSERVADOR E OBSERVADO


O contato dos sentidos com o objeto suscita desejo e apego; isso leva a esforço e, consequentemente, à alegria ou desespero! Então, há o medo da perda ou tristeza pelo fracasso e o comboio de reações se alonga. O "observador" não deve se ligar ao "observado"; esse é o segredo para se viver feliz. Com muitas portas e janelas abertas a todos os ventos que sopram, como pode a chama da lâmpada sobreviver? A lâmpada é a sua mente que deve queimar constantemente, inalterada pelas exigências do mundo exterior. A entrega total ao Senhor (Saranagathi) é uma maneira de fechar as janelas e portas. Pois, quando você se rende completamente ao Senhor, você fica desprovido de "ego" e, assim, não é golpeado por alegria ou sofrimento. Saranagathi permitirá que você aproveite a Graça do Senhor para enfrentar todas as crises que surgem em sua vida e o torna heroico, firme e melhor preparado para enfrentar os desafios. (Discurso Divino, 13 de janeiro de 1965)




Sathya Sai Baba




Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: tumblr.com