terça-feira, 25 de abril de 2023

VIDA, MORTE E CRIAÇÃO


A vida e a morte – nestas duas palavras reside toda a criação. Não se pode compreender a vida sem a morte, nem a morte sem a vida; elas caminham a par, inextricavelmente unidas. Logo que surge, a vida é imediatamente ameaçada pela morte. Mas a morte, em si mesma, nunca tem a última palavra. Assim que ela termina a sua ação, a vida retoma a primazia, mas sob uma forma diferente. Consideradas isoladamente, as palavras “vida” e “morte”, na verdade, não têm sentido. É a vida que dá sentido à morte e é a morte que dá sentido à vida. Por isso, só compreenderemos realmente a vida quando, um dia, passarmos pelas portas da morte, que nos darão acesso a uma nova forma de vida.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fone da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O ESPÍRITO COMO CONSELHEIRO


O Espírito pode fazer obras maravilhosas quando encontra pessoas dispostas a fazê-lo e, às vezes, até mesmo quando não estão. Pode transformar uma hora de jardinagem, de leitura do Evangelho ou de partir o pão numa bênção que chega a cada um de maneira única. O Espírito pode ser algo religioso, mas também pode permear o que os religiosos chamam de aspectos seculares da vida. Se bem entendemos a encarnação, que parte da vida não compartilha da presença espiritual ou é incapaz de ser renovada, restaurada ou movida pelo Espírito?

O Espírito é um amigo, um conselheiro e um professor que se envolve em nossos assuntos, sem engano, mesmo quando estamos errados. Ele é, de fato, tudo o que esperaríamos de um amigo sábio e amoroso. Esta é a maneira de descrever a experiência que temos quando emergimos do vazio do desconhecimento e do absurdo e entramos em um estado desperto de conexão com tudo. O Espírito renova e recarrega as baterias esgotadas de nossas vidas. Sabemos que é o Espírito que o faz e não os nossos recursos, porque a renovação pelos nossos próprios meios volta a esgotar-se rapidamente. No entanto, a ação direta do Espírito leva a uma transformação constante.

Portanto, a experiência de Deus é muito mais enriquecedora e extensa do que costumam supor os religiosos. Os primeiros cristãos reconheceram isso profundamente quando disseram que quem ama conhece a Deus e quem não ama não o conhece. Essa verdade natural, de alguma forma, foi enterrada na luta intelectual para provar a existência de Deus e no esforço de mostrar que minha verificação, meu Deus, era superior à dos outros. Kierkegaard disse que quanto mais refinamos nossas provas de Deus, menos convincentes elas se tornam. O que realmente convence, claro, é ver o quanto e como estamos mudando.

Do ponto de vista contemplativo da religião – que precisa permanecer sempre no centro das tradições religiosas – o mais importante não é o que acreditamos, mas como acreditamos. A partir dessa visão, a verdade não é uma conquista ou uma fórmula, mas uma revelação. A palavra para "verdade" em grego é "aletheia" que significa "um padrão por trás do véu".

A verdade nos atinge. O véu da escuridão da ignorância e da ilusão é levantado. E não é um único véu, mas muitos que estão sendo retirados durante todo o tempo que levamos para transcender o ego e completar o caminho de volta para casa.


Trecho de “Dear Friends”, escrito por Fr. Laurence Freeman, OSB no Boletim da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã ( Vol. 38, No. 2, junho de 2014, pp. 2-5 ).



Carla Cooper



Fonte: WCCM Espanha - Comunidad Mundial para la Meditación Cristiana
http://wccm.es/
Traduzido por WCCM España e para o português por este blog.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal