segunda-feira, 28 de abril de 2014

RENASCER

O transitório esquecimento do passado facilita os recomeços, ensejando mais amplas possibilidades ao entendimento e à cordialidade. Lembrasse-se o Espírito dos motivos da antipatia ou do amor, vincular-se-ia apenas aos seres simpáticos, afastando-se daqueles por quem se sentiu prejudicado, complicando, indefinidamente, a libertação das causas infelizes do fracasso.

Assim, o filho revel retorna na condição de pai, a esposa ultrajada volve como mãe abnegada, o criminoso odiento reinicia ao lado da vítima antiga, o infrator da existência física, autocida, reencarna com as limitações que ocasionou, mediante o atentado perpetrado contra a organização somática. A cerebração mal aplicada redunda em idiotia irreversível e a impiedade, o ultraje, o abuso de qualquer natureza constroem o suplício da miséria, física ou moral, como medida educadora de que necessita o defraudador.

Seja qual for a situação em que te encontres, agradece a Deus a atual conjuntura expiatória ou provacional, utilizando-te do tempo com sabedoria e discernimento, de modo a construíres o futuro, desde que o presente se te afigure afligente ou doloroso.

O que hoje possuis vem de ontem, podendo edificar para o amanhã, através do uso que faças das faculdades ao teu alcance.

Qualquer corpo, mesmo quando mutilado ou limitado, assinalado por enfermidades ultrizes e rigorosas, constitui concessão superior que a todos cabe zelar e cultivar, desdobrando recursos e entesourando aquisições, mediante os quais poderá planar logo mais nas Regiões Felizes, livre dos retornos dolorosos e recomeços difíceis.





Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis





Fonte: do livro "Estudos Espíritas", FEB
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MUDANÇA DELIBERADA NÃO É ABSOLUTAMENTE MUDANÇA

Na própria ação da mudança individual, certamente, o coletivo mudará também. Eles não são duas coisas separadas em oposição uma à outra, o individual e o coletivo, embora certos grupos políticos tentem separar os dois e forçar o indivíduo a adaptar-se ao chamado coletivo. Se pudermos elucidar juntos todo o problema da mudança, como provocar uma mudança no indivíduo e o que essa mudança implica, então talvez, no próprio ato de ouvir, participar na investigação, pode haver uma mudança sem sua vontade. Para mim, uma mudança deliberada, uma mudança compulsória, disciplinar, conformativa, não é absolutamente mudança. Força, influência, alguma nova invenção, propaganda, um medo, um motivo obriga você a mudar – isso não é absolutamente mudança. E embora intelectualmente você possa concordar muito facilmente com isto, eu lhe asseguro que penetrar a verdadeira natureza de mudar sem um motivo é totalmente extraordinário.





J. Krishnamurti




Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal