quarta-feira, 2 de outubro de 2013

COMPREENSÃO ESPONTÂNEA

Nós nunca dizemos, “Deixe-me ver o que é essa coisa que sofre”. Você não pode ver pela força, pela disciplina. Deve olhar com interesse, com compreensão espontânea. Assim você verá que as coisas que chamamos sofrimento, dor, a coisa que evitamos e a disciplina, foram embora. Enquanto eu não tenho relação com a coisa como fora de mim, o problema não existe; no momento em que estabeleço uma relação com isto fora de mim, o problema existe. Enquanto eu tratar o sofrimento como algo do lado de fora – eu sofro porque meu irmão morreu, porque não tenho dinheiro, por isso ou por aquilo – eu estabeleço uma relação com isto e essa relação é fictícia. Mas se eu sou essa coisa, se vejo o fato, então a coisa toda se transforma, tudo tem um significado diferente. Então há completa atenção - atenção integrada - e aquilo que é completamente considerado é compreendido e dissolvido; e assim não há mais medo e, portanto, a palavra sofrimento não existe.



J. Krishnamurti



Fonte: The Book of Life
www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ALGO MAIS REAL DO QUE A ILUSÃO - FÍSICA QUÂNTICA

A física tradicional teve em Isaac Newton sua base fundamental. O paradigma mecanicista, que de forma popular foi representado pela queda da maçã da árvore, observada e estudada por Newton levando-o a enunciar a Lei da Gravitação Universal (Lei da Gravidade), abriu as portas para o desenvolvimento das ciências físicas.

No crepúsculo do segundo milênio, em 1900, Max Planck promoveu o início da revolução na física enunciando a Teoria dos Quanta. Quanta é uma palavra latina, plural de "quantum". Os "quanta" são pacotes de energia associados à radiações eletromagnéticas. Max Planck, prêmio Nóbel de física em 1918, descobriu que a emissão da radiação é feita por pequenos blocos ou "pacotes" de energia descontínuos. A descontinuidade da emissão das radiações rompeu com o determinismo matemático e absoluto da física clássica. Surgiu, então, o determinismo das probabilidades e estatístico.

Cinco anos depois, em 1905, Albert Einstein enuncia a Teoria da Relatividade cujo resultado foi a destronização do pensamento mecanicista positivista (materialista) e a introdução de novas concepções que, em muitos aspectos, aproximam-se da Metafísica e da visão espiritualista.

Em função das descobertas de Max Planck e, sobretudo, a partir da Teoria da Relatividade, o universo que vivemos deixa de ser tridimensional (comprimento, largura e altura), passando a apresentar outras possibilidades de dimensões, não detectadas pelos sentidos físicos, bem como outras possibilidades de concepção de tempo.

Johann Carl Friedrich Zollner, na obra Física Transcendental, aborda com muita propriedade os temas "quarta dimensão" e "hiperespaço", referindo-se à experiências realizadas em Leipzig, Alemanha. No mencionado livro, Zollner comenta a possibilidade de um objeto efetuar a passagem para outra dimensão, desaparecendo dos olhos do observador e retornar às dimensões convencionais voltando a ser percebido pelos órgãos visuais.

Vejamos algumas noções sobre espaço e dimensões:

Ao avaliarmos a extensão de um determinado espaço, por exemplo, de uma reta, utilizamos uma escala rígida como uma régua. Se a reta for maior que a régua, procuraremos verificar quantas vezes a régua cabe na extensão da reta. Estamos assim avaliando um elemento de apenas uma dimensão. A reta possui somente comprimento; não possui as outras dimensões, largura e altura.

Quando falamos em uma linha reta, podemos representá-la por um traço, ou seja, uma sucessão de pontos sobre uma superfície plana. Mas na realidade, o traço, por mais fino que seja, nunca será apenas uma linha, pois terá mais de uma dimensão, a largura do traço, por exemplo. Entretanto, nós não lembramos desta realidade, representamos a reta como uma linha, ignorando a outra dimensão que é a sua largura. O fato de ignorarmos a largura de uma reta, não torna menos real a sua existência. Assim, também, representamos uma linha reta como uma sucessão de pontos que compõem a mesma. Os pontos estariam situados rigorosamente em uma única direção. Podemos conceber, contudo, que a linha não goze desta propriedade. É possível imaginar uma linha onde seus pontos mudem de direção imperceptivelmente. O espaço linear seria então encurvado e do encurtamento da linha unidimensional (comprimento) surge o plano bidimensional (comprimento e largura). A ideia de um arame fino retorcido dá-nos a imagem de como se obtém a segunda dimensão a partir do encurvamento da primeira.

Da mesma forma, um plano bidimensional constituído de comprimento e largura, que representaríamos por uma face polida de uma lâmina de metal, igualmente pode ser encurvado. Ao efetuarmos o encurvamento, obrigaremos a superfície a ocupar um espaço de três dimensões. Surge assim o espaço tridimensional físico em que vivemos: comprimento largura e altura.

Da mesma forma como é possível encurvar a linha e o plano, os físicos admitem ser viável, outrossim, encurvar o nosso espaço tridimensional onde vivemos. Afinal seria nosso espaço físico uma exceção? Ou, o limite do universo? Por que estaria isento de curvatura? Em outras palavras, estaríamos no limite dimensional da série de espaços reais possíveis? Em função disto, pesquisadores admitem não só existir a quarta dimensão, mas "n" dimensões, ou infinitas dimensões no universo.

A compreensão de seres quadridimensionais só poderá estabelecer-se através de uma analogia. Podemos ter uma ideia aproximada de como seriam os objetos ou seres de um mundo imaginário de quatro dimensões, comparando as propriedades dos objetos de duas dimensões, com os de três dimensões.

Façamos um exercício:

Suponhamos a existência de seres pensantes, habitantes de um mundo plano (bidimensional); tanto os referidos "planianos" quanto o seu "mundo superficial" teriam duas dimensões, comprimento e largura, e viveriam como nossa sombra junto ao solo. Um "planiano" jamais poderia suspeitar, à simples vista de seu contorno, que fosse possível a existência de seres reais, como nós, que possuem três dimensões.

Assim como já vivemos em época na qual se imaginava ser a terra um orbe plano e depois descobriu-se ser ela arredondada, analogamente, até o advento da Teoria da Relatividade, afirmava-se que o espaço físico era isento de curvaturas (euclidiano). Considera-se atualmente, a possibilidade do espaço ser encurvado formando imensa figura cósmica tetradimensional. Admite-se, pois, de conformidade com a física moderna, a possibilidade de espaços paralelos e universos paralelos. Por que não, a existência de seres vivendo paralelamente ao nosso mundo?

Einstein admite o encurvamento do "continuum espaço-tempo". Sua teoria vem sendo desenvolvida gradativamente pelos físicos da novíssima geração que consideram ser possível chegar aos componentes últimos da matéria através de micro-curvaturas do espaço-tempo. O conjunto de conhecimentos acerca da lei da gravidade desenvolvido nos moldes da Teoria de Einstein gerou a Geometrodinâmica Quântica. Através desta nova disciplina científica, a física quântica se refere aos "miniblackholes" (mini-buracos negros) e "miniwhiteholes" (mini-buracos brancos) onde um objeto ou ser pode surgir ou desaparecer do "continuum espaço-tempo".

A realidade fundamental das nossas dimensões, conforme este modelo, é figurada como "um tapete de espuma espalhada sobre uma superfície ligeiramente ondulada" onde as constantes mudanças microscópicas na espuma equivalem às flutuações quânticas. As bolhas de espuma, conforme se refere John Wheeler na obra "Superspace and Quantum Geometrodynamics", p. 264, são formadas pelos mini-buracos negros e mini-buracos brancos os quais surgem e desaparecem (como bolhas de espuma de sabão) na geometria do "continuum espaço-tempo". Os mencionados mini-buracos negros e brancos seriam, portanto, portas para outras dimensões do universo. Através dos mesmos, seres aparecem ou desaparecem passando a não mais existir em uma dimensão e existindo em outra dimensão do universo. Os mini-buracos brancos e negros são, para os físicos, formados por luz auto capturada gravitacionalmente. 

Embora nos pareça difícil compreender estas elucubrações da física quântica, a partir delas os cientistas estão começando a introduzir um novo conceito, o da consciência pura; não como uma entidade psicológica  -  adverte-nos Hernani Guimarães Andrade  -  mas sim como uma realidade física. Ao considerar a existência de uma consciência, na visão do universo segundo o modelo que criaram, aproximam-se das questões espirituais.

Diversos físicos modernos passaram, no momento atual, a se interessar por conhecimentos esotéricos e filosofias orientais. Consideram eles, ser surpreendente a semelhança dos conceitos filosóficos da sabedoria milenar do oriente com as conclusões da física quântica.

A nova física está chegando a conclusão de que existem outras vias de acesso ao conhecimento, além dos métodos da atual ciência. Há evidências de que nossa mente, em certas circunstâncias, consegue desprender-se das amarras do corpo biológico e sair por aí em um corpo não desta dimensão, mas tão real quanto o nosso, o corpo astral.

Nesse novo estado, há possibilidade da consciência individual integrar-se com a consciência cósmica e aprender diretamente certas verdades, certos conhecimentos que podem também serem adquiridos normalmente, mas somente após exaustivos processos experimentais e racionais usados pela ciência.

Dr. Fritjof Capra, pesquisador em física teórica das altas-energias, no laboratório de Berkeley, e conferencista da Universidade da Califórnia em Berkeley, USA, escreveu os livros "O TAO DA FÍSICA", "O PONTO DE MUTAÇÃO" e "SABEDORIA INCOMUM". Nestas obras, o eminente físico traça um paralelo importante entre a sabedoria oriental e a moderna física. Ele admite que a exploração do mundo subatômico revelou uma limitação das ideias clássicas da ciência. Considera, aprofundando suas reflexões a este respeito, ser o momento da revisão de seus conceitos básicos. A antiga visão mecanicista já cumpriu sua função e deve ceder lugar a novos conceitos de matéria, espaço, tempo e causalidade.

Fritjof Capra indica como um dos melhores modelos da realidade, aquele que é chamado de "bootstrap" pelos físicos. Traduzindo em termos compreensíveis para nós, equivale dizer que a existência de cada objeto, seja um átomo ou uma partícula, está na rigorosa dependência da existência de todos os demais objetos do Universo. Qualquer um deles jamais poderia ter realidade própria se todos os objetos não existissem. Há uma identificação com os princípios holísticos nesta assertiva.

O modelo proposto pelos físicos resulta do fato dos mesmos, assim como os meditadores do oriente, terem chegado a mesma conclusão: A matéria em sua constituição básica é simplesmente uma ilusão, ou MAYA, como dizem os budistas. A aparente substancialidade da matéria decorre do movimento relativo criador de formas. Se a matéria é uma ilusão, certamente (dizemos nós), há de existir algo que seja transcendente a esta matéria e seja mais real que a ilusão...



Ricardo Di Bernardi



Fonte: do livro "Dos Faraós a Física Quântica", Livraria e Editora Universalista
Fonte da Gravura: www.imageafter.com

VALORES QUE VALORIZAM A VIDA

Conformar-se com o que todos os demais estão fazendo pode comprometer princípios e valores. 

Viver tal vida pode ser fácil. 

Pode até haver realização momentânea, mas a pessoa estará abrindo mão de seus valores para não ficar fora do grupo. 

Porém, são os valores que tornam a vida valiosa de ser vivida. 

Aquele que personifica valores é uma fonte de força e inspiração para os outros. 

Mais cedo ou mais tarde essa pessoa é legitimada. 

Como disse Mahatma Gandhi: mesmo se você é uma minoria, a verdade é a verdade.




Brahma Kumaris



Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

OCASIÕES PARA PROGREDIR

Quem é que, de vós, ainda não ouviu dizer que a vida é uma escola?... Se tivésseis compreendido o que isso significa, perante cada nova dificuldade aceitaríeis ter nela novos exercícios para fazer e diríeis: «Ah!, aqui está mais uma ocasião para progredir!» E, depois de terdes ultrapassado essa dificuldade, ficaríeis cheio de regozijo como o estudante que passou num exame. Um sábio não pode ficar indiferente às queixas daqueles que vêm confiar-lhe as suas decepções e os seus sofrimentos. Mas ele é obrigado a constatar que o mal deles advém, em primeiro lugar, do fato de ignorarem esta verdade essencial: estamos todos na terra para estudar, para nos exercitarmos. A maior parte deles estão convencidos de que vieram aqui para conhecer a facilidade, o conforto, as riquezas, o amor dos outros, como se isso lhes fosse naturalmente devido. A Inteligência Cósmica quer que os humanos sejam felizes, mas ela fez as coisas de tal modo que eles só encontrarão a felicidade desenvolvendo a sua natureza superior. Ora, a natureza superior não se desenvolve no conforto e na facilidade.



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: www.imageafter.com

NÃO CONDICIONE A FELICIDADE À POSSE - DESAPEGUE-SE DOS BENS TRANSITÓRIOS

Com a desencarnação, a alma será constrangida a abandonar tudo quanto se relacione ao corpo. Nada do que tenha relação com a vida orgânica acompanhará o ser no seu retorno à Pátria Espiritual.

Buda, em sua excelente sabedoria, já comentava a respeito da impermanência de tudo quanto se refere ao corpo. As coisas não são nossas propriedades definitivas, considerando que nos não acompanharão para além da morte. Em verdade, somos possuidores, meros detentores .

Tive oportunidade, enquanto elaborava este trabalho, de acompanhar uma cerimônia de casamento religioso. E, concluindo o ritual, o sacerdote formulou aquela frase bem conhecida: considero-os marido e mulher, até que a morte os separe. E, atento, constatei que o sacerdote, no ato mesmo do casamento, já anuncia e antecipa, aos noivos, que eles ficarão viúvos, ao dizer: até que a morte os separe. Note-se que os noivos não se casam enganados. Já sabem que, muito provavelmente (esta é a regra), não deverão chegar juntos ao túmulo. Ora, isto se dá no casamento e nas situações outras de um modo geral.

O desapego aos bens e valores transitórios trará efeitos muito positivos à sua vida, dentre eles permitindo-lhe apegar-se aos bens imperecíveis da alma.

Se a sua depressão tiver alguma relação com a perda de algo ou alguém que você considere importante, imprescindível, procure perceber com clareza tal situação. Enquanto não se detectar a causa com segurança, não se tem como erradicá-la.

Observe em que consiste a sua escala de valores, as suas motivações para viver.

Se a sua mente estiver fixada nos valores transitórios, denotando excessivo apego, saiba que você pode ser uma candidata em potencial à depressão pelo sentimento de perda. Por considerar que, fatalmente, será constrangida a tudo abandonar, se não durante a existência carnal, certamente quando se der a desencarnação.

Não se esqueça, portanto, de que a qualquer momento, pela desencarnação, pela enfermidade, pela aposentadoria, ou por outros fatores, você poderá estar sem a posse do que até então constituía a sua razão de viver.

Trabalhe desde já o seu sentimento de posse. Quanto menos sentimento de posse, menos apego, menos abatimento em face de uma eventual perda.

Fundamental, para a sua felicidade, que você tenha sempre na lembrança esta verdade irrefutável, qual seja, a de que as coisas não nos pertencem em definitivo. Assim entendendo, quanto possível evite o sentimento de posse ao deter este ou aquele bem, procurando não se escravizar a ele. Não condicione a sua felicidade à manutenção definitiva desse bem.

Exercite a renúncia, assim se antecipando à perda inevitável dos bens que não poderão permanecer indefinidamente com você.

Reflita sempre na transitoriedade da posse dos bens materiais. Busque a posse dos valores espirituais, os únicos reais, que acompanharão sempre a sua alma, mesmo depois da desencarnação.

Esforce-se por sair do casulo do egocentrismo, libertando-se das amarras negativas do apego.

Não se retenha nos anseios tormentosos do sentimento.

Compreenda que a vida impõe mudanças constantes e que não nos será possível reter tudo e todos sempre sob nosso controle.

Compreenda que os companheiros, como os beneficiários de nossas ações positivas, talvez não possam ficar ou seguir conosco até o termo de nossa jornada... ou acompanhar-nos de imediato além dela...

Assim, se você sofreu alguma perda expressiva, ouso ainda recomendar:

Prossiga confiando na Vida;

Permaneça confiando em Deus; 

Confie mais em você;

Prossiga confiando no amor, no bem...

Não se fixe indefinidamente no passado. Se devêssemos viver sempre olhando para trás, a Natureza teria posto um ou mais olhos em nossa nuca para que nunca perdêssemos de vista o sucedido anteriormente.

Os nossos veículos automotores são servidos por vidros retrovisores, no entanto, esses retrovisores apenas servem para orientar o motorista que, caso pretenda atingir o destino que o aguarda, deve dirigir para a frente.

Assim, a alma não deve andar de marcha à ré; deve, sim, marchar para a frente e para o alto!



Izaias Claro



Fonte: do livro "Depressão - Causas, Consequências e Tratamento", Casa Ed. O Clarim
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

UM LUGAR NA GUIRLANDA DO SENHOR

Desenvolva fé em si mesmo para que possa ficar como uma rocha, enfrentando as águas raivosas da enchente de negação. Essa fé o fará superar a mudança das circunstâncias do mundo exterior. Mantenha a chama do desapego (vairagya) queimando com pequenos galhos até que vire uma grande fogueira; acolha todas as chances de desenvolver discernimento (viveka). Acolha o Nome do Senhor e repita-O sempre. Cante ao Senhor com fé e entusiasmo. Deixe todo o ambiente reverberar com a devoção que colocou em cada Nome que canta. O Nome do Senhor promove a camaradagem e estabelece a concórdia, que acalma todas as tempestades e concede paz. Torne-se uma flor, exale a fragrância de Seva (serviço altruísta) e Prema (amor), então, você encontrará um lugar na guirlanda que enfeita o Senhor.



Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: www.imageafter.com

VIVER COM SOFRIMENTO

Todos nós temos sofrimento. Você não tem sofrimento de uma forma ou de outra? E você quer saber a respeito disto? Se quiser, pode analisá-lo e explicar por que você sofre. Pode ler livros sobre o assunto, ou ir à igreja, e logo saberá alguma coisa sobre o sofrimento. Mas eu não estou falando disso; estou falando sobre o fim do sofrimento. O conhecimento não acaba com o sofrimento. O fim do sofrimento começa quando se encara os fatos psicológicos dentro da pessoa e se fica totalmente consciente de todas as implicações desses fatos de momento a momento. Isto significa nunca fugir do fato de que se está sofrendo, não racionalizar isto, nunca oferecer uma opinião sobre isto, mas viver com o fato completamente. Você sabe, viver com a beleza daquelas montanhas e não se acostumar com isso é muito difícil. Você olhou as montanhas, ouviu a correnteza e viu as sombras se insinuando pelo vale, dia após dia; e você não reparou com que facilidade se acostumou com tudo isso? Você diz “sim, é muito bonito” e segue adiante. Viver com a beleza - ou viver com uma coisa feia - e não ficar habituado a isto requer enorme energia; uma conscientização que não permite que sua mente fique embotada. Você pode viver com ele, compreendê-lo, penetrá-lo - mas não para saber sobre ele. Você sabe que o sofrimento está ali; isto é um fato e não há nada mais para saber. Você tem que viver.



J. Krishnamurti



Fonte: The Book of Life
www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CONQUISTA ÍNTIMA

Todos os estados enfermiços da alma se assemelham, no fundo, aos estados enfermiços do corpo, solicitando remédio adequado que lhes patrocine a cura.

E a impaciência que tantas vezes gera rixas inúteis é um deles, pedindo o específico da calma que a desterre do mundo íntimo.

Como, porém, obter a serenidade, quando somos impulsivos por vocação ou por hábito?

Justo lembrar que assim como nos acomodamos, obedientes, para ouvir o professor trazido a ensinar-nos, é forçoso igualmente assentar a emotividade, na carteira do raciocínio, a fim de educá-la, educando-nos; e, aplicando os princípios de fraternidade e de amor que abraçamos, convidaremos os nossos próprios sentidos à necessária renovação.

Feito isso, perceberemos que todo instante de turvação ou desequilíbrio, é instrumento de teste para avaliação de nosso próprio aproveitamento.

Aprenderemos, por fim, que, diante da crítica, estamos convocados à demonstração de benevolência; diante da censura, é preciso exercer a bondade; à frente do pessimismo, somos induzidos a cultivar a esperança; ante a condenação, somos indicados à bênção; e que, renteando com quaisquer aparências do mal, é imperioso pensar no bem, dispondo-nos a servi-lo.

Entregando-nos com sinceridade a semelhantes exercícios de compreensão e tolerância, estaremos em aula profícua, para a aquisição de valores eternos no terreno do espírito.

É assim que, em matéria de paciência, se a paciência nos foge, urge reconhecer que, perante as circunstâncias mais constrangedoras da vida, estamos, todos nós, no justo momento de conquistá-la.




Emmanuel / Francisco Cândido Xavier




Fonte: do livro "Rumo Certo", Ed. FEB
Fonte da Gravura: www.imageafter.com