sábado, 17 de dezembro de 2016

VIVER COM CONSCIÊNCIA

Embora venhamos a este mundo com um determinado destino, não estamos indefinidamente presos a ele. Na verdade, à medida que caminhamos na jornada de nossas vidas, nos são apresentadas escolhas e, através dessas escolhas, temos a possibilidade de experimentarmos diferentes rumos, por assim dizer. Se tomarmos uma determinada estrada, receberemos um rumo. Se pegarmos outra direção, receberemos outro rumo.

Não precisamos ser um tzadik (uma pessoa justa) para mudar o rumo de nossas vidas. O que precisamos, entretanto, é uma consciência do nosso poder e da nossa responsabilidade – estarmos conscientes de que nossa consciência é matéria viva e cada pensamento dará energia a ela, cada palavra que dizemos e cada ação que praticamos é um fator determinante do que vivenciaremos e para onde iremos em seguida.

Esse entendimento nos leva a perceber algo tão simples, mas muito profundo: uma das maneiras mais poderosas de mudar nossas vidas é fazer a diferença na vida de outra pessoa. A gentileza é transformadora, tanto para a pessoa que a oferece como para a pessoa que a recebe.

Estarmos dispostos a sair de nosso caminho para ajudar outra pessoa pode ajudar muito nossa própria realidade.




Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

O IRREAL QUE É REAL

O maravilhoso é uma necessidade da alma humana, e aquilo a que se chama irreal é, na verdade, inteiramente real, mais real do que aquilo que habitualmente se considera como a realidade. Há muitas pessoas que, se forem sinceras, têm de reconhecer que os contos de fadas as mergulham, pelo menos por um momento, numa espécie de encantamento. Por quê? Porque neles tudo é não só vivo, mas também animado e dotado de palavra: as rochas, as flores, as árvores, os animais… E as forças da natureza agem neles, muitas vezes, com sabedoria e até com amor. Mas, sobretudo, para além da sua ingenuidade aparente, estes contos descrevem realidades da nossa vida interior. Quando, em certas circunstâncias muito particulares, o sutil, o irreal, o feérico, irrompem na nossa vida, sentimo-nos como uma árvore que, arrancada outrora à sua terra a fim de ser transplantada para um meio hostil, reencontra, subitamente, a sua floresta natal, onde pode, de novo, enraizar-se e voltar a viver.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A LENDA DA ÁRVORE DE NATAL

Nota Editorial: O artigo a seguir foi divulgado pela primeira vez no jornal russo “Novoye Vremya”. Ele foi traduzido para o inglês provavelmente por Helena P. Blavatsky, e publicado na revista editada por ela, “Lucifer”, na edição de março de 1891, páginas 62-63. A palavra “Lúcifer” significa “portador da luz” e é um antigo nome do planeta Vênus, a estrela sagrada do amanhecer e do anoitecer, a “irmã mais velha” da nossa Terra, segundo a filosofia esotérica. Desde a idade média, o significado da palavra tem sido distorcido por teólogos desinformados. (Carlos Cardoso Aveline)



Uma Tradição Cristã Recente, Cuja Verdadeira Origem é Pagã e Antiga

O costume da árvore de Natal é uma instituição bastante recente. Surgiu em uma época tardia não só na Rússia, mas também na Alemanha, onde apareceu pela primeira vez. Da Alemanha ele se espalhou para todos os lugares, no velho mundo assim como no novo mundo. Na França, a árvore de Natal foi adotada só depois da guerra franco-alemã; após 1870, portanto. De acordo com crônicas da Prússia, o costume de iluminar a árvore de Natal como vemos hoje foi estabelecido cerca de cem anos atrás. [1] Ele chegou à Rússia em torno de 1830, e em pouco tempo foi adotado em todo o Império e pelas classes mais ricas.

É bastante difícil estabelecer a trajetória histórica deste costume. A sua origem pertence, inegavelmente, à mais remota antiguidade.

Os pinheiros sempre foram homenageados pelas nações antigas da Europa. Como são plantas perenifólias (cujas folhas duram o ano todo), eles simbolizam a vegetação que nunca morre e são considerados sagrados para as divindades da natureza, entre elas Pã [2], Ísis e outros deuses.

De acordo com o folclore antigo, o pinheiro nasceu do corpo da ninfa [3] de nome Pitys [4] (termo grego para esta árvore); a amada dos deuses Pã e Bóreas [5].

Durante os festivais da primavera, feitos em homenagem à grande deusa da Natureza, os pinheiros eram trazidos para os templos e decorados com violetas perfumadas.

Os antigos povos nórdicos da Europa tinham uma reverência semelhante pelos pinheiros em geral, e faziam uso intenso deles durante os seus festivais. Assim, por exemplo, é bem sabido que os sacerdotes pagãos da antiga nação alemã, quando celebravam a primeira etapa do retorno do Sol para o equinócio da primavera, erguiam em suas mãos galhos de pinheiros altamente ornamentados. Isso aponta para uma forte probabilidade de que o costume agora cristão de iluminar árvores de Natal seja um eco do costume pagão de considerar o pinheiro como símbolo de um festival solar, o precursor do nascimento do Sol.

Faz sentido pensar que a sua adoção e o seu estabelecimento na Alemanha cristã deu a este costume uma nova forma - uma forma até certo ponto cristã. [6]  

A partir de então surgiram novas lendas - como sempre acontece - explicando cada uma à sua própria maneira a origem do antigo hábito. Nós conhecemos uma destas lendas, profundamente poética na sua encantadora simplicidade, e que pretende explicar a origem do costume agora universalmente dominante de ornamentar árvores de Natal com velas de cera acesas.

Perto da caverna em que nasceu o Salvador do mundo havia três árvores: um pinheiro, uma oliveira e uma palmeira.

Naquela noite sagrada em que a estrela de Belém apareceu nos céus - a estrela que anunciou ao mundo, depois de tanto sofrimento, o nascimento d’Aquele que traria à humanidade a boa notícia de uma esperança abençoada - toda a natureza celebrou o fato, e conta-se que ela levou até os pés do deus-criança os seus melhores e mais sagrados presentes.

A oliveira que crescia na entrada da caverna de Belém ofereceu, entre outros, os seus frutos dourados. A palmeira deu ao Bebê a sombra verde da sua abóbada como proteção contra o calor e as tempestades. Só o pinheiro nada tinha para oferecer. A pobre árvore mergulhou no desânimo e na dor, tentando inutilmente pensar em um presente para o Cristo-Criança.

Seus galhos se inclinavam tristemente, e a intensa agonia do seu sofrimento fez afinal com que da sua casca e dos seus ramos se derramasse uma torrente de lágrimas quentes e transparentes, cujos pingos grandes, resinosos e pastosos caíam grossos ao seu redor.

Uma estrela, cintilando em silêncio na abóbada celeste, percebeu as suas lágrimas; e, confabulando com suas colegas - um milagre aconteceu.

Hostes de estrelas caíram como em uma grande chuva de luzes sobre o pinheiro, até que começaram a cintilar e já havia uma estrela brilhando em cada ponta de ramo da árvore, desde o alto até a base.

Então, feliz e trêmulo de emoção, o pinheiro orgulhosamente ergueu os seus galhos inclinados e apareceu pela primeira vez diante do mundo surpreso, mostrando um brilho cintilante nunca visto.  

Desde aquele momento, conta a lenda, os seres humanos adotaram o hábito de ornamentar pinheiros com grande número de velas acesas na véspera de Natal. 





Dr. Kaygorodoff




Fonte: do Blog "Vislumbres da Outra Margem"
http://www.vislumbresdaoutramargem.com/2010/12/lenda-da-arvore-de-natal.html
Fonte da Gravura: http://www.casacomdesign.com.br/index.php/2013/12/19/pinheiros-de-natal/




NOTAS:

[1] “Cem anos atrás”: em torno de 1790, portanto, já que o presente artigo foi escrito em torno de 1890. (CCA)

[2] Pã: O deus que simboliza a Natureza, na mitologia grega e latina. (CCA)

[3] Ninfa: na mitologia grega e romana, ninfas são divindades dos rios, bosques, árvores, florestas e campos. (CCA)

[4] Pitys: Uma ninfa amada pelo deus Pan e transformada em um pinheiro. (Nota de Helena P. Blavatsky)

[5] Bóreas: deus que personifica o vento norte. (CCA)

[6] Como no caso de muitos outros costumes, e mesmo dogmas religiosos, também tomados de empréstimo e preservados sem qualquer indicação sobre sua origem. Se a fonte é agora confessada, é porque isso não pode mais ser evitado, devido às possibilidades atuais de pesquisa e descobertas. (Nota de Helena P. Blavatsky)