domingo, 2 de abril de 2023

ENTRADA TRIUNFAL EM JERUSALÉM


Fonte: Sociedade Antroposófica no Brasil
https://www.sab.org.br/
Rua da Fraternidade, 156
Sao Paulo, SP 04738020
Brazil

OS ACONTECIMENTOS DA SEMANA SANTA


A semana que precede a Páscoa é um período significativo que se destaca não apenas no ano cristão, mas também no transcurso anual da própria natureza. No ano cristão ela encerra toda a plenitude do drama da Paixão, a grande parte final do Evangelho. Em diversas regiões ela é designada como “Semana do Silêncio” ou também como “Semana Magna”, revelando-se assim que só pode contar com a realização da festa da Ressurreição quem é capaz de vivenciar toda a grandeza da Semana Santa.

O significado da semana que precede a Páscoa no transcurso natural do ano reside na lua cheia da primavera (no hemisfério norte). Rompe-se definitivamente o encanto do inverno; a nova vida da Terra progride aos saltos; com um poderoso ímpeto seivas e forças começam a geminar e brotar no reino vegetal. Na luta entre o dia e a noite, o dia alcança a supremacia vitoriosa que se consolidará em triunfo da luz no primeiro domingo após a lua cheia da primavera.

O conteúdo evangélico da Semana Santa não coincide de antemão com a natureza primaveril. Pelo contrário, opõe-se-lhe em contraste agudo. Somente no final, ao nascer o sol da Páscoa, ele desemboca em jubila maneira que coincide com o rejubilar do milagre da primavera (hemisfério norte). O drama sério da Semana Santa é, no entanto, a preparação dessa consonância. A primavera da natureza irrompe por si mesma. A primavera interior da festa da Ressurreição deve ser conquistada através da peregrinação ao longo das estações da Semana da Paixão.

Os sete dias que precedem a Páscoa podem ser comparados às doze noites santas do período natalino. O período “entre dois anos” é, para os que devotamente se entregam à trama do pleno inverno, a preparação adequada para os doze meses do ano novo. Os sete dias da Paixão dotam aqueles que participam, em atividade interior, do Mistério da Paixão, de novas forças para todo o seu destino.

Os acontecimentos que se passaram há 2000 anos na Semana Santa entre o domingo de Ramos e o domingo da Ressurreição foram revelações arquetípicas do destino que, a cada ano, conferem aos sete dias de cada semana um novo e mais elevado sentido e um cunho luminoso que plasma as almas.

Os dias da semana sempre contiveram as diversas cores e os sons das sete esferas planetárias, conforme revelam seus nomes nas línguas europeias: Sol (domingo = Sontag); Lua (segunda-feira = Montag); Marte (terça-feira = Mardi em francês); Mercúrio (quarta-feira = Mercredi); Júpiter (quinta-feira = Jeudi); Vênus (sexta-feira = Vendredi); Saturno (Sábado = Saturday). Naquela semana pré-pascal, entretanto, cada dia da semana recebeu, além da diferenciação cósmica, o cunho do pensamento planetário cristão.

Os dias da Semana Santa ainda não têm seu conteúdo plenamente realizado na sensibilidade cristã: o único a se impor foi a Sexta-feira Santa, com a concepção da cruz no alto do Gólgota: para uma parte da cristandade, esta imagem se estendeu a todas as sextas-feiras, transformadas em dias de jejum. Além da sexta-feira, somente o domingo de Ramos relacionou-se a uma imagem poderosa nas regiões onde é hábito o enfeite com ramos de palmeira: a imagem da "Entrada em Jerusalém". Em realidade, porém, cada um dos sete dias revela um novo mistério cósmico sob uma forma humana e histórica.

Quando o Cristo entrou em Jerusalém, no domingo de Ramos, o antigo Sol ainda reinava no céu, mas recebeu sua despedida a fim de que pudesse nascer, no domingo seguinte, o novo sol da Páscoa.

Quando, na segunda-feira, o Cristo condenou a figueira e limpou o templo na Cidade Santa, o sol de Cristo se opôs ao princípio lunar, às forças lunares do Velho Mundo, necessitadas de uma renovação.

Quando o Cristo, na terça-feira, teve que discutir com os adversários que chegavam em grupos para induzi-lo a trair-se; quando ele teve que lutar com a arma do Verbo espiritual; e quando, finalmente, no ressoar vespertino dessas lutas, ele se retirou com seus discípulos para o Monte das Oliveiras e lhes abriu a visão profético-apocalíptica do futuro, o espírito de Marte também recebeu, por sua vez, o cunho do Cristo.

Na quarta-feira, durante a Unção de Bethânia e a traição de Judas, Mercúrio encontrou-se com o sol do Cristo.

E, na quinta-feira quando o Cristo lavou os pés dos discípulos e lhes ofereceu a Santa Ceia, uma auspiciosa luz de Júpiter iluminou a aflição e a tristeza das almas.

Na sexta-feira santa ocorreu a mais milagrosa elevação de tudo o que pudera significar para o homem: a ideia da deusa do amor, Vênus ou Afrodite. Deu-se um ato de amor, maior do que qualquer ato de amor possível. O Sacrifício por amor em Gólgota foi a transformação do princípio de Vênus pelo princípio solar do Cristo.

Quando o Cristo repousava no sepulcro (no sábado), o sol do Cristo encontrou-se com o espírito de Saturno no universo, até que, finalmente, no domingo, a própria oitava do sol nasceu no firmamento, o sol do Cristo, que vencera todas essas etapas de luta.

O drama do mistério da Semana Santa é uma unidade grandiosamente completa em si. Acompanha-se de um mistério de composição que se nos desvenda à medida que desenvolvemos o sentido em relação ao valor das etapas na vida de Jesus. O que aconteceu nos sete dias pré-pascais é uma condensação de toda a vida do Cristo. As mesmas leis originais e as mesmas etapas reveladas na sagrada biografia dos três anos ressurgem dramaticamente resumidas diante de nossa visão. A partir da semana da Paixão podemos reconhecer nos três anos da vida do Cristo toda uma grande Paixão. A "Entrada em Jerusalém" é uma oitava do Batismo no Jordão. Completa-se a entrada do Cristo em nossa existência terrena. Recebe seu cunho definitivo o mistério da Encarnação que se iniciara três anos antes.

Os acontecimentos da segunda-feira, a maldição da figueira e a purificação do templo correspondem à tentação do Cristo descrita pelos três primeiros evangelhos. O Cristo se defronta aí mais uma vez com as velhas forças lunares do mundo. Não lhe servem, ele as afasta e vence a tentação de usá-las. Não lhe importam os sucessos externos, importa-lhe completar sua missão. A limpeza do templo relatada no Evangelho de João pertence, como vimos, aos ecos da vivência da Tentação e, portanto, se situa no quadro das grandes correspondências da outra limpeza do templo relatada nos primeiros três evangelhos.

E quando, na terça-feira, as réplicas na discussão com os adversários reluzem como golpes de espada e quando, à noite, os relâmpagos apocalípticos atravessam a conversa com os discípulos, repete-se, em um nível mais elevado, o que ocorreu quando Jesus teve que se separar de sua terra natal e de seus parentes de sangue em Nazaré, a fim de se dedicar ao parentesco espiritual, ao círculo de seus discípulos. O Apocalipse do Monte das Oliveiras corresponde ao Sermão na Montanha, no qual foi firmada a dedicação decidida à família espiritual.

Aos acontecimentos da quarta-feira, unção em Bethânia e traição do Judas, corresponde, na grande vida do Cristo, a tragédia de João Batista. É a mesma crise, a mesma conjunção.

O Lava-Pés e a Santa Ceia (na quinta-feira) são a oitava, a última repetição decisiva, do mistério que já reluzira na alimentação dos cinco mil e na perambulação à beira do mar.

O que acontece na sexta-feira nada mais é do que a acentuação final e a realização total da Transfiguração da Montanha.

O Sepultamento no Sábado de Aleluia leva mais adiante, no âmbito das decisões cósmicas, aquilo que estava encerrado na decidida partida para a Judeia, na partida para o campo de batalha da decisão.

Na manhã de domingo da Páscoa confundem-se os dois círculos, o grande dos três anos e o pequeno dos sete dias. A Semana Santa como um todo corresponde, na vida do Cristo, à irrupção do sol que, dentro da Semana Santa, só ocorre na manhã do domingo da Ressurreição.


Emil Bock




Fonte: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br
Fonte da Gravura: https://portadeassis.com.br/images/publicacoes/permanentes/artigos/quaresma-semana-santa-e-pascoa.jpg

DOMINGO DE RAMOS - INÍCIO DA SEMANA SANTA


Com o Domingo de Ramos começa a Semana Santa e o tema do "triunfo temporal da luz antes de sua ocultação".

O ramo de palmeira é um antigo símbolo de realeza, e o movimento da palmeira é uma saudação ao Rei que aspiramos reconhecer no Logos soberano quando entra na cidade de nosso ser e permanecemos fieis a Ele.

O fato histórico nos diz que quando Yeshuah entrou em Jerusalém, os poderosos começaram a planejar sua morte.

Um dia o mundo clama "hosana", e no outro grita "matem-no"; este exemplo deveria mostrar-nos  que as maiores conquistas não estão no mundo da matéria, ou seja, nas formas (políticas, culturais, religiosas, sociológicas, familiares, laborais...), mas sim nos mundos interiores, onde a supremacia pode crescer ao mais alto grau, o Cristo Interno, governando todas as naturezas, todas as formas.

Carta de São Paulo aos Filipensis 2,6-11: Jesus Cristo, sendo de condição divina não quis ostentar-se, mas sim despojar-se de sua grandeza e assumir a condição de servo e tornar-se semelhante aos humanos. E tendo assumido a condição humana, rebaixou-se a si mesmo até morrer por obediência numa cruz. Por isso, Deus o exaltou e lhe outorgou o mais excelso dos nomes, para que todos os seres, no céu, na Terra e nos abismos, caiam de joelhos diante do nome de Cristo, e proclamem que ele é o Senhor, para a glória de Deus.

Evangelho de João 12,12-16: No dia seguinte, a grande multidão que viera para a festa, sabendo que Jesus vinha a Jerusalém, tomou ramos de palmeira e saiu ao seu encontro, clamando: "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e o rei de Israel!" Jesus, encontrando um jumentinho, montou nele, como está escrito: Não temas, filha de Sião! Eis que vem o teu rei montando num jumentinho! Os discípulos, a princípio, não compreenderam isso; mas quando Jesus foi glorificado, lembraram-se de que essas coisas estavam escritas a seu respeito e que elas tinham sido realizadas.

Evangelho de Tomé 5: Disse Jesus: Reconhece o que tens diante de tua vista e se te manisfestará o que está oculto, pois nada há oculto que não chegue a ser manifestado.

Começando o Domingo de Ramos, dispomos-nos a reviver os mistérios da Semana Santa. Contemplamos o que ocorreu a Jesus de Nazaré em Jerusalém, há dois mil anos. Quem sabe possamos crer que seja apenas uma história externa a nós. Entretanto, devemos ver, pelo contrário, como nós recebemos ao Messias Salvador de Israel, montado sobre um jumentinho, entrando triunfalmente na cidade escolhida de Deus e recebendo gritos de aclamação.

Fato curioso, pois um jumentinho, que ainda não é adulto, não é um animal apto para ser montado. Isto nos quer dizer algo mais nesta cena. Ou seja, a figura do Senhor montado sobre o jumentinho é o símbolo do homem sobre o qual o Espírito tomou posse do corpo físico; do homem conhecendo a gnose e fundindo seu ser com Deus.

Os hílicos de Jerusalém, ou seja, os homens preocupados com o aspecto material apenas, esperavam um outro tipo de messias: Um deus-homem que lhes libertasse do jugo do povo opressor através das armas. Grande decepção ocorreu quando viram que isto não sucedeu demonstrado pelos fatos que ocorreriam durante os dias que se conhece como a Semana Santa.

Como naquela época, os poderosos de hoje, temem perder sua influência sobre o povo e ver algum outro ser aclamado. Estar atento a este fato é extrair interessantes lições. Os papéis de hoje não diferem daqueles dias, apenas difere o cenário.

Bênção dos Ramos: Deus Todo-poderoso e Eterno, santifica com tua bênção estes ramos para que, ao aclamarmos a Cristo Rei, possamos chegar através dEle à Jerusalém Celestial. Por Cristo, Senhor nosso, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém!

Oração: Deus Todo-poderoso e Eterno, Tu mostraste aos homens o exemplo de humildade de nosso Salvador, que se encarnou e morreu na cruz. Concede-nos receber os ensinamentos de sua Paixão, para podermos participar um dia de Sua gloriosa ressurreição. Por Cristo que vive e reina Contigo na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém!



Fonte: Eclesia Gnóstica Apostólica Rosa-Cruz
Capela de Madalena
https://capillamagdalena.org
Fonte da Gravura: https://www.santcebriavalldoreix.org/wp-content/uploads/2020/04/Diumenge-de-Rams.jpg