terça-feira, 28 de outubro de 2014

A VIDA DE UM MÍSTICO

Muitos já perguntaram qual é a vantagem pessoal ou para a humanidade em geral, que se obtém da dedicação ao estudo do misticismo e da tentativa de compreender os mistérios da vida. Evidentemente, essas pessoas têm em mente resultados concretos como os que resultam do estudo das leis, da arte, da música, da engenharia, ou de outros assuntos práticos. Ao olhar para o assunto de maneira superficial, imaginam se o tempo e o esforço investidos no estudo árduo do misticismo e seus assuntos correlatos, trarão resultados para o indivíduo e se contribuirão para o avanço da civilização na mesma medida que outros estudos contribuem.

Essa comparação não é justa. Em um dos casos, o estudante está buscando o seu desenvolvimento espiritual e cultural e o de outras pessoas. No outro caso, está buscando aplicar suas habilidades de maneira prática para ampliar o desenvolvimento de sua existência terrena.

No primeiro caso, o estudante descobre relaxamento, inspiração pessoal e prazer nos seus estudos; enquanto no outro caso, frequentemente sacrifica prazeres e interesses pessoais ao preparar o caminho para uma posição mais bem sucedida na vida. O fato é que muitos estudantes do primeiro caso também são estudantes do segundo, provando assim que uma comparação é impossível, se considerarmos que os estudantes de misticismo são diferentes e fazem parte de uma classe distinta. Estudos mostram que, quanto mais propensão a pessoa tiver para o estudo de qualquer assunto, tanto mais propensão terá para sondar os mistérios da vida e compreender a si mesmo e a sua relação com o universo.

Estatísticas acumuladas ao longo de vários anos provam que o verdadeiro estudante se interessa rapidamente pelos ensinamentos rosacruzes. É dito que uma vez que uma pessoa tenha aprendido o funcionamento de uma língua que não a sua língua natal, se torna potencialmente um linguista pois o conhecimento dessa é uma tentação constante para se adquirir o conhecimento de uma terceira. Tendo adquirido o conhecimento da terceira língua, a quarta, a quinta ou a sexta é prazerosa e simples.

Aquele que tem como passatempo o estudo da astronomia, está pronto para o estudo da cosmogonia e talvez da ontologia e da biologia. Estes estudos levariam naturalmente à psicologia; e a combinação traria o estudante tão próximo dos ensinamentos rosacruzes que responderia imediatamente ao contato.

O estudante de química ou física é facilmente intrigado pelos mistérios do ser ou pelos seus talentos e suas habilidades escondidas. O fato de que existem certas forças e energias no corpo humano que se manifestam em laboratório, de diversas formas, certamente atrai o interesse de qualquer estudante para tais assuntos. É mais difícil gerar interesse pela busca de novos conhecimentos e mais luz, naquele que não é estudante e nem é propenso ao estudo. A mente inativa, que não pensa, não encontra inspiração nem qualquer prazer pessoal no estudo do misticismo e na análise dos poderes físicos e espirituais.

Infelizmente para o mundo, existem inúmeras pessoas que adotam uma atitude de que a vida é um mistério que não pode ser desvendado. Que existem fatos a respeito do homem e de suas capacidades, que Deus não desejava que compreendesse. Muitas dessas pessoas estão satisfeitas com sua posição na vida; no entanto essa não é a verdadeira razão para a sua indiferença. Essas pessoas estão ansiosas por adquirir qualquer coisa na vida que possa ser obtido sem esforço; mas não têm entusiasmo para aquilo que não oferece benefícios materiais imediatos para sua existência mundana.

Entretanto, a pessoa plenamente desperta e voltada para o estudo do misticismo não é necessariamente um fanático ou um extremista. Geralmente é um indivíduo plenamente desperto, aguçadamente consciente que só conseguirá aproveitar o máximo da vida se conhecer o máximo sobre ela. Não precisa ser convencido de que é o capitão do seu navio e o criador do seu próprio destino. O indivíduo ainda pode ter uma certa insegurança a respeito desses fatos, mas está convencido de que um conhecimento mais abrangente e uma compreensão mais íntima de suas habilidades pessoais afetarão o curso da sua vida. Mesmo quando estuda exclusivamente para obter um relaxamento, um estudante assim, acredita que existe uma recompensa mais valiosa do que qualquer tipo de lazer.

Woodrow Wilson (28° presidente dos EUA) admitiu rindo numa ocasião que sistematicamente lia contos policiais, e desafiou homens de negócios e políticos conhecidos que negassem que ocasionalmente se permitiam esses tipos de lazer. Acrescentou ainda que através de um prazer tão simples, percebia suas faculdades mentais sendo desafiadas e vivificadas.

Obter esse mesmo grau de fascinação pelo estudo do misticismo, é possível. Aproximar-se de qualquer manifestação da Lei Cósmica sem sentir o desafio de um mistério, de uma pergunta não resolvida, de um pedacinho de sabedoria inspiradora, é impossível. Frequentemente estive na parte superior de um navio transatlântico, numa noite escura e límpida olhando para o céu. Inconsciente do limite entre o céu e o oceano, divaguei no espaço estrelado, azul escuro, imaginando qual o mistério por trás dos agrupamentos de estrelas e qual o seu propósito no esquema das coisas. Ninguém com uma mente pensante consegue olhar para o espaço e deixar de ficar perplexo, envolto em especulações. Então vem o desejo de saber e de buscar respostas. Essa é a atitude com que milhares se aproximam do misticismo - e do estudo dos ensinamentos rosacruzes.

Qual é o resultado para o indivíduo? Será o resultado a obtenção de uma habilidade especial, de um grau de espiritualidade que faz o indivíduo ser mais devotado? Absolutamente não! Será que esse indivíduo se torna um mestre no campo da religião, um homem santo e sábio liderando e guiando multidões? Não necessariamente! No entanto, algo resulta de seu interesse e de sua devoção que apóia o seu serviço altruístico e a sua disposição de sacrificar-se pela sabedoria e por uma melhor compreensão.

O homem preocupado com um problema insuperável encontra alivio, paz e capacidade para prosseguir no momento que compreende o seu problema. Não é o problema que causa tormento mas, a falta de entendimento dos elementos que o compõem. Na tentativa de explicar a natureza de seus problemas, muitas pessoas descobrem a solução. O homem nunca teme aquilo que conhece; é o desconhecido que lhe causa pavor. Os mistérios da vida escravizam homens e mulheres.

Não é verdade que o místico banha seus problemas com uma falsa pátina* de contentamento. É por compreender as leis do universo que entende a verdadeira natureza dos problemas que enfrenta e percebe sua vida se tornando mais feliz e mais alegre. Não é simplesmente porque aprendeu formas de lidar com os problemas, mas é porque se tornou tão intimamente familiarizado com a verdadeira natureza dos mesmos, que suas características desconhecidas e misteriosas não preocupam mais o lado subconsciente do seu ser. Ama o conhecimento e acredita que está perdido sem ele. As verdades ocultas são atrações magnéticas que ativam sua mente e disparam o seu espírito.

O místico encontra felicidade através do conhecimento e do auxílio que pode prestar a outras pessoas. Encontra força no fato de que pode atrair para si aquilo que contribuirá para seu fortalecimento físico, mental e espiritual. Aprende a valorizar todas as coisas através de critérios mais elevados e valoriza mais a vida material.

No fato de estar consciente e no privilégio de estar vivo, encontra uma bênção mais valiosa do que qualquer coisa que jamais tenha encontrado - em cada bocado de alimento, na luz do sol e na chuva, uma recompensa que outras pessoas não perceberam.

Não os bens materiais, mas a administração das dádivas de Deus lhe pertence, e aprende a usá-las para o proveito das outras pessoas bem como para o seu próprio. É isso que faz o místico feliz e disposto a continuar a investir seu tempo e pensamento nos estudos que aproximam o céu da terra e Deus do homem.




Dr. Harvey Spencer Lewis, F.R.C.




Fonte: Blog "Rosacruzes"
http://rosacruzes.blogspot.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal




(*Pátina é um composto químico que se forma na superfície de um metal. Ela se forma naturalmente, pela exposição aos elementos e ao clima, ou artificialmente, com a adição de produtos químicos por artistas ou metalúrgicos. (Wikipédia))

MEDIUNIDADE LÚCIDA, CONSCIENTE E RESPONSÁVEL

Existem pessoas dotadas de faculdades mediúnicas: elas captam no invisível correntes de forças, imagens, mensagens. Muitos invejam-lhes esse dom, sem terem a menor ideia dos riscos que ele comporta se essas pessoas se limitarem a transmitir mensagens sem se questionarem acerca da origem e da natureza daquilo que assim captaram. Essas comunicações são verídicas? Vêm verdadeiramente do mundo da luz? São questões que se deve colocar a si próprio.

Quem possui faculdades mediúnicas – e cada um, ou mais ou menos, possui algumas que pode desenvolver – deve fazer um verdadeiro trabalho pelo pensamento: um trabalho de lucidez e de purificação. Só assim essas faculdades ditas extrassensoriais serão úteis para si mesmo e para os outros. Até lá, a pessoa será uma espécie de canal, de tubo, que deixa passar indiferentemente a água limpa e a água suja. Mas, no dia em que ela se tornar um médium consciente, será como um ramo de árvore que sabe transformar a seiva que recebe para fazer aparecer folhas, flores e frutos.




Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SÓ SE PODE CHEGAR EM CASA SOZINHO

Na sociedade, existe uma profunda expectativa de que você se comporte exatamente como todos os demais. No momento em que se comporta de forma um pouco diferente, você passa a ser um sujeito estranho, e as pessoas têm muito medo de estranhos.

É por isso que, em qualquer lugar, se há duas pessoas no ônibus, no trem ou paradas no ponto de ônibus, elas não podem ficar sentadas em silêncio — porque em silêncio elas são dois estranhos. Elas começam imediatamente a se apresentar uma a outra — “Quem é você? Para onde está indo? O que você faz, qual é a sua profissão?” Mais um pouco... e elas sossegam; você é outro ser humano sendo exatamente como eles.

As pessoas sempre querem participar de um grupo ao qual se ajustem. No instante em que você se comporta de um jeito um pouco diferente, o grupo todo fica desconfiado; alguma coisa está errada.

Eles conhecem você, podem ver a mudança. Eles o conheciam quando você nunca se aceitava, e agora eles vêem de repente que você se aceita...

Nesta sociedade, ninguém aceita a si mesmo. Todo mundo se condena. Esse é o estilo de vida da sociedade: condenar-se. E, se você não está se condenando, se está se aceitando do jeito que é, você tem que se afastar da sociedade.

E a sociedade não tolera ninguém que saiu do rebanho, porque ela vive de números; é uma política de números. Quando há muitos números, as pessoas se sentem bem. Números grandes fazem com que as pessoas sintam que tem de estar certas - elas não podem estar erradas, milhões de pessoas estão com elas. E, quando ficam sozinhas, grandes dúvidas começam a vir à tona: Ninguém está comigo. O que garante que estou certo?

É por isso que eu digo que, neste mundo, ser um indivíduo é o maior sinal de coragem.

Para ser um indivíduo, é preciso o mais destemido dos treinamentos: “Não importa que o mundo inteiro esteja contra mim. O que importa é que a minha experiência é válida. Eu não me importo com os números, com quantas pessoas estão comigo. Eu me importo com a validade da minha experiência — se estou simplesmente repetindo as palavras de outra pessoa, como um papagaio, ou se a fonte das minhas afirmações é a minha própria experiência. Se é a minha própria experiência, se isso é parte do meu sangue, dos meus ossos, do meu âmago, então o mundo inteiro pode pensar de outro jeito; ainda assim, eu estou certo e eles estão errados. Não importa, não preciso da aprovação deles para sentir que estou certo. Só aqueles que defendem as opiniões de outras pessoas precisam do apoio dos outros.”

Mas é assim que a sociedade humana tem sido até agora. É assim que ela mantém você no rebanho. Se os outros estão tristes, você tem que ficar triste; se sofrem, você tem que sofrer. O que quer que eles sejam, você tem que ser também. Não se permitem diferenças, porque as diferenças acabam levando para o indivíduo, para o único, e a sociedade tem muito medo do indivíduo e da unicidade. Isso significa que alguém ficou independente do grupo, que essa pessoa não dá a mínima para o grupo. Seus deuses, seus templos, seus padres, suas escrituras, tudo ficou sem sentido para ela.

Agora ela tem seu próprio ser e seu próprio jeito, seu próprio estilo — de viver, morrer, celebrar, cantar, dançar. Ela chegou em casa.

E ninguém pode chegar em casa junto com a multidão. Só se pode chegar em casa sozinho.




Osho





Fonte: do livro "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente"
http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

OBSERVAÇÃO DIRETA - APENAS OLHAR

Por que as ideias se enraízam em nossas mentes? Por que os fatos não se tornam importantíssimos, não as ideias? Por que as teorias, ideias, se tornam tão mais significativas do que o fato? É que não podemos compreender o fato, ou não temos a capacidade, ou temos medo de encarar o fato? Assim, ideias, especulações, teorias são meios de fugir do fato. Você pode fugir, pode fazer todos os tipos de coisas; os fatos estão aí: o fato de que a pessoa é irada, o fato de que a pessoa é ambiciosa, o fato de que é sexual, dezenas de coisas. Você pode suprimi-los, pode transmutá-los, que é outra forma de supressão; você pode controlá-los, mas eles são todos suprimidos, controlados, disciplinados com ideias. As ideias não desgastam nossa energia? As ideias não entorpecem a mente? Você pode ser inteligente em especulação, citações; mas, obviamente, é uma mente estúpida que cita, que leu um bocado e cita. Você remove o conflito do oposto com um golpe se viver com o fato e, assim, liberar a energia para enfrentar o fato. Para a maioria de nós, a contradição é um campo em que a mente fica presa. Eu quero fazer isto, e faço uma coisa inteiramente diferente, mas se enfrento o fato de querer fazer isto, não há contradição; e, portanto, com um golpe eu anulo todo o sentido de oposto totalmente, e minha mente fica completamente participante no que é, e na compreensão de o que é. (The Book of Life)

Posso eu olhar todo problema sem a palavra: o problema do medo, o problema do prazer? Porque a palavra cria, gera pensamento; e pensamento é memória, experiência, prazer, e, por isso, um fator de distração. Isto é realmente surpreendentemente simples. Porque é simples, nós desconfiamos. Nós queremos que tudo seja muito complicado, muito elaborado; e o elaborado fica envolvido no perfume das palavras. Se eu puder olhar para uma flor não-verbalmente – e eu posso; qualquer um pode se der suficiente atenção – não posso olhar com essa mesma atenção objetiva não-verbal para os problemas que tenho? Não posso olhar a partir do silêncio, que é não-verbal, sem o mecanismo pensante de prazer e tempo operando? Não posso simplesmente olhar? Eu acho que esse é o X da questão – não abordar da periferia, o que complica a vida tremendamente, mas olhar a vida, com todos os seus complexos problemas de subsistência, sexo, morte, miséria, sofrimento, a agonia de estar tremendamente só – olhar tudo isso sem associação, a partir do silêncio, o que significa sem um centro, sem a palavra que cria reação do pensamento, que é memória e tempo. Eu acho que esse é o problema real, a questão real: se a mente pode olhar a vida em que existe ação imediata, não uma ideia e, então, ação, e eliminar totalmente o conflito. (Collected Works, Vol. XV, 143, Choiceless Awareness)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ALEGRIA E AMOR - O PODER DE VOAR ACIMA DE QUALQUER SITUAÇÃO

Alegria é uma de minhas virtudes originais. Mesmo estando presente, talvez ela esteja coberta de pó. Porém, quando começo a usá-la e experimentá-la, nada me abala mais. A alegria me permite voar acima das situações complexas e me faz vê-las como pequenas trivialidades abaixo de mim, como se eu estivesse observando tudo de um avião. A alegria me permite enfrentar pessoas em estado negativo, não com brigas ou discussões, mas com amor e compreensão, ajudando elas a se libertar de suas próprias cargas. Alegria é poder. (Nícolas Dan Buis)

Alegria é uma mostra sutil dos benefícios da meditação. Pessoas que meditam tem faces alegres. A alegria é um convite silencioso para um mundo de despreocupação e felicidade. Por ser contagiante, é a mais atrativa e efetiva forma de servir os outros. Ciúme e inveja não convivem com a alegria. Grandes mentes são altruístas. Grandes mentes têm grandes corações. Para manter sua alegria absorva apenas as boas qualidades e virtudes dos outros. (Jagdish Chander)

Seja qual for o tipo de trabalho que você faça, o importante é fazê-lo com amor. Sem desejo por nome ou fama. Sem levantar a voz. Sem causar tristeza. Deixar que todos que vierem até você levem consigo algo de bom. Para isso é preciso humildade, generosidade, doçura, educação, paciência e amor. E se você estiver muito ocupado para recebê-los, procure não dar essa sensação. Você pode estar ocupado, mas permaneça leve e tranquilo. (Dadi Janki)




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal