terça-feira, 6 de agosto de 2013

CONDIÇÕES QUE NOS FORAM DADAS

Se cometerdes erros, se não fordes bem-sucedidos naquilo que procurais realizar, nunca acuseis as condições. Mesmo que, aparentemente, tenhais razão quando considerais que elas não são boas, pensai que a vossa opinião talvez não seja impecável. Cada um tem uma ideia do que é bom ou mau para si, mas a Providência tem uma ideia diferente… O mais sensato é, pois, considerar que as condições que nos são dadas são as melhores para a nossa evolução. E, de todo o modo, elas são boas ou más consoante o que fazemos delas. As condições mais favoráveis, se não soubermos utilizá-las, só produzem catástrofes, ao passo que condições adversas, se soubermos utilizá-las, tornam-se as mais benéficas. Não é no momento, mas muito tempo depois, que podemos fazer um juízo sobre as condições que nos foram dadas: quando descobrimos que partido soubemos tirar delas.



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

OBSESSÃO E ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL

A obsessão, como todas as enfermidades, pode ser curada através de tratamentos especializados, mas para se tratar essa enfermidade espiritual, são necessários alguns procedimentos terapêuticos.

De acordo com o Espiritismo, obsessão é a ação persistente que um espírito exerce sobre uma pessoa com o objetivo de causar-lhe sofrimento.

Na Bíblia, particularmente no Novo Testamento, há o relato de vários casos de obsessão – referidos como atormentados, endemoninhados, lunáticos, possessos – curados por Jesus e pelos discípulos.

Pela sua importância, o assunto é muito bem estudado pelo Espiritismo. Vários recursos são empregados na assistência espiritual, ou, como preferem alguns, no tratamento espiritual dos portadores desse transtorno. São eles: estudo e prática do Evangelho, oração, passe e água fluidificada, desobsessão.

O estudo e prática dos ensinamentos evangélicos, feitos com desejo sincero de se melhorar, provocam profundas mudanças no ser humano, enobrecendo os seus sentimentos, pensamentos e ações.

A ação dos espíritos obsessores é facilitada pelas nossas imperfeições morais. Quanto maiores estas, mais vulneráveis nos tornamos ao assédio dos espíritos imperfeitos. A esse respeito escreveu Allan Kardec: “[...] Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o corpo; para isentá-lo da obsessão, é preciso fortificar a alma, pelo que necessário se torna que o obsidiado trabalhe pela sua própria melhoria, o que as mais das vezes, basta para o livrar do obsessor, sem recorrer a terceiros. [...]” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, item 81.)

A água fluidificada é um dos importantes recursos usado na assistência espiritual.

Pensamento positivo, bom ânimo e otimismo são de importância muito grande. Jesus no momento em que dirigia aos discípulos palavras de despedida, encorajou-os: “[...] no mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. (João, 16:33.)

Talvez o Mestre tivesse por objetivo evitar que os discípulos ficassem tristes, ou mesmo deprimidos.

O nosso estado mental torna-se então desfavorável às influências dos espíritos obsessores e favorável à ajuda dos bons espíritos.

A prática do bem, como manifestação do amor, aumenta os nossos méritos e atrai o auxílio dos espíritos elevados. Além disso, favorece a intervenção divina no sentido de abreviar a nossa expiação.

O apóstolo Pedro demonstrou ter entendido bem a misericórdia divina. Na primeira carta aos cristãos, escreveu: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados [...]”. (1 Pedro, 4:8.)

A oração, além de nos proporcionar sensação de paz, força, coragem e aumento da resistência, atrai a assistência dos bons espíritos.

Allan Kardec enfatiza a importância da oração: “Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar de quem haja de atuar sobre o espírito obsessor”. (Op. cit., cap. XXVIII, item 81.)

O passe e a água fluidificada são recursos importantes para livrar o obsidiado dos fluidos negativos do obsessor e envolvê-lo com energias salutares.

Esclarece Allan Kardec: “Nos casos de obsessão grave, o obsidiado se acha como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele”. (Op. cit., cap. XXVIII, item 81.) É importante que o obsidiado deseje a própria cura, que colabore com a força da sua vontade.

Confiança em Deus e renovação íntima são de extrema importância para a recuperação do obsidiado.

Sobre isso, ensina Kardec: “A tarefa se apresenta mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, presta o concurso da sua vontade e da sua prece [...]”. (Idem, ibidem.)

Quando o obsidiado não segue essas orientações, os resultados da assistência espiritual ficam aquém do esperado. Ele corre o risco de permanecer longo tempo tomando passe, melhorando e tendo recaída. Por outro lado, quando se esforça para segui-las, os resultados são altamente positivos.

Não se pode esquecer do trabalho incansável e imperceptível aos olhos humanos, desenvolvido pelos espíritos superiores, em todas as regiões do planeta, com a finalidade de aliviar os portadores de transtornos obsessivos.



Fonte: Revista Internacional de Espiritismo
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ÊXODO

O Gênese (Bereshit, No Princípio), representa, simbolicamente, a "criação" (emanação), a "saída" dos seres de Deus, a "queda" e os caminhos "longe" de Deus. O Êxodo, por sua vez, representa, simbolicamente, o caminho de “retorno” a Deus, a saída do exílio.

Em primeiro lugar, para entendermos o verdadeiro sentido do texto, devemos ter sempre em mente que, conforme nos ensina Rav Mario Meir (Academia de Cabala), o “Egito e Israel não são pontos geográficos no planeta, mas dimensões espirituais - é importante que isso fique bem claro. Podemos estar em qualquer um dos dois neste exato momento. Tudo vai depender da forma com que lidamos com as coisas ao nosso redor, do modelo de vida que adotamos. O estado de exílio é um estado de enfermidade espiritual, a nossa incapacidade de receber a Shechiná (a Presença Divina). Saímos do exílio ao aprender a receber a Luz Espiritual em nossas vidas, ao perceber a unidade em todas as coisas.”

O Livro do Êxodo nos narra que Moisés libertou o povo do jugo egípcio. Êxodo (Shemôt, Nomes) quer dizer “saída” nas línguas greco-latinas. Essa libertação ("saída") não pode ser entendida como algo que ocorreu no passado. O processo de libertação é atemporal. Cada ser humano, através da evolução, vai se desligando do seu "Egito" interior, ou seja, de uma vida egoísta e inferior. Com o tempo e crescimento, depois de uma vida escrava das próprias inferioridades, o ser humano chega à "Israel", à "Canaan", que simboliza uma vida elevada, evoluída e plena de Luz.

Este processo é simbolizado e narrado, como nos diz Z'ev ben Shimon Halevi, numa “jornada através do deserto que duraria 40 anos, ou um ciclo completo de experiência física, psicológica, espiritual e Divina, na qual os israelitas seriam submetidos a uma total transformação. (…) É o progresso do peregrino, de cada homem. A jornada, desde o começo dos tempos, através de todos os mundos e dos seus estágios (…). (Cabala Tolediana)

E o que é ou significa a condição humana de servidão?  É uma vida onde os únicos objetivos são:  comer, trabalhar, dormir, procriar e divertir-se. E mesmo quando procura uma “religião” é somente para obtenção de benefícios pessoais e voltados para a vida material.

Para sair do seu "Egito pessoal" o homem deve, depois de anos de escravidão e servidão a si mesmo como ego, perceber primeiramente que estava vivendo como um mineral, um vegetal e um animal. Precisa humanizar-se, equilibrar-se, deixar de ser reativo em seu comportamento e buscar o significado da vida. Somente assim cada um conseguirá deixar de ser um escravo e cruzar as "águas do Mar Vermelho" pessoal, e rumar à "Canaan", à "Terra Prometida" do Espírito liberto, consciente, evoluído e proativo. Isto se processa individualmente e coletivamente. É a lei da evolução.

O verdadeiro crescimento e evolução espiritual é muito diferente de simplesmente ter afinidade ou gostar de uma tradição espiritual qualquer, de seguir uma cartilha determinada, ou comodamente ler lindas mensagens. Sabe-se que nenhum instrutor desperdiçará seu tempo com pessoas sem um objetivo claro na vida espiritual. Por isto nós nos auto qualificamos ou nós nos auto desqualificamos para a caminhada espiritual. Mas tudo em seu tempo.

Se quisermos sair da escravidão e desenvolvermos nossas potencialidades devemos assumir isto com consciência, disciplina e esforço. Muito lixo psicológico, mágoas, ressentimentos, apegos e tantas coisas da escravidão do "Egito" deverão ser deixadas para trás. O nosso “êxodo” pessoal deverá ser conquistado depois de muita servidão. Pois é na servidão que nos conscientizamos, com o passar do tempo e amadurecimento, que estamos seguindo caminhos obscuros e tortuosos.

Possamos ter olhos abertos ao ler as entrelinhas do Livro do Êxodo e, a partir de suas histórias simbólicas, míticas e ilustrativas, avaliar a que ponto estamos na nossa servidão. Possamos ainda reavaliar se a nossa caminhada espiritual está sendo apenas o seguir uma tradição ou escola, enganados pelo nosso “oponente” interior (ego), que nos faz sentir satisfeitos (acomodados dentro da ilusão), ou estamos realmente conscientes e preparados para uma verdadeira e árdua caminhada e despertar.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Imagem: Acervo de autoria pessoal