quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

O MANTRA E A MONOTONIA


A publicidade moderna muitas vezes apresenta uma característica atraente de seus produtos; uma delas, que é algo novo. É também o caso de produtos familiares que também oferecem algo novo, com uma fórmula melhorada. Como resultado, tendemos a olhar para a novidade como um critério de valor. No entanto, em nossa experiência, muitas vezes nos encontramos em uma rotina entediante. Um dos grandes problemas da vida moderna é que muitas pessoas, por muitos motivos na vida, experimentam um tédio terrível e mórbido.

Para muitas pessoas, à primeira vista, a meditação também lhes parece que, muito em breve, isso se tornaria uma repetição enfadonha. Neste verão eu dei um retiro em um convento na Irlanda e uma das freiras, que tinha ouvido uma palestra sobre meditação e o mantra, disse-me: "Oh pai, eu nunca poderia fazer isso. Não, não, nunca poderia. Deve ser horrível." A compreensão do mantra é totalmente trivial para ela devido à sua repetição entediante. Espero que você tenha começado a meditar, apesar de seus medos, porque com apenas um pouco de experiência em aprender verdadeiramente a dizer o mantra (e esta é a arte da meditação), isso pode fazer você mudar de ideia - compreender a arte da meditação é simplesmente abandonar o mantra em seu coração.

A dificuldade com isso para nós é que sempre queremos estar no controle. É muito difícil para nós, ocidentais, aprender a abandonar o mantra, a deixá-lo ressoar, a cantar em seu coração como uma liberdade gloriosa.



Fr. John Main, OSB




Fonte: do livro "O Coração da Criação", Canterbury Press, 2007
Traduzido para o espanhol por Lucía Gayón, e para o português por este blog.
PERMANECER EN SU AMOR - Coordenadora: Lucía Gayón
www.permanecerensuamor.com
permanecerensuamor@gmail.com
Ixtapa, México
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SAGITÁRIO - SÍMBOLO DA TRANSCENDÊNCIA ESPIRITUAL SOBRE O MATERIAL


O Sagitário é o símbolo do homem que conseguiu que a razão triunfasse sobre as forças obscuras do intelecto. Esta ideia também está expressa na figura mitológica do Centauro, que tem corpo de cavalo e busto de homem. O ser humano é feito de duas naturezas: inferior e superior; não pode ver-se livre da sua natureza inferior, mas deve aprender a dominá-la para a pôr a trabalhar. Aliás, reparai: na própria representação do Centauro ou do Sagitário, o corpo do cavalo está em movimento, correndo. Mas esta corrida tem uma razão, um sentido, está ao serviço de uma ação refletida, expressa pelo arco que o Centauro segura, prestes a lançar a sua flecha. Sabeis o domínio que é preciso ter para atirar com o arco e acertar no alvo. Assim, o Sagitário representa o homem que põe os movimentos da sua natureza inferior – o cavalo a galope – ao serviço de um ideal: a flecha que vai atingir, com exatidão, o seu objetivo.



Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/vectors/sagit%c3%a1rio-assinar-zod%c3%adaco-arqueiro-34256/

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

DESCUBRA QUE SEU CENTRO É A PORTA PARA O CENTRO DE TUDO


Quando alguém começa a meditar, deve ter fé que recitar a palavra (mantra) é uma atividade significativa. Você deve ter fé que o caminho da meditação é em direção à profundidade da compreensão, da profundidade à experiência, o que nos leva a uma convicção pessoal absoluta da realidade na qual estamos enraizados.

Realizamos nosso ato de fé sob a autoridade de uma tradição de que homens e mulheres percorreram esse caminho ao longo dos séculos e o fizeram com generosidade, com amor e fidelidade e que no processo chegaram à compreensão, compaixão e sabedoria.

O chamado para meditar é um convite para parar de levar nossas vidas com base em evidências de segunda mão. É um apelo a cada um para que realizemos a nossa capacidade espiritual e descubramos, por nós próprios, a espantosa riqueza da capacidade humana que está ancorada na realidade divina, no poder da vida divina. E é também um convite para simplesmente estar aberto a esse poder, ser energizado por ele e permitir-nos ser arrastados para as profundezas da própria realidade divina.

O processo experimental é muito importante. Devemos ter cuidado para não nos embriagar apenas com a mensagem, apenas com as boas novas, apenas com as ideias do evangelho. Devemos entrar, provar, ver. E meditação é o processo de entrar, saborear e ver. Dizendo seu mantra todos os dias, reservando um tempo para a meditação, de manhã e à noite, e colocando sua jornada espiritual e realidade espiritual no centro de sua vida - isso é o que é importante.

Essa sabedoria tradicional é compartilhada pelo poeta sufi Attar. Em suas linhas, ele descreve com propriedade o que é a jornada da meditação, por que é importante para cada um de nós entrar em contato com nossa capacidade espiritual: "Átomos perdidos vêm para o seu centro, chegue mais perto e seja o espelho eterno que viu você. Raios que entraram largamente na escuridão, atrás do seu sol, pare".

É disso que se trata a meditação - retornar ao seu centro e descobrir que o seu centro é a porta para o centro de Tudo. E para isso, devemos parar de viver na superfície, devemos ir às profundezas. Jesus o descreve nestas palavras:

"Considere os lírios, como eles crescem; eles não trabalham, nem fiam; mas eu te digo, nem mesmo Salomão em toda a sua glória estava vestido como um deles. E se é assim que Deus veste a grama que hoje está no campo, e amanhã é lançada no forno, quanto mais para vocês, homens de pouca fé? Portanto, não se preocupe com o que comer, nem com o que beber, nem fique ansioso. Por todas essas coisas as pessoas do mundo procuram; mas seu Pai sabe que você precisa dessas coisas. Mas busque o reino de Deus, e todas essas coisas serão adicionadas a você." (Lucas 12: 27-31)

É disso que se trata a meditação, colocar nossa mente no Reino e no Poder de Deus, na Realidade Divina.



Fr. John Main, OSB




Fonte: do livro "O Coração da Criação", Canterbury Press, 2007
Traduzido para o espanhol por Lucía Gayón, e para o português por este blog.
PERMANECER EN SU AMOR - Coordenadora: Lucía Gayón
www.permanecerensuamor.com
permanecerensuamor@gmail.com
Ixtapa, México
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A VERDADEIRA BELEZA DO SER HUMANO


Ainda não sabeis o que é a verdadeira beleza de um ser humano, porque vos deteis na forma. Se essa forma for harmoniosa, poética, exclamais: «Que beleza!» Mas por detrás da forma há mais coisas para conhecer: a expressão, as emanações que vêm do interior do ser, a vida que corre… E se puderdes ir ainda mais além para verdes o espírito desse ser, que vive no Céu, descobrireis uma beleza ainda maior. Mas, na realidade, esse esplendor do espírito não pode ter expressão física, é algo demasiado sutil. A verdadeira beleza não pode ser explicada, é a vida, uma vida que jorra, que emana… Tendes, por exemplo, um diamante no qual vem incidir um raio de Sol e ficais deslumbrados com o brilho das cores que vedes aparecer. A verdadeira beleza é isso. Quanto mais um ser consegue emanar uma tal beleza, mais se aproxima da verdadeira beleza.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SONHOS COM OS PAIS JÁ FALECIDOS


Vamos dormir, e aos poucos caímos em um sono profundo, e no nosso sonho um ser que já morreu está presente. No campo da psicologia, ter esse tipo de sonho pode ser interpretado como a manifestação de um sentimento de culpa, ou de alguma situação incômoda do nosso subconsciente, porém pode-se interpretar que esse falecido era muito amado e estimado por nós ou, pelo contrário, odiado. 

Também pode ser interpretado como se esse falecido quer nos contar ou avisar de algum perigo ao nosso redor. Na verdade, sonhar com alguém que já faleceu não é uma situação muito agradável para algumas pessoas. Os sonhos são geralmente considerados como um reflexo do estado mental, emocional e físico, portanto, essa interpretação deve ser dada pelo sonhador. Mas os especialistas apontam que os sonhos são uma conexão com outros mundos inacessíveis à nossa consciência de vigília, e não é por acaso que os nossos pais, em espírito, apareçam em nossos sonhos nos alertando de perigos ou alegrando-se pelos nossos triunfos.

Mas, que interpretação podemos dar ao sonhar com nossos pais, ou com um deles? Os psicólogos acreditam que sonhar com esses seres tão próximos de nossas vidas é apenas uma manifestação de depressão ou sentimento de culpa. A interpretação da aparição de uma pessoa falecida em nossos sonhos tentando se comunicar conosco, pode fazer parte do nosso crescimento ou também pode se tornar um obstáculo para o desenvolvimento de alguma situação especial em nossa vida.

Mas quais seriam os motivos que trazem um ente querido para os nossos sonhos, pois esses falecidos nos visitam e poderiam ter uma longa conversa conosco? Sonhar com nossos pais falecidos pode conter uma mensagem muito especial. Talvez eles queiram nos dizer que estão bem ou se despedir de nós, ou nos enviar esperança ou mensagens de felicidade. Na maioria dos casos não podemos nos lembrar da mensagem que nos foi dada, por isso, embora não possamos explicar o sonho em palavras, em nossos corações e intuitivamente sabemos o motivo do encontro com nossa mãe ou pai, sendo um sentimento de realidade tão claro que você perceberá que é diferente de um sonho comum.

Uma das coisas mais importantes que precisamos entender em nossos relacionamentos com entes queridos falecidos é que o perdão pode ser a chave para a comunicação entre um ser falecido e o sonhador. E para avançar no seu crescimento pessoal, às vezes essa comunicação com os entes queridos não é para buscar perdão em si mesmo, mas puramente para alcançar a compreensão de algo que aconteceu quando aquela pessoa estava presente fisicamente. Quando isso acontece podem ser sanadas muitas feridas que foram deixadas abertas quando ainda estavam aqui presentes no plano físico.

Eles nos alertam sobre nossa saúde e podem se tornar nossos conselheiros psíquicos para toda a vida. Pais falecidos aparecem muitas vezes em sonhos para transmitir advertências relacionadas a problemas de saúde que possam ocorrer na família. Esses seres falecidos tornam-se muito sensíveis a isto.

Possivelmente uma das explicações mais importantes do porquê de os espíritos aparecerem em nossos sonhos, é que precisamos de sua ajuda e orientação, e eles querem nos ajudar. Por isso devemos interpretar esses sonhos e atender muito bem a sua mensagem.

Estas são apenas algumas das razões pelas quais nossa mãe ou pai aparecem em nossos sonhos. Mas de forma alguma devemos sentir medo, pois eles foram nossos pais na vida material e continuam, de certa maneira, noutra dimensão.



Jorge Gomez




Fonte: Blog Hermandad Blanca 
https://hermandadblanca.org/sabes-lo-significa-sonar-padres-difuntos-padre-fallecido/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/aquarela-retrato-personagem-garota-1020509/

domingo, 19 de dezembro de 2021

MEDITAÇÃO CRISTÃ E CENTRANTE


A Meditação Cristã, juntamente com a Oração Centrante, faz parte da Tradição Contemplativa do Cristianismo. Por "contemplativo" entendemos abertura às consequências de uma prática espiritual mais receptiva.

Creio que falando sobre "contemplação" poderia ser simplista categorizar a prática como ativa ou receptiva, mas esquematicamente essas ideias nos ajudam a compreendê-la.

A repetição do mantra na Meditação Cristã remete à opção por uma atitude de humildade mesmo diante uma experiência contemplativa, ou um cuidado com o que poderia soar como presunção de nossa parte diante do Sagrado. Mas é importante considerar que, na nossa humanidade, talvez seja melhor pecar por humildade do que por "orgulho espiritual" - um pecado comum na vida mística, uma preocupação constante na literatura mística antiga.

Interessante por outro lado, Dom John Main, OSB (quem resgatou a Meditação Cristã), em seu livro "O Momento de Cristo", Ed. Paulus, p. 78, escreveu: "Nada há de passivo na meditação. Ela é um estado de crescimento e de aprofundamento da abertura para a fonte de energia de toda a realidade, que só podemos descrever adequadamente com palavras como: Deus-que-é-amor. A meta de nossa vida - bem como o convite que lhe é feito - corresponde a nada menos do que uma união completa, plena harmonia com a fonte de energia e de poder."

A Oração Centrante é um método de oração silenciosa (meditação) que pode levar à contemplação. Foi resgatado pelo padre William Meninger, O.C.S.O., monge trapista norte-americano por volta de 1970, a partir do livro do autor anônimo do século XVI, "A Nuvem do Não-Saber". Da mesma forma, vem da tradição hesicasta dos Padres do deserto. Juntamente com D. Thomas Keating e o falecido, em 2005, D. Basil Pennington, também trapista, realizam no mundo inteiro um grande trabalho de divulgação, sendo muito praticada atualmente, em vários países. Thomas Keating criou a organização "Contemplative Outreach", para divulgá-la.

Escolhe-se uma "palavra sagrada" ou uma "palavra de amor" como símbolo de sua intenção e consentimento de estar na Presença de Deus por vinte minutos. Sentado numa posição confortável, costas eretas, de preferência num lugar onde se possa permanecer sem ser perturbado, o orante fecha os olhos, e, mentalmente, tenta guardar esta palavra no coração. A cada vez que se perceber com sua atenção em outra coisa, simplesmente retorne à sua intenção original, de estar na presença de Deus.

Como podem ver, a Oração Centrante e a Meditação Cristã são "meio-irmãs". A diferença básica é que na Oração Centrante o "Mantra" chama-se "Palavra Sagrada" ou "Palavra de Amor" e NÃO é repetida incessantemente, como na Meditação Cristã. Repetimos a Palavra Sagrada quando nos percebemos com nossa atenção em alguma coisa, que não seja a Presença de Deus. Então voltamos a ela para reafirmar nossa INTENÇÃO de permanecer diante do Senhor. Ela também representa nosso CONSENTIMENTO à SUA ação em nós. Enquanto a Oração Centrante é receptiva, a Meditação Cristã é uma forma ativa de meditar.

Cada pessoa se sentirá atraída por esta ou aquela maneira de orar. Uns procurarão a linha Inaciana, outros a Oração Centrante, uns a Meditação Cristã, outros o Terço ou Rosário, sim, pois pode-se chegar à contemplação rezando-se um simples rosário. O importante é que nunca deixemos de buscar...


Texto sintetizado e adaptado



Fontes: Meditação Cristã e Oração/Meditação Centrante
http://www.oracaocentrante.org/
https://www.meditacaocrista.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/orar-est%c3%a1tua-de-buda-rezar-a-medida-5183164/

O EGO É A SOMBRA DO EU


Ninguém pode matar o ego, porque o ego não existe. Ele é uma sombra - não se pode matar uma sombra.

Mesmo lutar com uma sombra é tolice, você será derrotado - não porque a sombra seja muito poderosa, mas porque ela não existe. Se você começar a lutar com uma sombra, como poderá vencer? Ela é inexistente, e assim é o ego.

O ego é a sombra do eu. Assim como o corpo cria uma sombra, o eu também cria uma sombra. Não se pode lutar contra ela e não se pode matá-la; na verdade, quem deseja matá-la é o próprio ego.

Você pode somente entender. Se você desejar matar a sombra, traga luz, e a sombra desaparecerá; traga mais percepção, e o ego desaparecerá.



Osho




Fonte: "Osho Todos os dias", Versus Ed., 17ª ed.
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/mulher-moda-modelo-garota-mulheres-5864279/

sábado, 18 de dezembro de 2021

ASCÉTICA DE PERCEPÇÃO

O alimento que você dá à mente é tão importante quanto o alimento que você dá ao corpo. Ainda mais. Você sabe do que a mente se alimenta? De percepções. Tudo o que você percebe é a alimentação. E isso com que a alma* é nutrida, então deve ser digerido e assimilado. Você sabe como é digerido o alimento que o psiquismo ingeriu? Vagando. Pensamentos errantes, aquele murmúrio ou ruminação constante que costumamos chamar de "diálogo interno", é o ruído digestivo do que entrou pela percepção.

Portanto, para acessar uma oração cada vez mais silenciosa e profunda ou de tipo contemplativo, não é necessário apenas dominar uma determinada técnica ou método com precisão, mas acima de tudo, fazer uma dieta mental ou jejum espiritual. Reduza a quantidade e variedade de estímulos aos quais estamos expostos e, claro, zele pela sua qualidade. Imagine que você come muito, o tempo todo e comidas pesadas que são difíceis de digerir e muitas delas estragadas... em pouco tempo você acaba gravemente doente e com um tremendo ataque de fígado.

Não é surpreendente que estejamos tão mal emocionalmente, vivendo confusos ou desnorteados e que a angústia e a inquietação sejam a norma geral na vida das pessoas. Guardar a mente envolve todo um ascetismo de percepção. Nada complicado, pelo contrário, requer uma grande simplificação, uma tarefa de limpeza e despojamento. Quando você vai a uma casa que está fechada há muito tempo e tem sido usada como depósito de lixo, o que você faz? Você abre as janelas e deixa a luz e o ar entrarem (isto é compreensão e clareza de propósito) e então pacientemente leva tudo para fora, para que possa varrer e remover teias de aranha e depósitos de sujeira. Você pode até precisar lixar e pintar as paredes; polir pisos e higienizar. Com a mente, precisamos de algo semelhante. A oração, a meditação e as diferentes formas de elevação espiritual requerem simultaneamente esta tarefa de sobriedade na vida quotidiana, (nepsis) de vigilância com um olhar atento ao que vemos, ao que ouvimos, e das atividades em que estamos envolvidos.

Mas para que isso seja possível, devemos ter um forte desejo de unificação interior e ser claros sobre o que é realmente importante para nós. Sabendo o que queremos, ou seja: uma paz de coração que não depende das mudanças das circunstâncias da vida, nos voltamos para Deus como a única fonte de estabilidade e contentamento. Iniciamos assim a peregrinação rumo à oração incessante, a esse modo de ser e estar na sua Presença. Olhando atentamente para este propósito, que é especificado a partir deste momento, é mais fácil para nós separar o joio do trigo no que diz respeito à percepção.


* Na concepção tripartida do ser humano, típica dos pais de Filocalía, mente, psiquismo, alma e ego são termos equivalentes.



Texto próprio do blog El Santo Nombre




Fonte: Blog "El Santo Nombre"
https://elsantonombre.org/2021/12/09/ascetica-de-la-percepcion/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O ANJO SOLAR - AGNISHVATTA


[...] As almas do grupo foram transcendidas e os homens animais já possuíam uma alma individual. A opção humana diante da vida universal que o cercava foi a partir daquele momento uma: estabelecer contato com o Anjo Solar (AGNISHVATTA) de sua vida e inspirador e diretor de seu destino cármico. Foi uma obra que deveria durar milhões de anos e por apenas alguns séculos a ideia do Anjo Solar foi forte o suficiente na consciência dos homens para inspirar internamente indicações de eternidade. Agora o Mistério da Divindade é destacado ao extremo de mostrar ao espírito investigador do homem um objetivo único e definido, o reconhecimento de sua divindade transcendente simbolizada no grande AGNISHVATTA, o Anjo Solar ou o Anjo da Presença que sempre existiu a glória e luz e seu destino.

Ficamos imaginando: O que é a Alma Grupo? Agora devemos nos perguntar: Quem é o anjo solar? Evidentemente, foi essa gloriosa expressão do amor divino que elevou o homem animal à categoria de ser humano. Se pudermos resolver o desconhecido que cerca a Vida deste Avatar celestial, talvez tenhamos resolvido de uma vez por todas o enigma do coração do homem, centrado na tríplice questão: Quem sou eu? De onde venho? Para onde vou?, que constitui o impulso secreto que constantemente o eleva às alturas espirituais eternas.

O Anjo Solar é um tipo especial de AGNISHVATTA treinado na suprema arte da transmissão da luz. Ele procede, como nos é dito esotericamente, dos planos cósmicos da Mente Divina e tem grande poder sobre a vida humana no sentido de que, em virtude de uma decisão solene e sacrifício indescritível de sua parte, ele determinou conectar sua radiante Vida de Adepto com a pequena vida de um homem animal a fim de equipá-lo com uma mente e elevá-lo acima do nível de atividade das Almas em Grupo. O processo de INDIVIDUALIZAÇÃO é profundamente místico e corresponde a uma evolução natural da Vida de Deus através de cada um dos Reinos da Natureza. Aparentemente, houve um processo, tecnicamente descrito como ABSORÇÃO, por meio do qual as almas animais que haviam alcançado um certo estágio definido de evolução dentro de suas Almas Grupo particulares sentiram-se elevadas e em uníssono emitiram uma nota invocativa clara e poderosa.

Diz-se que os Anjos Solares responderam ao seu "conjuro", aqueles que, segundo a tradição esotérica, "... esperavam por este momento há muito tempo."

É necessário tentar explicar, ainda que brevemente, a parte desse Mistério universal que dita tradição permitiu chegar até nós: "Há cerca de dezoito milhões de anos a vida do planeta Terra registrou um acontecimento espiritual de consequências de longo alcance. O Logos do nosso Universo, impulsionado por razões cósmicas que escapam completamente à compreensão humana, ele decidiu acelerar o movimento espiritual evolucionário de nosso mundo. Como efeito dessa decisão universal, uma Entidade espiritual muito poderosa desceu à Terra de Vênus, que é conhecida esotericamente como SANAT KUMARA e mais familiarmente como o SENHOR DO MUNDO, trouxe consigo outras altas Entidades que constituíam seu grupo de discípulos naquele planeta e ao afetar seu poder na aura etérica de nosso mundo, Ele causou alguns eventos principais:

a) No Reino Mineral, alguns dos elementos químicos que constituíam a base da substância naquele reino receberam um impulso adicional e tornaram-se radioativos, o que facilitou a entrada de muitas unidades de consciência deste reino no Reino das Plantas. A radioatividade, como é cientificamente conhecida, vem dessa época.

b) Uma misteriosa mudança química também ocorreu no reino vegetal que desenvolveu poderosamente sua sensibilidade e levou à passagem de muitas unidades de vida deste reino para o reino animal.

c) No Reino Animal, o centro cerebral instintivo rudimentar alojado na região do plexo solar recebeu um tremendo impulso espiritual e foi criada uma linha de luz ou energia que conectava esse centro a um certo ponto da cabeça. Consequentemente, muitos animais endireitaram a coluna e conseguiram ficar de pé verticalmente na horizontalidade do solo. O centro kundalini, que até então havia desenvolvido apenas três pétalas, desenvolveu a quarta e a base da coluna vertebral passou a funcionar como o centro espiritual e vital da vida de um novo tipo de evolução planetária.

d) Como consequência desse trabalho preliminar no Reino Animal, ocorreu o maravilhoso evento que transformou o homem animal em ser humano. Alguns poderosos Anjos da linhagem dos AGNISHVATTAS, os Anjos Solares, vindos do quinto Plano Cósmico, a MENTE DE DEUS, decidiram intervir voluntariamente na obra da Divindade com relação ao planeta Terra e por meio de um ato supremo de indescritível sacrifício "eles uniram a Luz de Sua Vida radiante" com a luz incipiente que trêmula emergia do cérebro dos homens animais. Graças a esse derramamento poderoso e santificado de energia divina, eles se tornaram seres humanos. É assim, através de um processo de vida essencialmente angelical, fruto do amor e da disponibilidade para o sacrifício, que o Quarto Reino da natureza, a Humanidade, a raça dos homens emergiu das entranhas místicas do planeta.

Nenhuma conjectura pode ser feita sobre a misteriosa essência dos Anjos Solares, das CRIANÇAS DA MENTE - como eles são esotericamente definidos. Há apenas um fato essencial a ter em mente. A sua vontade, o seu amor e o seu sacrifício pela humanidade exigem do homem atos de vontade, amor e sacrifício na sua medida equivalente, tendo em conta que depende unicamente da libertação do pacto de sacrifício do Anjo Solar em favor da humanidade e exclusivamente no ser humano.

Lendo nos anais akáshicos o mistério da vida dos Anjos Solares, pode-se ver refletido nos éteres imortais as condições sublimes às quais cada Anjo Solar submeteu seu pacto inquebrável à Divindade e à Raça dos homens: "... NÃO VOU ABANDONAR O SER HUMANO ATÉ QUE ME PERCEBE COMO CENTRO DE SUA VIDA E SE DIRIJA A MIM COM DEVOÇÃO E GRATIDÃO, DOTADO COM UM IDÊNTICO AMOR, VONTADE E SACRIFÍCIO A FAVOR DE SEUS IRMÃOS DE TODOS OS REINOS, ASSIM COMO EU, O FILHO DA MENTE, O DEMONSTREI ATRAVÉS DAS IDADES."

A suprema promessa ou aliança de cada anjo solar foi invariavelmente cumprida. Portanto, é o homem que possui inteligência suficiente que deve agora cumprir a parte do pacto solar que lhe corresponde. Ele deve fazer contato consciente com o Anjo Solar de sua vida, tê-lo constante e invariavelmente como o objetivo de todas as suas ações e aproximar-se dele a ponto de participar da glória de Sua Vida, "tomar seu lugar e substituí-lo nas suas funções causais" para que Ele possa retornar à sua pátria celestial. Àquela pátria nirvânica da qual esteve ausente por longos ciclos de tempo para cumprir uma dívida de amor, vontade e sacrifício que contraíra para o bem da Humanidade e como eco supremo da Vontade de Deus.




Vicente Beltran Anglada




Fonte: http://trabajadoresdelaluz.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/berlim-e-coluna-da-vit%c3%b3ria-anjos-3592866/

ESTADOS DE ESPÍRITO E ENFERMIDADES


Assim que vos colocais num estado de harmonia, começa a desencadear-se no vosso organismo uma série de reações químicas e os processos fisiológicos desenrolam-se mais corretamente.

Há que tentar experimentar o poder do espírito, o poder da alma, do pensamento e do sentimento sobre o corpo.

Há muitas pessoas que ficam “avariadas” porque não param de alimentar em si sentimentos caóticos!

Não compreenderam que esses sentimentos têm um grande poder e que está destruindo-as, e continuarão procurando fora, noutros domínios, a causa das suas doenças.

Devem compreender, finalmente, que são os seus sentimentos que as tornam doentes, e não continuar a alimentá-los.

Que tenham ao menos a ideia de alimentar bons sentimentos para se restabelecerem!



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

FIQUE EM SILÊNCIO - O PERDÃO


A verdade é que o perdão é uma necessidade básica, e realmente o perdão não é uma decisão mental adequada, mas sim um dom do coração. Quantas vezes alguém quer perdoar e não consegue, quantas vezes alguém quer perdoar, mas não tem disponível esse entendimento! […]

A essência de Deus é perdoar. É sempre surpreendente ver Jesus na hora de sua morte. Quando ele se sente e se vê realmente atormentado, injustamente assassinado, eliminado... é surpreendente ver que, naquele momento, o perdão ainda brota nele, e não a vingança: "Perdoem, eles não sabem o que estão fazendo". [...] É por isso que uma das características que temos no nosso interior é a capacidade de perdoar. Nossa mente não perdoa, nossa sensibilidade também não... só o coração pode fazê-lo. […]

Não se aprende a perdoar se não for no silêncio..., se não for entrando no coração. Perdoar significa dar, dar super abundantemente, dar sem limites; e isso não é uma questão de mente ou decisão da vontade. O perdão surge de dentro porque só de dentro pode ser dado, só quando estamos no coração podemos dar: dar compreensão, carinho, reconhecimento, aceitação. O ego não sabe dar, o ego só sabe tomar, o ego só sabe possuir, o ego só sabe tomar posse de algo. Só a partir do nosso interior é que aprendemos a dar. Só o coração dá... Dentro está a presença do amor e a presença do infinito. […]

Deixe o perdão fluir no silêncio. Mais do que se propor a perdoar, é suficiente calar-se porque, hora após hora, no silêncio, o coração se abrirá e dele sairá o amor, o amor que aos poucos se derramará ao nosso redor e iremos derramar compreensão, tolerância, não agressividade, não violência. Deixe o coração se abrir em silêncio e simplesmente derramar amor.



Fr. José Fernández Moratiel, O.P.




Fonte: DOMINICOS
https://www.dominicos.org/espiritualidad/escuela-del-silencio/
Via: Blog EL SANTO NOMBRE
https://elsantonombre.org/2021/12/16/quedarse-en-silencio/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

A VIDA É FEITA DE TROCAS


Aquilo a que chamamos “vida” não é outra coisa senão o resultado das trocas que nós fazemos com a natureza. A vida é toda feita de trocas. As manifestações mais evidentes disso são a alimentação e a respiração, e, se estas trocas forem impedidas, segue-se o enfraquecimento, a doença e a morte. Mas as trocas que é preciso fazer para viver não se limitam a alimentar-se e a respirar. Ou antes, pode dizer-se que elas consistem em alimentar-se, mas não unicamente no plano físico. Respirar é também uma maneira de se alimentar. A nutrição é o símbolo das trocas que nós fazemos com as diferentes regiões do universo para alimentar não só o corpo físico, mas também os nossos corpos sutis: os corpos etérico, astral, mental, causal, búdico e átmico. Quando compreenderdes como é possível encontrar nas diferentes regiões do espaço o alimento que convém aos vossos diferentes corpos, sentireis o universo como uma imensa sinfonia. Mas é preciso que comeceis por restabelecer as comunicações para que as correntes de energia possam circular entre o universo e vós, e o restabelecimento dessas comunicações só pode ser feito com um trabalho do pensamento.



Omraam Mikhael Aivanhov




Fonte: Fascículo nº 4 - O HOMEM NO ORGANISMO CÓSMICO - Cap. 9 - 1ª parte
https://publicacoesmaitreya.pt/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DEPENDÊNCIA DO SISTEMA


"Você precisa entender: a maioria das pessoas não está preparada para despertar. E muitas delas estão tão inertes, tão desesperadamente dependentes do sistema, que irão lutar com todas as suas forças para protegê-lo".



Morpheus, em Matrix



Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/matriz-comunica%c3%a7%c3%a3o-programas-pc-2953869/

O AMOR DIVINO NO MAIS PROFUNDO INTERIOR HUMANO


São João da Cruz explica, detalhadamente, como a alma deve se comportar para aceitar esse grande dom de Deus e fazer uso dele sem estragar a obra divina. É muito importante ter orientação e instrução adequadas nos caminhos da oração contemplativa. De outro modo, seria quase impossível evitar erros e obstáculos. A razão para isso é que, independentemente de quão boas sejam as intenções da alma, a insensibilidade e a incompetência que lhe são naturais impedem-na de perceber plenamente o significado da delicada operação realizada pelo Amor Divino em seu mais profundo interior. Ela está, assim, impedida de cooperar com a ação divina.

A coisa mais importante de todas é alcançar alguma percepção do que Deus está realizando em nossa alma. Aprender o tremendo valor dessa obscura luz da fé, que às vezes nos crucifica e escurece e esvazia a mente de todas as convicções naturais e leva a alma a domínios desconhecidos, para então conduzi-la ao limiar de um verdadeiro contato experimental com o Deus vivo. São João da Cruz não hesita em dizer que as trevas são causadas pela presença de Deus no intelecto, cegando nossas potências finitas pelo brilho de sua realidade e verdade infinita.



Fr. Thomas Merton, OSB




Fonte: do livro  "A Experiência Interior", Martins Fontes, 2007) p. 137
Via: Associação Thomas Merton - https://merton.org.br/
Fonte da Gravura: https://www.cathopic.com/search/juan%20de%20la%20cruz

SERÁ QUE TUDO É SOFRIMENTO?


"Buda somente quer que nós reconheçamos o sofrimento quando o mesmo estiver presente."

Se não estivermos atentos à forma como praticamos, podemos ficar propensos a transformar as palavras do nosso professor numa doutrina ou ideologia.

Como Buda disse que a Primeira Nobre Verdade é o sofrimento, muitos bons alunos dele usaram suas habilidades para provar que, na Terra, tudo é sofrimento. A teoria dos Três Tipos de Sofrimento foi uma dessas tentativas. Não é um ensinamento de Buda.

O primeiro tipo de sofrimento é “a dor do sofrimento” (dukkha dukkhata), o sofrimento associado a sentimentos desagradáveis, como a dor de dente, a dor de perder a calma, ou a dor de sentir muito frio num dia de inverno.

O segundo tipo de sofrimento é “o sofrimento de coisas compostas” (samskara dukkhata). Tudo o que se junta tem que, eventualmente, se separar; portanto, todos os fenômenos compostos são descritos como sendo sofrimento. Mesmo aqueles fenômenos que ainda não se decompuseram, como as montanhas, os rios e o sol, são vistos como sofrimento, pois irão eventualmente se decompor um dia e causar sofrimento. Quando você acredita que todo fenômeno composto é sofrimento, como pode encontrar alegria?

O terceiro é “o sofrimento associado à mudança” (viparinama dukkhata). O nosso fígado pode estar hoje em boas condições, mas quando envelhecer vai nos causar sofrimento. Sendo assim, não há motivo para celebrar a alegria, uma vez que, mais cedo ou mais tarde, a mesma se transformará em sofrimento.

O sofrimento é uma nuvem negra envolvendo tudo. Alegria é uma ilusão. Somente o sofrimento é real.

Ao lermos isso, poderíamos pensar que Buda estivesse nos oferecendo a teoria de que “todos os fenômenos são sofrimento”, que devemos prová-la em nossa vida diária.

Mas em outras partes dos mesmos sutras, está dito que Buda somente quer que nós reconheçamos o sofrimento quando o mesmo estiver presente, e que reconheçamos a alegria quando o sofrimento estiver ausente.



Thich Nhat Hanh




Fonte: do livro "A Essência dos ensinamentos de Buda"
Via: Sobre Budismo - Sabedoria budista para o cotidiano
https://sobrebudismo.com.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/buda-medita%c3%a7%c3%a3o-ioga-espiritual-paz-6798082/

domingo, 12 de dezembro de 2021

HISTÓRIA INTERNA E EXTERNA DA HUMANIDADE


A história da humanidade tem sido confundida com a das realizações externas do ser humano. Seus feitos externos são exaltados em todos os níveis e de várias formas distintas.

A história da humanidade é a história da evolução do espírito e esta abrange também suas conquistas interiores, seu amadurecimento nas relações, sua compreensão sobre si mesmo, sua capacidade de entender-se, de compreensão da Vida e de exploração do Universo à sua volta.

Não podemos desprezar essa outra parte nem achar que a civilização cresceu e se desenvolveu porque a tecnologia alcançou horizontes largos em pouco tempo. Não podemos esquecer que o ser humano que fabrica o chip é o mesmo que mata seu semelhante por motivos fúteis. Não há necessariamente evolução interna só porque a houve externamente.

Certamente que a civilização está caminhando para a busca do espírito, tendo em vista o esgotamento temporário de sua procura externa. Os insucessos externos juntamente com as conquistas a farão voltar-se para si mesmo. É necessário avançarmos na direção do espírito e na busca da superação dos próprios limites de percepção.

Entender-se espírito é tão ou mais importante quanto perceber o espírito. Independentemente das conceituações expressas ao longo da história do ser humano e das definições que foram dadas sobre ele mesmo, há que se considerar a maravilha que é sua realidade e a beleza de sua existência. Acima de tudo e de todas as concepções sobre o ser humano, ele é a alma de Deus.



Adenáuer Marcos Ferraz de Novaes




Fonte: do livro "Psicologia do Espírito", 1ª.ed., 2000
Fundação Lar Harmonia - Salvador Bahia
www.larharmonia.org.br
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/prote%c3%a7%c3%a3o-ambiental-meio-ambiente-683437/

A REENCARNAÇÃO COMO TEORIA DA EVOLUÇÃO DA ALMA


Neste ponto da estrada, o conceito de Reencarnação, ou sua teoria, não é algo inteiramente novo para nós; na verdade, com certeza, muitos de nós nascemos com essa ideia tão clara que não precisamos de muitas explicações para entendê-la e aceitá-la como verdadeira.

Frequentemente, nos deparamos com descrentes, cujo principal argumento de reputação é que a ciência moderna, com tudo o que avançou, ainda não encontrou uma maneira de comprovar essa teoria, e se blindam, diante da possibilidade de realidades que não podem ser percebidas pelos sentidos.

Nós outros, continuamos com a intenção de permitir que o desconhecido se mostre, em devido tempo, sem ter problemas do que os outros possam pensar.


ABERTURA DA MENTE

A capacidade de algumas pessoas de ter uma mente aberta é considerada um sinal de evolução. Saber que existem realidades que ainda não somos capazes de ver, ouvir, sentir ... é uma qualidade mental lógica, intelectual e analítica.

Podemos citar ondas de rádio (ondas hertzianas) que viajam pelo ar, sem serem apreciadas pelo olho humano, ou linhas de Hartmann, linhas de Curry etc., como exemplos da existência de fenômenos, imperceptíveis para nós que, se não tivéssemos dispositivos que os detectam, nunca saberíamos de sua presença.


NATUREZA E EVOLUÇÃO

O princípio da reencarnação é baseado na teoria da evolução. Algo tão básico e fácil de observar que nos é mostrado pela própria natureza.

Se olharmos ao nosso redor, perceberemos a evolução por qual passam todas as espécies, do nascimento à vida adulta e a forma como estão se transformando, se desenvolvendo e aprendendo, a partir das experiências vividas.

Para a filosofia esotérica, a explicação dessa crença é a seguinte: "a vida é uma existência única, de duração ilimitada, com períodos alternados de atividade e descanso (comumente chamados de vida e morte), que consiste na passagem de uma forma a outra, à medida que se desenvolve e está armazenando a experiência adquirida durante a viagem."

Em contraposição, haveria a ideia de que as almas, sem passado por trás delas, emergem subitamente à existência, do "não ser", com particularidades mentais e morais, ou com traços físicos e raciais específicos.

Ou seja, cada alma é uma nova criação, feita quando a criança nasce, "marcada" por tendências virtuosas ou viciosas, dotada de habilidade ou falta de jeito, pelo capricho arbitrário de seu criador.


COM SERES EMERGENTES DE NENHUMA PARTE, NOSSO MUNDO SERIA CAOS

Essa ideia nos mostraria um caos e um absurdo que não se manifestam, nem mesmo nas "regiões inferiores" do nosso cosmos, uma vez que essas regiões são belas e ordenadas obras da natureza.

Mas, graças ao fato de estarmos rodeados de almas muito avançadas e que nasceram com nobres qualidades mentais e morais, podemos perceber que seria impossível chegar do nada, com um estado de evolução tão elevado, de repente.

É lógico pensar que essas almas evoluíram em outros mundos, antes de seu "único" nascimento neste.


O PROCESSO

Para explicar o processo, tomaremos como exemplo uma pessoa que está nos últimos momentos de uma de suas vidas na Terra. Essa pessoa passa pela morte física e, uma após a outra, perde os vínculos com seus diferentes corpos: físico, astral e mental. Estes se "desintegram" completamente e suas partículas são remisturadas com os materiais de seus diferentes planos.

A relação dessa pessoa com o seu veículo físico é completamente interrompida e terminada, mas os corpos astral e mental permanecem "à disposição" dessa alma, como sementes das qualidades e faculdades, resultantes das atividades desta última vida terrestre, e eles permanecerão armazenados em seu corpo causal.


SEMENTES PERMANECEM ARMAZENADAS NO CORPO CAUSAL

Essas faculdades surgirão, no novo estágio da vida na Terra, dessa alma.

Este processo se repete a cada vez que ela tem que reencarnar, de forma que cada vez que renasce na Terra, essa alma evolui um pouco mais, pois muitos aspectos do personagem terão sido “conquistados” por ele e ele vai refinar seu ser até que ele consiga não precisar de mais reencarnações (depois de muitos retornos).


ESTE TRABALHO ENVOLVE A AÇÃO DO KARMA

Cada vez que a alma reencarnou na Terra e aprendeu e evoluiu, também criou vínculos e responsabilidades com outras pessoas (outras almas). Ele terá agido correta e incorretamente, com boa e má vontade, fazendo mal ou fazendo o bem.

Todas essas ações formarão um Karma, que então será utilizado para trabalhar e melhorar o comportamento do indivíduo que se elevará numa espécie de "escala de evolução".

Por todo o Karma que se gera, com diferentes pessoas e em diferentes situações, fica clara a necessidade de muitas reencarnações para se aprender a partir das vivências.


POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS?

A dificuldade da memória não está no esquecimento (faculdade mental), pois o corpo físico nunca passou pelas vidas anteriores de seu dono; em vez disso, reside na capacidade de absorção do corpo presente em seu ambiente atual e em sua rude falta de sensibilidade às delicadas "altas vibrações da Alma".

Quem quer se lembrar do passado tem que purificar e refinar o corpo, até poder receber as impressões das "esferas" mais sutis.

Para as pessoas que adquiriram a necessária sensibilidade do corpo físico, a Reencarnação deixa de ser uma teoria e passa a ser uma questão de conhecimento pessoal.



Angélica Chouciño



Referência bibliográfica: "A Sabedoria Antiga",  Annie Besant



Fonte: https://hermandadblanca.org/la-reencarnacion-como-teoria-de-la-evolucion-del-alma/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/casulos-larva-larvas-329089/

SUPERFÍCIE E PROFUNDIDADE


Uma das grandes verdades que encontramos na sabedoria tradicional em quase todas as tradições é que temos que descobrir nossa realidade interior. O problema para todos nós é que vivemos nossas vidas com base na experiência de outras pessoas, não vivemos nossas vidas plenamente, ou seja, as vivemos de segunda mão.

Para conseguir isso, temos que ir além da superfície das coisas. Não podemos viver nossas vidas nos encontrando em uma realidade em uma dimensão dupla. O Tao Te Ching coloca desta forma: "O verdadeiro homem real reside no que é real, não na superfície."

O que é real é a estrutura interna, a realidade interna. Esta é, creio eu, uma lei geral da condição humana que, para compreender o universo, temos que compreender a nós mesmos. Para valorizar o cosmos, temos que nos valorizar. Só assim podemos nos compreender e nos valorizar que nos permitirá transcender, ir além de nós mesmos; nas palavras de Jesus "renunciamos a nós mesmos".

O caminho da meditação é um caminho profundo, que é profundo tanto em sua compreensão quanto em seu ser. Não é um caminho, principalmente, feito por meio de análise ou reflexão. Primeiro temos que ter algo real, em primeira mão, para analisar ou refletir. O caminho da meditação nos convida principalmente ao silêncio, à quietude e à reverência nas profundezas de nosso ser.



Fr. John Main, OSB




Fonte: do livro "O Coração da Criação", Canterbury Press, 2007
Traduzido para o espanhol por Lucía Gayón, e para o português por este blog.
PERMANECER EN SU AMOR - Coordenadora: Lucía Gayón
www.permanecerensuamor.com
permanecerensuamor@gmail.com
Ixtapa, México
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

INTERVENÇÃO DAS FORÇAS CÓSMICAS


Há quem pergunte porque é que o Céu não decide intervir para mudar o mundo.

Ele pode fazê-lo, claro, mas sem o consentimento e a boa vontade dos humanos será inútil: eles não compreenderão, não apreciarão e depressa destruirão essa ordem instalada pelo Céu.

Se, pelo contrário, vier deles o desejo de mudança, se por causa daquilo que sofreram, das lições que receberam, quiserem realmente melhorar o estado das coisas, o mundo invisível desencadeará outras forças, outras correntes, outras energias, e aí é que ocorrerão verdadeiras mudanças.

Mas o impulso deve vir dos humanos, eles devem decidir em conjunto trabalhar para obter a intervenção das forças cósmicas.

Se não insistirem, nada acontecerá.

As Inteligências sublimes nunca decidirão imiscuir-se nos assuntos dos humanos se eles próprios não o solicitarem.



Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

O MANTRA NOS ANCORA ATÉ A PROFUNDIDADE DE NOSSO SER


Parte do problema em responder ao "chamado" é que estamos sempre analisando a superfície na esperança de chegar à profundidade do entendimento como resultado de um julgamento superficial. Nosso entendimento é comumente um mero reflexo da superfície. Mas só podemos entender a superfície se viajarmos profundo. O que a jornada requer principalmente é nossa simplicidade. Também requer de nós nossa fé e nossa lealdade constante.

A meditação é um processo simples de fé no qual entramos em nossa realidade interior. O extraordinário deste processo é que, ao entrarmos em nosso interior, entramos em contato com a estrutura essencial de todo ser, de toda realidade. Somos habitualmente descuidados no uso de palavras como: Deus, verdade, ser e realidade porque muitas vezes não são palavras que brotam de dentro de nós. Um grande motivo para a ansiedade que muitas pessoas sentem vem do fato de que grande parte de suas vidas se manifesta no fato de viverem agarrando-se a uma realidade de segunda mão. Muitas vezes, o contato é feito apenas por meio de palavras.

O processo de meditação exige simplicidade. Cada um de nós deve aprender a ser simples, a desistir, a mergulhar nas profundezas. Ainda assim, todos temos um certo medo disso, especialmente quando suspeitamos que as profundezas são infinitas. E é real que a jornada seja nos lançarmos nas profundezas infinitas de Deus. Pense neste processo por um momento. Ao meditar, você deve sentar-se o mais imóvel possível. Pela imobilidade do corpo, você ancora fisicamente seu ser em seu lugar e se mantém ancorado naquele lugar em uma imobilidade profunda, levando ao silêncio e à reverência. Então, ao fechar os olhos suavemente, comece a recitar em seu coração, silenciosamente, sua palavra, seu mantra: Maranatha*.

O processo de meditação é absolutamente tranquilo. Você não recita sua palavra (mantra) com violência. Não se trata de martelar. Devemos aprender a recitar a palavra delicada e suavemente. E devemos recitá-la durante todo o período de meditação, do começo ao fim, ouvindo-a, sem pensar em nós mesmos, ou em Deus, ou no significado do mantra. Mas sozinhos, em absoluta simplicidade, nós a recitamos continuamente. O mantra nos ancora nas profundezas do nosso ser.



* Maranatha é uma expressão aramaica que, resumidamente, significa: “Vem, Senhor!”, e que é uma das expressões (mantras) usadas na tradição cristã. Obviamente, o mantra pode ser outro conforme a tradição (cabala, budismo, hinduísmo, sufismo etc.) (Nota deste blog)




Fr. John Main, OSB




Fonte: do livro "O Coração da Criação", Canterbury Press, 2007
Traduzido para o espanhol por Lucía Gayón, e para o português por este blog.
PERMANECER EN SU AMOR - Coordenadora: Lucía Gayón
www.permanecerensuamor.com
permanecerensuamor@gmail.com
Ixtapa, México
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SERÁ QUE O APEGO É UM PROBLEMA OU QUE MUITOS PROBLEMAS DECORREM DOS APEGOS?


A palavra «problema» emprega-se nas mais diversas circunstâncias desde que apareça uma diferença entre uma situação exterior, seja ela imprevista, indesejada ou desconhecida, e um cenário interior preconcebido ou habitual. Na maioria dos casos, um problema pode definir-se como uma dificuldade circunstancial ou persistente, que obriga a pessoa a recorrer a uma ação improvisada e não habitual, com vista a se adaptar, minimizar e, idealmente, se libertar do estado de incômodo momentâneo. Desde que surja uma situação que ponha em questão o nosso saber, a nossa maneira habitual de pensar e de fazer ou ainda a ordem rotineira das coisas, temos tendência para dizer que há um «problema», pois, de fato, há um estado de desacordo entre as expectativas ou os hábitos e a realidade exterior.

A noção de problema também ocorre quando estamos mobilizados por um determinado objetivo ou tentando alcançar uma meta definida que acaba por não ocorrer e se concretizar como era previsto e esperado. Nesse momento, somos propensos a ver a situação como sendo problemática e, daí, confrontados com a necessidade de a resolver. A noção de problema intervém sempre que a situação não esteja em conformidade com o cenário antecipado e preferido ou com as nossas expectativas. A mesma noção ocorre quando sofremos uma situação que não resulta direta e aparentemente do nosso livre arbítrio ou da nossa vontade intrínseca, mas que nos obriga a confrontarmo-nos com fatos exteriores inesperados que causam descontentamento. Quer por motivos endógenos, quer por causas exógenas, o vocábulo «problema» aparece quando ocorre uma diferença entre uma expectativa ou prognóstico e a situação exterior ou os fatos momentâneos. De uma forma geral e segundo a nossa visão ocidental, todas as situações que despertam uma divergência ou afastamento entre o que é desejado e antecipado e a realidade exterior podem ser designadas como problema.

Podemos, pois, desde já afirmar que um problema é o «espaço de diferença» entre um cenário exterior imprevisto e desconhecido e um cenário interior pré-conhecido ou pré-concebido. Designo por «espaço de diferença» uma realidade circunstancial que decorre num determinado espaço-tempo, a qual é submetida à lei das probabilidades, e onde pode ocorrer uma diferença entre o esperado ou planeado e os acontecimentos. Ora, todos sabemos que qualquer situação presente, iminente ou projetada, pode muito bem não se desenrolar conforme o que é ou era previsto e desejado, ou segundo uma predeterminada ordem habitual. Haverá sempre uma probabilidade ou hipótese de que não coincida com o que gostaríamos e com o que previmos. Aí coloca-se uma diferença entre a realidade exterior e o nosso mundo interior, que vamos designar por problema, tanto pelas causas como pelos efeitos. As causas são os fatos e condições exteriores, enquanto os efeitos são o impacto desses fatos. Porém, muitas vezes, a causa do problema reside no nosso próprio modo de ver e conceber a situação. Quando se apresenta um suposto problema, a situação será caracterizada principalmente pelo nosso estado de espírito e capacidade de estar pronto para o imprevisível e a adversidade. Independentemente da gravidade e persistência da situação, a intensidade do problema dependerá sempre da atitude com que o abordamos e o enfrentamos.

Face a uma situação supostamente problemática, tanto podemos descobrir novos recursos pessoais e uma criatividade de circunstância, como podemos sentir-nos incapazes de encontrar uma solução e resolver o eventual problema. Se ficamos apegados a um cenário habitual e preferencial, sem estar aberto a uma provável variação imprevista, isso só pode despertar uma quantidade de emoções mais ou menos inadaptadas que vão dificultar a nossa capacidade de adaptação e de aceitação da situação. Nesse momento, a circunstância e a duração que dá origem ao suposto problema circunscreve-se a um espaço-tempo onde surge uma divergência entre a representação conjecturada ou prefabricada e os fatos ou acontecimentos, constituindo um espaço de diferença. Esta divergência torna-se um espaço-tempo onde se vai intrometer um conjunto de reações emocionais mais ou menos construtivas ou perturbadoras, consoante a nossa atitude. Ao aceitar que qualquer situação também pode sofrer imprevisibilidades, as causas potenciais e os efeitos eventuais já não estão exclusivamente restringidos ao cenário previsto ou habitual. Isto é, se adotarmos uma visão pronta admitindo a lei das probabilidades, a nossa atitude vai naturalmente melhor preparar-nos para as casualidades e ajustar a nossa forma de ver e conceber a situação supostamente problemática.

Todos temos consciência, tanto de forma teórica como empírica, que os eventos não seguem automaticamente um plano antecipado ou um programa preconcebido pelas experiências anteriores. Assim sendo, os acontecimentos podem muito bem ser diferentes das nossas expectativas e prognósticos e sofrer contingências que divergem do habitual e do conhecido. Quanto mais a nossa postura se mantém apegada às expectativas, desejos, previsões e hábitos, mais dificuldades temos em enfrentar de forma criativa e proveitosa os imprevistos e mesmo os obstáculos. Ao invés, com uma atitude flexível e aberta ao imprevisto, apercebemo-nos que o grau de gravidade de um problema depende da nossa aptidão para ajustar, em presença dos fatos exteriores, a nossa mente, os nossos sentimentos e os nossos comportamentos. E é por isso mesmo que muitos problemas não são verdadeiramente um problema, mas antes uma dificuldade de percepção e de adaptação da mente. Se a nossa percepção e a nossa atitude se mantiverem agarradas a um cenário preconcebido consciente e muitas vezes pré-consciente, instaura-se uma dificuldade em adaptarmos e ajustarmos o nosso modo habitual de ver, conceber e fazer. Ou seja, as experiências anteriores, a memória das situações passadas ou a percepção habitual dos fatos sobrepõem-se à realidade imediata.



Luís Philippe Jorge




Fonte: do livro «Desapego», parte do 3º capítulo
Via www.prosveta.com
Fonte da Gravura: capa do supracitado livro

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

ALIMENTOS E A VIDA UNIVERSAL

Os elementos que nós absorvemos nos alimentos vêm do espaço, de todo o Universo. Chegam até nós cheios da vida cósmica e é importante para nós recebê-los com a consciência de que irão formar a substância dos nossos corpos físico e psíquico. É preciso, pois, estar muito vigilante, tanto mais que estes alimentos, que se impregnaram da vida universal, são também impregnados pelas nossas palavras, pelos nossos sentimentos e pelos nossos pensamentos. Quem come quando está irritado, maldizendo os outros, injuriando-os, não sabe que está impregnando os alimentos com partículas envenenadas e que, ao absorvê-los, está envenenando-se a si mesmo. Para recebermos todos os benefícios dos alimentos é preciso esforçar-se por introduzir neles, pelo pensamento, elementos de luz e de eternidade.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O VERDADEIRO SER HUMANO


Há alguma coisa em nós que entra no estado chamado de sonho, no estado chamado de sono, e no estado chamado de morte. Nenhuma compreensão pode ser obtida dos estados a que passamos, e dos quais emergimos, exceto com base na ideia de que existe um Ego, um pensador, um observador, um conhecedor, um experienciador, que ingressa nos estados e emerge deles, e de que este Ego, o verdadeiro ser humano, preserva a sua integridade em todos eles.

Nós somos mais do que qualquer um dos estados em que ingressamos, por mais admiração que possamos ter por algum destes estados. Mesmo se imaginarmos que já alcançamos, ou que podemos alcançar o estado mais elevado de inteligência e ação – aquele que chamamos de divino – somos nós que ingressamos nele. Assim, uma compreensão dos estados nos quais ingressamos só pode ser obtida quando reconhecermos que existe um Algo em nós que atravessa todos aqueles estados; devemos, portanto, tentar entender o que é este algo, e começar o esforço exatamente onde nós estamos agora. Não podemos começar de qualquer outro lugar ou posição que não seja aquele em que estivermos no momento.

O que descobrimos, então? Que somos uma identidade continuada. Já passamos por muitas mudanças desde o nascimento até agora, mas nossa identidade não mudou, sejam quais foram as mudanças pelas quais ela necessitou passar. Quando temos este fato claramente fixado em nossas mentes, alcançamos o ponto da percepção de que há uma natureza imortal em cada um de nós; de que ela é divina em sua essência, e de que não é sujeita a mudanças, mas imutável.



Robert Crosbie




Fonte: do texto “O Sono e os Sonhos”, de Robert Crosbie, publicado em www.FilosofiaEsoterica.com
http://www.filosofiaesoterica.com/sono-os-sonhos/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

COLETIVO NÃO SIGNIFICA FRATERNAL


Coletivo não significa fraternal.

Um coletivo ainda não é uma fraternidade.

Uma comunidade é um conjunto de pessoas que podem não ter qualquer ligação entre si.

Uma aldeia ou uma cidade é uma coletividade, claro, mas será que as pessoas que lá estão se conhecem e se amam, será que trabalham umas para as outras?

Não, estão todas separadas, por isso ainda não é uma fraternidade.

Uma fraternidade é uma coletividade que tem uma consciência ampla e luminosa, uma coletividade cujos membros estão unidos entre si e trabalham não só uns para os outros, mas para o mundo inteiro.

Uma verdadeira fraternidade é uma fraternidade universal.



Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REFLEXÃO PARA O ADVENTO - MEDITAÇÃO: PRÁTICA QUE SECA A RAIZ DO MAL DENTRO DE NÓS


No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da Traconítide, e Lisânias, tetrarca de Abilena, sob o pontificado de Anás e Caifás, a palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto. Começou a percorrer toda a região do Jordão, pregando um batismo de penitência para remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: "Uma voz clama no deserto: 'Preparai o caminho do Senhor e endireitai as suas veredas. Toda a ravina será preenchida, todo o monte e colina serão abatidos; os caminhos tortuosos ficarão direitos e os escabrosos tornar-se-ão planos. E toda a criatura verá a salvação de Deus.'" (Lc 3:1-6)

Lucas gosta de pôr a história que está contando sobre Jesus no contexto da História do Mundo. Do seu registo sobre a liderança política que estava no poder quando João Batista, um parente de Jesus, começou a sua pregação, sabemos que eles tinham ambos cerca de 30 anos de idade quando emergiram na cena pública.

Uma pequenina parte privada de nós mesmos acredita que nunca crescemos realmente. Apesar da nossa experiência, temos um sentido de contínuo de identidade desde as nossas mais precoces memórias. Mesmo que "eu tenha mudado a ponto de ficar irreconhecível", reconhecemos realmente o "eu" que mudou. E, depois, há as nossas questões, os nossos interesses, problemas, fantasias e medos. Estes podem ser mais bem geridos ou ficar camuflados à medida que amadurecemos, mas são essencialmente inerradicáveis. São instilados tanto pelos nossos genes como pelo ambiente e pelas experiências emocionais dos nossos primeiros anos de vida. Os pontos de viragem da nossa história pessoal, seja o que for que estiver a acontecer no mundo em nosso redor, são a forma como ouvimos o nosso chamamento personalizado e como respondemos.

João Batista é o último dos profetas à moda antiga. Na sua caricatura moderna, ele é engraçado – engraçado por ser estranho, não pelo humor. Era retratado como andando meio nu, com rastas no cabelo, comendo insetos e mel e gritando às pessoas que estão no cais esperando pelo comboio matinal que o fim do mundo vem aí por causa da degenerescência dos tempos. Porém, na sua época, ele era visto de modo diferente. As pessoas acudiam a ele com a mais fundamental de todas as questões éticas: "Então, o que é que havemos de fazer?" A sua resposta era simples: partilhem o que têm, não explorem os outros, não abusem do poder, pratiquem a integridade.


Até aqui, ele é reconhecível. Ainda queremos ouvir o que os profetas do nosso próprio tempo têm para dizer, mesmo que tenhamos dificuldade em distinguir os profetas genuínos dos falsos, as teorias da conspiração da verdade sempre mais rica em nuances. Como é que alguma vez aprenderemos a voltar a confiar? Talvez seja através da outra coisa que ele lhes disse para fazer: arrependermo-nos e pedir perdão dos nossos pecados. E como é que recordamos o que realmente significam o arrependimento e o pecado, sem ficarmos devastados pela culpa ou autoconvencidos por sermos penitentes e convertidos? Talvez lembrando porque é que a Nuvem do Não Saber diz que "este trabalho (da meditação) seca a raiz do pecado dentro de nós".

Há uma certa tristeza e sensação de fim duma era neste jovem intenso, condenado e profético, tocado pela Palavra de Deus e conduzido a pregar no Vale do Jordão. Mas ele é, também, um marginal noutro sentido. Apenas a um passo dele está alguém, de fato um familiar mais novo com outro tipo de carisma, que as pessoas irão um dia dizer que encarna a Palavra de Deus e que conhecer, ainda que um pouquinho, significa ser-se mudado (quase) a ponto de se ficar irreconhecível.



Laurence Freeman, OSB




Fonte: Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
Bonnevaux
www.meditacaocrista.com
Canal Youtube: Meditação Cristã-WCCM Portugal
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Fonte das Gravuras:
https://pixabay.com/pt/photos/vitral-colorido-batismo-adulto-4052419/
https://pixabay.com/pt/illustrations/medita%c3%a7%c3%a3o-ioga-c%c3%a9u-silhueta-noite-6808386/