terça-feira, 4 de outubro de 2022

EGO E SELF: A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO


O Mestre Jesus, conhecendo e compreendendo em profundidade os conflitos internos da alma humana, criou parábolas de impressionante eficácia que, em quaisquer tempos e culturas, despertam os homens para os elevados valores do espírito. Por tratarem de fatos e enredos simples da vida cotidiana sobre a Terra, as parábolas de Jesus são facilmente compreensíveis, residindo, porém, seu mais alto valor, na profundidade da reflexão que as mesmas suscitam. Na parábola do Filho Pródigo, podemos verificar a capacidade que as mesmas têm de tocar a alma humana.

Está claro que qualquer indivíduo de boa vontade, independentemente do seu nível de escolaridade, tem nas parábolas de Jesus, oportunidades imensas de aprendizado e reflexão, entretanto, os conhecimentos sobre a psique humana, à luz da doutrina dos espíritos, que nos são trazidos pela benfeitora Joanna de Ângelis, possibilitam enxergar nas parábolas informações preciosas que reforçam e aprofundam esses conhecimentos.

O ego do filho ingrato, por exemplo, na ânsia pela satisfação imediata de seus desejos, compele o rapaz a buscá-los a partir da posse, igualmente imediata, da herança a que faria jus após a morte do genitor. Eis, aí, o ego primitivo do espírito, que se manifesta com suas principais características e que, quando ainda não chamado ao desejo sincero de viver os valores elevados do espírito, surdo aos apelos do self, despreza tudo o que estiver fora de seus interesses rasteiros de sobrevivência e prazer. As palavras de Joanna de Ângelis confirmam essa constatação:

Herdeiro dos instintos agressivos, que lhe predominam em a natureza íntima, o ser humano jornadeia entre revoltado e temeroso por efeito das condutas ancestrais.

A necessidade da preservação da vida impele-o ao imediatismo, à volúpia do prazer, ao significativo desconhecimento dos valores ético-morais, ou mesmo quando os conheça, desconsiderando aqueles que podem representar sacrifício, luta nobre, abnegação...

Propelido para esse prazer sensorial, asselvajado, as emoções elevadas, defluentes dos sentimentos da beleza, do idealismo, são deixadas à margem, pela pouca significação que lhes é atribuída ou pela falta de hábito de as vivenciar.

Identificamos, nessas palavras, o desprezo pelos insights do self, contidos nas emoções elevadas, difluentes dos sentimentos da beleza, do idealismo, que foram deixados à margem pelo filho pródigo. Já, aqui, podemos perceber o caráter educativo das parábolas do mestre Jesus, uma vez que o mesmo ego primitivo, que moveu o filho pródigo à sua ação ousada, e os mesmos insights do self, que o trarão de volta ao lar paterno, atingem a nós que, frequentemente e do mesmo modo, fechamos os ouvidos aos chamamentos divinos.



Josué Douglas Rodrigues




Fonte: do livro "Joanna de Ângelis ao alcance de todos"
1ª edição eletrônica: julho de 2017
Editora EME Ltda. - Capivari-SP - www.editoraeme.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O MERGULHO DA MEDITAÇÃO


Para acalmar a mente e mantê-la em equilíbrio, a meditação é prescrita como um exercício espiritual. A meditação é o processo pelo qual os aspectos positivos e negativos da mente são regulados.

O homem goza de bem-aventurança ilimitada quando o estado de não-pensamento é alcançado. Uma amostra desta experiência é oferecida ao homem durante seu sono profundo e sem sonho, quando nenhum desejo ou vontade, nenhum anseio ou negação, o perturba. Quão mais gratificante deveria ser a bem-aventurança quando atingimos tal estado, com toda consciência, através da meditação! (Divino Discurso em 21/11/1979)

Por meio da meditação, as pessoas alcançam a experiência Divina da realização do Atma (Ser Supremo) dentro delas. Pela meditação, os aspirantes espirituais são capazes de expulsar os envoltórios da ignorância, camada após camada. Eles removem suas percepções dos sentidos, do contato com as experiências objetivas mundanas.

O processo que visa essa consumação sagrada merece ser chamado de meditação. Para esse processo, deve-se estar equipado de bons hábitos, disciplinas e ideais elevados. Deve-se estar cheio de renúncia em relação às coisas mundanas e a seus atrativos. Qualquer que seja a situação, o indivíduo deve conduzir-se com entusiasmo e alegria. Tudo o que é feito deve ser dedicado não a ganhar o sustento da vida, mas a merecer a bem-aventurança do Atma. (Dhyana Vahini, Cap. 2)

Pode ser possível ensinar, a uma pessoa, a postura, a pose, a posição de pernas, pés, mãos, pescoço, cabeça ou costas, a maneira e a velocidade da respiração. Mas a meditação é uma função do Ser interno que motiva a profunda tranquilidade subjetiva, o emprego da mente e o preenchimento com a luz que emerge da centelha Divina interna. (Divino Discurso em 23/11/1970)

Mediante a meditação você mergulha na ideia da universalidade e onipotência de Deus. Não é para você uma diária constatação que uma preocupação maior domina uma outra menor e o leva a esquecer-se desta?

Quando você plenifica sua mente com a de Deus, quando por Ele você anseia e a Ele levanta seu clamor, todos os demais anseios, todos seus desapontamentos e mesmo todas as realizações desmaiam, sumindo na própria insignificância. Você esquece tudo. Desejos, frustrações e realizações jazem submersas na inundação do divino anseio e, logo depois, no próprio oceano da bem-aventurança. (Sadhana, O Caminho Interior)



Sathya Sai Baba




Fonte: https://www.sathyasai.org.br/meditacao
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/buda-est%c3%a1tua-tail%c3%a2ndia-budismo-5641534/

A VERDADEIRA SENSIBILIDADE


É importante distinguir a verdadeira sensibilidade da sensibilidade doentia, a que seria mais exato chamar suscetibilidade ou pieguice. A verdadeira sensibilidade é uma faculdade que nos torna capazes de nos elevarmos muito alto, muito longe, e de termos acesso a um mundo cada vez mais sutil, para captarmos as suas realidades. A pieguice, essa, é uma manifestação da natureza inferior que, tomando-se pelo centro do mundo, acha sempre que não lhe dispensam a consideração suficiente, sente-se frustrada, ferida, e torna-se agressiva. Quando se vê esta distinção, compreende-se que há todo um trabalho a realizar sobre a natureza inferior para a dominar, a agarrar pelos colarinhos: é a única maneira de permitir que a verdadeira sensibilidade se expanda e se enriqueça. A sensibilidade não é apenas a faculdade de nos emocionarmos e de nos maravilharmos com os seres que amamos, a beleza da Natureza ou as obras de arte; ela também nos abre as portas da imensidão, da luz, também nos dá a compreensão da ordem divina das coisas e nos permite vibrar em uníssono com os planos superiores, as entidades e as correntes do Céu.



Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O DESAFIO DO COMEÇO


A maior dificuldade é começar, dar o primeiro passo, lançar-se nas profundezas da realidade de Deus que se revela em Cristo. Uma vez que deixamos o limite de nosso próprio ser, logo nos juntamos às correntes da realidade que nos dão direção e impulso. Quanto mais atentos e imóveis permanecemos, mais sensíveis somos a essas correntes. E desta forma, mais plena e verdadeiramente espiritual se torna a nossa fé.

Através da quietude do espírito, entramos no oceano de Deus. Se tivermos a coragem de nos empurrar para fora da periferia, não deixaremos de encontrar essa direção e energia. Quanto mais avançamos, mais forte a corrente se torna e mais profunda nossa fé. Por um tempo, a profundidade de nossa fé é desafiada pelo paradoxo de que o horizonte de nosso destino está sempre recuando. Para onde vamos com essa fé profunda? Então, pouco a pouco, vamos reconhecendo o significado da corrente que nos guia e podemos ver que o oceano é infinito.

Sair da periferia é o primeiro grande desafio, mas só é preciso começar a enfrentar esse desafio. Mesmo que os desafios sejam maiores, temos certeza de que teremos tudo o que precisamos para enfrentá-los. Começamos pronunciando o mantra*. Pronunciar o mantra é estar sempre no início, voltar ao primeiro passo. Com o tempo aprendemos que há apenas um passo entre Deus e nós. O próprio Cristo deu. Além disso, Ele mesmo é esse passo. A única maneira de conhecer Cristo é entrar em seu mistério pessoal, abandonando ideias e palavras. Nós as deixamos para trás para entrar no silêncio do conhecimento total e do amor para o qual a meditação guia cada um de nós.

* Caminho do mantra (detalhes): https://coletaneas-espirituais.blogspot.com/2022/09/mantra-duas-maneiras-de-ser-particula-e.html



Dom John Main, OSB

Carla Cooper (Organ.)

Traducido por WCCM España e em português por este blog.



Fonte: “Oceanos de Deus”. Trecho de "The Christ Present", de John Main, OSB (New York: Crossroad, 1991) pp. 111-112, 116-117.
Via: WCCM Espanha - Comunidad Mundial para la Meditación Cristiana - http://wccm.es/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DEVOÇÃO E AMOR


Devoção significa amor.
Amor pelo Divino é o único amor verdadeiro.
Todas as outras expressões do amor são meros apegos de um tipo ou outro.
Amor é Deus.
Vivam em amor.
Comecem o dia com amor.
Preencham o dia com amor.
Terminem o dia com amor.
Esse é o caminho para Deus.
Esse amor deve ser considerado divino pelas pessoas de qualquer fé.
Manifestem o seu amor, independentemente de como os outros se comportem.
Cultivem esse amor.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/fantasia-religi%c3%a3o-sol-monumento-3029542/