quinta-feira, 10 de março de 2022

SER ABSORVIDO EM DEUS


O chamado à plenitude da vida é um chamado à pureza de coração, à clareza de visão. O desapego é simplesmente a maneira de manter nossa clareza cristalina. Desapegar-se de nossas posses, por exemplo, é estar livre de nossas posses – possuí-las, se necessário, mas não ser possuído por elas. De certa forma, é mais fácil se desapegar de nossas posses materiais do que dos objetos não tão sólidos aos quais nos apegamos.

Com a meditação, aprendemos a nos desapegar de nossos pensamentos, nossos sentimentos agradáveis ​​e desagradáveis, nossos desejos e até nossa autoconsciência. Não apenas isso não parece impossível para nossas mentes modernas, mas é até escandaloso alguém propor isso. Mas esta é exatamente a verdade. É a verdade proclamada por Jesus e a verdade vivida por santos e sábios ao longo dos tempos.

Considere o que Jesus diz que aquele que se preocupa com sua segurança estará perdido, mas aquele que se deixa perder, por Amor a Ele, encontrará seu Ser verdadeiro. Meditar é perder-se para ser absorvido em Deus, perder-se totalmente na imensidão abundante do que chamamos de Deus. Nenhum de nós poderá encontrar-se por si mesmo, nunca poderemos entrar em contato com o sentido pleno ou chegar ao pleno conhecimento se não estivermos preparados para entrar neste caminho de nos deixarmos perder por amor ao Reino. Nenhum de nós, em outras palavras, pode chegar ao conhecimento sem fé. E a meditação é o caminho da fé, é abrir o caminho com toda a nossa sinceridade, é desviar totalmente a nossa atenção de nós mesmos e enxergar além. (...)


Fr. John Main, OSB



Fonte: do livro "O Coração da Criação", Canterbury Press, 2007
Traduzido para o espanhol por Lucía Gayón, e para o português por este blog.
PERMANECER EN SU AMOR - Coordenadora: Lucía Gayón
www.permanecerensuamor.com
permanecerensuamor@gmail.com
Ixtapa, México
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/vectors/gato-yin-yang-mulher-silhueta-ioga-2244302/

UMA SAUDAÇÃO À CRIAÇÃO


As nossas mãos são como antenas que têm a possibilidade de captar correntes de forças, mas também de projetá-las. Alguns dirão: «Mas isso é perigoso, é magia!» Sim, é magia. Tudo o que fazemos é magia. Os magos são seres que sabem servir-se das suas mãos para receber forças ou projetá-las, para as reter ou as orientar, para as amplificar ou reduzir a sua intensidade. E não há de que ter medo, porque foi o Criador que dotou as nossas mãos com tais poderes.

Se as pessoas soubessem observar, reconheceriam em certos gestos da vida quotidiana um vestígio deste saber milenário a respeito das nossas mãos e dos seus poderes. Reparai: em todos os países, quando as pessoas se encontram ou se separam, o que é que fazem? Levantam o braço para enviar uma saudação ou dão um aperto de mãos. A mão serve, pois, como meio de emissão e recepção entre os humanos. Por isso, é preciso estarmos particularmente atentos àquilo que damos com a mão. Se as pessoas se saúdam, é para fazerem bem umas às outras, para darem mutuamente algo de bom. Se se saúda ou se aperta a mão maquinalmente, com uma atitude negligente, distante, fechada, é inútil. Mas, para aqueles que têm a consciência desperta, é um gesto formidável, significativo e operante pelo qual eles podem encorajar, consolar e vivificar as criaturas, e dar-lhes muito amor. Uma saudação deve ser uma verdadeira comunhão, deve ser poderosa, harmoniosa, viva.

Mas a mão é um meio para entrar em relação não só com os humanos, mas também com a natureza. Quando abris a janela ou a porta, de manhã, habituai-vos a saudar toda a natureza, as árvores, o céu, o sol, erguei a mão, pelo menos a vossa mão etérica, e dizei «Bom dia!» a toda a criação. Perguntar-me-eis: «Mas isso tem utilidade? Serve para alguma coisa?» Sim, serve para começar o dia com um ato essencial: ligar-se à fonte da vida. Em resposta à vossa saudação, toda a natureza também se abrirá a vós, enviar-vos-á forças para todo o dia.

É tempo de compreenderdes que tendes um trabalho a fazer com o vosso pensamento, com o vosso amor, para que a natureza se abra a vós. Experimentai: quando vos aproximardes de um lago, de uma floresta, de uma montanha, parai um momento e acenai-lhe com a mão. Sentireis que, interiormente, algo se equilibra, se harmoniza, e muitas incertezas e incompreensões desaparecerão em vós muito simplesmente porque decidistes saudar a natureza viva e as criaturas que nela habitam. Tocai simplesmente uma pedra com amor e ela já não será a mesma: aceita-vos, vibra em uníssono convosco, também ela vos ama.

Sim! Tudo na Terra é vivo e cabe-vos a vós saber como trabalhar para que essa vida venha até vós. No dia em que souberdes manter uma relação consciente com a criação, sentireis a verdadeira vida penetrar em vós.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: Publicações Maitreya
Rua Dr Alberto de Macedo, 182 R/C Esq., Porto 4100-027, Portugal
https://publicacoesmaitreya.pt/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/natureza-%c3%a1guas-lago-ilha-panorama-3082832/

COMPORTAMENTO E AUTOCONHECIMENTO


As atitudes que caracterizam a pessoa resultam do convívio social e das aspirações cultivadas, gerando a consciência individual, que responde pela do grupo social, face à aplicação dos valores adquiridos.

Ressaltam, no comportamento, as ambições do desejo, responsáveis pelo grau de libertação emocional, ou presídio, no qual o ser transita pelos vínculos que se permite desenvolver.

A pessoa é, acima de tudo, a sua mente. O que elabora, torna-se; quanto cultiva, experimenta.

A mente algema e libera, necessitando de austeras disciplinas para ser comandada, ao invés de ser a dominadora irredutível.

Nesse imperativo, o desejo expressa a qualidade evolutiva da pessoa, respondendo pela conduta e pelos fatores daí decorrentes.

O comportamento impõe necessidades e as expressa simultaneamente, definindo a pessoa.

Somente o autoconhecimento favorece o comportamento com as possibilidades de desenvolvimento pessoal, estruturador profundo do ser imortal.



Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "O Ser Consciente", pp. 39/40, 1ª ed., 1994
LEAL - Livraria Espírita Alvorada - Salvador/BA
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-cabe%c3%a7a-silhueta-tingir-3591573/

MUITO MAIS DO QUE BELEZA


Alguma vez já desejou o leitor ser a rosa, o Sol que nasce a cada dia ou o pássaro que revoa nas alturas?

Todos nós, uma ou outra vez desejamos ser parte deles. Com nossa alma, podemos fazer parte de todos eles. Somos todos parcelas da energia de espírito que conforma os elementos da natureza.

Frequentemente, falta-nos a consciência de que fazemos parte do todo que criou as maravilhas da natureza que nos circunda. Somos parte da flor e do pássaro. Nosso espírito compreende intuitivamente o que significa voar com asas e ter a beleza da flor.

É difícil compreender, portanto, que existam pessoas que considerem a rosa simplesmente algo que nasce, é regado, cresce até a maturidade, é polinizado, e então morre; que existam pessoas que pensem no Sol apenas como um objeto que surge no Leste e põe-se no Oeste, em torno do qual gira a Terra; ou os que encarem o voo do pássaro apenas em termos de correntes aéreas e resistência dos ventos.

Entretanto, estas coisas possuem sentido muito mais profundo para nosso ser interior. Como criações da beleza, atingem o nosso íntimo e nos estimulam a criar um senso interior de paz e unidade. Ajudam-nos a desenvolver nosso ser espiritual.

Quando compreendemos a plena expressão dessas maravilhas, verificamos que elas significam muito mais para nós do que apenas forças vibratórias da natureza, muito mais do que coisas belas que podemos contemplar. Elas respondem à nossa necessidade de expressão interior. Elas constituem realização para nosso íntimo espírito criativo.


Gael Robertson



Fonte: Texto extraído da Revista "O Rosacruz", agosto/1980
Ordem Rosacruz- AMORC - www.amorc.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal